Conexão Varejo - Jun/Jul/2010

Page 1

Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS

Nº 27 JUNHO/JULHO DE 2010

Jantar comemora posse da diretoria

Trabalhando a emoção na hora da compra

Mudança do cartão ponto trará prejuízo às empresas




Sumário

05 06

Opinião

Mais uma etapa de grandes desafios.

Mercado

Tributos

Substituição tributária e as aquisições de mercadorias em estados que não possuem protocolo com o RS.

Gestão

A arte de (saber) ser líder.

Espaço Conecs

Fórum Conecs em Porto Alegre debateu as distorções nas relações entre empreendedores e lojistas de shopping.

Copa da Minha Vida Daniel Oliveira e Sílvio Benfica. Emocionar o cliente é fundamental para efetivar a venda.

07 08 10

Desenvolvimento Humano

O inverno chegou. Pequenos cuidados podem prevenir as doenças da estação.

Entrevista

Lasier Martins, a cara do Rio Grande.

Sindinews

15 16 17 18 20 22

Entidade

Posse oficial da diretoria do Sindilojas reuniu entidades e autoridades da Capital.

Finanças

Notícias e informações do setor varejista.

Sindilojas

Conheça a diretoria.

Responsabilidade Socioambiental

Bicicleta: uma opção ecológica de transporte. Compartilhamento de POS é o primeiro avanço.

11 12

Relação Trabalhista

Trabalho aos domingos em Porto Alegre, parte 3.

Especial

Mudança do Registrador Eletrônico de Ponto (REP) será obrigatória a partir de agosto.

Artigo

Criar diferenciais significativos, por Claudio D’Avila.

Associadas Ferragem Thony e Luz da Lua.

23 24 25 26


Opinião * por Ronaldo Sielichow

Milton Moraes

Expediente Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123 Unidade Shopping Total Avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1122 Fone: (51) 3018.8122 Unidade Zona Norte Avenida Manoel Elias, 2180 Fone: (51) 3351.7520 Unidade Alvorada Avenida Presidente Getúlio Vargas, 937 Fone: (51) 3044.1418 www.sindilojaspoa.com.br Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente: Paulo Kruse Vice-presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-presidente de Relação do Trabalho e Capacitação: Sergio Axelrud Galbinski Vice-presidente Comercial: João Rodrigues Vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Diretor Administrativo: Roni Zenevich Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor Comercial: Tarcísio Pires Diretor de Relações Políticas e Institucionais: Antonio Sanzi Diretor de Relações do Trabalho e Capacitação: Vladimir Machado Suplentes: Alécio Ughini, Eduardo Suslik Igor, Gustavo Orlandini Schifino, Irio Piva, José Galló, Manoel Motyl, Marivaldo Tumelero, Mauro Suslik Tornain, Moacir Sibemberg, Nádia Regina Almeida, Nelson Jawetz, Ricardo De Conto, Silvio Sibemberg e Vilson Noer. Diretores Adjuntos: José Rodrigues e Luiz Caldas Milano Conselho Fiscal: Lídio Ughini, Wilson Scortegagna e Alcides Debus Suplentes: Carlos Schmaedecke, Hermes Queiroz e Orisvaldino Magnus Scheffer Assessoria de Imprensa: SindilojasPOA e Insider 2 Comunicações imprensa@sindilojaspoa.com.br Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor: www.sindilojaspoa.com.br conexao@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025.8307 Conselho Editorial – Sindilojas POA Coordenador: Paulo Penna Rey Assessoria de Comunicação e Marketing Coordenadora de Comunicação e Marketing: Karin Souza Assistente de Comunicação: Carmel Mostardeiro Uffizi Consultoria em Comunicação: Almir Freitas e Betina Barreras Insider2 Comunicações: Beti Sefrin Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Betina Barreras Redatoras: Betina Barreras, Karen Viscardi e Luisa Kalil Colaboradores: Eduardo Plastina, Flávio Obino Filho e Claudio D’Avila Projeto Gráfico: Carla Cadó Vielmo Dietrich Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich Arte de Capa: Michael Leite Melchiors Impressão: Pallotti Tiragem: 10 mil exemplares

Mais uma etapa de desafios E

m meio às atividades que a posição de presidente do Sindilojas de Porto Alegre exige, quero parar por um momento. Parar para agradecer. Agradecer aos diretores, às entidades parceiras, aos colaboradores e, principalmente, aos varejistas associados, todos que viabilizaram tantas conquistas ao longo dos últimos dois anos e meio. Sabemos que somente juntos poderemos vencer as adversidades que inviabilizam nosso crescimento. Nosso caminho até aqui é prova disso. Em 17 de maio, oficializamos a posse da nova diretoria, um grupo de empresários incansáveis, que, mais do que buscarem seu sucesso pessoal, trabalham para o bem de todo o setor varejista. Com esta equipe, e com as ideias e sugestões dos associados, certamente seguiremos avançando. Para isso, peço: compareça às assembleias, visite seu Sindicato. Você precisa dele e ele, de você. Foi com sua participação que conseguimos reestruturar o Sindicato; modernizar a sede, o auditório e o centro de treinamento; promover diversas palestras com os melhores nomes do Brasil; oferecer diversos cursos; abrir três unidades de atendimento – na Zona Norte, no Shopping Total e no município de Alvorada – e idealizar a campanha Vale Mais. Para melhorar a segurança de nossos associados e da população, auxiliamos a Brigada Militar. Em parceria com a Prefeitura Municipal, mantemos o Telecentro do Mercado Público. Em continuidade ao já realizado, o Sindilojas seguirá em frente com seus objetivos, promovendo melhorias ao lojista para a geração de resultados positivos. Faremos nossa parte. Mas para que a justiça social seja plena precisamos pensar ainda mais na coletividade. Por isso, faço um chamado também como cidadão. As eleições estão próximas. Teremos a chance de escolher quem nos representará no Palácio do Planalto, no Governo do Estado, no Senado e na Assembleia, todos personagens fundamentais em nossas lutas. Participamos de ações parlamentares, combatemos projetos de leis com objetivos eleitoreiros, buscamos o fortalecimento da economia e, portanto, do comércio. Para que tenhamos sucesso, precisamos de políticos empenhados e esclarecidos. E eles só estarão lá se assim decidirmos. Por isso, antes de definir seu voto, analise, informe-se sobre o passado de seu candidato. Dessa forma, você também terá feito sua parte.

Revisão: Fabiano Bruno Gonçalves Comercialização: Uffizi Consultoria em Comunicação Fone: (51) 3330.6636 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

*Presidente do Sindilojas Porto Alegre/RS


Mercado

Encantar para vender melhor Como trabalhar a emoção e as sensações que envolvem a compra.

E

mocionar o cliente para vender melhor. Essa é uma das premissas para garantir a comercialização de produtos de maior valor agregado. No inverno, quando várias categorias importantes entram em evidência, como casacos, no setor têxtil, televisores de alta tecnologia, na linha marrom, ou ainda botas, na área de calçados, é preciso esforço redobrado para fazer com que a aquisição de categorias mais lucrativas seja feita em sua loja. Mas, afinal, o que faz uma pessoa pagar R$ 500 por um jeans? Ou mais ainda? O tecido e o corte normalmente não fogem ao convencional, mas a marca a qualifica a esse patamar de preço. Por quê? O motivo é simples, mas aplicá-lo no dia a dia é um desafio: a marca encanta o consumidor, traz para ele um status e uma sensação que um jeans com outra etiqueta não traria. É justamente essa emoção que faz as pessoas pagarem mais caro por algo.“Conquistar esse encantamento é o pulo do gato do varejo”,

explica o consultor Xavier Fritsch. A emoção começa pela ambientação da loja e da vitrine, que deve criar um cenário para os produtos que se quer destacar. “Quando pensa em itens isolados, a compra é por preço, quando guiado por sensações, a compra tem valor bem mais alto”, observa o professor da ESPM, Rubens Sant’Ana. Na parte de ambientação, o professor, que também é arquiteto e consultor de trade marketing, destaca a importância de se trabalhar a iluminação e as cores. Segundo Sant’Ana, é importante que o lojista saiba que cada cor traz uma sensação diferente. Assim, as mais fechadas remetem à introspecção e são mais aconselhadas no inverno, enquanto as abertas são alegres e joviais e traduzem os períodos de mais calor. “É preciso vender um conceito, uma experiência”, destaca. Outro fator de destaque é o aroma da loja. Criar um cheiro que identifique o ponto de venda também remete à emoção.

Dicas para vender produtos com maior valor agregado

06

O empreendedor precisa definir uma estratégia com argumentos emocionais para encantar o cliente, vender benefícios não tangíveis. “Sem um componente emocional, o cliente não paga por algo de maior valor agregado”, ensina Fritsch.

tos vendedores inflam o peito para revelar o preço total bem caro, enquanto o cliente se assusta.

crédito para telefone celular. Não importa a classe social: todos se rendem a um mimo.

Preparar a equipe para saber argumentar, explicar ao cliente por que aquele produto custa determinado valor.

