Revista do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS
Nº 33
março 2011
Finanças Garanta seus direitos na hora de renovar o aluguel.
Entrevista
Desenvolvimento Humano Sindicato oferece programação de cursos ao longo de 2011.
Sumário
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Entrevista
Opinião
Odir Tonollier fala dos desafios de dirigir a Secretaria Estadual da Fazenda do RS.
O valor das pessoas.
Gestão
Compartilhar decisões não é novidade, mas é inovador.
Entidade
Em parceria com a Junior Achievement RS, Sindicato investe no futuro.
Tributos
Exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS e do PIS.
Finanças
É preciso negociar para garantir equilíbrio na hora de renovar os contratos de aluguel.
Mercado
STJ prevê mudanças no Código do Consumidor.
Conecs Conselho prepara-se para crescer em 2011.
Artigo Inclusão financeira é educação financeira.
Relação Trabalhista
Notícias e informações do setor varejista.
Responsabilidade Socioambiental
Não ao Piso Regional.
Especial
Sindinews
Foto: Milton Moraes
InovaPOA com programação intensa para fomentar a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico na Capital.
Desenvolvimento Humano
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Foto: Kamila Karolczak
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Especialistas mostraram na 100ª NRF as tecnologias que vão mudar o varejo, mas ressaltaram: “o que faz a diferença é o atendimento”.
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Gastronomia
Foto: Divulgação Riversides
Não perca os cursos de capacitação oferecidos pelo Sindicato.
Associadas
Torre de entrecot orgânico ao molho de vinho shiraz com cogumelo paris e cebolas roxas grelhadas.
Ambiência e Plastitex.
Foto: Arquivo
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Milton Moraes
Expediente
Opinião * por Ronaldo Sielichow
Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre/RS Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123 Unidade Shopping Total Avenida Cristóvão Colombo, 545, loja 1122 Fone: (51) 3018.8122 Unidade Zona Norte Avenida Manoel Elias, 2180 Fone: (51) 3351.7520 Unidade Alvorada Avenida Presidente Getúlio Vargas, 937 Fone: (51) 3044.1418 www.sindilojaspoa.com.br Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-presidente: Paulo Kruse Vice-presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-presidente de Relações do Trabalho e Capacitação: Sergio Axelrud Galbinski Vice-presidente Comercial: João Rodrigues Vice-presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Diretor Administrativo: Roni Zenevich Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor de Relações do Trabalho e Capacitação: Vladimir Machado Diretor Comercial: Tarcísio Pires Diretor de Relações Políticas e Institucionais: Antonio Sanzi Diretor de Comunicação e Marketing: Antonio Gomes Suplentes: Alécio Ughini, Eduardo Suslik Igor, Gustavo Orlandini Schifino, Irio Piva, José Galló, Manoel Motyl, Marivaldo Tumelero, Mauro Suslik Tornain, Moacir Sibemberg, Nádia Regina Almeida, Nelson Jawetz, Ricardo De Conto, Silvio Sibemberg e Vilson Noer. Diretores Adjuntos: José Rodrigues e Luiz Caldas Milano Conselho Fiscal: Lídio Ughini, Wilson Scortegagna e Alcides Debus Suplentes: Carlos Schmaedecke, Hermes Queiroz e Orisvaldino Magnus Scheffer Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor e Assessoria de Imprensa: Sindilojas Porto Alegre imprensa@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025-8323 Conselho Editorial – Sindilojas POA Vice-presidente de Comunicação e Marketing: Paulo Penna Rey Superintendente: Márcio Allegretti Gerente de Comunicação e Marketing: Caroline Kovalski Assistente de Comunicação: Vinícius Ghise Estagiária de Comunicação: Kamila Karolczak
Uffizi Consultoria em Comunicação: Almir Freitas e Betina Barreras Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Betina Barreras Redatores: Betina Barreras,Carolina Borne e Fernando Halal Colaboradores: Charles Bezerra, Eduardo Plastina, Flávio Obino Filho Projeto Gráfico: Carla Cadó Vielmo Dietrich Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich Impressão: Ideograf
O valor das pessoas
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esde a primeira revolução industrial, no início do século XX, a mecanização ou a sua versão mais moderna, a tecnologia, tem mudado os modos de produção e as relações entre as pessoas. Ao chegarmos no final da primeira década do século XXI, temos todos um novo desafio: buscar o equilíbrio entre o moderno e o humano. Os computadores, celulares e as redes sociais já transformaram a maneira das pessoas se comunicarem, de se reunirem em torno de interesses comuns e também de consumirem. Na centésima edição da NRF – maior evento mundial do varejo –, realizada em Nova Iorque em janeiro último, ficou claro que as máquinas revolucionarão ainda mais o modo de comprar. Mas um importante alerta foi feito entre as muitas palestras do evento. Se as informações estão à disposição de todos em diferentes canais, os produtos se equiparam e as possibilidades para os consumidores estão cada vez mais amplas – ou seja, a concorrência é cada vez maior para o varejista, o que fará a diferença? Certamente, as pessoas. Quem trabalha no dia a dia do varejo sabe que o segredo da venda é, antes de tudo, o atendimento. Esta certeza trazida pela experiência foi ratificada pelos maiores especialistas mundiais durante o evento. Mesmo com toda a tecnologia, os consumidores querem ser tratados como clientes importantes, cobram linguagens e tratamentos diferenciados para os diversos canais de contato: SAC, site, e-commerce, etc. Isso apenas confirma o que temos insistido nas páginas da Revista Conexão Varejo desde o seu surgimento: o varejo precisa investir na qualificação de seus colaboradores pois eles são o cartão de visita de sua empresa. Esta qualificação passa também pela transferência de conhecimento sobre o perfil do consumidor nos diferentes canais, como entender as necessidades de cada cliente e como satisfazer as expectativas depositadas em um simples ato de comprar. Por isso, estamos reafirmando nossa missão de oferecer aos associados um conjunto de cursos que qualifiquem ainda mais as equipes de venda e gestores. Queremos que eles estejam aptos a encantar clientes. Afinal, um grande evento que a maioria dos integrantes da atual geração de empresários do comércio desconhece e que os consumidores brasileiros jamais imaginam o seu potencial, está a cada dia mais perto: a Copa do Mundo de 2014.
