Conexão Varejo - Maio/2010

Page 1

Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto alegre/RS

Nº 26 maio/2010

Espaço Conecs Conselho Nacional de Entidades do Comércio em Shoppings Centers na pauta do 26º Encontro Nacional

Entrevista Roque Pellizzaro Júnior fala dos avanços do setor e faz previsões para o varejo.

2010

Segundo semestre promete ser movimentado no varejo




Sumário

05 06

Opinião

Tributos

Mercado

Gestão

Tudo pode ficar sempre melhor.

O Dia dos Namorados e a Copa prometem movimentar o varejo.

Parcelamento de dívidas tributárias de ICMS.

A importância do endomarketing.

Entidade

Auditório Henrique Gerchmann é inaugurado.

Copa da Minha Vida

07 08 10 11 12

Desenvolvimento Humano Por que é difícil garantir bom atendimento?

Os jornalistas Pedro Ernesto Denardin e Haroldo de Souza contam suas experiências em coberturas do mundial.

Espaço Conecs

Entrevista

Conselho esteve na pauta do Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Roque Pellizzaro Júnior fala sobre as tendências para o varejo em 2010.

Finanças

Notícias e informações do setor varejista.

Relação Trabalhista

Responsabilidade Socioambiental

Trabalho aos domingos em Porto Alegre.

Todos podem ser solidários. Saiba como.

Especial

Artigo

A importância da redução do IPI.

A bola e os políticos entram em campo em um semestre que promete ser intenso também no comércio.

Sindinews

Marketing de Varejo - por Marise Ugalde

Associadas

Confraria Masculina e New Woman.

15 16 17

18 20 22 24 25 26


Opinião * por Ronaldo Sielichow

Milton Moraes

Expediente Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123 Unidade Shopping Total Avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1122 Fone: (51) 3018.8122 Unidade Zona Norte Avenida Manoel Elias, 2180 Fone: (51) 3351.7520 Unidade Alvorada Avenida Presidente Getúlio Vargas, 937 Fone: (51) 3044.1418 www.sindilojaspoa.com.br Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente: Paulo Kruse Vice-presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-presidente de Relação do Trabalho e Capacitação: Sergio Axelrud Galbinski Vice-presidente Comercial: João Rodrigues Vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Diretor Administrativo: Roni Zenevich Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor Comercial: Tarcísio Pires Diretor de Relações Políticas e Institucionais: Antonio Sanzi Diretor de Relações do Trabalho e Capacitação: Vladimir Machado Suplentes: Alécio Ughini, Eduardo Suslik Igor, Gustavo Orlandini Schifino, Irio Piva, José Galló, Manoel Motyl, Marivaldo Tumelero, Mauro Suslik Tornain, Moacir Sibemberg, Nádia Regina Almeida, Nelson Jawetz, Ricardo De Conto, Silvio Sibemberg e Vilson Noer. Diretores Adjuntos: José Rodrigues e Luiz Caldas Milano Conselho Fiscal: Lídio Ughini, Wilson Scortegagna e Alcides Debus Suplentes: Carlos Schmaedecke, Hermes Queiroz e Orisvaldino Magnus Scheffer Superintendente: Fernando Lopes Assessoria de Imprensa: SindilojasPOA e Insider 2 Comunicações imprensa@sindilojaspoa.com.br Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor: www.sindilojaspoa.com.br conexao@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025.8324 Conselho Editorial – Sindilojas POA Coordenador: Paulo Penna Rey Assessoria de Comunicação e Marketing Coordenadora de Comunicação e Marketing: Karin Souza Uffizi Consultoria em Comunicação: Almir Freitas e Betina Barreras Insider2 Comunicações: Beti Sefrin Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Betina Barreras Redatoras: Betina Barreras, Karen Viscardi e Luisa Kalil Colaboradores: Eduardo Plastina, Flávio Obino Filho e Marise Ugalde Projeto Gráfico: Carla Cadó Vielmo Dietrich Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich Impressão: Pallotti Tiragem: 10 mil exemplares

Tudo pode ficar sempre melhor S

empre é tempo de boas-novas. Por isso, esta edição que marca nossa 26ª Conexão Varejo chega com novidades. Ao longo de pouco mais de dois anos, buscamos criar um canal de comunicação e informação sólido com os associados e com todo o varejo local. Procuramos explorar temas que não só retratassem, mas auxiliassem, o cotidiano do lojista porto-alegrense, principalmente o de pequeno e médio porte. Com esse intuito, foram criadas as editorias que hoje compõem a Conexão Varejo. Todavia, assim como o dia-a-dia dos comerciantes, nossa publicação precisa ser dinâmica e se adaptar às novas necessidades do setor. Readequamos, por isso, algumas dos temas tratados. A partir dessa edição, ganham espaço fixo em nossas páginas as ações do Conselho Nacional de Entidades do Comércio em Shoppings Centers (Conecs). Um grupo de especialistas foi convidado para, a cada número, tratar de temas relevantes do universo varejista, como marketing e economia, e dividirão espaço com nossos especialistas jurídicos. Os acontecimentos registrados ao longo do mês estarão no Sindinews. O projeto gráfico também foi renovado, pois, se o merchandising é a alma do varejo, também é da comunicação. As notícias positivas, felizmente, não param por aí. Entre os dias 21 e 23 de abril, o Sindilojas POA pode verificar que suas ações em favor dos lojistas locais estão em sintonia com o que desejam entidades patronais de todo o País. No 26º Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, realizado em Aracaju (SE), participamos de diversas mesas de discussões e trocamos experiências com sindicatos de diferentes regiões. Apresentamos a centenas de dirigentes ações como o Vale Mais e trocamos informações sobre a realidade de diferentes entidades representativas. O Conecs e seus desafios e avanços também foram destaque do encontro. O Conselho, aliás, reunir-se-á em Porto Alegre no dia 25 de maio. Na programação, que será oferecida aos associados, está previsto um seminário com convidados especiais e intenso debate. Desejo que todos apreciem a leitura e se façam presentes em nossos eventos. Um grande abraço,

Revisão: Fabiano Bruno Gonçalves Comercialização: Uffizi Consultoria em Comunicação Fone: (51) 3330.6636 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

Presidente do Sindilojas Porto Alegre/RS


Mercado

Unindo paixões Varejistas unem o apelo de vendas do Dia dos Namorados e Copa do Mundo para seduzir consumidor.

O

coração do consumidor vai bater mais forte se depender das redes varejistas. Em algumas empresas, o apelo da paixão pelo esporte e pelo namorado ou a namorada faz parte de uma ação unificada para alavancar as vendas. Essa estratégia de ‘colar’ a publicidade é justificada pela coincidência de datas dos dois eventos: a Copa da África do Sul começa no dia 11 de junho, um dia antes da comemoração do Dia dos Namorados. Na Paquetá, a campanha dos namorados segue a temática de Copa do Mundo. “Fazemos uma brincadeira entre brasileiros e argentinos”, conta a gerente de marketing, Paulina Bacher. Na Gang, o slogan da campanha que entrou no ar em maio é “hexapaixonados Gang”. Segundo o gerente de marketing, Gildo Sibemberg, a ideia foi misturar as paixões dos consumidores pelo esporte e pelo(a) namorado(a). Na coleção, a Gang traz cerca de 20 itens em acessórios alusivos às cores verde e amarela e

06

que buscam preservar o espírito da marca de oferecer produtos com características divertidas a preços competitivos. Na Paquetá, a grande estrela é a camisa da seleção brasileira, mas não faltam acessórios e uniformes completos do próprio Brasil e de times de outros países. “Como temos vários produtos oficiais e alusivos à Copa do Mundo, incrementa ainda mais a data de Namorados, pois é possível conciliar o presente com algum produto ligado ao mundial”, destaca Paulina. Além disso, se a seleção brasileira sair campeã, o varejo só tem a agradecer. “As vendas dependem do resultado dentro de campo, o Brasil campeão traz uma felicidade geral para a nação e as pessoas ficam mais motivadas a comprar”, explica Sibemberg. Na Gang, a equipe trabalha para crescer 12% nos meses de junho e julho na comparação ao mesmo período de 2009. Na Pa-

quetá, a estimativa para o período é ainda mais positiva, justamente por a rede oferecer artigos esportivos e ser ano de Copa. Em relação ao ano passado, a expectativa é de um aumento de 20% nas vendas. A coincidência de datas não é o único fator positivo. Segundo o economista da Fecomércio-RS, Pedro Ramos, o efeito Copa favorece a comercialização de itens específicos, como televisores, vestuário e produtos esportivos. De acordo com o economista, o ambiente econômico atual é bastante favorável ao comércio. No geral, a expectativa é de incremento de 10% nas vendas. Esse bom desempenho é resultado do aumento da confiança por parte do consumidor, da melhora da renda das famílias, principalmente a entrada da Classe C no consumo, e da expansão do emprego. Além disso, as condições de compras estão facilitadas por preços em queda e pelos prazos maiores.