Parcelar: vender o valor por prestação e não o preço total. Poucas pessoas compram uma cozinha de R$ 15 mil, mas muitas pessoas pagam 10 parcelas de R$ 1.500. Fritsch lembra que mui-

Monitorar a equipe: não basta ensinar, é preciso verificar como os vendedores estão trabalhando.

Fazer as pessoas fazerem. Não esperar, só porque já foi ensinado, que as pessoas façam a sua parte. A equipe tem que cumprir o modelo de gestão estratégico, senão o lojista fica à mercê do vendedor. O proprietário da loja tem que ser estrategista, ir para a loja e observar o comportamento do cliente, suas atitudes e utilizar essas informações para vender mais e melhor.

Oferecer brindes, como joias, chocolates, viagens, cartões com


Desenvolvimento Humano

Prepare-se para o inverno Pequenas atitudes garantirão sua saúde durante a estação.

O

inverno está aí. Vendas aquecidas e muito trabalho para os colaboradores. Mas para manter a equipe com força total, é preciso que todos cuidem de sua saúde. Pequenos cuidados garantem um organismo saudável. Manter o ambiente arejado e lavar as mãos são hábitos simples que ajudam a evitar os transtornos de gripes e resfriados. As dicas de nossas avós de proteger e aquecer as extremidades, como mãos, pescoço e pés, também devem ser levadas em consideração. O frio nessas regiões do corpo torna o organismo mais suscetível à doença. Mas, afinal, por que no inverno há uma maior tendência ao contágio da gripe? É que nos dias frios é mais comum ficarmos em ambientes fechados, e como uma das formas de contágio é através das vias respiratórias, criamos o clima ideal para a doença, explica o pneumologista Carlos Fernando Rizzon, diretor de Relações com o Cooperado da Unimed Porto Alegre. Ao manter o ambiente ventilado, é preciso se agasalhar. “Se ficamos muito expostos ao frio, o resfriamento cria condições para a proliferação do vírus, pois diminui as defesas do organismo”, destaca o médico. Esse risco é ainda maior à noite, quando a pessoa vai descansar e reduz a produção de calor. Outra forma de transmissão do vírus é através das secreções. “As pessoas sujam as mãos, têm contato com doentes e depois passam as mãos nos olhos, boca ou mucosas.” Daí a importância de lavar as mãos toda vez que tocarmos em outras pessoas. Também é eficaz o uso de álcool em gel, hoje disponível em diversos lugares públicos. É um método rápido, efetivo e barato. Rizzon destaca, ainda, as vacinas

Sugestões saudáveis Abuse das sopas e caldos, mas evite os acompanhamentos como pães e queijos. Dica: evite misturar alguns alimentos na mesma sopa, como batata, feijão, arroz, mandioca, inhame, batata-doce, macarrão. Isso reduzirá o valor calórico e aumentará a absorção dos nutrientes. Os queijos combinam muito com essa estação, mas dê preferência aos queijos mais magros, como ricota, queijo branco e cottage. Dica: como petisco, faça um patê de ricota, azeite e orégano. Abuse das frutas típicas de inverno: morango, laranja, bergamota e maracujá. Todas são ricas em vitamina C, que ajuda a aumentar a imunidade. Dica: beba suco de laranja após refeições pesadas, como a feijoada, por exemplo. Isso ajudará na digestão e absorção de nutrientes, no caso, o ferro.

Use o azeite de oliva no preparo da comida. Esse é um alimento funcional que ajuda no controle de doenças cardiovasculares e na prevenção do câncer. Dica: consuma duas colheres de sopa de azeite de oliva por dia, mas sem aquecê-lo, para não perder as propriedades funcionais. Importante: na estação mais fria do ano, o consumo de água não pode ser reduzido. Para isso, ande com uma garrafinha de água no carro, no trabalho e em casa. Fonte: Medicina Preventiva – Unimed Porto Alegre

para a gripe. “O ideal é que todos se vacinem”, afirma. Caso a doença já tenha se instalado, a orientação é obedecer ao que o organismo pede: descanso. Dores musculares, febre e falta de apetite são comuns e indicam que o corpo precisa de repouso para se recuperar. Se possível, evitar o convívio próximo a outras pessoas e usar máscaras de proteção. Por não haver um medicamento específico, Rizzon orienta ter uma boa hidratação para eliminar as secreções e ter uma alimentação equilibrada.

07


Fotos Nabor Goulart e Mathias Kramer

A diretoria do Sindilojas

Centenas de autoridades e empresários compareceram ao evento

Entidade

Noite de destaques Posse oficial da diretoria do Sindilojas reuniu diversas entidades e representantes da Capital.

P

Arcione Piva e o presidente Ronaldo

08

FáƟma Gimenez cantou o Hino do Rio Grande do Sul

ara uma grande diretoria, uma noite em grande estilo. Assim foi celebrada a posse da diretoria do Sindilojas Porto Alegre para o mandato 2010-2014. Na noite de 17 de maio, o salão principal do Grêmio Náutico União estava repleto de flores e velas, com uma decoração em tons de azul e prata, enquanto os convidados preenchiam as mesas e rapidamente lotaram o espaço. Lojistas, empresários, representantes de diversas entidades e também o prefeito, José Fortunati, foram algumas das personalidades presentes no local. Convidado para ser o mestre de cerimônias da noite, o jornalista Lasier Martins deu início ao evento parabenizando o Sindilojas pelas lutas e conquistas da primeira gestão, como a Campanha Vale Mais, a prorrogação da redução do IPI e a descentralização do Sindicato com novas unidades. Entre os convidados, estavam presentes representantes do poder legislativo como o deputado Giovani Cherini, o presidente da Câmara de Vereadores, Nelcir Tessaro, o deputado federal Pompeo de Mattos, bem como o secretário da Smic, Valter Nagelstein, apenas alguns dos que marcaram presença.

Representantes das principais entidades do varejo e de serviço do Estado, além de sindicatos também prestigiaram o evento. Após o hino nacional, o presidente da Fecomércio-RS, Moacyr Schuster, foi convidado a ler a declaração que oficializou Ronaldo Sielichow como presidente do Sindicato no próximo mandato, que se encerra no dia 31 de março de 2014. Em seguida, Lasier Martins leu a nominata com os demais integrantes da diretoria, que subiram ao palco para uma foto oficial. Em seu discurso, Sielichow agradeceu a Deus e a sua família pela compreensão, bem como a toda a diretoria, colaboradores e assessores do Sindicato. “É com muito orgulho que nos reunimos nesta ocasião tão especial. O Sindilojas é voltado, acima de tudo, para o bem-estar dos lojistas. Promovemos palestras, cursos, além das três unidades de atendimento e da Campanha Vale Mais. É através de ações como essas e com a participação de todos que seguiremos em frente”, registrou o presidente, que agradeceu novamente a presença de todos, além de realizar uma breve homenagem ao ex-presidente da Fecomércio-RS, Flávio


Lasier MarƟns foi o mestre de cerimônia do evento

Sabbadini, falecido em janeiro deste ano. “Aprendi muito com ele”, recordou o dirigente. Antes de finalizar seu discurso, Sielichow enfatizou a importância do comércio para a economia, e das barreiras para o bom desenvolvimento do setor, como a substituição tributária. Em ano de eleição, o presidente lembrou a necessidade do “voto consciente”. “A corrupção está no DNA; ao escolhermos um representante, também escolhemos seu caráter. Há muita gente boa, basta saber escolher bem”, declarou. Antes de descer do palco, Sielichow foi homenageado pelo presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção, Acomac Porto Alegre, Arcione Piva, com uma placa registrando as felicitações à toda a diretoria. O prefeito José Fortunati proferiu algumas palavras, destacando as ações do Sindilojas em prol do comércio varejista. “Em nosso cotidiano, sempre há freios para o nosso futuro, mas o Sindilojas tem mostrado sua parceria com a Prefeitura. Juntos, trabalharemos no progresso!”. Fortunati ainda lembrou a Copa de 2014, que será no Brasil. “Porto Alegre será a melhor cidade-sede da Copa!”, declarou. O clima animado permaneceu durante todo o jantar, quando os convidados foram servidos por um cardápio especialmente elaborado para a noite. Antes de a banda The Travellers subir ao palco para convidar a todos para dançar, Lasier Martins propôs um brinde entre os presentes. Sem dúvida, uma noite para ficar na história do Sindicato.

Representantes de diferentes enƟdades presƟgiaram o jantar

Clima de confraternização marcou a noite

Vice-presidente Paulo Kruse e Senhora

Representantes da Brigada Militar

Ronaldo Sielichow e Moacir Schuster

Convidados lotaram o salão do Grêmio NáuƟco União

Presidente Ronaldo e Rita Chang

09


Finanças

Compartilhamento de POS é primeiro avanço Mudança reduzirá custos da operação de crédito para os varejistas.

