Conexão Varejo - Maio/2011

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Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS

Nº 35

Maio 2011

Especial

Elas são maioria no mercado de trabalho e de consumo

Gestão

Finanças

Entrevista

A vocação para o varejo do bairro Bom Fim

Os gaúchos saem às compras e aumentam seu endividamento

Desembargador Leo Lima revela os desafios frente ao TJ-RS



Sumário

Entrevista

Opinião

Às mulheres.

Desenvolvimento Humano Foto: Divulgação

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Presidente do TJ-RS, desembargador Leo Lima fala dos desafios do judiciário gaúcho.

Conecs

Projeto tenta rever cobrança de estacionamentos nos shoppings.

Entidade

Café com lojista debate Código de Defesa do Consumidor.

08 09 10 11 12 15

Invista em conhecimento para crescer profissionalmente.

Mercado

Artigo

Gestão

Dia do Trabalho e a Informalidade, por Flávio Obino Filho.

Prepare-se para enfrentar o inverno.

O DNA varejista do bairro Bom Fim.

Sindinews

Finanças

Foto: Divulgação

Qual o equilíbrio entre o consumo saudável e o endividamento?

16 18 19 20 22 24

Artigo

Marcas fortes: cada vez mais importantes, por Ricardo Sondermann.

Responsabilidade Socioambiental

Conheça o Instituto do Câncer Infantil RS.

Especial

Associadas

As mulheres em seus múltiplos papeis sociais.

Gastronomia

Notícias e informações do setor varejista.

Foto: Milton Moraes

Conheça o canelone vegetariano do restaurante Equilibrium.

Camisaria Aliança e Joalheria e Ótica Coliseu.

Foto: Milton Moraes

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Milton Moraes

Expediente

Opinião * por Ronaldo Sielichow

Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS Rua dos Andradas, nº1.234.

Às mulheres

Edifício Santa Cruz, 22º andar – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123 Unidade Shopping Total Avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1122 Fone: (51) 3018.8122 www.sindilojaspoa.com.br Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente: Paulo Kruse Vice-presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-presidente de Relações do Trabalho e Capacitação: Sergio Axelrud Galbinski Vice-presidente Comercial: João Rodrigues Vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Diretor Administrativo: Roni Zenevich Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor de Relações do Trabalho e Capacitação: Vladimir Machado Diretor Comercial: Tarcísio Pires Diretor de Relações Políticas e Institucionais: Antonio Sanzi Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Suplentes: Alécio Ughini, Eduardo Suslik Igor, Gustavo Orlandini Schifino, Irio Piva, José Galló, Manoel Motyl, Marivaldo Tumelero, Mauro Suslik Tornain, Moacir Sibemberg, Nádia Regina Almeida, Nelson Jawetz, Ricardo De Conto, Silvio Sibemberg e Vilson Noer. Diretores Adjuntos: Eduardo Spunberg, José Rodrigues e Luiz Caldas Milano Conselho Fiscal: Lídio Ughini, Wilson Scortegagna Alcides Debus Suplentes: Carlos Schmaedecke, Hermes Queiroz e Orisvaldino Magnus Scheffer Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor e Assessoria de Imprensa: Sindilojas Porto Alegre imprensa@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025-8323 Conselho Editorial – Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Superintendente: Márcio Allegretti Assistente de Comunicação: Vinícius Ghise Estagiária de Comunicação: Kamila Karolczak

M

aio é, sem dúvida, o mês mais feminino do ano. É quando são homenageadas as mães, e um período tradicionalmente importante para as noivas. Justas comemorações, com certeza. Mas a verdade é que as mulheres, em todos os dias do ano, – e cada vez mais – são fundamentais para o desenvolvimento social e econômico mundial, e no Brasil não é diferente. Além de serem a maioria da população (dados do IBGE mostram que há 3,9 milhões de mulheres a mais que homens no País), criam os filhos, constroem as empresas e hoje dirigem o futuro da nação. Estudos revelam que em Porto Alegre quase 90% das mulheres trabalham fora, e mais de 70% são responsáveis por parte – quando não integralmente – do sustento de suas famílias. Isso significa também que são elas, que hoje ocupam os mais diferentes cargos nas mais variadas profissões, representando a maior fatia dos consumidores. Este panorama não é novo, mas é uma novidade para alguns setores. A cada dia são mais mulheres na construção civil, na engenharia mecânica e em outras áreas até então dominadas pelos homens. Como empreendedores, não podemos ignorar essa tendência que, felizmente, veio para ficar. Os varejistas dos mais diferentes segmentos devem aproveitar este momento simbólico de homenagem às mulheres e (re)pensar como está se preparando para recebê-las e acolhêlas cada vez melhor. Aproveitar suas potencialidades quando elas integram nossos quadros de colaboradores e atendê-las em suas necessidades e peculiaridades, quando consumidoras. Como empresário e dirigente sindical, deixo meu agradecimento a todas mulheres que constroem um Brasil mais forte a cada dia, contribuindo para o sucesso do comércio e da sociedade. *Presidente do Sindilojas Porto Alegre

Uffizi Consultoria em Comunicação Almir Freitas Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editor: Almir Freitas

Princípios organizacionais

Redatores: Carolina Borne e Fernando Halal Colaboradores: Flávio Obino Filho e Ricardo Sondermann

MISSÃO

VISÃO

Projeto Gráfico: Carla Cadó Vielmo Dietrich

“Representar, defender e promover o desen-

“Ser referência nacional em Entidade patronal

Editoração: Michael Melchiors

volvimento da classe lojista, com excelência em

sendo decisivo no desenvolvimento do

Impressão: Ideograf

serviços, gerando benefícios e vantagens para

comércio varejista de Porto Alegre.”

Tiragem: 10 mil exemplares

categoria, associados e sociedade”.

Revisão: Luana Aquino Comercialização: Uffizi Consultoria em Comunicação Fone: (51) 3330.6636 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

VALORES

TRABALHO EM EQUIPE: Trabalhar como um time,

ÉTICA: Respeitar normas e diretrizes da Entida-

somando competências para alcançar os obje-

de com honestidade e integridade.

tivos.

COMPROMETIMENTO: Ter compromisso e res-

TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO: Dar visibilidade aos

ponsabilidade com os objetivos da Entidade

processos, ações e resultados da Entidade.

demonstrando iniciativa e proatividade junto

INOVAÇÃO: Buscar soluções criativas e ideias

aos associados.·

inovadoras frente aos desafios.

FOCO NO RESULTADO: Ser eficaz na defesa de

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: Em suas

suas bandeiras.

ações, considerar a sustentabilidade em benefício da sociedade e do meio ambiente.


Fotos: Milton Moraes

Desenvolvimento Humano

Senac-RS oferece inúmeras opções para quem busca formação e qualificação

Dê um “up” na sua carreira Empresas vivem de resultados, e isso só é possível com colaboradores em constante evolução

C

uidar da carreira é estar em permanente processo de aperfeiçoamento. E essa busca pode ser por meio de cursos de qualificação, técnicos, de graduação, ou pós-graduação. O coordenador de vestibulares do Senac-RS, Inácio Kaspary, destaca, além disso, a importância da educação integral (cultura, lazer, qualidade de vida, entre outros espaços educativos), ou seja, da Educação Continuada para suprir a demanda do mercado atual, cada vez mais exigente. “Nesse sentido, somente profissionais muito bem preparados e permanentemente atualizados conseguem as melhores colocações e oportunidades de trabalho”, ressalta. Ou seja, cuidar da carreira evita sobressaltos no futuro e os resultados podem ser promoções e crescimento profissional.