Desenvolvimento Humano

Qualificação: o X da questão Colaboradores preparados ainda são uma carência no varejo

O

segundo semestre é um período com excelentes oportunidades para o varejo. Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia da Criança, sem falar no Natal. As expectativas econômicas para o ano fazem crer que 2010 será positivo para os negócios. Mas é preciso estar preparado, Além da concorrência das grandes redes agora há o e-commerce. As vendas via rede têm crescido substancialmente, mas para uma grande parcela dos consumidores a experiência tátil da loja física ainda é fundamental. Este é o momento único para uma empresa conquistar o cliente, e o responsável por esta missão é o vendedor. Então, por que, apesar de sua importância no processo de venda, este profissional é geralmente tão mal preparado? “A maior parte dos empresários ainda contrata olhando, principalmente, para o valor a ser pago no contracheque. Com esta ótica, obviamente, terão pessoas não qualificadas e despreparadas”, afirma o empresário e consultor de empresas José Januário Barbieri. O também professor – que hoje ministra o curso “Atendente de Loja”, no Sindilojas POA, que já qualificou mais de 500 colaboradores – lembra que ao mesmo tempo ouve dos empreendedores que eles não investem nas pessoas porque quando elas estão preparadas a concorrência vem e as leva. “Cria-se, com isso, um círculo vicioso”, conclui. Para ele, enquanto não houver a percepção de que custos e investimentos são coisas distintas, os equívocos de contratação e manutenção de colaboradores provocarão este tipo de situação. Na hora de selecionar vendedores, o especialista chama atenção para algumas características

pessoais que fazem a diferença: postura para realizações, comprometimento com seus objetivos, proatividade. “Essencialmente, ele é positivo”, define.

Para fidelizar colaboradores Contratar bem não é, necessariamente, escolher alguém com muita experiência. Barbieri acredita que a melhor estratégia é valorizar seus colaboradores e mostrar a eles que o crescimento e o sucesso dentro da empresa são possíveis. Faz-se isso através de investimento em mão-de-obra e planos de cargos e salários e fundamentalmente investindo em qualificação nas áreas de necessidade da empresa, conciliadas com as habilidades de cada colaborador. “Essas empresas formam, via de regra, as melhores e mais produtivas equipes”, defende. Um bom exemplo é Wilmar Zielinski, gerente das lojas Zimmer. Vindo da área de gestão, ele revela que nunca havia pensado em trabalhar no varejo até receber um convite do proprietário da loja, em setembro de 2007. “Muitos já nascem com dons. Outros descobrem novos desafios. O comércio me proporcionou condições de superação. Diariamente, tenho a certeza de um novo dia”, relata. Para Wilmar, “Não basta seguir a medíocre rotina, mas inovar e acreditar no possível.” Acostumado a participar de atividades de aperfeiçoamento, o hoje comerciário defende que é na qualificação que o profissional terá o embasamento para seu desenvolvimento. Passado o período de contratação, os gestores têm outro desafio: manter sua equipe motivada. “Acredito que temos duas formas

de motivação: através da remuneração e investindo em um bom ambiente de trabalho. Para termos profissionais produtivos, as duas formas têm de estar em sincronia. Vendedor desmotivado é fracasso certo”, afirma Barbieri. Nas lojas Hering, a motivação – e qualificação – da equipe é uma preocupação constante. “O foco da empresa está no atendimento, em oferecer um diferencial. Por isso, nossos profissionais são treinados constantemente tanto em relação a produtos e tendências, quanto a desenvolvimento de habilidades, tais como comunicação, dinamismo, simpatia, trabalho em equipe e ética”, conta a psicóloga Gabriela Fagundes, encarregada de Seleção e Treinamento da empresa. “Nossos vendedores sempre participam do curso de Atendente de Loja, que vem a complementar e acrescentar nos treinamentos internos”, diz.

07


Conecs

26º Encontro Nacional Evento reuniu sindicatos de todo o País para trocar experiências, promover o desenvolvimento da classe lojista e buscar soluções para o setor.

P

ela primeira vez sediado no estado do Sergipe, o Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, em sua 26ª edição, teve presença gaúcha em peso: 130 congressistas. Realizado na capital Aracaju, o encontro reuniu cerca de mil participantes entre os dias 21 e 23 de abril, no Hotel Parque dos Coqueiros. O tema geral desta edição foi “Eficiência com Gestão Participativa”. Uma das discussões pontuais durante o evento foi a redução da jornada de trabalho para 40 horas e suas consequências, uma causa que vem sendo abordada pelo Sindilojas Porto Alegre desde 2009. De acordo com o coordenador do evento e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Aracaju, Abel Gomes da Rocha Filho, este feito não trará mais empregos, mas sim “mais problemas para os empregadores, principalmente os lojistas que não fecham seus empreendimentos no horário de almoço”, alertou. A programação incluiu, ainda, a apresentação de painéis e debates entre representantes do setor jurídico, empresarial, varejista e diversos sindicatos de todo o País, entre os quais o Sindilojas Porto Alegre.

Rio Grande do Sul leva prêmio “Paulo Braga”

08

Logo no primeiro dia de evento, o Sindilojas, através da equipe do escritório Flávio Obino Advogados, foi agraciado pela quinta vez com o Prêmio Paulo Braga, que tem por finalidade o estímulo à apresentação de trabalhos técnicos por advogados de sindicatos patronais do comércio de bens e de serviços e que ocorre em todas as edições do

Encontro discutiu os problemas comuns às entidades patronais de todo o País. Encontro Nacional. O trabalho apresentado pelo advogado e assessor jurídico do Sescon/RS Luiz Fernando Moreira teve como tema “O novo ponto eletrônico e os aspectos constitucionais da portaria ministerial 1.510/2009”. O projeto foi elaborado a partir das exigências para quem for utilizar o novo sistema, o qual, segundo Moreira, teve “alguns excessos” cometidos quando da edição da portaria, em agosto do ano passado. “A adaptação das empresas às novas regas era uma preocupação de todos os sindicatos presentes”, destacou Moreira.

Vale Mais em pauta Durante o encontro, um dos grandes sucessos do Sindilojas, a campanha Vale Mais, foi apresentado pela coordenadora de Marketing da entidade, Karin Souza. “É importante destacar que nos aproximamos dos lojistas e fortalecemos o comércio com qualificação e cres-

cimento em vendas. Gostaríamos que o trabalho que desenvolvemos servisse de inspiração para outras entidades. Afinal, a receptividade foi tão boa que muitos sindicatos já nos procuraram para conhecer melhor o Vale Mais”, revela. A campanha, dividida em duas etapas, representou um investimento de R$ 1,4 milhão e contou com divulgação em mídia eletrônica, impressa e externa. A primeira, Vale Mais Ser Associado, teve como foco a disponibilidade de produtos gratuitos aos associados, como cursos de capacitação e consultoria jurídica. A segunda fase, Vale Mais Comprar Aqui, movimentou o mercado varejista da Capital e distribuiu R$ 360 mil em vales-compras. Devido ao sucesso da primeira edição, o Sindilojas decidiu transformar a campanha em evento fixo.

Atuação do Conecs teve atenção especial No segundo dia do evento, o


presidente Ronaldo Sielichow coordenou a primeira reunião da tarde, cujo tema foi “Shopping Center – Mudanças na Lei do Inquilinato”. Participaram da ocasião o pernambucano Federico Leal e a presidente da Associação de Lojas de Shopping Centers de Sergipe, Gilza Góis, responsável pela explanação. “Os problemas levantados pelos sindicatos presentes no encontro são quase os mesmos”, revelou Sielichow. “Temos que deixar claro que não somos contra shoppings. Não são todos os empreendimentos que têm problemas, mas quando as dificuldades existem, são muito parecidas. Trabalhamos para que cada vez mais estes complexos atuem de forma transparente”, concluiu. O tema não se esgotou. Para dar sequência aos debates, está prevista uma intensa programação na Sede do Sindilojas POA. Como entidade dirigente do Conecs, o Sindicato reunirá as demais entidades que compõem o Conselho e advogados especializados para aprofundar os temas com seus associados. “Haverá um conteúdo muito bom e esperamos a participação do público em busca da solução dos problemas”, afirma Sielichow.