A

partir de 1º de julho, as máquinas leitoras de cartão de crédito e débito (os chamados POS) terão leitura compartilhada. É o fim de balcões lotados de equipamentos, gerando uma mudança significativa com as credenciadoras e representando o primeiro passo para uma nova relação do varejo com as administradoras de cartão de crédito. A partir dessa data, um mesmo terminal poderá utilizar diversas bandeiras, o que irá reduzir custos de aluguel e de energia, resultando em maior competitividade. Segundo estimativas da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a economia com a unificação dos POS no País chegará a R$ 200 milhões para os lojistas. “A mudança trará a racionalização de espaços e a simplificação das operações”, comemora o presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow. Com a utilização de um mesmo equipamento, haverá uma disputa por parte das credenciadoras, o que pode trazer benefícios para o comércio. A orientação do Sindilojas é que o lojista negocie novos contratos sem fidelização e exija das administradoras a redução das taxas cobradas e do tem-

10

po entre a compra e a data em que o lojista recebe o dinheiro. “Durante o mês de julho, quando começa o compartilhamento, os comerciantes devem avaliar o funcionamento das máquinas, os custos de aluguel, a taxa de desconto e rescindir o contrato menos vantajoso”, explica o presidente da CNDL, Roque Pelizzaro Júnior, destacando que atualmente o mercado é dominado pelas empresas Redecard e Cielo. Outra boa notícia é que o governo irá tratar da regulamentação sobre as administradoras através de um projeto de lei, o que vai permitir maior controle e a punição aos abusos, como bitarifação e a cobrança de taxas sem justificativa para o consumidor. A decisão foi tomada no final de abril e agora o governo aguarda a proposta das administradoras para elaborar um projeto de lei para encaminhar ao Congresso. Também deve sair do papel a alteração da Resolução nº 3.518 do CMN, que beneficiou o consumidor em relação ao sistema bancário e agora irá tratar dos cartões de crédito, inclusive autorizando maior poder de controle ao Banco Central. “É um avanço. É preciso ampliar essa regulamentação”, afirma Pelizzaro. O presidente do Sindilojas concorda e alerta sobre a necessidade de reduzir os juros praticados pelas administradoras de cartões. “É um absurdo, é o mais eleva-

do do mundo”, destaca. Além disso, Sielichow cobra uma alteração sobre as regras de vendas através do cartão de crédito. “Quem compra em dinheiro não pode pagar o mesmo que aqueles que compram no cartão. No cartão, o lojista recebe somente depois de 30 dias e ainda tem que pagar uma taxa que pode chegar a 5% para a administradora. Para diluir esse custo, muitas lojas colocam essa taxa na planilha geral, o que impacta no preço das mercadorias”, conta o presidente do Sindilojas. Todas as medidas propostas têm o objetivo de tornar mais equilibrada a relação com as administradoras de cartões. Nessa cruzada, os lojistas contam com o apoio dos órgãos de defesa do consumidor, já que o cliente é considerado o elo mais sensível dessa cadeia. Ricardo Morishita, da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, também cobra uma regulamentação nacional para a indústria de cartões, ao invés da autorregulação proposta pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços. No início de junho, ele participou de uma audiência na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, que discute a Regulamentação dos Cartões de Crédito e Débito. Para se ter uma ideia da importância de novas regras para este mercado, em 2009 as irregularidades cometidas por operadoras de cartões de crédito e de débito foram responsáveis por 37% de todas as reclamações recebidas pelos órgãos de proteção do consumidor.


Relação Trabalhista * por Flávio Obino Filho

Liberdade de Horário – Duas Décadas de Lutas (Parte III) N

esta terceira etapa do resgate histórico da luta do SINDILOJAS pela liberdade de horário em Porto Alegre, encontramo-nos no ano de 1992. Nos meses de abril e maio daquele ano, empregados de 135 (cento e trinta e cinco) empresas, estas sob a coordenação do SINDILOJAS, se lançaram na tentativa de viabilizar acordos coletivos de trabalho com base no art. 617 da CLT. Ante a recusa do Sindec, Fecosul e Confederação dos Comerciários em assumirem a negociação com as empresas – o objetivo era a celebração de acordo coletivo de trabalho prevendo o trabalho aos domingos –, a coalisão de empregados, em cada uma das empresas envolvidas, prosseguiu a negociação, culminando com a celebração de acordos coletivos por empresa. Neste cenário, o SINDILOJAS anunciou a inédita abertura das lojas em Porto Alegre no domingo do dia 7 de junho de 1992. Há exatos dezoito anos. O Sindec ainda tentou na Justiça do Trabalho a obtenção de liminar propondo ação contra as 135 empresas que celebraram acordo. Lembro que naquela oportunidade defendemos (Flávio Obino Advogados) todos os lojistas associados sem custos. A liminar foi indeferida. Parece que foi ontem. A mobilização de lojistas e seus empregados comerciários, imprensa, empreendedores de shopping centers, movimentos de donas de casa e consumidores, e de outras associações civis, foi decisivo e o clima de festa se instalou na capital gaúcha nos dias que antecederam

a abertura. Na contramão, a DRT e a SMIC, pela imprensa, noticiaram que não reconheciam os acordos sem a participação do sindicato, e que autuariam as lojas que funcionassem com empregados no domingo. Feita a ameaça e sendo ela pública, ingressamos em nome do SINDILOJAS com mandados de segurança coletivos contra o Delegado do Trabalho e o Secretário da SMIC. Não obtivemos sucesso no primeiro, mas obtivemos liminar determinado ao Município que não autuasse ou multasse as empresas que funcionassem com empregados no domingo. Conseguimos, ainda, em algumas ações individuais – lembro de ter distribuído em um só dia 69 ações na Justiça Federal –, liminares para que a fiscalização do trabalho também fosse impedida de autuar empresas específicas. Por muitos anos repeti o escólio de Leo Hubermann (A História da Riqueza dos Homens) citado pela Desembargadora Marga Inge Barth Tessler – à época juíza – quando da concessão das liminares: “desde a época medieval, nas cidades onde os soberanos permitiam o livre comércio, é que o progresso e a riqueza floresceu”. Porto Alegre foi brindada com um domingo ensolarado e quente em pleno junho. Os deuses conspiravam a nosso favor. Em parceria com o SINDILOJAS organizamos plantões jurídicos nos shopping centers da Capital e no centro da cidade para atendimento ao lojista que abria as suas portas. Naquele dia acompanhei a movimentação no Praia de Belas. O estacionamen-

to do shopping e do Parque Marinha do Brasil foi pequeno para abrigar os carros dos consumidores, e as margens do arroio Dilúvio se transformaram em estacionamento. Dava gosto de ver o sorriso no rosto de consumidores que passavam a ter mais uma opção de lazer, dava gosto de ver a alegria de lojistas e comerciários vendendo e sendo retribuídos com receitas e comissões. Foi uma festa da cidade. No final da tarde, dois exércitos inimigos, reunindo cerca de 80 pessoas, se somaram aos consumidores na porta de entrada do Praia de Belas. Eram equipes de fiscais da DRT e SMIC. Vinham para autuar as empresas. Do alto dos meus vinte e poucos anos, de jeans e camiseta de física (hoje camiseta básica), me coloquei a frente dos fiscais da SMIC e com a liminar nas mãos bradei que qualquer atitude deles configuraria descumprimento de ordem judicial. Depois de muita conversa, os fiscais da Prefeitura se retiraram do local. Naquele dia a nossa equipe de advogados acompanhou todas as visitas feitas por fiscais do trabalho. Onde estivesse um fiscal, integrante da nossa equipe também estava presente. O 7 de junho é uma data a ser permanentemente comemorada. A abertura das lojas em Porto Alegre em um domingo foi uma vitória dos lojistas de Porto Alegre, uma vitória do SINDILOJAS, uma vitória da cidade, uma vitória do Rio Grande do Sul; e porque não dizer, uma vitória da CORAGEM DE FAZER. Advogado do escritório Flávio Obino Fº Advogados Associados obino@obinoadvogados.com.br

11


Especial

Novos registros, novos custos Mudança do Registrador Eletrônico de Ponto (REP) será obrigatória a partir de agosto.