Tiragem: 10 mil exemplares Revisão: Luana Aquino Comercialização: Uffizi Consultoria em Comunicação Fone: (51) 3330.6636 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
*Presidente do Sindilojas Porto Alegre
Gestão
Um novo olhar empresarial Gestão participativa pressupõe a descentralização das decisões
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urgida na Grécia há mais de dois mil anos, com o aparecimento da Democracia, a administração participativa é uma das ideias mais antigas de gestão. Conceitualmente, é uma prática que pressupõe o atendimento de necessidades individuais (participação, sentimento de ligação ao grupo e poder de decisão) a fim de melhorar necessidades organizacionais, como o clima interno e aumento da eficácia dos processos. Conforme registros históricos, a administração participativa é um conceito que continua a oferecer desafios e um dos novos paradigmas de gerência. Nas organizações que adotam esse modelo, todos os atores da produção são responsáveis por seu comportamento e desempenho. O ambiente de trabalho é, geralmente, classificado como “excelente”, onde todas as pessoas convivem em harmonia, motivadas, produzindo, inovando e satisfeitas em suas realizações. Mas será que é possível sustentar este modelo?
O professor assistente da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PUCRS, Belmiro José da Cunda Nascimento, recomenda que quem estiver disposto a implementar a jornada, considere primeiramente em que estágio do processo de mudança se encontra sua empresa para depois concentrar-se nas partes importantes da matriz planejada. Cita como exemplo aquelas empresas que estão apenas começando, que devem concentrar-se na primeira parte do planejamento, que trata de sensibilizar, mostrar e dar exemplos. “Faça reuniões setoriais, do tipo café da manhã com o gerente, convide pessoas que já possuem uma experiência nesse processo, aceite sugestões”, aconselha. Na opinião do especialista, os gerentes devem estar atentos a melhorias propostas por colaboradores, mas não devem esquecer que essas sugestões devem ser submetidas ao grupo. “A atenção a esse pequeno gesto já é uma sinalização que a cultura
já está mudando para uma gestão mais participativa”, completa.
Decisões compartilhadas De acordo com o professor, a partir da década de 70, a noção de gestão já vinha se tornando mais refinada desde o surgimento da cibernética e do conceito de sistema e de auto-organização. “A jornada para implantar a gestão participativa é um dos maiores desafios que qualquer grupo pode enfrentar, pois exige que se mudem suposições mais básicas sobre as organizações”, observa. O especialista acrescenta que não há outro modo de passar de uma cultura hierárquica para uma gestão participativa que não um processo de sensibilização, capacitação, trabalhando os processos de decisão, os sistemas de comunicação, as relações interpessoais e, finalmente, os sistemas de recompensas e punições. É neste sentido que a noção de gestão, principalmente considerando o que
passou a ser chamado de “Pensamento Participativo”, percorreu um caminho interdisciplinar. Administrar de forma participativa consiste em compartilhar decisões que afetam a empresa, não apenas com funcionários, mas também com clientes ou fornecedores. O sistema valoriza a capacidade de tomar decisões e resolver problemas, aprimorando a satisfação e a motivação no trabalho, contribuindo para o melhor desempenho e para a competitividade das organizações. No entanto, para cada empresa o desafio será diferente. “É preciso elaborar um conjunto de diretrizes, para realizar uma jornada dessas”, assegura Nascimento. Fazer a mudança exige um real comprometimento e esforço, mas também é bom ter um plano de ações. “É importante reconhecer que qualquer mudança terá várias etapas para ser bem sucedida”, completa. Para o professor, é preciso dar autonomia, estabelecendo os limites de atuação. Engrenagens azeitadas. É assim que se pode definir a administração das Lojas Pompéia, rede de lojas de departamento fundada em 1953 pelos irmãos Lins e Valdemar Ferrão no município de Camaquã, distante 130 km da Capital. A empresa, norteada pela proximidade com a comunidade, hoje conta com 58 unidades no RS e planos de expansão em solo gaúcho. “Moramos no Rio Grande do Sul e vemos aqui muitas oportunidades”, garante a superintendente de marketing e vendas, integrante da segunda geração da família dos fundadores, Carmem Ferrão. Referência regional, a marca é a segunda colocada do seu segmento na pesquisa Top of Mind, e administrada dentro do modelo de Governança Corporativa, sistema que se sustenta com base em três pilares: família, gestão e empresa. Mas, a que se deve o sucesso desse modelo moderno e desafiador? “É uma forma saudável de gestão,