Representantes das entidades participaram de dois dias de intenso debate

Troca de experiências foi intensa “Tudo foi muito produtivo e acredito que esta foi uma das melhores edições já realizadas”, comentou Sielichow, lembrando que o mais importante é a troca de experiências. “O Sindilojas tem um respeito muito grande em todo o Brasil, por isso nossa relação com os demais sindicatos sempre foi muito boa”, acrescenta. De acordo com o vice-presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, a participação de mais delegações e o maior interesse nas reuniões e painéis por parte dos congressistas foram os pontos que mais lhe chamaram a atenção. “Pude perceber o interesse de todos em obter subsídios para aplicá-los

Case do Vale Mais despertou grande interesse

em seus respectivos sindicatos em prol do crescimento de suas categorias”, enfatizou Kruse. O mote do encontro, “Desafio na gestão e na conquista de resultados”, busca, antes de tudo, tornar os sindicatos patronais autossustentáveis. “O Sindilojas Porto Alegre tem tradição de participar de encontros sempre com a presença de seus diretores e executivos, com a apresentação de trabalhos muitas vezes premiados”, comenta o vice-presidente financeiro, Marco Antonio Belotto. Ao final do evento, foi elaborada uma Carta de Aracaju com as principais propostas, discussões e reivindicações que deve ser enviada para todos os estados, além do Congresso Nacional.

Sielichow falou sobre as ações do Conecs

09


Finanças

Redução de IPI amplia consumo Manutenção da medida em material de construção mantém mercado aquecido.

A

10

redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) comprova que a desoneração é determinante no estímulo ao consumo, principalmente nas classes C e D, mais sensíveis à questão de preço. Dados de vendas da Serasa Experian indicam uma expansão do comércio varejista no Brasil de 13,5% em março na comparação com o mesmo mês no ano passado. A alta foi alavancada justamente pelos setores que tiveram o IPI reduzido. O segmento de veículos, motos e peças apresentou crescimento de 31,4% ante o mesmo mês de 2009, o de material de construção teve alta de 21,3%, o de móveis, eletroeletrônicos e informática registrou incremento de 21%. Com a prorrogação da redução de IPI na construção civil, anunciada no mês passado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o varejo da construção ganha um novo fôlego. A medida, que se encerraria no final de junho, passa a valer até o final de 2010 e foi baseada no risco de falta de material. Nas lojas QueroQuero, a redução da alíquota foi importante para as vendas, sendo que, na linha branca, durante o período de vigência do incentivo, o incremento foi de 30%, e nas linhas de móveis e materiais de construção, a alta foi de 15%. O presidente do Grupo, Peter Furukawa, observa a manutenção das vendas onde o incentivo se mantém e, no caso da linha branca, onde o IPI voltou aos antigos patamares, já houve uma pequena redução nas vendas a partir de fevereiro.

Setores que permanecem com o benefício: Materiais de construção: Produtos cujas alíquotas passaram de 5% para zero: tintas e vernizes; revestimentos não refratários do tipo utilizado em alvenaria; argamassa e concreto para construção; banheiros, boxes para chuveiros, pias e lavatórios de plástico; assentos e tampas plásticas de sanitários; caixas de descarga e artigos semelhantes de plástico; pias, lavatórios de porcelana e cerâmica; grades e redes de aço; pias e lavatórios de aço inoxidável; fechaduras, ferrolhos, cadeados e dobradiças; válvulas para escoamento e outros dispositivos dos tipos utilizados em

Líderes empresariais, incluindo o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Ronaldo Sielichow, e o presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Porto Alegre (Acomac), Arcione Piva, trabalham agora para reduzir definitivamente o tributo, a exemplo da conquista do setor moveleiro, que passou de uma alíquota de 10% para 5%. “Estamos participando de várias reuniões com o ministro da Fazenda para sensibilizar o governo e, assim como em móveis, racionalizar o imposto de forma

banheiros e cozinhas; e chuveiros elétricos. Outros itens também tiveram os índices alterados. Massa de vidraceiro passa de 10% para 2%; produtos utilizados em pinturas, de 5% para 2%; aditivos preparados para cimentos, argamassas ou concreto, de 10% para 5%; e disjuntores, de 15% para 10%. Móveis Alíquota permanente de 5% desde 1º abril para móveis e painéis de madeira maciça, aglomerados de madeira e placas laminadas.

definitiva”, explica Sielichow. Segundo o dirigente, ao beneficiar a construção civil, o governo estimula uma área que é grande geradora de empregos, além de viabilizar a construção ou reforma da casa própria. Pelos números obtidos no Rio Grande do Sul, a tributação menor mostra que é um eficaz indutor de consumo. De acordo com a Acomac, no primeiro trimestre do ano, as vendas aumentaram entre 10% e 12%, estimuladas principalmente pelo IPI, mas também pela expansão da renda, pelo Programa Minha Casa Minha Vida e pelo anúncio da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2). Para o ano, a expectativa é dobrar o resultado do Produto Interno Bruto do País, ou seja, um incremento entre 9% e 12%. “O ganho até o final do ano já é considerável, principalmente entre as classes mais baixas, mas buscamos essa menor tributação de forma definitiva. A redução do imposto é fundamental para a venda de produtos básicos e para aqueles que buscam melhorar o padrão construtivo”, destaca Piva.


Relação Trabalhista * por Flávio Obino Filho

D

Liberdade de Horário – Duas Décadas de Lutas (Parte II)

ando prosseguimento ao relato da luta histórica do SINDILOJAS pela liberdade de horário no comércio varejista, chegamos ao ano de 1990, que registra a edição, no mês de agosto, pelo Presidente Fernando Collor, do Decreto nº 99.467, voltando a prever autorização de funcionamento do comércio varejista aos domingos, condicionando a celebração de acordo ou convenção coletiva de trabalho. Afinado com o movimento de lojistas que buscavam, com a ajuda do SINDILOJAS, alternativas para a viabilização do comércio aos domingos, elaborei, na oportunidade, “parecer de enfrentamento” que concluía pela possibilidade de abertura das lojas aos domingos com a utilização de empregados mediante acordo individual entre patrão e empregado ou através de ajuste coletivo com a participação do sindicato dos comerciários. De posse do parecer, o então Presidente do SINDILOJAS, Renato Seghesio, com a intenção de provocar o debate e envolver os consumidores, ganhou as manchetes de jornais e espaços nobres na televisão afirmando que o comércio lojista poderia abrir aos domingos mediante acordo direto entre a empresa e seu empregado. As reações foram imediatas. Instado pelas lideranças nacionais de comerciários, o Secretário Nacional do Trabalho, através de telex (hoje peça de museu), orientou os delegados regionais do trabalho para que autuassem lojas que funcionassem aos domingos sem a autorização em convenção coletiva de trabalho. A SMIC de Porto Alegre, por sua vez, através de edital publicado nos jornais da Capital, notificou todo o comércio lojista de que o funcionamento no domingo

com empregados e sem ajuste com o sindicato profissional implicaria em autuação. O objetivo de colocar a discussão sobre o funcionamento do comércio aos domingos no centro dos debates foi alcançado, mas ainda era pouco. Decidimos reagir e vislumbramos que o melhor alvo, naquele momento, seria a SMIC. Dirigimos as nossas baterias naquela direção. No dia 2 de setembro de 1990, ingressei, em nome do SINDILOJAS, com Mandado de Segurança, obtendo, no mesmo dia, liminar proibindo a SMIC de autuar as lojas que funcionassem no domingo com a utilização de empregados. Foi a primeira grande vitória judicial do SINDILOJAS na guerra pela liberdade do exercício do comércio em Porto Alegre. Parece que foi ontem que a programação normal da Rádio Gaúcha foi interrompida, e fui entrevistado pelo jornalista Lauro Quadros sobre os detalhes da liminar concedida. As lojas, mesmo com a decisão, não abriram as suas portas. Foi uma decisão estratégica para não parecer afronta aos comerciários e vereadores que à época estavam às voltas com um novo projeto que proibia o funcionamento do comércio aos domingos em Porto Alegre e ressuscitava a proposta de fechamento das lojas nos sábados à tarde. Dois meses depois, em 27 de novembro de 1990, como era esperado, foi editada a Lei Municipal nº 6.721/90 proibindo o funcionamento do comércio aos domingos na nossa Capital. O sábado à tarde foi preservado. Encerrava-se um primeiro capítulo, mas a ideia de lojas abertas nos domingos havia sido semeada. A luta prosseguiu. As propostas