O

s atuais registradores de cartão ponto ficarão obsoletos a partir de 21 de agosto de 2010, quando passam a valer as mudanças do Registrador Eletrônico de Ponto (REP) propostas pela Portaria nº 1.510, de 21 de agosto de 2009, do Ministério do Trabalho e Emprego. A medida é polêmica, pois impõe custo extra às empresas na compra dos novos equipamentos, além de gerar impacto ambiental, em função da expedição de pelo menos quatro impressões diárias em papel dos comprovantes de entrada e saída. A lei exige registro de horários aos estabelecimentos com mais de dez funcionários. Neste caso, o lojista tem as opções de retroceder ao antigo livro ponto ou ao controle mecânico, ou ter uma despesa de pelo menos R$ 2 mil em cada REP, sem contar o valor de manutenção. Alguns empresários chegam a cogitar

12

voltar ao livro ponto, em função dos altos preços do novo equipamento. Para fugir de mais esse custo, teriam que voltar ao passado nos processos internos de gestão. Como os controles estão informatizados, com o livro ponto, os dados teriam que ser digitados e lançados no computador. Um desperdício de tempo. Além do preço do aparelho, a manutenção também será cara e pode inviabilizar principalmente os empreendimentos menores, mais pressionados por taxas, impostos e outros custos. A portaria está sendo contestada na Justiça pelo Sindilojas através do escritório de advocacia Flávio Obino Filho e Advogados Associados. Até o fechamento desta edição, em 20 de junho, não havia sido julgada. Conforme o advogado Luiz Fernando dos Santos Moreira, responsável pelo pedido de liminar contra a


aplicação da portaria, o ministro Carlos Roberto Lupi extrapolou suas atribuições de regulamentar o sistema ao instituir mudanças significativas. “O ministro excedeu seu poder regulador, pois criou obrigações ao empregador, que não estão previstas em lei, atraindo o vício da inconstitucionalidade em relação ao conteúdo da portaria”, defende Moreira. “Alegamos ainda que o custo é muito alto, uma clara intervenção do Estado sobre a livre iniciativa, além de gerar um impacto ambiental significativo”, completa. “Passaremos de um sistema com menor impacto ambiental para outro que vai contra todos os princípios ecológicos, pois gera quatro cupons diários, desperdiçando papel e tinta de impressão. Se pensarmos nos problemas em relação à destinação do lixo e à aceleração do aquecimento global, a emissão dos cupons é ainda mais problemática”, alerta o presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow. Para o diretor de Recursos Humanos da rede de Lojas Colombo, Francisco Batista, a proposta é um contrassenso. “Em outras portarias, o governo obrigou as concessionárias de luz, água e telefone a fornecer quitação de débitos anteriores como forma de reduzir o acúmulo de papel. Nesse caso, o governo obriga a emissão de quatro tíquetes diários por trabalhador”, lembra. O presidente do Sindilojas considera eficaz o controle de acesso dos funcionários vigente e não vê razoabilidade do novo sistema. “Não há necessidade de troca. Até porque o trabalhador faz o controle e tem acesso às informações no comprovante mensal assinado por ele”, destaca Sielichow. Cabe ressaltar que algumas normas da portaria já estão em vigor desde sua publicação: no caso do registro eletrônico, não é permitida a marcação automática e não pode haver restrição à

marcação do registro por parte do empregador.

Lojistas calculam o impacto dos equipamentos nos custos Pequenos, médios e grandes lojistas estão calculando os gastos que terão com os novos equipamentos. Não há um valor padrão: vai de R$ 1,5 mil a até R$ 4 mil por Registrador Eletrônico de Ponto (REP). Na rede de lojas Colombo, “o investimento será pesado”, conta Batista. A estimativa inicial para suprir as 350 lojas e o administrativo é de 400 REPs, o que deve chegar a R$ 1,6 milhão, sem contar o contrato de manutenção, avaliado em torno de R$ 50 mil ao mês. Sobre as atuais máquinas, ele diz que devem ir “para o lixo”. Também a Tok não tem destinação para os equipamentos de ponto através de leitura biométrica que adquiriu há dois anos e que não terão mais utilidade a partir de 21 de agosto. Para atender às lojas e ao administrativo, a Tok deve adquirir pelo menos dez novos aparelhos. Apesar do prejuízo, a gerente administrativa da Tok, Cirlei Prodanov, considera um ponto positivo na portaria: como o REP não pode ser alterado, ele terá valor em caso de alguma disputa na Justiça, o que não acontece com os atuais sistemas de registro de ponto. “Ainda não temos a definição das mudanças, uma vez que voltar ao antigo relógio ou livro ponto seria um retrocesso, gerando um volume de trabalho e controle incompatíveis com a agilidade do mundo atual.

Por outro lado, adotar o novo sistema implica custos para o empresário e não protege de toda forma o colaborador”, assinala a gerente administrativa da Macosul, Luciane Benincá Morais, lembrando que haverá aumento de custos. “O aparelho necessita de atualização, além do valor da impressão diária dos comprovantes. Isso sem falar no custo ambiental acarretado pelo volume de papel utilizado”, considera. De acordo com pesquisas realizadas pela Macosul, o valor inicial estimado fica em torno de R$ 3 mil. Outro fator contestado em relação ao novo sistema é que no comércio a relação é diferente. “O comércio não funciona como uma fábrica, onde todos entram por uma catraca e são obrigados a registrar a entrada. Muitas vezes, o colaborador não registra sua entrada, por esquecimento ou desatenção, e, na nova modalidade, isso implica falta, uma vez que não é possível fazer a inserção de sua entrada”, lembra Luciane. Com 17 colaboradores, a Macosul trabalha com o cartão ponto. De acordo com a gerente, este é um método satisfatório porque é prático, seguro e de simples operação.

13


Desperdício de papel Há oito anos trabalhando na Fechosul, o vendedor externo da empresa Mateus Freitas Rosa considera que o novo sistema de controle do ponto vai gerar um desperdício de papel. Conexão - Você já trabalhou no tempo em que eram comuns o livro ponto e relógio ponto? O que achava dessas modalidades? Mateus Freitas Rosa - Sim, eram sistemas mais arcaicos. Conexão - Com o novo sistema, caso a Fechosul o adote, é expedido um comprovante de horário para o trabalhador. Você pretende guardar esses papéis? Mateus Freitas Rosa - É um desperdício de papel, ninguém vai guardar isso por muito tempo. Conexão - Levando em conta todas as empresas, não apenas a Fechosul, você considera que o comprovante do cartão ponto protege o trabalhador? Mateus Freitas Rosa - Não, porque existe um relatório mensal que é assinado pelo funcionário e isso basta.

14

Mudanças a partir de 21 de agosto: O REP deverá apresentar os seguintes requisitos: relógio interno de tempo real com precisão mínima de um minuto por ano com capacidade de funcionamento ininterrupto por um período mínimo de mil quatrocentos e quarenta horas na ausência de energia elétrica de alimentação; mostrador do relógio de tempo real contendo hora, minutos e segundos; dispor de mecanismo impressor em bobina de papel, integrado e de uso exclusivo do equipamento, que permita impressões com durabilidade mínima de cinco anos; meio de armazenamento permanente, denominado Memória de Registro de Ponto - MRP, em que os dados armazenados não possam ser apagados ou alterados,

direta ou indiretamente; meio de armazenamento, denominado Memória de Trabalho - MT, em que ficarão armazenados os dados necessários à operação do REP; porta padrão USB externa, denominada Porta Fiscal, para pronta captura dos dados armazenados na MRP pelo Auditor Fiscal do Trabalho; para a função de marcação de ponto, o REP não deverá depender de qualquer conexão com outro equipamento externo; e a marcação de ponto ficará interrompida quando for feita qualquer operação que exija a comunicação do REP com qualquer outro equipamento, seja para carga ou leitura de dados.


Milton Moraes

Tributos por Eduardo Plastina *

Substituição tributária Aquisições de mercadorias em estados que não possuem protocolo com o RS.

A

substituição tributária é uma técnica de tributação em que se atribui o dever de pagar determinado tributo a terceira pessoa, que, embora não tenha realizado o fato que origina a cobrança, se encontra obrigada a realizar o recolhimento tributário correspondente. A modalidade de substituição tributária que vem repercutindo cada vez mais sobre as mercadorias vendidas pelo varejo é aquela em que há a antecipação do pagamento do ICMS, isto é, na qual se estatui, normalmente ao fabricante ou importador de determinada mercadoria, o dever de recolher o tributo relativo a uma ou mais operações de venda que tendem a ocorrer em etapas posteriores da cadeia comercial. Essa substituição tributária, pela qual há a antecipação do pagamento do ICMS potencialmente devido nas operações posteriores, apresenta dois regimes de tratamento, conforme o local em que se der a aquisição de mercadorias: (i) o interestadual, que ocorre quando tais aquisições se dão em outros Estados que não o Rio Grande do Sul, mas que com este mantêm protocolo prevendo a substituição tributária; e (ii) o interno, que ocor-

re quando tais aquisições se dão no próprio Estado do Rio Grande do Sul (o que se poderia chamar de interno propriamente dito) ou, então, quando as compras ocorrem em outros estados, que não o Rio Grande do Sul, mas que não mantêm protocolo com este prevendo a mencionada substituição (o que se poderia chamar de subsidiariamente interno). Sempre que as aquisições de mercadorias ocorrem em outros Estados que possuem protocolo com o Rio Grande do Sul (substituição tributária interestadual) ou neste mesmo (substituição tributária interna propriamente dita), não há grandes complexidades para os varejistas: o fabricante ou importador, na condição de remetente, é o substituto tributário e, nessa condição, realiza o pagamento do ICMS correspondente a todas as etapas posteriores da cadeia comercial. Com isso, o lojista já recebe as mercadorias com o ICMS recolhido, não sendo necessário, quando da venda para o consumidor final, fazer qualquer destaque do tributo. Diferente, contudo, é quando a operação de aquisição de mercadoria submetida à substituição tributá-

ria se efetua em outro Estado, que não tenha protocolo firmado com o Rio Grande do Sul (substituição tributária subsidiariamente interna). Nessa hipótese, que merece toda a atenção por parte dos varejistas, embora a operação de circulação de mercadoria possa ser considerada interestadual, uma vez que a compra se dá fora do Estado, o tratamento tributário a toma como hipótese de substituição tributária interna, isto é, estabelece o dever de o próprio lojista realizar, quando da entrada das mercadorias no Rio Grande do Sul, o recolhimento do ICMS sobre todas as etapas posteriores. Em outras palavras, o varejista se torna o substituto tributário perante o Fisco, de modo que, ao adquirir mercadorias submetidas à substituição tributária em Estados que não possuam protocolo com o Rio Grande do Sul, deve, necessariamente, realizar, antes da entrada das mercadorias no território gaúcho, o recolhimento antecipado do ICMS sobre todas as etapas posteriores. Esse contexto deve ser observado detalhadamente pelos lojistas, pois muitas vezes acostumados a adquirir mercadoria de Estados que mantêm protocolo com o Rio Grande do Sul e a não se preocupar com o recolhimento do ICMS, que é efetuado pelo remetente, deixam de notar que, quando as compras se realizam em Estados não signatários de convênio, há o dever de eles próprios, na condição de adquirentes, atuarem como substitutos tributários, sob o risco de, em não o fazendo, serem autuados pelo Fisco gaúcho, com repercussões financeiras severas. Souza, Berger, Simões e Plastina - Advogados plastina@sbsp.com.br