Cultivando as tradições, mas com o olho no futuro, a Pompéia investe no envolvimento de seus funcionários com pessoas que se gostam muito, respeitam suas diferenças e se complementam, com força e união”, afirma Carmem. A família apresentou o projeto da Governança Compartilhada ao pai (Lins), dois meses antes de ele falecer, em outubro de 2005. Carmem relembra as palavras do pai: “Quando iniciei a empresa fui buscar meu irmão, pois sempre pensei que compartilhar é o melhor caminho. Vocês estão seguindo a mesma linha que eu usei”. Atualmente, as Lojas Pompéia empregam mais de 2,5 mil funcionários, todos eles comandados pela família Ferrão. As atividades organizacionais são realizadas para que todos os integrantes entendam qual o seu papel dentro do núcleo. Entre superintendência e diretoria, são nove executivos da família. Esforço e trabalho são pré-requisitos: todos os integrantes familiares chegaram à empresa por merecimento, sempre seguindo os valores da organização. De acordo com Carmem, é preciso ter uma graduação e ter trabalhado em outra empresa, com carteira assinada, para ingressar na empresa. “Temos muito forte os ensinamentos que herdamos do pai e do tio, além de respeito ao trabalho, família, funcionários e credibilidade da marca”, enfatiza Carmem. A segunda geração chegou ao comando da empresa nos anos 1980 e, mais recentemente, nos anos 2000, a terceira geração começou a entrar nos negócios. “Ao contrário do que acontece em algumas empresas, nossa família se dá muito bem. Entendemos que precisamos estar juntos para crescer”, diz ela. A empresária considera que tudo faz
parte de um processo evolutivo. A chegada das novas gerações aos postos de comando traz novos conhecimentos e desafios, mantendo sempre a empresa atualizada. Carmem faz parte do conselho brasileiro da Family Business Network (FBN), a maior rede mundial independente de empresas pertencentes a famílias, que conta com mais de três mil empresas associadas em 45 países. Com sede na Suíça, a FBN e suas associadas dividem objetivos comuns e apoio mútuo para promoção das empresas familiares, desenvolvimento de futuras gerações, oportunidades de trocas de experiência e difusão das práticas e conhecimentos interempresariais.
Gestão familiar e compartilhada Com base nestes conceitos, seria impossível sustentar uma empresa por quase 50 anos sem valorizar aquilo que ela tem de mais precioso: as pessoas. Para Carmem, a receita para o sucesso de um empreendimento é simples: gostar de gente. No caso da Pompéia este gostar se estende a todos os núcleos que compõem a empresa, desde o centro de distribuição até a superintendência. Além dos planos de carreira, a relação com os funcionários da empresa é muito próxima. Tudo começa no processo de seleção, quando os contratados passam por uma espécie de imersão para entender a cultura da loja e são apresentados à diretoria. “É fundamental que todos se conheçam, porque isso gera comprometimento e estreita as relações de confiança. O processo tem que ser muito verdadeiro e o envolvimento é natural”, afirma Carmem. O resultado não poderia ser melhor: com quase meio século, as Lojas Pompéia desfrutam de uma imagem moderna, dinâmica e sempre atualizada em todos os aspectos, desde a moda até as relações de trabalho.
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Entidade
Entidade investe no futuro Parceria entre Sindilojas Porto Alegre e Junior Achievement dá novas possibilidades aos jovens Foto: Arquivo Junior Achievement
jovens. “O Sindilojas teve a percepção da importância de investir em ações que gerem retorno para a sociedade e contribuam para fazer com que os jovens acreditem em um mundo melhor”, diz a diretora. Além disso, o Sindicato passou a desfrutar de alguns benefícios restritos às empresas mantenedoras, como ter sua marca na vitrine das “Empresas que Enxergam Longe”, exposta em todas as peças gráficas e no site da instituição.