patronais de funcionamento do comércio nos domingos de dezembro mediante pagamento de prêmio aos comerciários foram rechaçadas pelo Sindec nas negociações anuais de 1990 e 1991. Também não nos furtamos de buscar a via judicial neste período, mas todas as tentativas esbarraram na lei municipal que taxativamente proibia o funcionamento aos domingos. Em janeiro de 1992, foi aprovada nova lei municipal tratando da matéria. A Lei nº 6.988/92 facultava o funcionamento do comércio aos domingos em Porto Alegre mediante acordo ou convenção coletiva. O SINDILOJAS, ante a recusa do Sindec de celebrar convenção coletiva de trabalho prevendo o funcionamento do comércio com empregados aos domingos, optou pela via dos acordos coletivos de trabalho. Com efeito, o art. 617 da CLT estabelece que os empregados de uma empresa que decidirem celebrar acordo coletivo de trabalho com seus empregadores darão ciência ao sindicato laboral representativo, que no prazo de oito dias deverá assumir o comando das negociações. Expirado o prazo sem que o sindicato tenha se desincumbido do encargo recebido, os empregados poderão dar conhecimento à federação respectiva e na omissão desta, à Confederação, para que assumam no mesmo prazo de oito dias. Esgotados todos esses prazos, os empregados interessados poderão prosseguir diretamente na negociação coletiva, até o final. Todos os esforços do SINDILOJAS nos meses de abril e maio de 1992 se concentraram no cumprimento da norma celetista. Advogado do escritório Flávio Obino Fº Advogados Associados obino@obinoadvogados.com.br

11


Especial

Futebol e política trazem otimismo Aliados ao momento econômico favorável, os dois eventos são positivos para o comércio.

O

12

ano de 2010 é marcado por dois eventos que mexem com o coração e o destino político do País: a Copa do Mundo e as eleições em nível nacional e estadual. A expectativa com o mundial de futebol ultrapassa os gramados e se reflete no incremento de vendas do comércio varejista, principalmente entre os setores mais ligados ao esporte e às tecnologias de imagem. Já as eleições deste ano não devem agitar os mercados de forma negativa, até porque os dois candidatos com mais chances de chegarem ao Palácio do Planalto, segundo pesquisas, Dilma Rousseff e José Serra – integram os partidos que criaram e mantiveram a mesma linha de política econômica. Esses fatores, aliados à expansão do emprego e da renda, trazem um clima de otimismo. “O ano será muito bom, tanto para o Brasil quanto para o Rio Grande do Sul”, considera o economista e professor da UFRGS Marcelo Portugal. “O fato de ser um ano de Copa é positivo”, avalia o economista, ainda mais se a seleção brasileira avançar e vencer a final. A Copa pode servir de pano de fundo para qualquer promoção, porque é um tema discutido também fora do espaço comercial, ensina o especialista Vitor Hugo Toss, da Vendasnet, consultoria e treinamento em vendas. Para ele, de automóveis a televisores ou produtos ligados ao esporte, todas as áreas podem se beneficiar. “Há uma motivação para comprar”, acredita, ensinando que é possível, por exemplo, extrapolar a publicidade pura e simples, e comprar um espaço em um jornal e prestar informações sobre o evento ou mesmo sobre a sede, a África do Sul, cuja

cultura não é muito difundida. Para ele, a febre da Copa é intensa, mas de menor duração, ao contrário das eleições, que têm um período de abrangência maior, mas de menos intensidade. “Equipamentos como televisores de alta tecnologia levam o consumidor para dentro da loja ”, afirma o economista da Fecomércio, Pedro Ramos. Se o lojista souber tirar proveito dessa motivação, pode agregar outros itens. Para ele, a motivação da Copa do Mundo aliada à ascensão da classe C, à confiança do consumidor sobre a economia, aos preços mais baixos e à oferta de crédito com prestações que cabem no bolso do consumidor, em função de juros baixos e prazos mais esticados, são fatores que favorecem o aumento de vendas do comércio varejista. “É um momento único para comprar”, ressalta. Considerando que até a revista britânica The Economist publicou matéria destacando que o Brasil só perde a Copa na Europa ou em circunstâncias muito específicas, a exemplo do

evento realizado na Argentina, em 1978, onde os donos da casa conquistaram o mundial, nossas chances são bastante significativas. Sobre o impacto da política, Ramos considera que a atividade econômica se intensifica durante todo o ano de eleição, favorecendo o mercado. “De um modo geral, é um ano bom para a atividade econômica, pois os governos concentram investimentos”, revela. Há um sentimento favorável. “Psicologicamente, a população, pela grandiosidade dos números anunciados, tem uma atitude otimista, que se reflete no aumento da taxa de risco, o que faz girar um pouco mais de dinheiro na economia”, observa Toss. Ele destaca, porém, que não há uma pesquisa que comprove que as eleições efetivamente aumentam o consumo e movimentam a economia. “É claro que há um viés político, já que muitas obras públicas são programadas para serem inauguradas no período pré-eleitoral”, afirma.


Economia em expansão No Rio Grande do Sul, quando a safra vai bem, os economistas dizem que a economia vai bem, apesar das dificuldades na exportação em função do câmbio. Neste ano, a safra gaúcha de soja, nosso principal produto agrícola, está estimada em 9,8 milhões de toneladas, podendo chegar ao recorde histórico, que é de 9,9 milhões de toneladas. A indústria também está em franca recuperação. O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), medido pela Fiergs, registrou uma alta de 5,5% em fevereiro em comparação ao mesmo mês de 2009. As variáveis de produção, como faturamento, compras e horas trabalhadas, puxaram a elevação do IDI. O varejo acompanha o cenário positivo e está em plena expansão. O índice de volume de vendas do varejo no Estado, medido pelo IBGE, teve uma alta de 10% no acumulado do primeiro bimestre do ano comparado ao mesmo período de 2009. No País, o incremento foi de 11,3% na mesma comparação. Para o ano, o economista Marcelo Portugal estima que o varejo irá crescer entre 10% e 12% sobre 2009. Para ele, o índice deve ser o mesmo ou um número próximo no Brasil e no Rio Grande do Sul. Com a elevação dos juros do Copom no final de abril, e como o varejo é fortemente dependente do crédito, uma das consequências é a elevação dos juros. “O valor das prestações deve subir”, analisa Portugal, principalmente em prazos mais alongados. No Brasil, os dados de produção e consumo indicam crescimento, que deve se refletir em uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de em torno de 6% no País este ano. Também o emprego registrou

um recorde histórico, com geração de 266 mil vagas formais apenas no mês de março. “Esse pessoal todo vai comprar e gerar mais empregos”, salienta Portugal. O lado negativo, de acordo com ele, é que a inflação se acelera. O Banco Central elevou a previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 5,2% este ano, o que justifica o aumento de juros. Esse cenário influenciou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que aumentou 0,6% de fevereiro para março, e passou de 110,2 para 110,9 pontos. Para os próximos meses, as expectativas são ainda mais otimistas. O Índice de Expectativa (IE) voltou a subir depois de três meses de queda e passou de 103,2 para 105,4 pontos. De fora, o cenário econômico não deve trazer problemas ao mercado doméstico. “A economia americana está se recuperando e a China registrou um crescimento de 11% somente em março. A única nota negativa é a União Europeia, já que a Grécia não resolveu 100% seu problema financeiro”, explica Portugal.

13


Disputa eleitoral mobilizará a sociedade, mas não deve ter impacto direto sobre as vendas do varejo nacional

Impacto político é ameno As eleições do executivo e legislativo federal e estadual não terão um impacto significativo no dia-adia da economia este ano. “O País avança e há apenas certezas da manutenção da política econômica, o que acalma os mercados”, avalia o cientista político da Fecomércio-RS, Rodrigo Giacomet. Mesmo com uma visão diferente sobre o papel do governo, os partidos políticos devem seguir a cartilha econômica vigente no País e não têm como mudar de forma drástica o cenário local de investimentos em função do aperto financeiro das contas públicas gaúchas. “Qualquer que seja o governo, vai trabalhar fortemente para ampliar a receita do Estado”, garante Giacomet. Mesmo que nos últimos dois anos a arrecadação tenha sido maior do que os gastos, o déficit orçamentário gaúcho é histórico. “O déficit zero é anual, não estrutural.” Com isso, os empresários devem esperar um rigor ainda maior na cobrança de tributos, com mais