15


Gestão

A arte de (saber) ser líder Em workshop realizado no Sindilojas POA, Eduardo Tevah reuniu representantes do comércio para falar sobre uma das atividades mais almejadas do varejo hoje: gerenciar uma empresa.

“O

cionado ao número de clientes que voltam”, enfatizou. Com relação à figura do gerente, Tevah deixou claro: “Liderança é exemplo. Não basta ser o melhor e ser egoísta. Um líder de sucesso tem um sentimento de gratidão pelas pessoas”. Prova disso é o gerente da Fechosul, Cláudio Henrique Santana. Ao término de 2006, ele foi contratado como colaborador da loja. A partir de experiências anteriores, Santana procurou saber melhor a respeito do produto comercializado e manter o foco no atendimento de qualidade. Um ano depois, foi promovido a gerente. “Vi que atingir as metas era algo que precisava ser levado a sério, pois era uma oportunidade que todos tínhamos que aproveitar”. Lembrando o ensinamento de Tevah, o gerente destaca que “palavras mágicas” como “por favor” e “obrigado”, além do uso do sentido coletivo “nós”, fazem toda a diferença para manter uma equipe unida. Ao longo do workshop, Eduardo Tevah também lembrou os três maiores desafios de um gerente

hoje: reter os melhores clientes, reter os melhores funcionários, e o lucro, como resultado dos dois primeiros. Com isso, revelou o perfil do “líder diamante”: aquele que alia alta capacidade técnica à alta capacidade humana. Para a gerente da Ky Bella Biju, Verônica Engel, o workshop foi um processo de reciclagem. “Tudo o que ele falou está de acordo com a realidade do mercado hoje”. Como um dos principais aprendizados, Verônica destaca a importância em saber trabalhar com o incentivo dos colaboradores. “Não raro, o gerente cai no esquecimento da motivação, mantendo uma atitude automática de apenas cobrar as vendas, e se esquece de mostrar à equipe que o bom desempenho traz resultados positivos para todos”. O sucesso do workshop foi tamanho que a procura resultou em uma segunda edição promovida pelo Sindicato em parceria com a Acomac (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção) Porto Alegre, no dia 8 de junho.

Eduardo Tevah realizou dois workshops para empresários

Foto: Carmel Mostardeiro

16

gerente é a vida de uma loja”. Esta foi uma das afirmações a que Eduardo Tevah recorreu para definir a importância do responsável pela gestão de um empreendimento. Convidado pelo Sindilojas Porto Alegre para ministrar o workshop “A arte de gerenciar uma loja”, Tevah reuniu gerentes, colaboradores e empresários em evento lotado no dia 17 de maio, realizado no auditório Henrique Gerchmann. Iniciando com um bate-papo descontraído, o empresário procurou conhecer melhor o público, formado por varejistas de diversos segmentos, entre os quais informática, material de construção, cama, mesa e banho, moda infantil e acessórios, para citar alguns. Eduardo Tevah sanou dúvidas frequentes entre profissionais do setor varejista, apresentando dicas e fórmulas para aprimorar o negócio. Por outro lado, também lembrou que a realidade do comércio hoje é muito diferente em relação aos anos anteriores, classificando-a como “um momento darwiniano, pois nunca o varejo esteve submetido a tanta concorrência”. E alertou: agilidade é uma questão essencial. Citando autores que são referência em liderança, como Stephen Covey, John Maxwell e Zig Ziglar, o empresário apresentou passos importantes para manter um negócio saudável e discursou sobre a fórmula de uma loja vencedora: capacidade de atração, conversão e retenção, sendo este último fator referente à seguinte pergunta: dos clientes que compram em sua loja, quantos voltam? “O sucesso de uma loja está cada vez mais rela-


Conecs

I Fórum Conecs Ao assumir o Conselho, Sindilojas está à frente de uma das questões vigentes no comércio atual: os shopping centers. Fotos Carmel Mostardeiro

Palestrantes responderam às dúvidas do público durante o fórum

N

o dia 25 de maio, o Sindilojas Porto Alegre promoveu uma coletiva de imprensa para oficializar a posse de Ronaldo Sielichow como novo presidente do Conselho Nacional de Entidades do Comércio em Shopping Centers (Conecs). O desafio anima o dirigente: “É uma tarefa árdua, mas, quando estamos bem acompanhados, isso nos motiva muito, traz felicidade e reforça nossa responsabilidade”.

Pelo próximo ano, Sielichow assume o cargo então ocupado pelo empresário Roque Pelizzaro Jr., também presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). No Rio Grande do Sul, entidades como a Associação do Comércio de Joias, Relógios e Óptica do RS (Ajorsul) e a Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), bem como os Sindilojas do interior do Estado, já manifestaram seu apoio a esta nova empreitada do Sindicato. “O Conselho é o caminho para a solução dos principais problemas enfrentados no setor hoje”, afirmou Sielichow, revelando que a estratégia inicial será aumentar o apoio de outras entidades. “No Brasil hoje é união e pressão por uma causa justa”. O dirigente espera que haja uma conscientização dos shoppings para obter um melhor diálogo com as empresas administradoras. No caso de Porto

Alegre, ele alega haver “muitas insatisfações que precisam ser mais bem avaliadas”. Na coletiva, também estiveram presentes a presidente da Aloshop Jardins do Sergipe, Gilza Góes; o presidente da Aloshop do Sergipe, Ricardo Galdino, o vice-presidente do Sindilojas Rio de Janeiro, Juedir Teixeira e o participante do conselho, Wilson Rodrigues de Oliveira. Todos alertaram para a urgência em conscientizar os deputados para que haja uma lei mais justa em relação ao comércio de shoppings. “Quando existe uma relação desequilibrada, há a necessidade da intervenção do Estado para que não haja abuso de todas as partes”, declarou Juedir Teixeira. Atualmente, apenas 18% do comércio varejista está concentrado em shopping centers. Os dirigentes alegam que mais de 70% dos comerciantes desejam ingressar nestes complexos, não raro por motivos como segurança. À tarde, foi realizado o I Fórum Conecs, com o tema “Nova Lei do Inquilinato e Relação com Locadores”, no Hotel Plaza São Rafael. Varejistas puderam ouvir o relato do presidente do Sindilojas de Belo Horizonte, Nadim Donato (foto abaixo). A entidade encabeça uma ação contra o Diamond Mall, shopping que lesou seus lojistas em um total de R$ 36 milhões ao longo de 10 anos. Ao longo da tarde, o público ainda ouviu a palestra do assessor jurídico do Conecs, Dr. Mario Cerveira Filho, do escritório Cerveira, Dornellas & Advogado Associados, “Como Perder sua Loja”. O especialista esmiuçou as principais dificuldades enfrentadas pelos comerciantes com lojas em shopping centers e as armadilhas das mudanças na Lei do Inquilinato. Ao longo de toda sua fala, o advogado frisou: “Leiam seus contratos”, essa atitude pode evitar uma série de incômodos, já que, apesar de todas as iniciativas, o equilíbrio nas relações entre empreendedores e lojistas está longe de acontecer. A batalha ainda será longa.

17


A Copa da Minha Vida

Seleção de curiosidades Os jornalistas Daniel Oliveira e Sílvio Benfica colecionam histórias surpreendentes extracampo.