Experiência enriquecedora
Formatura de final de ano: mais de 50 mil jovens participaram dos programas da JARS apenas em 2010
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o longo do seu dia a dia, o empreendedor brasileiro lida com desafios de todo tipo. Mesmo assim, muitas são as histórias daqueles que conseguem vencer as ameaças e ainda encontram oportunidades para encorajar jovens que ambicionam, um dia, ocupar o status de empreendedor. Para auxiliar nessa tarefa, há 16 anos foi criada a Associação Junior Achievement Rio Grande do Sul (JARS), que já beneficiou mais de 700 mil jovens, ensinando os caminhos para empreender. Em 2003, a JARS ganhou um grande reforço: o patrocínio oficial do Sindilojas Porto Alegre como mantenedor da instituição. “A participação do Sindilojas
está atrelada à proposição de atuar com responsabilidade social e também contribuir para a formação de novos empreendedores que, inclusive, poderão vir a ser os futuros lojistas no comércio de Porto Alegre. A Junior Achievement é uma entidade que tem nossa confiança por sua história de realizações e de compromisso com o social”, declara o superintendente do Sindilojas Porto Alegre, Márcio Allegretti. “Sempre se pode contar com o apoio do Sindilojas para a realização de ações conjuntas”, comemora a diretora executiva da instituição, Vicky Fernandez. O grande objetivo dessa parceria é o desenvolvimento da educação para o mundo dos negócios junto aos
As empresas que mantêm a atuação da JARS oportunizaram que, em 2010, um total de 50 mil jovens fossem beneficiados com a realização dos mais de 20 programas de educação empreendedora. Dentre eles, está o Miniempresa que proporciona a estudantes a experiência prática da organização e operação de uma empresa, durante 15 semanas, aplicando os conceitos de livre iniciativa, mercado, comercialização e produção, com a participação de quatro profissionais voluntários que assessoram os estudantes nas áreas de Marketing, Finanças, Recursos Humanos e Produção. Ao final do ciclo do Miniempresa, é organizado um grande evento de formatura, que em 2010 contou com o apoio do Sindilojas. Outro programa relevante é o Vantagens de Permanecer na Escola, que favorece tanto o jovem, que pode acompanhar na prática a vivência de um empresário, quanto o empreendedor, que se motiva com a experiência. “Participo sempre do Empresário Sombra por um Dia e é uma experiência enriquecedora. Acabo aprendendo muito enquanto um jovem observa meu trabalho”, diz a proprietária da Clínica Sabbadini, Lídia Sabbadini. Para apoiar a JARS, seja como mantenedor ou voluntário, basta encaminhar um e-mail para voluntariado@jars.org.br ou entrar em contato pelo fone (51) 3227.5095 e marcar uma reunião.
Tributos * por Eduardo Plastina
Exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS e do PIS A COFINS e o PIS são contribuições sociais que incidem sobre o faturamento, entendido como a receita bruta da pessoa jurídica, isto é, o total das vendas de mercadorias, da prestação de serviços ou da combinação entre ambos. A Receita Federal, historicamente, considera que integram o conceito de faturamento, no âmbito das atividades comerciais, também os tributos eventualmente incidentes sobre as operações de venda, como é o caso clássico do ICMS. Com isso, todas as empresas são obrigadas a integrar na base de cálculo de ambas as contribuições os montantes que serão repassados ao Estado a título de imposto sobre circulação de mercadorias. Ocorre, porém, que há um forte posicionamento, que vem sendo defendido por vários contribuintes, no sentido de que a COFINS e o PIS, por terem como base de cálculo o faturamento ou a receita bruta, não podem incidir sobre parcela que não seja correspondente ao valor efetivamente percebido a título de operação negocial. Isso significa que os valores dos tributos eventualmente incidentes na operação mercantil, cujo resultado financeiro é destinado por disposição legal expressa aos cofres públicos, não podem integrar as bases de cálculo da COFINS e do PIS, já que representaria a incidência dessas contribuições não sobre o faturamento ou a receita bruta, mas sobre outro tributo. Sendo assim, a inclusão do ICMS na base de cálculo de ambas as contribui-
ções, por ser indevida, poderia ser questionada judicialmente. Durante os últimos 20 anos, essa matéria tem sido debatida nos nossos Tribunais. Inicialmente, na metade da década de 90, o STJ solidificou jurisprudência entendendo que a inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS e do PIS era legal e que, por conta disso, não haveria qualquer afronta à lei. No início dos anos 2000, contudo, a discussão ganhou novo vigor, desde que o STF considerou tratar-se de questão constitucional e atraiu a decisão sobre a validade da referida inclusão para a sua instância. Logo no primeiro processo examinado, houve a interrupção do julgamento da matéria, quando seis ministros tinham votado pela inconstitucionalidade da aludida inclusão e um ministro tinha considerado a referida inclusão constitucional. Como a inconstitucionalidade pode ser declarada por seis votos e restavam mais três ministros para votar, passou-se a considerar serem grandes as chances de a mencionada inclusão vir a ser considerada contrária à Constituição. Com o eminente risco de perder essa batalha jurídica, o Governo Federal utilizou-se de manobra processual e interpôs uma ação declaratória de constitucionalidade, defendendo a validade da inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS e do PIS, acabando por conseguir que aquele primeiro julgamento fosse suspenso e se priorizasse a decisão desta última ação. Atualmente, aguarda-se o desfecho do caso. Independente disso, várias em-
presas têm, desde a interposição da referida ação declaratória de constitucionalidade, entrado com ações individuais, em função de haver o risco de, sendo julgada tal ação, o STF decidir que, embora inconstitucional a inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS e do PIS, a exclusão só tenha efeitos para o futuro, impossibilitando os contribuintes que não tenham ações individuais de recuperar os valores pagos indevidamente no passado. Ciente dessa circunstância e tentando, como de costume, preservar os direitos dos seus associados, o SINDILOJAS/POA, já há dois anos, interpôs ação coletiva buscando a exclusão do ICMS da base de cálculo de ambas as contribuições, para o fim de garantir que os associados tenham direito também à restituição daqueles valores pagos indevidamente no passado. Essa ação coletiva, atualmente, encontra-se suspensa, aguardando a decisão do STF, que, se espera, seja favorável aos contribuintes e, com isso, venha a beneficiar os lojistas associados que sejam tributados pelo lucro real e pelo lucro presumido – já que aqueles submetidos ao SIMPLES NACIONAL não poderão se beneficiar da medida, em virtude dessa sistemática de pagamento ser considerada especial e independente.