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O Senac-RS abre inscrições para o vestibular entre 16 de maio e 30 de junho.As provas serão realizadas no dia 3 de julho, em Porto Alegre. Os candidatos podem se inscrever na própria instituição ou pelo site www.senacrs.com.br. Com base nas informações do relatório anual sobre Educação da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) é possível comprovar que quanto maior o grau de informação maior é a facilidade de manter-se no mercado de trabalho. “Os menores índices de desemprego correspondem ao grupo de pessoas com grau de formação em nível superior”, explica Kaspary. Ele também enfatiza o fato de que profissionais com formação superior que dão sequência aos estudos com uma

pós-graduação têm grande chance de ascender no trabalho, uma vez que a economia nacional (indústria, comércio, entre outros segmentos) promove cada vez mais o perfil do profissional especializado e/ou hiperespecializado. Um levantamento recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra uma imensa distância entre a remuneração de um profissional com 18 anos de estudo e os ganhos de um trabalhador sem instrução. “O diploma de um curso de nível superior pode mudar consideravelmente


Foco Mais do que se preparar para o mercado de trabalho ou complementar o currículo, ter uma graduação é um grande impulso para a carreira, seja qual for a área escolhida. Aluno do Curso Superior de Tecnologia em Marketing do SenacRS, desde 2009, Cássio Velozo buscou a instituição por indicação de colegas de trabalho, já formados. “Eles falaram muito bem do curso, que tem uma ligação muito

Confira o calendário de cursos oferecidos pelo Sindilojas POA:

a vida de uma pessoa, pois poderá proporcionar oportunidades fantásticas”, assegura Kaspary. Na visão empresarial moderna, bons desempenhos merecem destaque, por isso, estar capacitado e atualizado é fundamental para a sobrevivência no mercado de trabalho. A regra vale inclusive para o varejo, que há algum tempo atrás era visto como uma área de passagem. Encantar o comprador não é uma tarefa fácil. Para oferecer um atendimento de qualidade, é preciso levar em conta alguns pontos fundamentais que, se bem aplicados, conquistam público consumidor. “O colaborador deve, por exem-

forte com o varejo”, explica. Há cinco anos, ele ocupa o cargo de gerente de loja na Paquetá e acredita que sua escolha acadêmica oferece a vivência necessária para aplicação das técnicas no varejo. “Na maioria das vezes, as pessoas fazem primeiro a graduação e só depois ganham experiência no mercado de trabalho”, compara. Porém, no que diz respeito ao comércio, Velozo avalia que o pro-

cesso acontece de modo inverso. “A prática vem um pouquinho antes porque a gente começa cedo”, conta. Ele entrou na Paquetá com 20 anos, como vendedor, e hoje, aos 30, considera a graduação parte fundamental para o crescimento na carreira. Com a formatura prevista para julho de 2012, conciliar faculdade e trabalho não é uma dificuldade para Velozo, mas a certeza de que está no caminho certo.

Maio 2 a 5 – Atendente de Loja – (Manhã e Noite) 16 a 19 – Gestão e Planejamento Financeiro – (Noite) Junho 6 a 9 – Técnicas de Vitrinismo – Mód. 1 (Manhã) 13 a 16 – Atendente de Loja – (Manhã e Noite) 28 a 31 – Técnicas de Vitrinismo – Mód. 2 (Manhã)

plo, ter conhecimentos básicos da língua portuguesa e saber falar corretamente. Deve entender um pouco de matemática, além de conhecer um pouco do Código do Consumidor para não cometer erros que podem levar à indisposição com o cliente”, diretor de relações de trabalho e capacitação do Sindilojas de Porto Alegre, elenca o Vladmir Machado. Ele ressalta, ainda, que quem deseja atuar no varejo deve dominar algumas técnicas de abordagem, como perguntar o nome do cliente a fim de quebrar a formalidade com simpatia, além de estar atualizado para manter uma

conversa sobre fatos do cotidiano e saber onde buscar informações técnicas e adicionais sobre o produto que vende. A prática do dia a dia é fundamental, mas muitas técnicas podem ser melhor aprendidas nos bancos escolares Para quem quer se especializar em varejo, uma boa alternativa é o Curso Superior de Tecnologia em Marketing, do Senac-RS, com duração de três anos. A instituição tem outras opções nas áreas de Design, Gestão, Informática, Turismo e Hotelaria, além de cursos técnicos, de formação e aperfeiçoamento, educação à distância, extensão e pós-graduação.

Além de cursos de graduação, quem pretende se aprimorar conta com opções em nivel técnico de formação e aperfeiçoamento

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Milton Moraes

Artigo * por Flávio Obino Filho

Dia do Trabalho e a Informalidade

O

Dia do Trabalho de 2011 será comemorado com números de pleno emprego no Brasil. Na realidade são poucos os trabalhadores em busca de emprego, mas são muitos os que estão ocupados em postos precários à margem da lei trabalhista. A metade da mão de obra ocupada está na informalidade, o que escancara a fadiga institucional da Consolidação das Leis do Trabalho. Com efeito, a legislação do trabalho no Brasil, tendo cumprido o seu papel, envelheceu. As normas de proteção adotadas no final dos anos 30 e consolidadas em 1943 disciplinavam o trabalho preponderantemente industrial. Os empregos que existiam na primeira metade do século passado já não encontram paradigma nos dias atuais. Hoje os empregos são gerados no setor do comércio de bens e de serviços, que respondem pela

maioria da mão-de-obra ocupada no país. Os critérios de aferição de produtividade dos empregados do setor de serviços em nada se assemelham com os do modelo industrial. Estas novas formas de trabalho passam como um tufão sobre o direito do trabalho, apontando no sentido da necessidade de adoção de um novo modelo de proteção. Os que defendem a redução do grau de coercitividade do direito, diminuindo a imperatividade das normas, falam em deslegalização, desregulamentação e em reprivatização do direito. Não chegamos a tanto, mas o dogma do contrato de trabalho com base na lei está caindo. Os números do trabalho informal no Brasil são implacáveis. O trabalho do bancário, limitado a seis horas, não mais se justifica a partir da incorporação à atividade de diversas tecnologias Foto: Divulgação

que afastaram a fadiga nesta ocupação. O modelo de oito horas diárias e quarenta e quatro semanais engessa a produção e a produtividade. De outra parte, no setor de serviços o “home service” e o trabalho prestado longe da sede da empresa por “trabalhadores do conhecimento” são uma realidade há mais de uma década. O modelo precisa ser alterado. De outra parte, a nova geração de entrantes no mercado de trabalho não busca estabilidade no emprego. Buscam oportunidades e retribuição imediata. O conceito, já talhado por Hutchens nos anos 90, e abraçado pela nova geração de trabalhadores é o do emprego “just-in-time”, ou seja, as empresas utilizarão as pessoas somente quando precisarem delas; e as pessoas permanecerão nas empresas enquanto não tiverem melhores oportunidades. O cansado modelo industrial de relações do trabalho responde pela minoria dos atuais postos de trabalho. A CLT perdeu o rumo e envelheceu. Os princípios do taylorismo e fordismo que desenhavam a relação de hipossuficiência protegida pela legislação trabalhista consolidada estão superados. Os que produzem clamam por um novo modelo de proteção do trabalho, mas que acima de tudo proteja a produção e garanta a formalidade do emprego. Os números de ocupação plena deste 1º de maio são um convite para o debate de um novo contrato de proteção do trabalho. Advogado do escritório Flávio Obino Fº Advogados Associados obino@obinoadvogados.com.br

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Finanças

Como equilibrar suas prestações

P

esquisas com consumidores e estudos de consultorias privadas mostram que o brasileiro está, a cada mês, com uma parcela maior da renda comprometida com o pagamento de crediário de loja. A forte competição entre as grandes redes de varejo, oferecendo parcelamentos irresistíveis e sem juros, injeta mais combustível no crédito, achatando os encargos financeiros e alongando prazos. Mesmo com uma parcela maior da renda empenhada com crediário, o consumidor não desiste de assumir novos empréstimos. A confiança na economia atual – movida pelas perspectivas favoráveis para o crescimento do emprego e da renda e, especialmente, os prazos longos de pagamento dos financiamentos – dá tranquilidade para ele “encaixar” mais prestações no orçamento familiar. Estudo feito pelo Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração e a Felisoni Consultores Associados mostra que, em 2008 e 2009, as prestações do crediário não chegavam a comprometer 10% da renda das famílias. Nos anos seguintes, o número aumentou consideravelmente e as famílias passaram a empenhar até 28% da renda só para quitar prestações do carnê. Para a professora Judite San-

son de Bem, coordenadora do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário La Salle, o consumidor deve limitar a 30% de sua renda mensal os gastos com prestações. Segundo ela, o ideal é sempre estipular um percentual para as despesas fixas mensais, como condomínio, aluguel, água, luz, escola e supermercado. A professora defende uma reserva financeira de três a seis meses dos gastos fixos (mais prestações) para imprevistos e desequilíbrios temporários e aconselha que uma parcela de 10% do salário devem ser depositados em uma caderneta de poupança. No entanto, a média de comprometimento da renda brasileira sobe cada vez mais e tem forte expansão prevista para os próximos anos. Motivo de ânimo a curto prazo, o cenário requer atenção. O endividamento excessivo inibe o empreendedorismo e o comércio deixa de ser alimentado. “Com a retração na economia, o varejo se torna mais seletivo na hora das vendas e passa a embutir cada

vez mais juros nas parcelas”, analisa Judite. O maior problema, na opinião do coordenador do curso de Tecnologia em Gestão Financeira do Instituto Brasileiro de Gestão de Negócios (IBGEN), professor Gerônimo Grando, é que a compra por impulso ainda faz parte da cultura inflacionária brasileira. “O cidadão médio segue acreditando que é preciso gastar o seu dinheiro antes que ele desvalorize. Mas estamos numa época de planejamento e é preciso ser disciplinado, priorizando gastos com necessidades básicas”, avalia. Grando afirma que a inadimplência acaba por encarecer os juros e isso é prejudicial tanto para o varejo quanto para o consumidor – inclusive quem paga em dia. “O varejo deve ser muito rígido na oferta de crédito, estabelecendo limites de capacidade de pagamento e recorrendo a consultas ao SPC e Serasa, quando necessário. O desejo de venda é grande, mas o risco de perda no futuro é tão importante quanto”, conclui o professor.