C

om mais de uma década de carreira no mundo dos esportes, Daniel Oliveira já viajou por toda a América do Sul cobrindo jogos, tanto pela seleção brasileira quanto por times locais. Narrador esportivo e apresentador da Rádio Bandeirantes de Porto Alegre, Oliveira foi um dos jornalistas responsáveis pela cobertura da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. Durante pouco mais de um mês, ele fixou-se na cidade de Munique, terceira maior da Alemanha e famosa por sediar a tradicional Oktoberfest, que celebra sua versão gaúcha anualmente em municípios como Santa Cruz do Sul. Num fuso horário que contava cinco horas a mais – assim como acontece agora no mundial da África do Sul –, Oliveira acordava cedo para conhecer a cidade, captar informações

e acompanhar mais de perto o cotidiano de seus habitantes. “Na hora de fazer o programa, já estava tudo pronto”. Com uma equipe de mais três jornalistas gaúchos, Oliveira apresentava a pré-jornada – informações direto do campo, momentos antes de a partida começar –, o intervalo e o pós-jogo, além de participar das duas edições do Atualidades Esportivas, do Apito Final e do Band Esporte Show. Que a cobertura jornalística em eventos como a Copa do Mundo é sempre uma correria, isso não é novidade para quem atua na área. Surpresa, porém, foi o fato de o Brasil ter sido derrotado justamente em um dos Mundiais em que era visto como o favorito. Ao perder para a França, a seleção canarinho nem mesmo chegou à final, que teve a Itália como campeã. “Quando o Brasil sai vitorioso, certamente a reArquivo Pessoal

percussão é muito maior. Mesmo assim, a derrota não interferiu no nosso trabalho, porque seguimos até o final. De todo modo, foi uma surpresa, pois tínhamos um bom time”, recorda Oliveira. Um dos momentos inusitados que ele guarda entre as lembranças do Mundial não envolve a seleção brasileira, mas sim um time de torcida igualmente forte no Rio Grande do Sul: o Grêmio. Em raro momento de descanso, Daniel Oliveira foi a uma loja de souvenirs – as tradicionais lembrancinhas – quando a conversa em português com os demais colegas despertou a atenção de um alemão que passava no local e que igualmente começou a falar português. Ao perguntar sobre a fluência no idioma, Oliveira acabou por descobrir que o alemão já havia morado no Brasil, em 1995, tendo sido dono de um restaurante em Natal (RN). Passados dez anos, o alemão ainda recordava a escalação completa do Grêmio de 1995, pois simpatizava muito com o time, ainda que sua casa brasileira fosse um pouco distante do solo gaúcho. O resultado? “Acabei fazendo uma entrevista, pois era algo realmente raro: um alemão, que havia morado no Brasil há dez anos, em Natal, e que torcia pelo Grêmio!”.

Em meio à cobertura, Daniel encontrou em uma loja de souvenirs, um germânico apaixonado pelo Brasil e pelo Grêmio

18


Histórico de sorte

Silvio Benfica é um privilegiado. Em 40 anos de rádio, dos quais 26 pela Gaúcha, ele teve a oportunidade de cobrir quatro mundiais. O fato não teria nada de especial, não fosse um pequeno detalhe: em todas as ocasiões, ele acompanhou de perto o passo a passo da seleção brasileira. Durante o campeonato, não raro os jornalistas precisam se dividir entre as demais seleções, ou passam boa parte do tempo concentrados nos centros de imprensa. Benfica não. Ele ficou lado a lado com os jogadores brasileiros inte-

gralmente nas Copas de 1994, nos Estados Unidos; 1998, na França; 2002, na Copa Japão/Coreia e 2006, na Alemanha. Das quatro coberturas que realizou, em duas delas o Brasil foi campeão. Cada experiência remete a uma lembrança. Porém, quando perguntado sobre qual experiência mais lhe marcou, Benfica é rápido: “A primeira”. Segundo o jornalista, isso se deve ao fato de acompanhar a seleção de perto, pela primeira vez, poder entrevistar os jogadores e, ao final de tudo, a vitória ser brasileira.

Estava com celular em mãos, conectado à rádio, quando o vi (Pelé) junto aos caminhões de externa da Rede Globo, pois ele era comentarista. Aproximei-me e fiz uma entrevista exclusiva!

Do mesmo mundial, Benfica ainda registra outro fato inédito: uma entrevista exclusiva com o rei do futebol, Pelé. “Estava com celular em mãos, conectado à rádio, quando o vi junto aos caminhões de externa da Rede Globo, pois ele era comentarista. Aproximei-me e fiz uma entrevista exclusiva!”, conta o jornalista. Vale lembrar que, em 1994, o celular era um privilégio para poucos, e importante ferramenta de comunicação. “Foi o primeiro trabalho que fiz com este aparelho; naquela época era uma novidade. Hoje, sabemos que é algo extremamente comum”, avalia Benfica. Na revolução das tecnologias entre as Copas que presenciou, ele constata que, na de 2006, “tudo era mais fácil”. Decidido a focar-se em trabalhos internos, Benfica tem investido não apenas nos programas que tradicionalmente apresenta pela rádio, mas também no “Studio B”, série de reportagens com astros do futebol e do jornalismo, relembrando passagens importantes na história do esporte. O primeiro vídeo do projeto teve como convidado o jornalista Lauro Quadros, falando sobre a Copa de 1962, no Chile, em que atuou como repórter. As demais entrevistas podem ser conferidas através do site www.clicrbs.com.br, link Esportes. A respeito de 2014, ele diz achar importante o Brasil receber uma Copa mais de 60 anos depois de ter sediado pela primeira vez, em 1950. No entanto, alerta para os cuidados com a estrutura. “Mais importante do que investir nas mudanças é fazer com que a infraestrutura permaneça depois. Torço para que tudo dê certo”. Como exemplo a ser seguido para a Copa do Brasil, ele cita a Alemanha. “É um país que certamente não precisou se preocupar tanto com questões relacionadas à segurança e à infraestrutura como nós precisaremos, mas a referência é sempre válida”, destaca.

19


Entrevista

A cara do Rio Grande Advogado por formação e jornalista de coração, Lasier Martins é um dos símbolos da comunicação gaúcha há mais de quatro décadas.

20

Carisma. Esta é a qualidade que melhor define Lasier Martins, um dos rostos e vozes mais conhecidos pelo Rio Grande do Sul. Natural do município de Vale Verde, situado entre Santa Cruz do Sul e Rio Pardo, filho de agricultores, passou boa parte da infância em Montenegro, município que hoje integra a Região Metropolitana de Porto Alegre. Na adolescência, aos 15 anos, Lasier Martins fez seu primeiro contato com o mundo do rádio: foi locutor do serviço de alto-falantes no Ginásio, equivalente aos últimos anos do Ensino Fundamental. Aos 16, atuou na Rádio Montenegro, criando o programa diário “Esportes no Ar”. O trabalho com o universo dos esportes continuou ao transferir-se para Porto Alegre, em 1960, aos 17 anos, atuando como repórter esportivo na Rádio Difusora, hoje Bandeirantes.

Ainda que o Jornalismo tenha estado presente desde cedo em sua vida, a escolha na hora do vestibular levou Lasier Martins a optar pela Faculdade de Direito, cursada na UFRGS e concluída em 1967. Mesmo exercendo a advocacia durante 23 anos, ele mesmo afirma que “as experiências profissionais maiores estão no rádio e telejornalismo, o que nunca abandonei desde os 16 anos”. Sua carreira inclui 24 anos e meio na Empresa Caldas Júnior, onde passou pela Rádio e TV Guaíba, além do Jornal Correio do Povo. Hoje, Lasier Martins também soma 24 anos de carreira no Grupo RBS, atuando desde o início na Rádio Gaúcha e há 23 anos na TV – 12 dos quais como âncora do Jornal do Almoço e há mais de 10 como comentarista no mesmo programa –, e há 13 na TVCom, canal de programação exclusivamente local, também pertencente ao Grupo. Sobre não ter cursado a Faculdade de Jornalismo, Lasier Martins não hesita: “A vida profissional me ensinou o suficiente para trabalhar no ramo”. Nesta entrevista, economia, Copa do Mundo e política são apenas alguns dos temas abordados por este jornalista de coração.