Advogado do Escritório Souza, Berger, Simões e Plastina - Advogados
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Artigo * por Andrew Carvalho
Inclusão Financeira é Educação Financeira N
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oventa e cinco por cento dos consumidores não tem a menor ideia de como se calculam os juros num financiamento. Infelizmente, a maior parte das pessoas tem total ignorância em relação às formas, processos, métodos e procedimentos para cálculo de financiamentos, comerciais ou bancários, em qualquer modalidade. Somado a isto, não possuem qualquer tipo de instrução sobre como organizar suas finanças e, menos ainda, preocupam-se em pesquisar taxas de juros e optar pelo dinheiro mais barato. A própria “cultura inflacionária”, ainda presente mesmo entre a geração que não vivenciou uma inflação que chegou aos 84% ao mês, faz com que as pessoas tenham a sensação de que 10% ao mês seja uma taxa “barata”. Só que hoje, nossa inflação anual não passa de um dígito. Essa falta de conhecimento leva a decisões equivocadas, má gestão financeira pessoal, ao endividamento e à inadimplência. Cria também um outro fato negativo: as pessoas não se organizam para o futuro, não poupam, não planejam sua vida no longo prazo. O resultado: dependência quase absoluta da previdência pública e a deficiência de formação de poupança interna no Brasil – abaixo de 20% do PIB. A inadimplência, por sua vez, é um dos maiores fatores de crédito caro, pois até 37% do spread bancário (a diferença entre as taxas de captação e de oferta ao mercado) é composto por ela. Segundo publicação no site de notícias G1, a taxa de inadimplência no Brasil é de 7,2%, enquanto nos EUA é de 5,3% e na Inglaterra, de 5,8%. E isto que o bom momento econô-
mico que o País tem vivido ajuda a reduzir consideravelmente essas taxas, pois todos sabem que com boa oferta de empregos e aumento no poder aquisitivo, a inadimplência tende sempre a cair. No entanto, de acordo com relatório da Serasa Experian, publicado no último dia 13 de dezembro, ela cresceu 3,5%. A sétima alta mensal seguida. Um cenário que é ruim para as pessoas, para o comércio, para o sistema financeiro e para o País. Não por outra razão os próprios bancos iniciaram, já há alguns anos, programas de educação financeira para seus correntistas. Partem do correto pressuposto que é melhor uma aquisição de produtos financeiros de forma consciente, do que um cliente endividado, que virará um número na pesada relação de inadimplentes. Por tudo isso é de ser saudada a iniciativa do governo, que editou na semana anterior ao Natal o decreto que institui a Estratégia Nacional de Educação Financeira. Mais de 200 mil instituições de ensino deverão participar do processo, que não terá uma disciplina específica, mas inserções nos programas de matemática, história, ciências sociais e até português. Não há dúvida que esse é um tema para os bancos
escolares. Não me entendam mal, não estou secundarizando a importância de nada. Mas é fato que usamos muito menos – pelo menos os que não optaram pelas engenharias como profissão – trigonometria e geometria espacial do que o cálculo da tabela Price. Os financiamentos estarão presentes no crédito educativo, no carro que compramos, no apartamento que adquirimos, no mobiliário e nos equipamentos que colocaremos dentro dele e, após acompanharnos por toda a nossa vida, ainda determinará quanto iremos receber na aposentadoria, se não quisermos ficar limitados à previdência governamental e seu teto. No entanto, praticamente não vemos isso na escola. E essa deficiência nos acompanha por toda a nossa vida. Em sua posse, o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que “somente por meio da difusão do conhecimento e da compreensão básica das finanças é que conseguiremos de fato promover a inclusão financeira com qualidade”. Num contexto em que a oferta de crédito aumentou enormemente – o que foi importantíssimo para os bons indicadores da economia – essa compreensão é fundamental. Não é apenas o acesso ao crédito que gera inclusão. É, sobretudo, saber usá-los. Ressaltar isso não poderia ser mais acertado, para a autoridade que cuidará da saúde financeira do País. Professor de Gestão Financeira do Senac e da Univarejo (Caxias do Sul)
Relação Trabalhista * por Flávio Obino Filho
Não ao Piso Regional
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s centrais de trabalhadores, durante o mês de janeiro, afastando-se do legislativo estadual iniciaram mobilização para a fixação de novo piso regional no Rio Grande do Sul. Trabalhadores e “deputados que se grudaram ao salário mínimo regional” informam que o novo valor vigorará a partir do mês de março. Em que pese os vícios de inconstitucionalidade, a fórmula maquiavélica adotada pelo Governo Fernando Henrique, que submete ao mínimo federal apenas os servidores municipais e os aposentados da Previdência Social, esvaziando-se as pressões sociais dos trabalhadores organizados pelo aumento do salário mínimo nacional, atravessou os dois períodos do Governo Lula e completa uma década. Não valeu a advertência feita à época pelo Ministro Marco Aurélio Mello e que segue válida nos dias de hoje de que consagrada a nova sistemática a grita será menor e a turba formada pelos esquecidos estará imobilizada.