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Artigo * por Ricardo Sondermann

Marcas fortes: cada vez mais importantes

O

que é uma marca? Qual sua importância? Uma resposta imediata seria dizer: tudo e toda. A marca é, em última instância, a essência de uma empresa, produto ou serviço. Sua dimensão pode valorizar preços de venda, estimular colaboradores, torná-la desejada, orgulhar clientes, pavimentar o crescimento diante de concorrentes. O contrário, porém, é igualmente verdadeiro. Marca fraca dificulta a atuação. Quem quer trabalhar em uma empresa da qual ninguém ouviu falar? Como sustentar margens maiores, se os produtos não se diferenciam? É inacreditável perceber que ainda hoje, diante de todo conhecimento mercadológico acumulado, com a precisão das pesquisas e sistemas de avaliação, ainda haja quem desacredita que marcas fazem diferença. Criação e gestão de marcas são essenciais para o sucesso do processo comercial. Na base de todas as marcas de sucesso, há sempre um produto ou serviço bem-sucedido. A mar-

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ca funciona como uma bandeira, acena aos consumidores, provoca a consciência, a lembrança, o desejo. A capacidade de ser reconhecida e diferenciada permite aos consumidores escolher entre produtos, serviços ou lojas, mesmo que virtualmente idênticos. O processo de construção de uma marca frequentemente se confunde com suas origens. A personalização de uma empresa, o nome de uma pessoa, seu estilo administrativo ou ineditismo geram uma identificação. Muitas vezes, marcas conseguem sobreviver às pessoas que a criaram, passam a ser tocadas com maior ou menor competência. O mundo da moda oferece exemplos clássicos dessa verdade, ícones como Chanel, Dior e Gucci, entre outros, preservam o DNA de seus criadores através de seguidores. O Sindilojas percebe que este ativo deve ser entendido como um bem tão essencial quanto estoques, instalações e funcionários. Uma loja pode, partindo de uma

marca forte e desejada, melhorar vendas absolutas, ampliar sua rede e operar com margens melhores. A marca resulta de construção, da relação honesta com clientes, de produtos e serviços sempre acima da concorrência. Não se trata, no entanto, de algo, a ser pensado depois. É preocupação constante, diária, deve refletir a essência do comerciante. Parece contraditório, mas a boa propaganda acelera a morte do mau produto, na medida em que eleva a expectativa do mercado. Uma marca deve refletir qualidade e entregar o que promete. No varejo de Porto Alegre existem grandes marcas. Estamos assistindo a um importante movimento de empresas no sentido de aumentar sua percepção, através da melhoria dos produtos vendidos, da comunicação eficaz e da arquitetura dos pontos de vendas. São círculos virtuosos onde marca, produto, loja e rentabilidade permitem o crescimento, em um mercado cada vez mais competitivo, com a incorporação de consumidores de diferentes classes sociais, desejos, histórias de vida e sonhos. *Diretor da Mixmidia e professor de Relações Internacionais da ESPM


Responsabilidade Socioambiental

Instituto do Câncer Infantil do RS Entidade gaúcha trabalha há 20 anos em prol da saúde

O

Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul (ICIRS) comemora 20 anos, resultado da união de esforços do médico oncologista pediátrico Algemir Lunardi Brunetto e do jornalista Lauro Quadros. Por meio de ações como o McDia Feliz e a Corrida Pela Vida, e da colaboração de voluntários, o ICI-RS inaugurou um centro hospitalar, construiu uma Casa de Apoio para receber crianças e seus familiares, adquiriu materiais e equipamentos, projetou e equipou um completo laboratório de pesquisas médicas. O trabalho junto ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre é referência para o tratamento do câncer na América Latina, com um índice de cura de 70% dos casos atendidos. Para simbolizar essas conquistas, o ICI-RS elegeu personagens e situações de “O Mágico de Oz”. O Leão repre-

Como ajudar? Para ser voluntário do ICI RS entre em contato pelo fone: (51) 3331.8704 ou pelo e-mail: voluntariado@ici-rs.org.br. Sua empresa também pode ajudar firmando um contrato de parceria com o ICI-RS. Dessa forma, a empresa obtém o direito de assinar as peças de divulgação do evento que está patrocinando ou apoiando. Para tornar-se uma empresa parceira, preencha o formulário disponível no site www.ici-rs.org.br

senta a coragem de enfrentar a doença e a estrada dos tijolinhos amarelos simboliza a construção do caminho da cura. Através de parcerias, assistência, capacitação, pesquisa e mobilização social, o Instituto espera um dia comemorar 100% de cura. “Para nós, o caminho mais rápido entre dois pontos não é uma linha reta. É um abraço”, resume Marion de Souza, gerente-executiva do Instituto do Câncer Infantil do RS .

Mobilizações solidárias Uma das ações de arrecadação de maior sucesso do ICI-RS é o McDia Feliz. A campanha acontece anualmente, no último sábado de agosto, mobilizando voluntários e sociedade em prol do combate ao câncer infanto-juvenil no Brasil. Desde sua primeira edição, em 1988, já arrecadou

mais de R$ 100 milhões, valor destinado a mais de 100 instituições que, juntas, beneficiam anualmente 30 mil crianças, adolescentes e seus familiares. Toda a renda obtida com a venda de Big Mac nos restaurantes McDonald’s de Porto Alegre, Canoas, Tramandaí, Cachoeirinha, Gravataí e Pelotas é revertida para o ICI-RS. A Corrida pela Vida, realizada no último sábado de outubro, faz parte do calendário de eventos de Porto Alegre. Mais do que uma competição, é um encontro para abraçar a causa e quem sai ganhando são as crianças e adolescentes em tratamento. A atividade é realizada em Porto Alegre, Gramado, Dois Irmãos e Triunfo. Para participar, basta adquirir a camiseta para usar no dia da Corrida. Desde 2008, as camisetas são fabricadas com 50% de fibras de algodão e 50% de fibra de garrafas PET, o que enfatiza a preocupação do Instituto com o meio ambiente. Todas as atividades do ICI-RS contam com a colaboração dos cerca de 300 voluntários divididos em núcleos de atuação, no apoio administrativo, assistência à família, organização do brechó, gabinete odontológico, oficinas, recreação e visitação, acompanhamento e promoções.

Confira o calendário de atividades para o 2º semestre: Maio -

Cadastro para Bazar de Natal/Brechó no último sábado.

Junho -

Jantar anual no Leopoldina Juvenil.

aGOSTO -

McDia Feliz.

Setembro -

Bloomin´Day (evento no Outback) Lançamento Corrida Pela Vida.

Outubro -

Corrida Pela Vida.

Novembro- Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto-juvenil (23) Dezembro-

Bazar de Natal. Natal da Coragem.