14

fiscalização e adoção de mecanismos, como a substituição tributária, que deverão ser ampliados. De acordo com pesquisas preliminares, três nomes aparecem com mais força no Rio Grande do Sul nessa largada de campanha eleitoral: Tarso Genro, do PT, José Fogaça, do PMDB, e Yeda Crusius, do PSDB, que busca a reeleição. Mas o cientista político lembra que outros nomes pretendem ser o fator surpresa, como aconteceu nas duas últimas eleições no Estado: Beto Albuquerque, do PSB, e Luis Augusto Lara, do PTB. No pleito nacional, espera-se um embate entre Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira. Essa probabilidade não deve influir na decisão de investimentos por parte dos empresários por causa da política econômica dos partidos serem parecidas. Porém, é preciso levar em consideração as diferenças de conceitos desses partidos sobre o papel que o Estado deve desem-

penhar. Enquanto o PT defende um governo promotor e mais atuante no cenário econômico, o PSDB prega um estado indutor de investimentos e com eficiência na gestão. A candidata Dilma tem como desafio agregar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que alcançou um recorde de aprovação. Segundo o Datafolha, no final de março, 76% dos entrevistados consideraram o governo Lula entre ótimo e bom, melhor desempenho de um presidente desde 1990, início da série histórica. Segundo Giacomet, Dilma demorou a conquistar os reflexos dessa popularidade de Lula, o que aconteceu a partir de janeiro, quando o presidente começou a pautar sua agenda na promoção da sucessora. Segundo Giacomet, para os dois candidatos, a escolha do vice para compor a chapa majoritária é fundamental. “É a partir de um nome forte que os dois candidatos podem conquistar os votos de eleitores não tradicionais de seus partidos”, observa Giacomet, afirmando que, na pauta do candidato Serra, o embate entre Lula e FHC deve ser evitado.

Os especialistas acreditam que no Estado a influência das eleições no varejo seguirá a tendência nacional , sem grande impacto


Milton Moraes

Tributos por Eduardo Plastina *

Parcelamento de dívidas tributárias de ICMS

N

os moldes do que a União Federal fez no ano passado, o Estado do Rio Grande do Sul instituiu programa especial de pagamento de débitos tributários, por intermédio da quitação em única parcela ou em até 120 parcelas mensais, abrangendo todos os créditos vencidos até 31 de dezembro de 2009, constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, ou, ainda, que, constituídos e inscritos, já tenham sido ajuizados. A partir de tal programa, os contribuintes que tenham dívidas decorrentes de créditos tributários de ICMS inadimplidos, que se enquadrem no perfil mencionado, encontram-se aptos a aderir ao referido programa e, com isso, obter alguns benefícios, que envolvem, alternativa ou cumulativamente, alguns benefícios bastante interessantes, que repercutem diretamente sobre o montante das dívidas tributárias, tais como a possibilidade de redução em até 60% dos juros e da correção monetária dos débitos, a possibilidade de redução em até 50% da multa incidente sobre o crédito tributário e a alternativa de quitar a dívida em até 120 meses. A redução em até 60% dos juros e da correção monetária dos débitos decorre da substituição do sistema de correção monetária e juros que era utilizado há anos pelo Estado do RS, em que se aplicava sobre as dívidas o índice de variação da UPF (Unidade Padrão Fiscal), a título de correção monetária, e mais 1% ao mês, a título de juros de mora, para o novo sistema, no qual se aplica apenas a variação mensal da SELIC. Com o programa especial, tal sistemática de correção monetária e juros passa a ser aplicação não

apenas sobre os inadimplementos de tributos vincendos, como também de tributo vencidos, com efeitos retroativos para aqueles que aderirem ao programa de pagamento e parcelamento em questão. A redução da multa, por sua vez, é condicionada à forma de pagamento dos créditos tributários vencidos até 31 de dezembro último optada pelo contribuinte: a) se decidir pelo pagamento em parcela única, haverá redução de 50% (cinquenta por cento); b) se optar pelo parcelamento em até 12 parcelas, ocorrerá redução de 40% (quarenta por cento); c) se decidir pelo parcelamento de 13 a 24 parcelas, haverá redução de 30% (trinta por cento); e, finalmente, d) se optar pelo parcelamento de 25 a 36 parcelas, ocorrerá redução de 20% (vinte por cento). Existe,

ainda, a possibilidade de o contribuinte parcelar o débito de 37 a 120 meses, porém nessa hipótese não será concedida qualquer redução de multa, apenas dos juros de mora e da correção monetária. Por fim, deve-se mencionar que, na hipótese de o contribuinte optar pelo parcelamento, este poderá ser revogado se, uma vez iniciados os recolhimentos das parcelas, ocorrer uma das seguintes circunstâncias: a) houver atraso, por prazo superior a 90 (noventa) dias, do pagamento de qualquer parcela – inadimplemento continuado do próprio parcelamento; e b) ocorrer, por qualquer dos estabelecimentos, inadimplência do ICMS, por mais de 3 (três) meses, relativamente a fatos geradores ocorridos após a data da homologação do ingresso no programa – inadimplemento continuado das competências vincendas do ICMS. Souza, Berger, Simões e Plastina - Advogados plastina@sbsp.com.br

15


Gestão

Alinhamento estratégico Endomarketing é a ação de tornar comuns objetivos, estratégias e resultados.

I

nformação. Esse é o produto da comunicação interna das empresas. E informação compartilhada, através do endomarketing, faz tornar comuns os objetivos, as estratégias e os resultados. Para uma loja, não é diferente. Uma equipe fica engajada quando tem os mesmos propósitos, seja o aumento da margem de lucro, de vendas, o reposicionamento de uma determinada marca etc. “Mesmo em uma empresa pequena, é fundamental o alinhamento das pessoas. Por isso, o diretor (o líder) precisa entender, comunicar e reforçar quais os objetivos e estratégias”, destaca a diretorapresidente da HappyHouse Brasil, Analisa de Medeiros Brum. Aumentando o nível de integração, o resultado é um maior comprometimento. “Hoje, o objetivo não é mais motivar, mas engajar as pessoas”, observa Analisa, que é autora de seis livros na área do endomarketing e trabalha com empresas como Lojas Renner, Vale do Rio Doce e IBM Brasil. “Não adianta gastar milhões em marketing se a equipe não veste a camiseta”, atesta a gerente de marketing Thais Ribeiro Gomes,

16

das lojas Thitãs e Maria da Praia. A administração das 12 lojas da rede agregou duas tendências: o endomarketing e as redes sociais. Através de um blog, criado em 2008, a empresa faz sua comunicação interna, divulgando aniversariantes, destaques em vendas, dicas de moda. Com um perfil médio de colaboradores entre 18 e 25 anos, o blog se tornou um canal de grande participação. “Tenho 150 propagandistas (se referindo ao número de funcionários). Todos querem ver seus nomes no blog”, conta Thais, explicando que a ferramenta foi adotada para estimular a busca de informações entre os funcionários e hoje é bastante valorizada pela equipe. Outra ação da Thitãs e Maria da Praia é a valorização de quem é da casa. A maior parte dos gerentes das lojas – cerca de 80% – foi promovida de outras funções. Além disso, há premiações para os destaques em duas competições distintas: uma mensal, exclusiva da equipe de vendas, e outra no final do ano, com a participação de todos os colaboradores das lojas, o que inclui as áreas de vendas, administrativo, costura, segurança e limpeza. Essas competições, assim como outras atividades, se tra-

duzem em resultados. Em 2008, quando o endomarketing passou a ser prioridade, a meta de vendas do ano foi ultrapassada em 10%. Em 2009, o índice de superação da meta foi de 20%. “Tivemos retorno em valores, em integração e motivação”, assegura Thais. Na rede de lojas Colombo, o endomarketing é considerado estratégico e faz parte do planejamento da empresa desde 2003. Realizado pelos setores de recursos humanos e marketing, o endomarketing deu tão certo que há dois anos consecutivos a varejista foi classificada na pesquisa As 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar, do Guia Você S/A Exame, que apresenta as melhores empresas do País em gestão de talentos e práticas de recursos humanos. No estudo, realizado em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA/USP), a Colombo foi destaque em estratégia e gestão, liderança, cidadania, carreira, desenvolvimento de pessoas, remuneração e benefícios e saúde. Em relação à edição de 2008, a Colombo evoluiu 24 posições entre as 150 melhores, passando da 104ª para a 80ª colocação no ranking 2009. Eventos em datas especiais, como homenagens a colaboradores antigos, comunicação interna e a criação de um grupo especial, a chamada confraria, foram algumas das ferramentas utilizadas pela Colombo para alcançar a distinção, explica a responsável pelo endomarketing, Patrícia Pereira. Para um gerente participar da confraria, precisa ter ultrapassado as metas estabelecidas para a loja em que atua. “É para quem está performando”, explica Patrícia.