especialista em futebol. Mas, anConexão Varejo - Qual o motes de 1978, cobri toda preparamento mais marcante de sua ção do Brasil para as copas de carreira? 1966, 1970 e 1974 - permaLasier - Foram vários os monecendo nas cidades brasileiras mentos marcantes, entre eles a onde a seleção se preparava. cobertura do período pré-guerra do Golfo, em 1990, quando fiConexão Varejo - Como pesquei um mês entre a Jordânia e soa pública, de que forma você Israel. Foi uma experiência dura, lida com o assédio dos telespecpelas dificuldades da cobertura, tadores? mas de muito aprendizado e reLasier - É confortador receber o flexões sobre a vida e a profissão. constante apoio do telespectador Entre as quatro Copas do Mundo por aquilo que de Futebol que se prega ou opicobri, foi marcanEspero que os na. Mas a função te a presença na candidatos majoritários é árdua diante Copa da Espada avassaladonha, em 1982, sejam claros no anúncio ra demanda de quando recebi de seus programas pedidos de auxío Prêmio Ari de de governo, expondo lios para resolver Jornalismo pelo problemas que programa diário projetos concretos, e não as pessoas não que fazia de lá, o divagações, para depois conseguem pelos “Guaíba no Munmeios normais. A do da Copa”, um podermos cobrar o que imprensa é hoje grande programa não for atendido. a esperança dos de variedades deserdados da sobre a vida na sorte, que não Espanha. Conconseguem soluções nas instituivém lembrar que antes de entrar ções. O profissional de imprensa no Jornal do Almoço, fui cronista se deprime por não poder atender esportivo durante 27 anos. Ousequer metade dos apelos poputros momentos marcantes: série lares, diários. de reportagens para a RBS TV, na China, em 1998, sobre o controConexão Varejo - Sobre o le da natalidade, educação, entre programa Gaúcha Debates pelo outros temas naquele país. IgualRio Grande: quais as demandas mente, uma série de reportagens mais urgentes das cidades visina França, em 1998, sobre a tadas até o momento? culinária local, sobre a educação Lasier - Os debates do Rio no país, etc. Grande têm permitido entender as qualidades e dificuldades de Conexão Varejo - Fale sobre todas as regiões do Estado. Mas os mundiais que você cobriu e o a primeira queixa de todos os que recorda destas experiências. municípios é sobre a carência de Lasier - Diretamente no país, gente capacitada para contratar. cobri as Copas da Argentina, em Falta mão de obra qualificada 1978; Espanha, em 1982; Méxinesta época em que a competico, em 1986; e, Itália, em 1990, tividade é grande, a qualidade é ano em que me despedi da crôniuma exigência inadiável e a busca esportiva, comentando a final ca de profissionais criativos e inoentre Alemanha e Argentina, em vadores se impõe. Outra queixa é Roma. Meu diretor na RBS entencontra o abandono dos governos dia que para ser âncora do Jornal à infraestrutura no Interior: estrado Almoço precisava ser um jordas ruins, perigosas; a falta de nalista-generalista, e não apenas

saneamento básico nos municípios; falta de indústrias e falta de cursos profissionalizantes. Conexão Varejo - Como você avalia hoje o cenário econômico do Rio Grande do Sul? Lasier - A economia do RS está vindo de um longo período de mediocridade, à exceção da produção primária, que vem “salvando a lavoura”. Mas agora, com novos investimentos, começa a retomar o desenvolvimento, principalmente em função do Polo Naval, em Rio Grande; duplicação da General Motors, em Gravataí; expansão da Marco Polo e Randon, em Caxias do Sul; a produção de vinhos e espumantes, no Vale dos Vinhedos; a Usina termoelétrica a carvão, em Candiota; a exploração da Energia Eólica, em Osório; a BS Bios, em Passo Fundo; a produção de soja, milho, arroz, trigo, carnes, leite, em vários setores do Estado. Conexão Varejo - O que você espera das eleições deste ano? Lasier - Espero que os candidatos majoritários sejam claros no anúncio de seus programas de governo, expondo projetos concretos, e não divagações, para depois podermos cobrar o que não for atendido. E, no plano das eleições proporcionais, que haja uma grande renovação de nomes, afastando-se 60% de deputados que nada fizeram de produtivo para a sociedade. Conexão Varejo - Como a mídia pode auxiliar nas escolhas dos eleitores? Lasier - A mídia pode auxiliar conscientizando o eleitorado a procurar candidatos que tenham histórico como pessoas preparadas, que tenham espírito público e já tenham mostrado competência em algum empreendimento importante, que sejam notoriamente pessoas honestas.

21


Sindinews

Meio século

Versão 2010 A equipe de colaboradores do Sindilojas POA está de uniforme novo. Os ternos femininos ganham a companhia de elegantes vestidos, ampliando as opções de vestimenta para as mulheres.

Lojistas associados ao Sindilojas Porto Alegre não precisam recolher a cota do empregador da contribuição previdenciária incidente sobre o prévio indenizado em caso de demissão. Em sentença inédita no Estado, foi confirmada liminar que já previa a situação. A decisão reconhece ainda que os lojistas também não são obrigados a reter a parcela do tributo descontada do trabalhador. Segundo a juíza federal Elisângela Simon Caureo, que julgou a ação, “o aviso prévio indenizado não pode ser incluído na base de cálculo da contribuição do empregador por não constituir rendimento do trabalho, mas indenização pela dispensa imediata”. O ajuizamento da ação é fruto da parceria entre os escritórios Flávio Obino Fº Advogados Associados e Souza, Berger, Simões e Plastina Advogados. A ação ainda está em primeira instância e, portanto, não é definitiva. O Sindilojas recomenda que os empregadores provisionem as quantias referentes à contribuição.

Interesse de todos Em Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 16 de junho, foi aprovada, por unanimidade, a realização da edição 2010 da campanha Vale Mais Comprar Aqui. Os benefícios e premiações que mobilizaram o varejo e o mercado porto-alegrense no ano passado prometem ampliar seu sucesso nos próximos meses. Foto: Carmel Mostardeiro

A Flávio Obino Fº Advogados Associados figura na publicação Advocacia 500 – a mais conceituada do setor – , dentre as sociedades de advogados que atuam exclusivamente com direito do trabalho, como a com mais processos e advogados na Região Sul, e a quarta em processos no Brasil. Este é um importante reconhecimento do trabalho da Sociedade, que comemora, neste ano, 50 anos. O Sindilojas POA foi um dos primeiros clientes do escritório. Para marcar a data, a Flávio Obino organizou um ciclo de palestras para seus clientes, que ocorrerá durante o ano. O primeiro evento – talk show comandado por Flávio Obino Filho – foi realizado no dia 24 de maio e teve como convidado o presidente do TRT da 4ª Região, desembargador Carlos Alberto Robinson.

Sindilojas obtém vitória em ação judicial

Reconhecimento Souza, Berger, Simões e Plastina é escolhido um dos escritórios mais admirados do Brasil, em pesquisa realizada pela revista Análise Advocacia. A publicação relacionou os 500 escritórios mais admirados, dentre os quais foi apontado o escritório Souza, Berger, Simões e Plastina Advogados, como havia ocorrido no ano anterior.

Sindilojas Porto Alegre em Xangai

22

Setenta milhões de pessoas devem visitar a Expo Xangai, na China, durante os seis meses de duração do evento. A feira, que tem como tema “cidade melhor, vida melhor”, selecionou 55 cidades do mundo para ocupar um espaço destinado às melhores práticas urbanas. Do Brasil foram apenas duas, e Porto Alegre foi escolhida devido às suas ações de governança solidária. O presidente do Sindilojas, Ro-

naldo Sielichow, e o vice-presidente de Comunicação e Marketing, Paulo Penna Rey, foram os representantes do Sindilojas na comitiva da Capital gaúcha. Eles prestigiaram o “Dia de Porto Alegre”, em 5 de junho, no estande futurista e interativo do município, e também participaram de encontros e rodadas de negócios, visando estreitar as relações comerciais entre os dois países.

Paulo Penna Rey, José Fortunati e Ronaldo Sielichow


Diretoria Sindilojas Porto Alegre Gestão 2010/2014

Ronaldo Sielichow Presidente

Paulo Kruse Vice-Presidente

Daniel Casais Vice-Presidente Administrativo

Marco Antonio Belotto Vice-Presidente Financeiro

Sergio Galbinski Vice-Presidente de Relações de Trabalho e Comunicação

João Rodrigues Vice-Presidente Comercial

Arcione Piva Vice-Presidente de Relações Políticas e Institucionais

Paulo Penna Rey Vice-Presidente de Comunicação e Marketing

Antonio Gomes Diretor de Comunicação e Marketing

Roni Zenevich Diretor Administrativo

Augusto Hecktheuer Diretor Financeiro

Tarcísio Pires Diretor Comercial

Antonio Sanzi Diretor de Relações Políticas e Institucionais

Vladimir Machado Diretor de Relações de Trabalhos e Capacitação

Alécio Langaro Ughini Diretor Suplente

Eduardo Igor Diretor Suplente

Gustavo Schifino Diretor Suplente

Irio Piva Diretor Suplente

José Galló Diretor Suplente

Manoel Motyl Diretor Suplente

Marivaldo Tumelero Diretor Suplente

Mauro Suslik Tornaim Diretor Suplente

Moacir Sibemberg Diretor Suplente

Nádia Regina Almeida Diretora Suplente

Nelson Jawetz Diretor Suplente

Ricardo De Conto Diretor Suplente

Silvio Sibemberg Diretor Suplente

Vilson Noer Diretor Suplente

José Rodrigues Diretor Adjunto de Economia e Estatística

Luiz Caldas Milano Diretor Adjunto de Relações Sindicais

Lídio Ughini Conselho Fiscal

Wilson Scortegagna Conselho Fiscal

Alcides Debus Conselho Fiscal

Carlos Schmaedecke Suplente do Conselho Fiscal

Hermes Queiroz Suplente do Conselho Fiscal

Orisvaldino Magnus Scheffer Suplente do Conselho Fiscal


Responsabilidade Social

Pedalando por um mundo melhor Além de uma opção saudável, as bicicletas ajudam a proteger o meio ambiente.