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Especial

O mercado também é delas As mulheres são a maior parte da população e, portanto, dos consumidores

A

té alguns anos atrás, elas eram destinadas a ocupar cargos especificamente femininos ou em sua maioria operacionais. Hoje, a situação é outra: as mulheres marcam presença nas mais diversas áreas e níveis hierárquicos, conquistando cada vez mais espaço no mundo corporativo. Representando mais da metade da população nacional – 97 milhões de um total de quase 190 milhões, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, a mulher brasileira tem ainda muito a conquistar. Nascidas ou criadas em meio ao avanço digital, as mulheres das gerações X (com idade entre 30 e 45 anos), Y (com idade entre 20 e 29 anos) e Z (nascidas na década de 1990) experimentaram

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Uma constatação recorrente é a de que, independente do gênero, a pessoa com maior nível de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado. Conforme pesquisa da Rohde & Carvalho, em 2010, as mulheres ocuparam 56% das matrículas no ensino superior, contra 44% das feitas pelos homens. No trabalho, 75,2% das jovens querem ocupar cargo de chefia e 92,7% buscam estar em constante atualização intelectual. Para contrabalançar, ser reconhecida como boa mãe é importante para 89,1% delas, assim como estar com a família (92,7%). Os dados também mostram que as mulheres estão cada vez mais conectadas às novas tecnologias. Segundo levantamento realizado em 2011 com mulheres entre 20 e 30 anos, 80,5% delas Foto: Milton Moraes

Marlei da Silva (segunda da direita para a esquerda) e suas colegas do curso de gesseiro/pintor

conquistas graduais de liberdade e de autonomia ao longo do tempo. Pesquisa realizada pela Rohde & Carvalho aponta que, em 2010, cerca de 32% das mulheres entre 30 e 60 anos afirmam precisar cada vez menos dos homens. Outros números complementam essa prerrogativa: a maioria das mulheres brasileiras trabalha fora (76%) e é responsável por parte do orçamento familiar (73%), e 71% é independente financeiramente. Os dados também indicam que 58,9% das entrevistadas entre 20 e 30 anos faz serviços domésticos e 51,9% é responsável pelas compras do supermercado. O estudo mostra também que, para 36% das jovens entre 13 e 20 anos, ganhar dinheiro significa ter sucesso e que este fato é o que mais pesa na hora de escolher uma carreira.


A mulher no mercado, em números* A maioria das mulheres brasileiras trabalha fora (76% em 2007 e 86,9% em 2010), sendo que são responsáveis por parte do orçamento familiar (73%) e são independentes financeiramente (71%);A portaria MTE nº 1.510/2009 estabeleceu critérios que afetam:

99,1% das respondentes acham importante poder se sustentar sozinha;

Em 2010, elas ocuparam 56% das matrículas no ensino superior, contra 44% deles;

32,3% de mulheres entre 30 e 60 anos dizem que elas precisam cada vez menos dos homens; 86,9% de mulheres entre 30 e 60 anos continuam fazendo alguma tarefa doméstica;

41% das gaúchas entre 30 e 60 anos tem aplicações financeiras e investimentos próprios;

36% de jovens de 13 a 20 anos em todo Brasil acreditam que sucesso é ganhar dinheiro e que este fato é o mais importante na hora de escolher uma carreira; Pela nova Ser reconhecida regra, trabalhadores no trabalho deverãoé guardar comprovantes por cinco anos importante para 98,2% das muAntes, elas faziam o curso norlheres entre 20 e 30 anos; mal para serem professoras, ou um curso técnico de enfermagem.

78,4% querem primeiro estabelecer-se profissionalmente e depois pensar em ter filhos;

80,5% das mulheres entre 20 e 30 anos estão trabalhando. Destas, 62,6% costumam guardar parte do seu salário para investimentos futuros. 76,6% consideram-se felizes no seu trabalho;

estão conectadas às redes sociais. O percentual sobe para 94,8% quando o perfil é de jovens brasileiras entre 13 e 20 anos. “Para o futuro, as mulheres acreditam que os relacionamentos serão mais abertos, com as mulheres mais independentes que os homens e comandando a relação. Assim como as relações serão cada vez mais virtuais, menos formais e duradouras. A mulher contemporânea é camaleoa: muda a todo momento. Afinal, ela pode ser o que quiser”, avalia a psicóloga Suzana Carvalho, responsável pela análise dos dados. Vida profissional x pessoal De acordo com um levantamento realizado pela Catho Online, site de currículos e empregos da América Latina, as mulheres já ocupam 58,63% dos cargos de coordenação, ou seja, mais da metade desses profissionais são do sexo feminino. Além disso, 22,91% dos cargos mais eleva-

dos das organizações, como presidentes e CEOs, também já pertencem a estas profissionais. Muito ativa e articulada, a proprietária da rede de lojas Thithãs, Maria Clair Ribeiro Gomes, ressalta que não gosta de ficar parada. Casou-se aos 17 anos e, rapidamente, tomou a decisão de vender de porta em porta, ao estilo “sacoleira”, como ela diz. Passou a comprar e revender roupas femininas e mercadorias diversas. A demanda aumentou e logo ela levava os dois filhos em suas frequentes viagens de Fusca a São Paulo e ao Rio de Janeiro. Participou de feiras, juntou dinheiro e abriu uma poupança para montar sua primeira loja. Hoje são 13 unidades na Capital e Grande Porto Alegre, e os filhos trabalham com ela. Para se destacar entre a concorrência, ela aponta a importância do diferencial, “onde o mercado não está olhando, mas nossos clientes sim. Estar atenta às necessidades e a proximidade com o consumidor nos mostram esse diferente”.

Para 77,8% das mulheres entre 20 e 30 anos, a prioridade atual é a carreira profissional;

76,3% não têm como objetivo encontrar um marido que a sustente. *Pesquisa: Rohde & Carvalho

Trabalho braçal Após conquistar espaço nos escritórios, empresas e em funções como taxista, cobradora e motorista de transporte coletivo, outra nova opção de mercado mira a figura da mulher: o ramo da construção civil. Até bem pouco tempo, esse era um mercado exclusivo dos homens. Agora, esposas, mães e filhas já desfilam com naturalidade ao lado do sexo oposto nessa profissão. Ainda há resistência das empresas na hora da contratação, mas a situação está mudando e diversas mulheres estão se capacitando para ingressar neste novo mercado. Com habilidades apuradas para trabalhos detalhistas, elas começaram a se misturar entre os homens em canteiros de obras, num mercado aquecido pelos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pelas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, além da facilidade de crédito para a compra

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da residência própria. Moradora de Viamão (RS), Marlei Arrugueti da Silva, 44 anos, veio à Capital concluir o curso de Gesseiro/Pintor e já ingressou nas aulas de Pedreiro Azulejista. Os cursos são oferecidos pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc/POA). Mãe de sete filhos, decidiu entrar no curso motivada pelo marido, pintor e decorador. “Meu irmão é mestre de obras, então é algo que está no sangue. Tenho boas noções de hidráulica e elétrica, e estou confiante em conseguir uma ótima colocação no mercado”, diz. Segurança Pública Cargos de comando ocupados pela figura feminina são cada vez

mais comuns na segurança pública. A major Cristine Rasbold, 47 anos, é uma das veteranas da Polícia Militar gaúcha. Ela integrou a primeira turma de formandas mulheres da Brigada Militar, em 1987, numa época em que o acesso feminino na Academia era algo impensável. “Sempre admirei as Forças Armadas, desde criança. Assim, fiz minha inscrição logo que abriu o concurso”, recorda. Segundo a major, hoje as oportunidades estão abertas e as mulheres estão competindo de igual para igual. “É um caminho que já está sendo visto com normalidade”, diz a atual comandante do Colégio Tiradentes, hoje casada e

mãe de um menino. O alto poder de compra, os bons salários e a ampla atividade de crédito no país também levam a mulher à liderança do consumo no Brasil. Divulgado em março, um estudo da Serasa Experian dividiu a sociedade em dez grupos, que contemplam 39 segmentos formados em função da renda, geografia, demografia, padrões comportamentais e estilo de vida. Dados da pesquisa apontam que existem 4,9 milhões de mulheres ricas e prósperas, sendo que 1,15 milhão são profissionais das grandes cidades, com carreiras estáveis, bons salários e que recorrem ao crédito com frequência.

Três gerações de negócios* Geração X (30 a 45 anos) A carreira é prioridade, a família e os amigos ficam em segundo plano. Costuma ser objetiva, comprometida com resultados, competitiva e responsável. Preza a hierarquia e a formalidade. O trabalho é fonte de realização e status.

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Geração Y (20 a 29 anos) Para ela, o trabalho é a afirmação da maturidade perante a sociedade. A mulher Y apresenta a faceta mais humana do ambiente corporativo, mostrando-se acessível, bem informada, flexível e adaptável

Geração Z (nascidos a partir de1990) Considerada uma profissional ingênua; seus pais são sua principal referência. Para a mulher dessa geração, trabalho e estudo são um mal necessário. Mais voltada à vida pessoal.