Entidade

Na história do varejo Após uma série de reformas, Sindilojas POA inaugura auditório Henrique Gerchmann em homenagem a um dos nomes mais importantes do varejo na Capital.

Fotos Nabor Goulart

A

história do Sindilojas POA está vinculada à iniciativa de empresários que apostaram, acima de tudo, no desenvolvimento do comércio da Capital. Uma destas pessoas marcantes foi Henrique Gerchmann, que presidiu o Sindicato nas gestões de 1977-83 e 1986-89. Na terça-feira, 13 de abril, o legado de Gerchmann ficou registrado junto à inauguração do auditório que leva seu nome. Na cerimônia, estiveram presentes a família do empresário – homenageada na ocasião –, autoridades, imprensa e associados do Sindilojas. Após ler a nominata que compõe a nova diretoria do Sindicato, o presidente do Sindicato, Ronaldo Sielichow, destacou o exemplo de Gerchmann para a entidade e o comércio: “Ele fazia tudo pelo bem de nossos associados, inclusive os que não eram gremistas”, brincou o dirigente. A esposa de Henrique Gerchmann, Miriam, emocionada, fez um breve discurso em agradecimento à homenagem. “O envolvimento do Henrique foi o Sindilojas e o Grêmio a vida toda”, enfatizou, lembrando a atenção do marido em ajudar ao próximo. “Ele tinha uma preocupação constante com a formação do lojista. Sempre lutou pelo comércio, pela classe. Ele se dava conta das necessidades dos lojistas”, ressaltou Miriam. Empresário do segmento de tecidos e confecção, Henrique Gerchmann viveu a fundo suas duas paixões: o varejo e o futebol. Gremista fervoroso, foi conselheiro do time e comparecia à Baixada, antigo campo do Clube, e no Estádio Olímpico, onde gostava de acompanhar

Sielichow descerra a placa de inauguração acompanhado da família Gerchmann

Novo espaço oferece capacidade para 100 lugares

os jogos com o neto, Pedro. O auditório, que passou por uma série de reformas desde o ano passado, tornou-se o mais novo espaço dedicado aos associados. Localizado no 9º andar do prédio da sede da entidade, o espaço oferece capacidade para 100 lugares, telão, DVD e também uma churrasqueira, à disposição dos lojistas para momentos de lazer e confra-

ternização. Os associados também podem utilizar a sala para realizar cursos de capacitação, palestras e treinamento. “Sempre objetivamos o aumento na base social e a participação do lojista. Hoje temos que ter união e poder de pressão, e o Sindilojas está sempre pronto para tomar frente em relação aos lojistas”, destacou Sielichow.

17


A Copa da Minha Vida

O futebolês é o nosso negócio A sequência do especial “A Copa da minha vida” traz como entrevistados os radiojornalistas Pedro Ernesto Denardin e Haroldo de Souza.

I

ntimidade. Para o jornalista Pedro Ernesto Denardin, este é o diferencial de realizar a cobertura de uma Copa do Mundo no rádio. Trazer informações inéditas, falar com pessoas interessantes que giram em torno do grande acontecimento, além da presença diária com a seleção brasileira são alguns dos pontos que ele enfatiza neste trabalho. O primeiro mundial de Denardin foi a Copa da Argentina, em 1978. De lá para cá, já foram oito coberturas do evento, todas pela

18

Rádio Gaúcha. Duas são as que ele destaca com maior carinho: a dos Estados Unidos, em 1994, e a do Japão/Coreia, em 2002. O motivo: “O Brasil foi vencedor e eu estava presente”. Rumo à África do Sul, Denardin diz querer ver jogadores com muita técnica, mas reconhece que existem outras preocupações que concernem aquele país. “As questões sociais são muito severas na África do Sul. Os meios de transporte, por exemplo, são muito precários, pelo que estou informado”. Ele conta que os preparativos para a Copa do Mundo representam um trabalho de, no mínimo, dois anos e meio. “Temos que comprar direitos, escalar equipe, contratar hotéis, ver meios de transporte, buscar novas tecnologias de transmissão etc. É uma função, mas vale a pena, pois a repercussão é muito grande”. Além de acompanhar os jogos, manter os ouvintes atualizados sobre os costumes, a gastronomia, a história, a política e a economia do país-sede também fazem parte das notícias indispensáveis neste tipo de cobertura jornalística. A respeito da Copa de

2014, Denardin revela-se otimista: “Acho que Porto Alegre será uma cidade muito preparada para a Copa do Mundo; nossas autoridades estão lidando com muita seriedade com as exigências da FIFA”. E alerta: “A Copa do Mundo é uma bela oportunidade de negócios: aproveitem!”. Uma lembrança curiosa: “Na Copa de 94, nos Estados Unidos, os repórteres Silvio Benfica e Antonio Carlos Macedo estavam no mesmo hotel da Seleção Brasileira. O então jogador Branco tomava chimarrão todos os dias, no quarto deles. O Taffarel também seguiu o caminho, o Dunga ia menos. Mas o Branco espalhou para outros jogadores que chimarrão era muito gostoso e, num determinado dia, estavam oito ou dez atletas da seleção no quarto dos repórteres provando a nossa tradicional bebida!”. Pedro Ernesto Denardin acredita que o segredo para uma Copa de sucesso é saber receber as pessoas que vêm de todos os lugares do mundo para assistir a uma grande competição e, ao mesmo tempo, fazer uma viagem com intenção turística. “A Copa é uma grande Torre de Babel, onde a cortesia e a boa educação são prioritárias”.


A Copa do Mundo que mais marcou o jornalista Haroldo de Souza, da Rádio Guaíba foi a da Espanha, em 1982. O motivo? “A melhor seleção brasileira de todos os tempos não ganhou a Copa”. Ainda assim, ele guarda o evento com muito carinho na bagagem de memórias. Na mesma ocasião, teve a oportunidade de entrevistar o rei Juan Carlos. “Atrevidamente, consegui quebrar o protocolo da solenidade de abertura no Palácio Real de Madrid”. Paranaense de Jacarezinho, Haroldo Joaquim de Souza narrou seu primeiro mundial pela rádio Itatiaia, de Belo Horizonte (MG). O ano era 1970 e o país-sede, o México. Desde então, o jornalista acumula em sua trajetória a cobertura das Copas da Alemanha (1974), da Argentina (1978), da Espanha (1982), do México (1986), da Itália (1990), dos Estados Unidos (1994), da Coreia/Japão (2002) e, novamente, da Alemanha (2006). Sua experiência também inclui a participação na maior excursão da seleção brasileira, em 1973, quando narrou jogos desde países como Argélia, Marrocos, Arábia Saudita, Líbano, Itália, Áustria, Finlândia, Rússia, Suécia, Suíça, Escócia, Inglaterra, Espanha, Portugal e África do Sul. De acordo com Souza, o ingrediente mais importante de uma

Foto Arquivo

O foco nos personagens

Haroldo de Souza acumula a cobertura de sete Copas do Mundo no currículo cobertura jornalística, no caso dos mundiais, são os personagens de cada jogo. Ele enfatiza que as informações relacionadas à seleção brasileira e seu dia-a-dia são as mais preciosas. Na contagem regressiva para a África do Sul, ele revela suas expectativas: “Independentemente de ser em um país pobre, a Copa deste ano será igual em todas as emoções”. Com relação ao Brasil em 2014, Souza ressalta que Porto Alegre “deve se preparar para a Copa dentro de suas possibilidades”. Investir na capacitação de pessoas para a recepção de turistas é um dos passos. Quanto às obras? “Dependemos do Governo Federal”. Ainda assim, ele confia que o País tem a fórmula certa para realizar um evento memorável: “Temos todas as condições de fazer do nosso jeito e com absoluto sucesso”.

Edinho, jogador de defesa da Seleção Brasileira de 1982

Éder, meio-campista

19


Entrevista

À frente da inovação Roque Pellizzaro Júnior fala sobre as tendências para o varejo em 2010 e quais são, atualmente, os principais desafios do Conecs.

20

Natural de Curitibanos, no planalto catarinense, Roque Pellizzaro Júnior é formado em Economia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do

divulgação, fecomércio-rs

O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior, tem duas características muito fortes: o poder aglutinador e o ineditismo. A primeira se deve ao fato de este economista, advogado e empresário conseguir unir forças não apenas dos setores em que atua, mas também daqueles mais representativos da sociedade. Já a segunda característica se deve ao fato de Pellizzaro ter conseguido aprovar por unanimidade o novo Estatuto Social, na Assembleia de Representantes da CNDL, com apenas um ano de mandato. Não foi à toa que chegou à presidência da Confederação aos 42 anos.