C

omo estimular as pessoas a terem uma vida saudável e, ao mesmo tempo, reduzir a emissão de gases do efeito estufa? Há muitas formas, mas uma bem simples e eficaz é instalar um bicicletário em frente à loja ou junto ao estacionamento de automóveis. A bicicleta é um meio de transporte limpo, saudável e que ganha novos adeptos a cada dia. Somam pontos com o consumidor esclarecido os empresários que enxergarem as vantagens de ter a marca da loja associada ao estímulo da qualidade de vida. “A bicicleta é uma questão de saúde, mas principalmente ecológica, ambiental, o que aumentou muito o uso do equipamento em nível mundial”, assinala o proprietário de uma loja de peças para bicicletas, Mauro Gotler. Ele, que é um entusiasta das duas rodas, tendo inclusive criado grupos de passeios à noite pela cidade, destaca que é possível instalar um estacionamento para três a cinco bicicletas a um custo entre

24

R$ 200 e R$ 400 “É um investimento baixo que dá um bom impacto e retorno e traz segurança”, explica Gotler. Além do valor relativamente baixo, há ainda a facilidade de encontrar o bicicletário pronto no mercado. É só pesquisar. Marcas como Oficina do Açaí, Todo Saúde, Subway e Panvel já têm bicicletários em algumas unidades. No caso da Panvel, o espaço fica na loja especializada em qualidade de vida, localizada em frente ao Parcão, na Avenida 24 de outubro. A maior parte dos shoppings de Porto Alegre mantém uma área especial para quem quer utilizar o transporte mais saudável. É o caso do Praia de Belas Shopping, que instalou um bicicletário há dez anos. Também o BarraShoppingSul mantém uma área reservada para as bicicletas, além de ter implementado um trecho cicloviário na Avenida Diário de Notícias. Recentemente, o Moinhos Shopping aderiu à iniciativa. Atualmente, além do espaço de

cerca de três quilômetros da Avenida Diário de Notícias, os ciclistas dispõe dos corredores da 3ª Perimetral e da Cascatinha, além da Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), aos domingos e feriados. Essa falta de espaço adequado faz com que apenas 2% das viagens diárias sejam feitas de bicicleta, enquanto nas cidades sustentáveis o índice chega a 20%, informou o diretor-presidente do Centro de Transporte Sustentável, CTS-Brasil, Luis Antonio Lindau, durante a inauguração do bicicletário do Moinhos Shopping. Ciclistas amadores e profissionais esperam que a lei que institui o Plano Diretor Cicloviário de Porto Alegre, sancionada em julho de 2009, saia do papel. A lei prevê a criação de condições de engenharia de tráfego para a construção de novos trechos de ciclovias na Capital. Quando concluída, a iniciativa beneficiará cerca de 200 mil habitantes em 495 quilômetros projetados para servir de deslocamento dos adeptos das duas rodas.


Artigo por Claudio D’Avila*

Criar diferenciais significativos! T

alvez o grande desafio do varejista atual seja o de transformar sua empresa em única na percepção do consumidor. Michael Porter, o pai da estratégia, fala que a preocupação principal das empresas não deve ser em vender cada vez mais, mas em serem únicas na percepção dos consumidores. Sem dúvida, o cenário mundial nos leva a crer que muito poucas empresas podem garantir sua posição apenas pensando em geração de receita, e cada vez mais as vantagens duradouras são extremamente difíceis de serem alcançadas. Durante muito tempo, a qualidade e a variedade dos produtos que vendíamos garantiam boa parcela do sucesso de nossas organizações e nos induziam a um crescente aumento de estoque totalmente justificado pela condição de escolha proporcionada ao consumidor. Hoje, chegamos à dura conclusão de que a grande igualdade na variedade de produtos oferecida aos consumidores chega a confundi-los no processo de tomada de decisão de compra. Ora, os produtos (bens e serviços) que comercializamos são cada vez mais parecidos em seus aspectos funcionais; contratamos também pessoas semelhantes dentro de um padrão de mercado, desenvolvemos estratégias de comunicação baseadas na concorrência, o layout de nossa loja é muito semelhante ao das demais e ainda assim queremos ser reconhecidos como únicos e especiais. Como sair dessa situação? Lembre-se de que nossa loja nas-

ceu para atender o mercado, e de que a percepção do consumidor é que faz a diferença. O varejo apresenta, diante de tantos aspectos, um que parece inquestionável: nosso sucesso no atendimento dos anseios do consumidor deve refletir em nosso caixa. Trabalhe bem sua marca, pois talvez este seja o único atributo que é unicamente seu. Crie para ela uma identidade única formada por associações positivas que possam distingui-la das demais. Pense também em um posicionamento claro (custos ou diferenciação) para que o consumidor não tenha dúvida de sua proposta de valor. Lembre-se de que todas as ações de sua empresa devem refletir este posicionamento. O consumidor estar inseguro e não ter a certeza daquilo que pode encontrar em seu estabelecimento pode significar um problema. Não esqueça que as pessoas recebem informações através dos sentidos e que é necessário pensar o trabalho sensorial na sua marca, como aroma, tato, cor, etc. Esses itens podem ser decisivos no processo de diferenciação. Hoje não podemos mais reconhecer nosso cliente por sua renda, idade ou local de origem, mas sim analisando suas ações. As variáveis demográficas e geográficas

perdem importância diante do comportamento e de variáveis psicológicas. Reconhecer clientes significa entender de comportamento e de pessoas. Lembre-se de que grande parte dos consumidores compra produtos direcionados prioritariamente para outras faixas de renda que não a sua (trading down e trading up – fenômeno de consumo que representou um terço de todo mercado norte-americano nos últimos anos). Ser diferente para esse consumidor significa pensar que a qualidade do produto (bens e serviços) é apenas o ponto de partida, pois devemos criar para ele uma experiência única, inigualável, gerando memórias. Este pode ser um novo conceito de valor: o de criar experiências únicas que gerem memórias significativas na mente do consumidor. Devemos desenvolver nossa loja pensando que a grande diferença vai estar relacionada aos aspectos emocionais e de autoexpressão. Não podemos mais vender produtos: devemos vender emoções. Devemos pensar nosso varejo e nossa empresa como se fossem uma obra de arte, pensada nos detalhes e construída com muita emoção. *Consultor especialista no Varejo. Economista e Mestre em Economia de Empresas

25


Associadas

A

Ferragem Thony foi fundada em 1972, mas é administrada pela família Oliveira desde 1978, quando os irmãos Orlando e Sérgio adquiriram o empreendimento. Hoje, os filhos deles, Ricardo e Juliane, respectivamente, também auxiliam na administração do negócio. Com aproximadamente 15 mil itens, a Ferragem Thony agrega entre suas conquistas o crescimento sustentável, a construção de relacionamentos, o reconhecimento e o desenvolvimento contínuo.

A Thony conquistou seu lugar no segmento de materiais de construção através do atendimento, da disponibilidade dos produtos e dos preços competitivos. “Não investimos muito em propaganda, mas na experiência de compra, obtendo como resultado a indicação espontânea de nossa loja pelos clientes”, explica Ricardo Oliveira, responsável pelo desenvolvimento da marca. Segundo o empresário, o Sindilojas é fundamental no que diz respeito à mobilização e

Fotos Divulgação

Ferragem Thony

Loja tem aproximandamente 15 mil itens ao diálogo com lideranças, além dos serviços oferecidos pelo Sindicato, que contribuem para a qualificação do comércio varejista de Porto Alegre. Este ano, a Thony pretende investir em

novas ações no ponto de venda, além de um sistema de gerenciamento de estoque com coletores de dados, entre outros projetos. Já em 2011, a meta é expandir a empresa através de filiais.

Luz da Lua

B

olsas e sapatos. Acessórios que fazem a cabeça de boa parte da população feminina. Com a proposta de desenvolver produtos diferenciados para o mercado da moda, a Luz da Lua surgiu em 1993, fundada pelo empreendedor do ramo do couro Celso Antônio Jorge, no município de Novo Hamburgo, Região Metropolitana de Porto Alegre.

26

A marca permanece sob a administração de Jorge e sua família, mas hoje se faz presente em toda a região Sul, além de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e Pernambuco. Ao todo, são 25 unidades de negócio, e a meta para este ano é inaugurar mais dez. Internacionalmente, a Luz da Lua também marca presença em mais de 20 países, tais como Alemanha, Canadá, China, Emirados Árabes, Estados Unidos, França, Inglaterra, Israel, Itália, Japão e Nova Zelândia. “A relação íntima entre as mulheres e as bolsas e calçados é um dos segredos da alma feminina, e a relação entre estas mulheres e a

Empresa tem por objetivo a qualidade dos produtos marca sempre foi muito bem trabalhada, criando uma fidelidade com a consumidora”, explica a gerente geral de Varejo e Franquias da Luz da Lua, Elizabete Salles. O sistema de franquias da marca começou em 2006, com a abertura das lojas nos shoppings Iguatemi e Moinhos, na Capital, que serviram de projeto piloto. Foi a partir de 2008 que a empresa realmente investiu no

processo de expansão da marca com o objetivo de garantir a qualidade do ponto de venda. Segundo Elizabete, o Sindilojas é fundamental no apoio e desenvolvimento do comércio local. “Seja para fornecer informações como para orientar os lojistas em caso de dúvidas, o Sindicato é extremamente importante para a categoria no que diz respeito à defesa dos interesses da classe”.




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.