* Pesquisa: Bridge Research


Gastronomia

- Restaurante Equilibrium

Pratos na medida certa Pensado em quem procura uma alimentação saudável e sem gordura, o Equilibrium Restaurante completou três anos de atividades no mês de abril, aprovadíssimo pelos frequentadores. Localizado nas lojas 14 e 15 do Mercado do Bom Fim, no coração do bairro, seu diferencial são os pratos à base de proteínas de soja. “A fama do Equilibrium cresceu apenas com os comentários de quem

Canelone vegetariano

conhecia, aprovava e indicava para outro amigo”, conta o proprietário, Edilson Steffani. “Buscamos atender a todos os tipos de clientes, entre eles os veganos, os ovolactovegetarianos e os lactovegetarianos”, assegura a chef Jaqueline Shindler. No Equilibrium, o cardápio não é fixo, “o que gera expectativa nos clientes”, declara. Jaqueline não

é vegetariana, mas procura seguir uma dieta saudável. Foi assim que decidiu pesquisar sobre uma alimentação mais equilibrada. “Me apaixonei pelo que se pode fazer sem carnes vermelhas ou frango. Queria fazer algo novo e deu certo”, conta. Para a Conexão Varejo ela preparou uma receita deliciosa, fácil de fazer e que não pesa na balança. Mãos à obra e bom apetite. Fotos: Milton Moraes

Ingredientes n150g de purê de batatas (tradicional) n200g de abobrinha Itália cortada em palitos finos n6g de sal (aproximadamente meia colher de sopa) n200g de ricota n600g massa para lasanha n800g molho de tomate n40g parmesão ralado Modo de fazer: Em uma tigela coloque a abobrinha, o sal, a ricota e o purê de batatas. Distribua em um dos cantos das folhas de lasanha e enrole os canelones. Disponha-os em uma assadeira ou refratário, cubra com o molho de tomate e polvilhe com parmesão. Cubra com papel alumínio e leve ao forno médio por 30 minutos ou até gratinar.

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Entrevista - Leo Lima

Como combater a demanda de processos do TJ-RS

Conexão Varejo - Pela terceira vez consecutiva, a pesquisa da FGV revelou que Porto Alegre é a capital brasileira com maior confiança no Judiciário. Qual a fórmula? Lima -A qualidade da prestação jurisdicional é resultado do maior patrimônio que o Poder Judiciário do RS possui: seus servidores e seus magistrados. Existe uma tradição de excelência que, na verdade, é o grande desafio e maior estímulo para manter este padrão. A cada evento, em qualquer lugar do Brasil, a participação dos gaúchos sempre tem contribuições valiosas que acabam adaptadas. A criatividade para enfrentar o constante aumento da demanda processual é outro fator determinante. Apesar da carência de servidores e magistrados, frequentemente são criados mecanismos que permitem retribuir a confiança da comunidade em forma de um trabalho ágil e de qualidade.

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Não-Me-Toque, Santiago, Rio Pardo e Porto Alegre. Foi juiz-corregedor, posteriormente promovido a juiz do Tribunal de Alçada, em 1992, e a desembargador do Tribunal de Justiça, em agosto de 1997. Ele foi também professor da Escola Superior da Magistratura da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris). Ainda exerceu o cargo de vice-corregedor geral da Justiça, na gestão de 2000 a 2001, atuou no Tribunal Regional Eleitoral do Estado, como vice-presidente e corregedor, no período de 2005 a 2006, e como presidente até maio de 2007. Foto: Mário Salgado

Atual presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), o desembargador Leo Lima cumpre o biênio 2010-2011. Ele tem encarado a difícil missão de equalizar a grande demanda de processos recebidos pelo TJ gaúcho. Os números impressionam: somente em 2009 o órgão julgou mais de 608 mil processos, o que equivale a cerca de 12 por dia. E a procura pelos serviços do Judiciário só vem a crescer. Lima está preparado. Natural de Lagoa Vermelha (RS), formou-se em Direito pela UFRGS, em 1971. Nomeado juiz de Direito em 1975, atuou nas comarcas de Caxias do Sul,


Conexão Varejo - Os Tribunais de Justiça passaram a ter muita demanda nos últimos anos. Como o TJ gaúcho conseguiu solucionar isso? Lima - Projetos como o Sentença Zero, Reforço Cartorial e o Cartório-escola são apenas algumas iniciativas inovadoras adotadas pelo Poder Judiciário gaúcho que resultam das dificuldades para tamanha demanda. Outra novidade é a implantação do terceiro turno, onde magistrados e servidores trabalham à noite para dar vazão aos feitos. Foi uma ideia que nasceu dentro do Judiciário, rende ótimos frutos e não demandou aumento de despesas.

gra de referência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de que mais de 1,5 mil processos novos por ano já são motivo suficiente para criar novas varas. Por que isso não acontece? Lima - Na verdade, existe inclusive um dispositivo dentro da Constituição que preconiza os parâmetros para a nomeação de magistrados com o fito de prestar um atendimento jurisdicional à altura das necessidades. No RS existem mais de 1,7 mil vagas de servidores e mais de 100 para juízes, mas que, infelizmente, não podem ser preenchidas em consequência das limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Na previsão legal, as despeConexão Varejo - O que explisas com o pagamento de pessoca o alto demandismo gaúcho? al não podem superar o índice Lima - Trata-se de uma conde 6% da receita corrente líquida junção de fatores. Os gaúchos do Estado. Isso traz como conpossuem um nível cultural elevasequência uma excessiva carga do e, por isso, conhecem seus de trabalho que aumenta a cada direitos e lutam por eles. Trata-se dia. Junto ao quadro funcional, de uma característica que remete o resultado é o aumento alarà formação étnica do RS. O cimante de licenças médicas e de dadão gaúcho aposentadoria esgota todas as motivadas por possibilidades, de O Judiciário é basicamente problemas recorrendo até saúde. Trata-se às Cortes supe- um prestador de serviços; nosso de uma grande riores – como preocupação da capital é o ser humano Supremo TribuAdministração nal Federal e do Tribunal de Superior TribuJustiça. nal de Justiça – para reivindicar Para elaborar um diagnóstico o que lhe parece de direito. e sugerir medidas preventivas, o Outro motivo do crescente auJudiciário realizará em conjunto mento processual é a confiança com a PUCRS um estudo detaque a população do Estado dislhado para analisar as causas e pensa ao Poder Judiciário. Ninprincipais problemas decorrentes guém gastaria tempo e dinheiro do excesso de trabalho. se não tivesse certeza da eficiênO custo de ser o melhor Judicia e do trabalho dedicado que ciário do País – conforme estatísé desenvolvido. Isso nos enche ticas do CNJ – é muito elevado e de orgulho, mas se constitui num compromete e qualidade de vida desafio permanente que exige, a de magistrados e servidores. cada dia, mais dedicação, enerConexão Varejo - Como equigia e criatividade. par melhor as comarcas do RS? Conexão Varejo - Existe a reLima- Nossas comarcas estão

– com algumas poucas exceções – em boas condições materiais; a principal carência do Judiciário é com recursos humanos. A classe dos advogados tem receio de que o direito de defesa seja reduzido. Como lidar com a redução do número de recursos? Lima - A regra de ouro, em discussões de políticas públicas para a administração da Justiça, é a busca do bem comum sem ofensa às liberdades individuais; um debate amplo, democrático e objetivo certamente atenderá às justas aspirações da classe dos advogados. Conexão Varejo - O orçamento previsto para o Judiciário gaúcho este ano (R$ 2 bilhões) é um valor muito abaixo do esperado? Lima - A demanda por recursos, especialmente para a nomeação de servidores, expande-se em uma proporção geométrica que, dificilmente, poderia ser acompanhada pelos cofres públicos; assim, o debate orçamentário deve ser, necessariamente, um paciente e minucioso exercício de racionalização de despesas e priorização de objetivos. Conexão Varejo - Como prestar um serviço de qualidade à comunidade, considerando as restrições legais impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal? Lima - Esse talvez seja o maior impasse para a boa realização da Justiça. O Judiciário é basicamente um prestador de serviços; nosso capital é o ser humano e nossos gastos são essencialmente com folha de pagamento. É indispensável que tal diploma legal – muito bem-intencionado, diga-se de passagem – seja adequado às particularidades do Judiciário.