A intervenção do Estado também merece censura ao interferir nas negociações coletivas de categorias organizadas, através da fixação de piso salarial. Por desconhecer a complexidade e as particularidades que envolvem a prestação de serviços nas mais diversas categorias, os pisos regionais têm criado distorções que conduzem a elevação artificial de salários com reflexos no nível de emprego formal – não se confunde com as taxas de ocupação – e no valor de serviços e bens. O Estado deve ficar à margem das negociações coletivas de trabalho, cabendo somente aos atores das relações entre capital e trabalho a construção dos mecanismos de garantia salarial e a fixação de condições de trabalho. O sindicalismo operário gaúcho não precisa de um “Estado Babá”, que no nosso caso, quando intervém, legisla com imperfeições como no episódio recente da alteração da data do reajuste do mínimo. Com efeito, se anuncia que os
pisos serão reajustados em março no ano em curso e no mês de janeiro a partir de 2012. Ora, a Lei nº 13.436, de 5 de abril de 2010, inseriu a regra na então vigente Lei nº 13.189/09. Posteriormente, em 1º de julho de 2010, transcorridos três meses, foi editada a Lei nº 13.480, que restabeleceu 1º de maio como data-base do reajuste dos pisos salariais, revogando as disposições em contrário, inclusive aquela que anteriormente antecipou as datas de reajuste. Serve o presente como alerta. A lei que previa reajuste do piso salarial regional em março de 2011 foi revogada. O reajuste está previsto para o mês de maio. Nesta confusão criada pelo Legislativo abre-se a oportunidade para que os novos deputados e a Comissão Especial criada pelo Governador sepultem o piso regional.
Advogado do escritório Flávio Obino Fº Advogados Associados obino@obinoadvogados.com.br
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Fotos: Milton Moraes
Especial Oferta ampla e variada de produtos nas redes de varejo torna a concorrência mais acirrada
O futuro do varejo é o foco no cliente Q
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uem visitou a 100ª edição convenção anual da National Retail Federation (NRF), a maior feira internacional de varejo, que ocorreu em Nova Iorque, em janeiro de 2011, trouxe na bagagem as principais tendências e novidades do segmento varejista para os próximos anos. Especialistas lançam um olhar otimista sobre o futuro do setor, embora enfatizem que, atualmente, os consumidores estão muito mais conscientes e capazes de compreender suas compras como investimento. Dessa forma, o lojista que não investir em capacitação e treinamento de equipes perderá espaço. E, para a maioria dos consultores de varejo, o vendedor que não for capaz de contar a “história” dos produtos ofertados e explicar a qualidade e os dife-
Em meio aos avanços tecnológicos o que fará a diferença serão os colaboradores bem preparados
renciais para o cliente também não terá espaço. Para o vice-presidente de Comunicação do Sindilojas, Paulo Penna Rey, a gestão de pessoas poderia ter recebido maior atenção na Convenção deste ano. “Mesmo assim, conhecemos iniciativas de sucesso. Um ótimo exemplo é a Container Store (www.containerstore.com), fundada em 1978, é um dos principais casos de gestão de talentos no varejo americano”, salienta. Segundo Penna Rey, entre os fatores que tornam a empresa especial está a forte carga de treinamento destinada aos empregados (241 horas no primeiro ano de trabalho, contra apenas sete do varejo norte-americano em geral). A relação dos líderes com seus colaboradores é um ponto
Público compara preços antes de comprar
interessante. Kip Tindell e Garret Boone, respectivamente CEO e presidente emérito da Container Store, estão frequentemente nas lojas interagindo com os consumidores, transmitindo uma mensagem clara de liderar pela atitude e de que o cliente vem em primeiro lugar. “Tal filosofia está impregnada na companhia e faz com que os índices de turnover estejam entre os mais baixos do varejo norte-americano”, sinaliza Penna Rey. Esse comprometimento da liderança é visto pelos analistas de recursos humanos como uma das razões que colocam a Container Store entre as melhores empresas para se trabalhar nos Estados Unidos há mais de uma década, ininterruptamente. Novas experiências também mostram que, para compreender melhor quem é o seu público e que características ele possui, é preciso que o vendedor funcione como interface entre os clientes e a tecnologia, principalmente em função do grande avanço das redes sociais, onde o consumidor acaba se transformando no seu principal vendedor. Tema central da NRF, a tecnologia está transformando o processo de consumo de forma globalizada. Um bom exemplo é justamente o varejo fora da loja, nas telas da web, que vai muito além do e-commerce e do m-commerce (mobile). E, essa mudança, para fazer uma analogia com o mundo virtual, está acontecendo num clique. “Uma das coisas mais importantes na formação de um vendedor é entender o novo posicionamento do consumidor que está muito mais preparado para escolher, comparar preços e comprar”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS), Pedro Luiz Fagherazzi. Ele destaca principalmente a relação custo-benefício de um produto na questão do convencimento do cliente, mas nem sempre o mais barato é o melhor. “A internet, as
Consumidores são cada vez mais bem-informados e exigentes redes sociais e o estímulo da mídia acabam fazendo com que o consumidor seja cada vez mais exigente. Estar bem preparado para vender é fundamental”, enfatiza Fagherazzi. E, seguindo estes conceitos, parece que o maior legado da 100ª NRF, efetivamente, é o foco no cliente a fim de compreendê-lo, saber onde, como e por quê ele adquire este ou aquele produto. Além do questionamento sobre o que é possível fazer para deixar as compras mais acessíveis para ele.