Paraná (PUCPR). Empresário do ramo varejista e do agronegócio, é casado com Dhébora e tem dois filhos, Luiz Guilherme e Maria Eduarda. Foi presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC) por dois mandatos (2005/2008). Antes, exerceu a função de vice-presidente em três gestões (1999/2001, 2001/2003 e 2003/2005). Em Curitibanos, foi presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) por três vezes. Em 9 de novembro de 2007, em Brasília, foi eleito presidente da CNDL por unanimi-

dade dos votos dos representantes presentes à assembleia. Pellizzaro foi também por quatro anos conselheiro do Sebrae-SC, membro da Comissão Diretiva da Rede Nacional de Informações Comerciais (Renic) e conselheiro do SPC-Brasil. Inúmeras são as conquistas que agregou em defesa dos interesses da classe lojista, que resultaram no convite à CNDL para participar do Conselho Nacional das Cidades (Concidade). O empresário também é palestrante em diversos encontros, onde costuma apresentar as “Tendências do Varejo no Novo


Cenário Econômico”, assunto no qual é especialista. A aproximação com os lojistas de shopping centers lhe rendeu a coordenação do Conselho Nacional de Shoppings Centers (Conecs) em 2009. Sua atual gestão à frente da CNDL tem como metas muito trabalho, dedicação e transparência, além de fortalecer a presença do movimento lojista nas decisões de estado que afetem a economia, em especial o varejo. Nesta entrevista, Roque Pellizzaro Júnior fala sobre as características do comércio no Rio Grande do Sul, a atual relação entre lojistas e administradoras de shoppings e as tendências para o varejo em 2010.

Conexão Varejo – O senhor estava à frente da Conecs em 2009 até o início deste ano. Quais as principais conquistas do Conselho neste período? Pellizzaro – Conseguimos levar o tema como pauta prioritária para importantes comissões no Congresso Nacional, tais como Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) e Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (Cedeic) e, com isto, fazer avançar o processo legislativo no que diz respeito a uma legislação específica para locações em shopping centers. Conexão Varejo – Quais os principais desafios do Conecs agora? Pellizzaro – Fazer avançar este processo em um ano eleitoral, uma vez que a presença de parlamentares a partir de agora começa a ficar mais rara. Muitos ficam mais tempo em seus estados e bases eleitorais. Com isso, os trabalhos legislativos ficam prejudicados. Conexão Varejo – Com a aprovação do PL 6.625/2006, que determina o pagamento de apenas

O mercado varejista no Sul do País é o mais competitivo por estar numa região de mercados bastante maduros. O nível de exigência do consumidor nos estados do Sul é muito maior que em outras regiões do Brasil. 12 mensalidades para lojistas de shoppings, isto deve estimular o investimento no comércio instalado em complexos comerciais? Pellizzaro – Daremos sobrevida às micro e pequenas empresas que hoje se veem acuadas por contratos “leoninos” que em médio prazo inviabilizam seus negócios. Conexão Varejo – Como o senhor avalia a atual relação entre as administradoras de shoppings e os lojistas? Pellizzaro – Muito ruim. Um ganha muito e o outro, nada, ou até apresenta resultado negativo. Isto ficou claro quando realizamos uma pesquisa que apontou que, a cada seis anos, em média, as lojas localizadas em shopping centers fecham e encerram as atividades levadas pela completa falta de rentabilidade das operações, ou então provocadas pelo excessivo ganho por parte dos empreendedores. Conexão Varejo – O Conecs representa, atualmente, quantos lojistas em todo o País? Pellizzaro – Somadas todas as entidades integrantes deste Conselho, podemos dizer que mais de 90% dos lojistas são de shopping centers. Conexão Varejo – De que forma o senhor avalia o comércio varejista gaúcho hoje? Pellizzaro – O mercado varejis-

ta no Sul do País é o mais competitivo por estar numa região de mercados bastante maduros. O nível de exigência do consumidor nos estados do Sul é muito maior que em outras regiões, daí a necessidade de estruturas maiores de varejo nestes locais. Maiores não no sentido de tamanho, mas sim de qualidade, seja de apresentação, portfólio de produtos e serviços ou atendimento. Conexão Varejo – Casos como o Diamond Mall, em Minas Gerais, e do BarraShoppingSul, aqui em Porto Alegre, são responsáveis pela exigência de mais transparência no relacionamento administradoras X lojistas? Pellizzaro – Transparência é o mínimo que se pode esperar em qualquer relacionamento, em especial no que diz respeito a condomínios. É um absurdo que isto não esteja previsto em qualquer legislação. A transparência deveria ser um hábito, algo normal neste tipo de relacionamento. É uma vergonha que sejam feitas exigências através do Judiciário para se ter isto. Conexão Varejo – Quais as tendências para o varejo em 2010? Pellizzaro – O Brasil passa por profundas mudanças no setor varejista, motivadas pela atenção que temos que passar a dar a centenas de milhares de novos consumidores com perfis diferentes, além da importância cada vez maior do crédito como instrumento de vendas. Conexão Varejo – Quais fatores deste mercado precisam ser priorizados pelos empresários do setor? Pellizzaro – Foco na atividade. Conhecer bem seu cliente é fundamental na tomada de decisões; a partir daí, poderemos definir o portfólio de produtos, a apresentação da loja, a comunicação, linhas de financiamento.

21


Sindinews Fotos Divulgação

A Arte de gerenciar uma loja

O presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, e o vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais da Entidade, Arcione Piva, participaram, em abril, de reunião com autoridades em Brasília.

Bem-vindos Para qualificar ainda mais o quadro diretivo do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS, o Sindilojas conta com dois novos membros. José Rodrigues, da Norte Chapas, assume como diretor adjunto de Economia e Estatística. Luiz Caldas Milano, da Diversi Calçados, foi nomeado para o cargo de diretor adjunto de Relações Sindicais.

No dia 19 de maio, os lojistas poderão participar do workshop “A arte de gerenciar uma loja”. A atividade oferecida pelo Sindilojas POA será ministrada por Eduardo Tevah, um dos conferencistas mais conceituados do Brasil. As quatro horas de atividades serão realizadas no recém inaugurado auditório Henrique Gerchmann (Rua dos Andradas, 1234/9º andar). Para mais informações, ligue: (51) 3025-8300.

Ronaldo Sielichow e Paulo Penna Rey marcaram presença na Confraria do Show dos Esportes. Na foto com Ruy Carlos Ostermann.

Registro

22

Diversas autoridades marcaram presença no 26º Encontro Nacional, realizado em Aracaju, no mês de abril. Na foto, o senador Adelmir Santana (Dem - DF) com Ronaldo Sielichow e o vice-presidente Financeiro do Sindilojas POA, Marco Antonio Belotto Pereira

O vice-presidente do Sindilojas POA, Paulo Kruse, compõe o Conselho Diretor da Junior Achievement RS desde abril.


Em 13 de abril o Sindilojas entregou aos seus associados o auditório Henrique Gerchmann. Na ocasião estiveram presentes diretores e inúmeros lojistas. Paulo Penna Rey, Marcia Sielichow e Daniel Casais (foto acima) prestigiaram o momento. Assim como Augusto Hecktheuer, José Paulo da Rosa e João Rodrigues (foto abaixo).

Sielichow representou o Sindilojas POA nos debates a favor da construção civil em almoço com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante a 18ª Feira Internacional da Indústria da Construção, em São Paulo.

Sistema FecomércioRS elege nova diretoria A chapa única liderada por Zildo De Marchi venceu as eleições para a presidência do Sistema Fecomércio-RS. De Marchi sucederá Moacyr Schukster, que assumiu a entidade entre janeiro e junho deste ano, após o falecimento do ex-presidente Flávio Sabbadini, no começo do ano. O dirigente eleito é o atual presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul (Sindiatacadistas). Ele terá, a partir de 1º de julho, sob seu comando, além da Federação do Comércio do Estado, o Sesc/RS, Senac-RS, o Ccergs e ainda os 112 sindicatos patronais filiados à entidade. A votação e apuração, que aconteceram em 3 de maio, tiveram a participação de 80 sindicatos. A nova gestão se inicia em 1º de julho de 2010 e termina em 2014 e terá, além de Zildo De Marchi na presidência, Luiz Carlos Bohn como 1º vice-presidente, Ronaldo Sielichow como vice-presidente Financeiro e Luiz Antônio Baptistella como vice-presidente Administrativo.

23


Responsabilidade Social

Varejistas se solidarizam com as vítimas de catástrofes Desabrigados pelas enchentes recebem apoio e doações de roupas, alimentos e dinheiro.