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Conecs

Quem paga a conta do estacionamento em shopping? Projeto de Lei em tramitação no Senado Federal busca regulamentar os valores cobrados lojistas de shopping. E o lucro oriundo do recolhimento de taxas de estacionamento não é dividido com os lojistas. O PL 87 é apenas uma das tentativas dos legisladores para tentar equilibrar esta relação. Na Câmara dos Deputados, está em avaliação, na Comissão de Defeu Estacionamento em sa do Consumidor, o shopping center deve ser PL 7137, elaborado calculado em frações de em 2002, que visa a u Isenta da cobrança o consumidor que gastar valor cinco minutos. equilibrar a relação superior a vinte vezes o custo do estacionamento. contratual locatícia pertinente aos shopping centers, eliminando incluramita na Comissão de Asesbarraram no Supremo Tribunal sive a cobrança do 13º aluguel, suntos Econômicos do SeFederal (STF), que entende o asobrigando as administradoras a nado Federal o Projeto de sunto como direito civil, que só prestarem contas sobre os inLei nº 87 de 2011, de autoria pode ser alterado por uma lei vestimentos dos condomínios do senador Vital do Rêgo Filho federal. de shopping centers, colocando (PMDB/PB), que estabelece que O fato é que são questiolimites para os aumentos abuo preço do estacionamento em náveis os valores de estaciosivos dos aluguéis e obrigando shopping center deve ser calnamento em shopping centers os proprietários a assumirem culado em frações de cinco mido país, mas eles podem ser os custos do estacionamento nutos. O projeto também isenta compreendidos a partir da falta desses empreendimentos. Esde cobrança o consumidor que de regulamentação do setor, o sas iniciativas pretendem que o permanecer por até 15 minutos que beneficia os proprietários. negócio shopping center fique no estacionamento, obriga a coA maioria dos estacionamentos protegido e, por consequência, brança de valores diferenciados dos centros comerciais é mantibeneficie os consumidores com para aqueles que permanecerem da com recursos do condomínio a redução dos custos e do preço por mais de quatro horas e a dos empreendimentos. Ou seja, final dos produtos. grande inovação: isenta da coos custos de água, luz, seguranCaro(a) lojista, envie um brança o consumidor que gasça, aluguel de espaço público e e-mail para o senador manitar valor superior a vinte vezes o até prejuízos oriundos de indefestando seu apoio ao projecusto do estacionamento. nizações a consumidores que to e lembrando que também é As tentativas anteriores de retiveram seus carros furtados ou preciso aprovar o PL 7137/02. gulamentação estadual ou mudanificados dentro dos estacioO e-mail do senador é: nicipal para este tema sempre namentos, saem do bolso dos vital.rego@senador.gov.br.

O Projeto de Lei nº 87 de 2011 estabelece:

T

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u Cobrança de valores diferenciados para aqueles que permanecerem por mais de quatro horas.


Entidade

Café com Lojistas aborda Código de Defesa do Consumidor O

Foto: Kamila Karolczak

Código de Proteção e Defesa do Consumidor foi o tema abordado na primeira edição do Café com Lojistas. O evento é mensal e irá reunir associados ao Sindilojas Porto Alegre para informar e debater assuntos importantes para a categoria. O consultor jurídico do Sindicato, Pablo Berger, foi o palestrante do dia 30 de março. Ao longo de duas horas, ele explanou toda a legislação, deu exemplos práticos e respondeu aos questionamentos do público presente. Para o advogado, grande parte dos dispositivos legais vem sendo cumprido pela categoria desde a implantação do Código de Defesa, em 1990. “Desde essa época, o consumidor passou a ser reconhecido como a parte mais fraca na relação comercial. A criação e instauração de juizados especiais

cíveis ampliaram o acesso à Justiça, e a maioria das ações judiciais é em defesa do consumidor. Danos morais, por exemplo, começaram a ser corriqueiros”, exemplificou o advogado Pablo Berger. O consultor alertou aos lojistas que estejam preparados para possíveis ações. Lembrou que a esfera privada também passou a atuar na proteção dos Direitos do Consumidor, citando o trabalho do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e de associações como o Conselho de Defesa do Contribuinte (Codecon). Para dar início a essa mudança visando a um melhor atendimento ao consumidor, o palestrante ressaltou itens como a necessidade de maior diálogo com o cliente, enfoque consultivo e preventivo, acompanhamento e monitoramento da origem do questionamento dos

consumidores. Conforme Berger, “a postura da empresa tem que ser proativa. O lojista é o termômetro da percepção do cliente sobre a lei”. Durante o evento, foram distribuídas cópias do Manual do Lojista com o Código de Defesa do Consumidor (CDC) entre os associados. De acordo com o presidente da Entidade Ronaldo Sielichow, o Sindilojas está “sempre atento às novas normas e decisões que de alguma forma envolvam a classe lojista. Por isso, orientamos aos empresários do varejo que mantenham o manual em local visível e à disposição dos seus clientes para consulta em sua loja”. Em caso de dúvidas em relação ao Código, o Sindicato dispõe de uma assessoria jurídica para consulta gratuita. Fone: (51) 3321-4500.

Mais informações sobre as próximas edições podem ser obtidas pelo email eventos@sindilojaspoa.com.br ou pelo fone (51) 3025-8312. O encontro é gratuito e exclusivo para lojistas associados.

O advogado Pablo Berger tirou dúvidas sobre o Código de Defesa do Consumidor durante encontro

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Mercado

Com que roupa eu vou? Foto: Deviantart

Especialistas dão dicas para enfrentar o inverno que vem por aí

Frio previsto para os próximos meses exige um bom estoque de roupas pesadas

Q

uem já não se fez essa pergunta antes de sair de casa durante o outono, por exemplo? Escolher o que vestir na chamada meia-estação, mesmo para os gaúchos, é um desafio: pela manhã, é comum sair com um casaco mais quente sobre alguma peça leve. Isso porque perto do meio-dia, devido à amplitude térmica característica dessa época do ano, o termômetro sobe para cair novamente ao final do dia.Desafio também para os lojistas, que têm que preparar seus estoques. Período de transição, o outono tem características de verão no seu início e de inverno quando se aproxima do final. Segundo a me-

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teorologista do Climatempo, Patricia Madeira, a partir de maio, as chuvas que ocorrem nos estados do Sul, do Sudeste e do CentroOeste brasileiro, desde meados de abril, passam a ser provenientes, quase que exclusivamente, das frentes frias. “Elas vêm acompanhadas de massas polares, cada vez mais fortes, à medida que o inverno se aproxima”, esclarece. O outono no Brasil está sob o domínio do La Niña (resfriamento atípico do Pacífico tropical). As águas do Atlântico estão mais quentes que o normal e tendem a esfriar devagar. A consequência é um índice de chuva abaixo do esperado para o período. De acordo

com o Climatempo, apesar de enfraquecido, o fenômeno só deixará de influenciar o clima em todo o País durante o Inverno. Se os gaúchos precisam se acostumar com as variações climáticas antes da chegada do frio, os lojistas já vêm se preparando para enfrentar os rigores desde o início do ano. É o caso de Antônio Sanzi, proprietário da Jony Calçados e diretor de Relações Políticas e Intitucionais do Sindilojas Porto Alegre “A revista da Francal, feira de calçados e acessórios, realizada em janeiro no Parque Anhembi, em São Paulo, mostra toda a moda de inverno do setor”, destaca. Apostando em


itens como botas e pantufas para 2011, Sanzi espera bons resultados nas vendas. “O ano está em alta como em 2010, quando tivemos um aumento próximo a 25% nas vendas em relação a 2009”, comemora. Para atingir a meta, a Jony Calçados conta com a antecipação das compras de inverno pelos consumidores das classes C e D. “Trabalhamos com esse público que compra pouco antes de esfriar. Quando muda o tempo, o movimento aumenta bastante”, conta. Tendo no clima um aliado para alavancar as vendas de vestuário no outono-inverno, com peças de maior valor, o empresário Eduardo Tevah acompanhou os dados climáticos no Estado por três décadas. “Na verdade, isso foi uma herança de pai para filho”, relata. Para Tevah, uma das informações mais relevantes é a temperatura ao amanhecer. “É nesse momen-

to que as pessoas vão se vestir e avaliam como estão em termos de peças invernais. Por isso, através das estações meteorológicas, buscamos avaliar qual a temperatura entre 6h30 e 8h”, observa. O empresário avalia o RS (Rio Grande do Sul) como um Estado onde as temperaturas baixas se verificam em quase todo inverno. “Dificilmente um frio em Uruguaiana não será sentido em Santa Maria. Já nos outros estados do Sul o frio está mais concentrado em algumas regiões”, compara. Tevah destaca ainda que os invernos de verdade no Sul do País têm muita concordância com a sua entrada no calendário. “Tradicionalmente, a segunda quinzena de junho, todo o mês de julho e a primeira quinzena de agosto são os períodos de maior oscilação térmica, com temperaturas realmente baixas”, acrescenta.