Investir em capacitação Capacitação em técnicas de abordagem e negociação são essenciais para chamar a atenção do consumidor. Na opinião do vice-presidente da Fecomércio-RS, presidente do Comitê Setorial de Comércio e Serviços e membro do Conselho Superior do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), Luiz Carlos Bohn, o cliente é um ser humano com vontades e gostos individuais. “O colaborador, muitas vezes, está imbuído de que ele é a empresa, mas se for bem treinado, ele tem a capacidade de perceber e atender plenamente ao consumidor. Nem tudo é pronto, vai muito do feeling do vendedor captar que cada consumidor é único”, afirma. O dirigente destaca, no entanto, que é preciso haver equilíbrio entre valores, talentos e renovação do quadro funcional nas organizações. “Sem dúvi-
da, é fundamental manter pessoas preparadas, em quem se investiu com cursos e treinamento, mas, ao mesmo tempo, é essencial que se renove o quadro com novas aptidões, pessoas mais motivadas e que queiram crescer dentro da empresa”, destaca. Para Bohn, a não adequação ao perfil acaba atingindo os resultados finais, mensurados quando se aplicam programas de qualidade. “Os mais novos, frequentemente, são mais determinados do que aqueles mais antigos, que se encontram em uma zona de conforto, o que nem sempre é bom para a empresa”, enfatiza. Dayse Carnaval, psicóloga especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional e professora da Fundação Dom Cabral (FDC), enumera fatores que retém as pessoas em uma empresa. Fundamentalmente, três aspectos devem ser considerados: a possibilidade de conhecimentos a partir do trabalho, a clareza dos resultados esperados e a possibilidade de relacionamentos internos, compreendidos como abertura, confiança e, acima de tudo, um ambiente em que a pessoa se sinta bem. “No processo seletivo, há 50% de chance de alinhamento, ou seja: o candidato está observando e avaliando da mesma forma que a organização está fazendo com ele. A partir disso, o candidato já está desenhando sua vida dentro da empresa, ponderando se é ali que ele quer trabalhar e conviver”, explica.
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Fotos: Milton Moraes
Clima organizacional Dayse acrescenta ainda que, desde a seleção, é preciso deixar claro o objetivo do trabalho e quais as responsabilidades que serão assumidas pelo candidato, a fim de que seja possível ao futuro empregado atender às expectativas de forma eficaz. Atualmente, por parte das organizações há investimentos cada vez mais fortes na formação de “gestores de pessoas”. Na própria FDC existem diversos programas de capacitação voltados para esse aspecto que faz muita diferença na administração do clima organizacional. “Em uma organização, 70% do clima é influenciado pelo gestor e 30% nos demais processos (salários, treinamentos, benefícios)”, observa Dayse. Captar as necessidades do consumidor depende da capacidade de observação dos vendedores. Dayse explica que, em um processo de seleção, as pessoas mais expressivas se saem melhor nas entrevistas, mas um bom vendedor é aquele que observa e, acima de tudo, sabe ouvir. “Ele deve fazer o que chamamos de ‘perguntas poderosas’, que são aquelas que vão extrair informações valiosas do cliente”, descreve. Perguntas baseadas no “como” são muito mais eficazes do que aquelas baseadas em “o quê”. Por exemplo: “como é que você pretende usar essa roupa?”. Um bom vendedor deve ser um grande observador para capturar o sentimento do consumidor e desvendar seus desejos.
Importância da marca
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A confiança do consumidor é conquistada na promessa da marca, que deve transmitir honestidade para o cliente. Tão importante quanto inovar, é não decepcionar o consumidor. E esse é um dos maiores desafios para o varejo. Por outro lado, se diferenciar pela
inovação, mas não conseguir manter um atendimento de excelência homogênea nos pontos de venda afasta o público. Sempre que vai às compras, o consumidor quer uma determinada marca e aposta nela. É preciso investir nessa relação de confiança. Luiz Carlos Bohn acredita que o importante é a personalização. Outro ponto fundamental para o dirigente é a valorização dos públicos interno e externo, para que essa relação seja concretizada. Segundo Dayse, o mais importante não é a grife, mas a forma de administrar o espaço de trabalho no varejo. “Principalmente nas lojas de franquia, a influência do gestor Lojistas disputam a atenção dos consumidores no ambiente é fundamental com as novas tecnologias para que se estabeleça a relação de confiança com a marTecnologia no varejo ca”, adverte. Ela destaca que há uma vitrine A 100ª NRF apresentou noviforte no comércio: ou a empresa dades tecnológicas para o varejo tem um sobrenome famoso, ou não que vão redesenhar o paradigma é tão famoso assim, mas tem uma de compras do consumidor, transimagem forte – durante a seleção formando a compra fora da loja. feita pelo cliente, esses parâmetros O número de usuários de internet devem ficar evidentes. “O varejo vem aumentando consideraveltem um aspecto mais transparente mente. Hoje, segundo a União Inporque é possível entrar no espaço ternacional de Telecomunicações, físico da loja e perceber o clima anórgão ligado à ONU, há 2 bilhões tecipadamente”, conclui. de pessoas conectadas à rede no mundo. Para se ter uma ideia da velocidade, o Facebook, uma das Mobilidade promete redes sociais que mais cresce na transformar o varejo atualidade, levou apenas três meNos Estados Unidos, já é ses para atingir a marca de um mipossível fazer pagamentos via lhão de usuários e vem ganhando SmartPhone, bastando apenas novos adeptos a cada dia. No site, aproximar o aparelho do código por exemplo, é possível acessar de barras do produto. O mobile um aplicativo voltado para o varejo commerce deve chegar ao Brasil eletrônico, o Payvment E-Commerem breve. ce Storefront, com mais de 500 mil Mensagens avisando o conusuários inscritos. Por meio dele sumidor das promoções em lojas é possível lançar uma loja virtual próximas a ele e compras via cea custo zero, bastando criar uma lular são algumas inovações que conta no serviço PayPal, para que prometem se multiplicar rapidao empreendedor receba sua receita mente, exigindo a adequação dos de vendas imediatamente. empresários à nova realidade.