24

Fotos Divulgação

A

s recentes calamidades, chuvas intermitentes, desabamentos, terremotos, tremores de terra e outros fenômenos da natureza mobilizaram a sociedade civil. Enchentes fizeram vítimas e desabrigaram milhares de pessoas no Rio de Janeiro e, mais recentemente, em Santa Catarina, entre outras regiões do País. Os varejistas, cientes de sua responsabilidade, não ficaram de fora. As ações de lojas e shoppings envolveram desde a doação própria de alimentos e roupas até a criação de postos de arrecadação para que os consumidores também pudessem participar desta corrente de solidariedade. No BarraShoppingSul, por exemplo, foram criados postos de arrecadação de donativos para os desabrigados do Rio de Janeiro. As Lojas Renner também aderiram à sensibilização de seus consumidores para amenizar o drama dos fluminenses, também de forma inédita, já que suas ações de responsabilidade social se concretizam através de projetos sistemáticos e de longo prazo. As lojas localizadas no Estado do Rio de Janeiro serviram como postos de coleta de roupas e alimentos não perecíveis para ajudar as vítimas das chuvas. Para as famílias desabrigadas, a Renner doou dez mil peças de vestuário, através da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Já as comunidades de São Gonçalo, Duque de Caxias e Niterói, mais atingidas pelas cheias, receberam dez toneladas de alimentos. Ainda é possível auxiliar através

Desde o início do ano, chuvas castigaram diversos estados brasileiros de doações de roupas, alimentos ou dinheiro. Para as vítimas do Rio de Janeiro, as contribuições podem ser através de depósitos bancários. O Bradesco abriu uma conta em nome de Obra Social do Rio de Janeiro. Os depósitos podem ser feito na agência 3176-3, conta corrente 500001-7. Já a Prefeitura de Niterói informa duas contas para receber doações. Os interessados podem depositar qualquer quantia na Caixa Econômica Federal, agência 0174, conta corrente 006-126/7 ou no banco Bradesco, na agência 309, conta corrente 12.000-6. Em casos de calamidade, para verificar quais itens são mais urgentes, o indicado é sempre entrar em contato com a Defesa Civil do Estado afetado. Doações de leite em pó, fraldas descartáveis, colchonetes, lençóis, colchas, toalhas e produtos de higiene pessoal figuram geralmente entre os itens mais necessários.

Como ajudar: Procure a Defesa Civil dos estados atingidos. Rio de Janeiro: (21) 3399-4409 e www.defesacivil.rj.gov.br Santa Catarina: (48) 3244-0600 e www.defesacivil.sc.gov.br


Artigo por Marise Ugalde*

Marketing de varejo P

raticamente não há mais nenhuma dúvida que o comércio eletrônico ou virtual (e-commerce) veio para ficar. Desde o início dos anos 2000 quando se intensificou o desenvolvimento de tecnologias que vem modificando sensivelmente a maneira de expor e comercializar produtos e serviços, várias áreas ligadas à atividade varejista precisaram modificar seus paradigmas. O marketing como conjunto das variáveis produto (e serviço), preço, praça e promoção também precisou – e ainda precisa- sofrer modificações para adaptar-se a este novo cenário no qual o dilema da equação bricks X clicks passa a nortear muitas das decisões estratégicas dos gestores varejistas. Pela ótica das empresas pure play (puramente virtuais) que costumam preconizar o fim dos formatos varejistas com interação presencial, perguntas tais como “Devemos continuar investindo em novos pontos comerciais?”, “Precisamos melhorar nossas instalações utilizando o que há de mais inovador em termos de ambientação de loja?” ou mesmo “Será necessário continuar com nossos programas de treinamento de vendedores?” são totalmente descabi-

das, pois qual seria a utilidade de empregar-se grandes orçamentos em itens que não serão mais valorizados nem visitados pelos consumidores? Entretanto o que muitas notícias, debates e fóruns setoriais nos indicam é que estes questionamentos continuam sim muito pertinentes, uma vez que permanece alta a construção de metros quadrados de áreas físicas de vendas não só nos shopping centers, como no comércio de calçada, nunca se pensou e procurou tanto os novos conceitos de exibitécnica e merchandising no ponto-de-venda, assim como nunca foram tão expressivos os investimentos em capacitação e aprimoramento dos recursos humanos das áreas de vendas das empresas varejistas. Nesse sentido, o marketing de varejo pode ser útil ao prover explicações e também soluções para este intrincado paradoxo. Não basta só rever mix de produtos e adicionar alguns serviços pela internet, repensar a estrutura de precificação, incrementar a conveniência do ponto, ampliar os tipos de canais de vendas e dar uma recauchutada na promoção para adaptá-la aos preceitos dos meios de comunicação virtuais. Torna-se quase que imperativo que varejo utilize o marketing especializado neste setor para que o mesmo contribua desde o patamar estratégico do negócio, sugerindo um posicionamento adequado para cada empresa. De nada adianta adotar uma série de ferramentas tecnológicas, sem antes revisar a proposta de valor da empresa/ marca. Somente após este trajeto, feito de forma planejada e coerente, é que se podem colocar em prática as decisões táticas relativas a pro-

duto/serviço, preço, praça e promoção. E aí sim, neste momento até cabe comprar softwares mirabolantes que prometem fazer cruzamento de dados de toda a árvore genealógica dos clientes, vale apostar na mais ousada forma de anunciar seu produto, ou até mesmo concluir que as “antigas” práticas que a empresa possui ainda estão em perfeita sintonia com as demandas do mercado. Ou seja, o marketing de varejo poderá também auxiliar a empresa nas suas ações, sejam elas as mais as clássicas e tradicionais ou as mais inovadoras e ficcionais para contexto híbrido e simultâneo de mundo on e off line no qual todas as empresas varejistas estão inseridas. * Professora e consultora de Marketing de Varejo.

25


Associadas

A

Confraria Masculina, já revela o nome, é referência em moda para homens. Fundada em 1987 pelo empresário Carlos Frederico Schmaedecke, a loja permanece até hoje sob administração familiar. A rede possui quatro lojas: a matriz, no Rua da Praia Shopping, e mais três filiais, nos shoppings Total e Iguatemi e na Avenida Borges de Medeiros. De acordo com Schmaedecke, a grande ampliação do número de shoppings, trazendo lojas de marcas de outras regiões do País, acirrou a concorrência

de forma muito intensa. “Nossa principal conquista é nos mantermos saudáveis e sem dívidas até o presente momento, mesmo acompanhando a alta rotatividade que vemos no mercado hoje. Seguimos vivos e operantes!”, comemora o empresário, que lembra o papel do Sindicato para sua manutenção: “A presença do Sindilojas é fundamental para defender os interesses da classe lojista”, destaca o empresário. Ele ressalta que o diferencial da Confraria Masculina é ter como foco o jovem executivo,

Fotos Milton Moraes

Confraria Masculina

Jovem executivo é o público-alvo da Confraria com destaque para as camisas feitas em fábrica própria. Comenta ainda que cerca de 90% dos produtos vendidos são da marca Confraria Masculina. Após um 2009 desanimado pela crise financeira, Schmaedecke prevê reformas para as lojas ainda no primeiro semestre deste ano.

Fotos Arquivo

New Woman

E

Moda com qualidade e estilo é a marca registrada da loja

26

Elizabeth Pedreschi é a fundadora da marca

Rede tem quatro lojas

xcelência no atendimento, qualidade dos produtos e preço justo. É o que oferece a New Woman. Administrada por Elizabeth Pedreschi, a loja foi fundada em 1989 e desde então se manteve sob administração familiar, hoje na segunda geração. De acordo com a empresária, a clientela da New Woman é composta por mulheres “atualizadas nas tendências da moda, que prezam um visual diferenciado e primam pela qualidade”. A matriz, localizada na Avenida João Pessoa, 1853, ganhou uma filial em março de 2007, na Rua 24 de Outubro, 1664.

Entre as principais conquistas da marca desde sua fundação, Elizabeth destaca a fidelidade dos clientes, em função da constante atualização do mix de produtos. “Isso faz da New Woman uma marca sempre lembrada”, constata, ressaltando que o item mais solicitado é a calça jeans. “Temos tudo o que uma mulher necessita para vestir no seu dia-a-dia, do esporte ao social, além de acessórios”, enfatiza. Para 2010, Elizabeth planeja uma nova filial, desta vez na Zona Sul de Porto Alegre. “O Sindilojas é um fiel amigo dos comerciantes, sempre disposto a luta em benefício da categoria”.




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.