Com tanto tempo de observação climática na bagagem, o empresário não tem dúvidas com relação às rotinas do inverno gaúcho que ainda se caracteriza pelos famosos “veranicos”, aqueles dias de calor em plena estação gelada que não surpreendem a população. No entanto, é melhor estar prevenido. “Por um tempo dizíamos que não fazia mais frio como antigamente, mas nos últimos três anos sentimos diferença e o frio voltou a ser mais rigoroso”, adverte. Para os lojistas, ele recomenda apostar nos produtos meia-estação e deixar os produtos mais pesados para junho, julho e agosto. “Contudo, uma loja precisa ser competente em todos os aspectos de geração de marca para que, quando o frio chegar, sua loja seja uma das primeiras que aparece na mente do cliente”, aconselha..

Confira os prognósticos do Climatempo: Na região do Sul, a expectativa é de chuva muito irregular, com menores volumes que o normal. A temperatura deverá ficar acima da média nos três estados. “O Rio Grande do Sul tem um

regime de chuvas mais regulares do que o resto do País”, informa a meteorologista Patrícia Madeira. Ela dá dicas do que vai acontecer no Estado com a chegada do frio.

Maio

Junho

Julho

Formação de frentes frias com massas polares fortes. No RS haverá bastante frio com formação de geadas.

Com a entrada do inverno em 21/06, às 14h17, a expectativa é de chuvas abaixo da média no RS, o que significa menos frentes frias do que no mês de maio.

Chuva abaixo da média e muito frio. Provavelmente será o mês mais frio do ano, com muitas massas polares e formação de geadas.

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Gestão

Bom Fim é referência de varejo Vocação comercial do Bairro atravessou os séculos Foto: Ivo Gonçalves/PMPA

Foto: Jonathan Heckler/PMPA

Foto: Ricardo Giusti/PMPA Foto: Ricardo Giusti/PMPA

Foto: Cristine Rochol/PMPA

Região é rica em comércio e opções de gastronomia e lazer

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onhecido por seus ares de cidade interiorana o Bom Fim não escapa da crescente violência da cidade grande. O atual vice-presidente da Associação dos Amigos do Bairro Bom Fim (AABBF), Milton Gerson, relata que as principais demandas dos lojistas estão relacionadas à constante falta de segurança. “Agora mesmo, estamos passando por um momento difícil, com diversos arrombamentos”, conta. Segundo Gerson, as características são sempre as mesmas. “Entram pelo telhado, não deixam vestígios e furtam produtos, equi-

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pamentos eletrônicos, cheques e dinheiro, quando ficam disponíveis”, lamenta. Nos últimos anos, a característica do comércio local mudou muito. Depois de uma era em que o Bom Fim foi conhecido pelo forte comércio moveleiro, o segmento se descaracterizou. “Ainda restam algumas lojas antigas como a Scalabrin e Irmãos Schwartz”, avalia Gerson. No entanto, as tradicionais Baú e JG Decorações fecharam suas portas. Outras, como a Fridman e a Lignea acabaram mudando de endereço. Apesar disso, o varejo da região

está apenas se reinventando. “O bairro passou por um período em que a abertura de bares e restaurantes se intensificou. A bola da vez são os bazares e as farmácias”, observa Gerson. Restaurantes, bares, bazares, farmácias, lojas de móveis, roupas, papelarias, óticas, ferragens e minimercados universalizaram e ampliaram o mix comercial do bairro. “O Bom Fim é quase uma extensão do centro sob o ponto de vista comercial, exceto pela ausência de magazines de grande porte, como a Manlec, que já esteve no bairro acho que na dé-


Ali, poucas residências, algumas lojas e oficinas deram início ao povoamento efetivo da região. Hoje, o “Bonfa”, apelido carinhoso dado ao bairro, oferece inúmeras opções aos habitantes e frequentadores. Aos sábados, na Rua José Bonifácio, acontece a tradicional feirinha do Bom Fim, onde são comercializados diversos produtos orgânicos. Aos domingos é a vez do Brique da Redenção, ponto de encontro e comércio de artesanato que acontece desde 1983. Além das tradicionais quadras de bocha do Parque, no seu entorno se localizam alguns dos prédios históricos da UFRGS, o Instituto de Educação General Flores da Cunha, capelas e sinagogas.

Foto: Milton Gerson

cada de 1970”, recorda. Um dos mais tradicionais bairros de Porto Alegre, o Bom Fim teve origem no antigo Campo da Várzea, uma área pública na qual permanecia o gado destinado ao abastecimento da cidade. Com a construção da Capela Nosso Senhor do Bom Fim, entre 1867 e 1872, o Campo da Várzea converteu-se em Campo do Bom Fim. Após a abolição da escravatura, em 1888, muitos libertos instalaram-se na região, que extraoficialmente ganhou o nome de “Campo da Redenção”. Foi somente no final da década de 1920 que os primeiros membros da comunidade judaica começaram a se instalar ao longo da atual Avenida Osvaldo Aranha.

Para saber mais n Para quem quer aprofundar os conhecimentos sobre a história do Bom Fim, Gerson indica a exposição do Museu da UFRGS, aberta à visitação até 1º de julho. “Ela que apresenta o bairro sob a ótica de sua colonização plural, ressaltando a convivência harmônica das colônias africana, judaica e italiana e a presença das mais variadas tribos que elegeram o bairro como ícone cultural a partir da Redenção e da Avenida Osvaldo Aranha”, destaca. O espaço funciona de segunda a sextafeira, das 9 às 18 horas. Grupos podem agendar visita guiada à mostra pelo telefone 3308.4022. Mais informações pelo e-mail museu@museu.ufrgs.br, pelo telefone 3308.3390 ou pelo site www.museu.ufrgs.br. Vale conferir.

O Parque Farroupilha, conhecido como Redenção, é o mais antigo de Porto Alegre

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Sindinews

Sindicato lança Núcleo de Inteligência Autoridades no evento que prometeu ampliar a segurança dos lojistas

Qual a verdadeira situação do comércio varejista de Porto Alegre e como o Sindilojas pode fazer a diferença na vida dos lojistas? Este é o ponto de partida para a atuação do Núcleo de Inteligência, novo projeto do Sindicato para melhorar a competitividade das empresas frente aos desafios do mercado. O objetivo é oferecer soluções inovadoras para os lojistas e a sociedade através da captação de dados junto a colaboradores das lojas, poder público, entidades de classe e empresas. Por meio de pesquisas que identificam tendências locais e globais, a equipe debate oportunidades e trabalha na criação de novos produtos e ferramentas de gestão. O Núcleo de Inteligência, que começou a atuar em abril deste ano, começou a ser criado em outubro de 2010 e é composto por empresários de diferentes segmentos do comércio, consultores de gestão, profissionais de marketing e gestores da Entidade. Para o futuro, estão previstas pesquisas, fóruns, programas de capacitação e eventos culturais com foco em empreendedorismo. Com essa nova iniciativa, o Sindilojas Porto Alegre busca o desenvolvimento do comércio e da economia, maior longevidade para as empresas e a geração de empregos.

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Oficializada delegacia especializada em roubos a joalherias O Sindilojas Porto Alegre, a Ajorsul e autoridades policiais reuniram-se no dia 28 de março para comemorar a oficialização da Portaria 13/2011. Publicado em 17 de março no Diário Oficial, o ato administrativo atribui à 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do DEIC a apuração de roubos a joalherias, óticas e relojoarias. O presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, prestigiou o

evento, realizado no Palácio da Polícia, e declarou que “a interação entre entidades que representam os lojistas e a polícia é muito importante, pois a manutenção da segurança é responsabilidade de todos”, lembra. Na ocasião, a Ajorsul, representada pelo presidente, Claudemir Bernardo, doou duas viaturas à delegacia de roubos, tornando o trabalho dos policiais mais efetivo.

Sindilojas aposta em qualificação A partir de 1º de maio o Sindilojas Porto Alegre inicia o Projeto Geração Varejo, voltado para quem quer trabalhar no comércio e ainda não tem a qualificação adequada. “Qualquer pessoa pode participar se cadastrando no site da entidade www.sindilojaspoa.com.br. Depois do envio do currículo, há o agendamento de entrevista com uma psicóloga, que analisa o perfil dos inscritos e os encaminha para a capacitação”, informa o superintendente do Sindicato, Márcio Allegretti. Os candidatos que concluírem todas as etapas do Geração Varejo estarão disponíveis no banco de dados para consulta dos lojistas associados ao Sindilojas. O executivo acrescenta que a pré-avaliação direciona o candidato para os segmentos de maior afinidade, conforme seu perfil. “O projeto tem um viés social e visa o desenvolvimento profissional. Além disso, lojistas e profissionais não têm custos para participar”, declara. O projeto Geração Varejo foi criado a partir de pesquisas realizadas no Núcleo de Inteligência. Segundo os lojistas ouvidos, o varejo carece de profissionais com qualificação específica.


Segurança no Centro é tema de encontro O Auditório Henrique Gerchmann, espaço do Sindilojas Porto Alegre, sediou em março a reunião comunitária, promovida pela 1ª Cia do 9º BPM, entre moradores, comerciantes e prestadores de serviço das ruas Otávio Rocha e Uruguai. O objetivo do evento foi buscar uma relação efetiva entre Brigada Militar e sociedade, para consolidar uma Rede Comunitária que viabilize segurança para o segmento e imediações. O apoio à BM fortalece ainda mais a missão do Sindicato, que representa, defende e promove o desenvolvimento da classe lojista, com excelência em serviços, gerando benefícios e vantagens para categoria, associados e sociedade.

Códigos de Defesa do Consumidor são distribuídos Em comemoração ao Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, celebrado no dia 15 de março, o Sindilojas Porto Alegre disponibilizou gratuitamente o Código de Defesa do Consumidor (CDC) para associados, na sede do Sindicato – Rua dos Andradas, 1234 - 22º andar. A distribuição do material também foi intensificada em shopping centers da cidade. De acordo com a lei, o consumidor tem o direito de consultar o Código de Defesa, sempre que for solicitado.

Trânsito é tema de reunião Mudanças no trânsito e os rumos da mobilidade urbana na Capital foram debatidos em umaa reunião de diretoria do Sindilojas Porto Alegre, com a participação do Secretário Municipal de Mobilidade Urbana e Diretor-Presidente da EPTC, Vanderlei Luis Cappellari, no dia 5 de abril. O Secretário esclareceu dúvidas dos lojistas e falou sobre a interferência direta do fluxo de veículos e pedestres na atividade comercial. “Mudanças viárias interferem na vida das pessoas e, consequentemente, na atividade das empresas. Temos consciên-

cia desses fatores, que são sempre considerados em estudos de mobilidade”, afirma. O presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, ressaltou o diálogo entre as entidades. “Quando uma mudança é planejada, a EPTC tem ouvido todos os setores envolvidos, assim a chance de erros diminui significativamente”. Cappellari ainda recebeu e anotou diversas sugestões dos lojistas, reforçando o interesse em contar com a participação do Sindilojas em comissões futuras.

Atividade permitiu imersão no varejo Em mais uma iniciativa buscando contribuir para o aprimoramento do setor, o Sindilojas Porto Alegre, ofereceu, em 26 de abril, um dia de Imersão em Gerência de Loja. O responsável pela atividade foi o empresário e conferencista Eduardo Tevah, que em seis módulos abordou aspectos fundamentais no cotidiano dos gestores. Ao longo de oito horas, fo-

ram discutidos os novos desafios do varejo, o perfil do líder de sucesso, gestão de pessoas, como fazer sua loja vender mais, como construir vínculos com os clientes e como fazer sua loja ser mais rentável. Cada módulo permitiu a troca de know-how entre os participantes, que puderam fazer perguntas e sanar suas dúvidas sobre cada ponto apresentado.

Novas Associadas u Marfim Distribuidora de Dentes Produtos

u Rosa Ionara Fernandes Balestrin

Odontológicos Ltda.

u Maria A Carrion da Silva Confecções

u Lape Loterias Ltda

u A E R Comércio De Vestuário Ltda.

u Scherer Studio Fotográfico Ltda.

u Agropec Shopping Do Campo Ltda.

u Arte e Sabor do Cafe Ltda.

u Plataforma Games Ltda.

u Athletic Kol Participações e Comércio de

u Tec Val Consultoria e Representações

Materiais Esportivos Ltda.

Ltda.

u Moinhos Comércio do Vestuário Ltda.

u Elisabeth M Guimaraes Confecções

u Elli Stumpf

u Foxy Idiomas Ltda.

u Fabiane Soares Cid

u Duo Promoções e Eventos Ltda.

u Eduardo Cordeiro

u Joao Francisco Ramos Acosta

u Fabiano Rocha de Aguiar

u Clarice Soria Rodrigues

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Associadas

Um caminho de sucesso A

Mix da rede inclui marcas internacionais

Coliseu Joalheria e Ótica iniciou suas atividades em Porto Alegre no ano de 1968 e vem se consolidando como a joalheria de maior prestígio do Estado. A fórmula para isso inclui coleções exclusivas de joias e oferta de cobiçadas grifes de óculos. O mix de relógios também traz o poder da relojoaria suíça, com as marcas Tissot e Mido, e as internacionais Calvin Klein, Guess Collection e Breil Milano, entre outras. A Coliseu tem o Sindilojas como grande parceiro na assessoria para os mais diversos assuntos do varejo, “além da proveitosa troca de experiência entre os lojistas que frequentam a entidade”,

Fotos: Milton Moraes

Tradição em moda masculina U

m dos endereços mais tradicionais de Porto Alegre, desde 1923, a Camisaria Aliança é administrada pela família Castro desde o início dos anos 1970. Atua no segmento de vestuário masculino e é uma das mais antigas do ramo na Capital. “Apesar de o nome conter “camisaria”, temos todos os artigos de vestuário para atender o homem adulto e mantê-lo na moda”, destaca o sócio- administrador, Álvaro Castro. Um dos diferenciais da Camisaria Aliança são os clientes que

compram ali há 50 ou 60 anos, um verdadeiro exemplo de fidelidade à marca. “Mantemos para eles um crediário próprio, pois esse tipo de cliente gosta de vir pagar na loja e nos contar histórias dos tempos antigos da Rua da Praia”, afirma Álvaro. A Camisaria Aliança está bem preparada para atender seu público no inverno, época de maior faturamento, com mercadorias de qualidade, preço justo e diversas modalidades de pagamento. “As peças de verão também ficam

assegura o sócio-proprietário Luiz Bernardo Spunberg. Ele também revela o segredo desses 43 anos de sucesso: “o encantamento dos clientes, o treinamento constante dos seus colaboradores, o investimento em novos e exclusivos produtos e a escolha criteriosa dos fornecedores”. Hoje são nove lojas, espalhadas pelo Rio Grande do Sul. “Em breve teremos mais uma unidade no Bourbon Novo Hamburgo”, acrescenta Spunberg. Seguindo a tendência mundial, a Coliseu está presente na internet, com o site www.coliseu.com.br, e já invadiu as redes sociais, como Facebook e Twitter, com diversos seguidores.

Camisaria é referência em moda masculina em Porto Alegre disponíveis, pois muitos gostam de aproveitar o preço na baixa estação”, sinaliza Álvaro. Além dele, os demais sócios, Armando e Gilda Castro, participam das promoções e atividades do Sindilojas,

considerado grande colaborador e parceiro para os assuntos do varejo. A Camisaria Aliança fica na Rua dos Andradas, 1524, telefone: (51) 3226-5133.

Para participar desta editoria, as associadas devem manifestar seu interesse pelo email imprensa@sindilojaspoa.com.br

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Lazer

Conheça Porto Alegre n O Mercado Público de Porto Alegre é o maior prédio tombado do patrimônio histórico local (possui 90m de fachada em cada um dos lados). Na década de 70 foi ameaçado de ser demolido para dar lugar a ampliação de uma avenida. Integrantes da imprensa da cidade, na época, manifestaram-se e evitaram sua demolição. O tombamento data de 12 de dezembro de 1979.

Você sabia... n Que cerca de 150 mil pessoas circulam diariamente pelo Mercado, mas nas semanas da Feira do Peixe e que antecede o Natal, o movimento passa de 250 mil? n Que as duas grandes padarias do Mercado funcionam 24h por dia? n Que o portão central do Mercado, no Largo Glênio Peres, possui uma placa mostrando a altura das águas durante a enchente de 1941, que alagou Porto Alegre?

Para a comunidade n No Mercado Público há um Telecentro onde a população pode acessar a internet e participar de cursos, tudo grátis. O espaço é mantido pelo Sindilojas Porto Alegre, em parceria com a Prefeitura.

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