Gastronomia - Riversides Shikki Madero
Sustentabilidade culinária Apostar em pratos com itens orgânicos, ingredientes livres de agrotóxicos, fertilizantes sintéticos, reguladores de crescimento e aditivos utilizados na alimentação animal é a proposta do Riversides Shikki Madero.
Entre os produtos orgânicos utilizados no cardápio, destacam-se alguns cortes de carne bovina, massas, cereais (arroz e feijão) e hortifruti. A casa, que tem como missão exaltar a qualidade de vida,
Torre de Entrecot Orgânico ao Molho de Vinho Shiraz com Cogumelo Paris e Cebolas roxas grelhadas
une a preocupação com o meio ambiente com a forte influência e valorização das culinárias Brasileira e Mediterrânea, incorporando ao seu menu ingredientes mais saudáveis e uma incomparável harmonia de sabores. Fotos: Divulgação Riversides
por Lucas Figueiredo, cozinheiro líder Riversides Shikki
Ingredientes: r 200g de entrecot orgânico r 200ml de demi glacê r 100ml de vinho shiraz r 90g de cebola roxa (1 unidade pequena) r 18g de mini pão francês (1 unidade) r 20g de cogumelos Paris r Sal QB (quanto basta) r 30ml de azeite de oliva Modo de Preparo: Selar o entrecot em uma sautese com o azeite de oliva. Depois de selado levar ao forno por 10 minutos a uma temperatura de 180°C. Na mesma sautese agregar o demi glacê, o vinho, e deixar reduzir por 5 minutos. Laminar os cogumelos, acrescentar ao molho e deixar reduzir novamente por mais 3 minutos. Cortar a cebola em três partes e levar para grelhar. Na hora de servir, cortar o pão francês em rodelas e colocá-lo no centro do prato, agregar sobre ele o entrecot já pronto, depois colocar as cebolas grelhadas ao redor e regar com o molho de vinho shiraz. Servir quente.
* O entrecot orgânico pode ser substituído pela versão tradicional.
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Entrevista - Odir Tonollier
A difícil missão de equilibrar o orçamento Natural de Santana do Livramento, Odir Tonollier assumiu a Secretaria Estadual da Fazenda no início de janeiro, juntamente com a posse do governador Tarso
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Genro, com a complicada tarefa de controlar gastos. Economista e auditor externo do Tribunal de Contas do Estado, Tonollier, 53 anos, foi o segundo homem da Secretaria da Fazenda durante a primeira gestão de Tarso Genro na Prefeitura de Porto Alegre. Assumiu a pasta de 1999 a 2000, no governo Raul Pont, deixando o cargo no ano seguinte para ser secretário adjunto da Fazenda no governo estadual. A nova equipe começou sua administração
com um saldo de caixa em ICMS de cerca de R$ 17,8 bilhões ao longo de 2010. O legado de governos anteriores, no entanto, continua: endividamento, comprometimento com a folha de pagamento dos servidores públicos ativos e inativos, além do pagamento de precatórios devidos pelo governo. Nesta entrevista, o secretário expõe suas ideias e adianta que irá concentrar esforços também nos empreendimentos de menor faixa de faturamento, pois “são os que passam por maiores dificuldades”.
Conexão Varejo - Tomando por base o crescente déficit nas finanças estaduais, qual a sua projeção em relação às despesas para os próximos meses? Odir Tonollier - De fato, no decorrer de 2010, o governo ampliou o gasto com pessoal e comprometeu recursos com obras e convênios cuja repercussão se faz sentir fortemente nas contas públicas, afetando ainda mais o equilíbrio fiscal. A maior parte desses comprometimentos é de caráter permanente e irreversível. Nos próximos meses, a tendência é de estabilização dos gastos e declínio na arrecadação. Diante disso, o nosso esforço será ainda maior no sentido de reverter os dois processos. Pretendemos Foto: Assessoria do Palácio Piratini
conter e qualificar as despesas e promover de todas as formas os ingressos devidos. Conexão Varejo - O que será mantido das políticas públicas já desenvolvidas pelo governo anterior e os municípios? Tonollier - Vamos aproveitar todas as políticas públicas e obras em andamento que venham ao encontro do interesse da população, que estejam contempladas no orçamento e não sofram contestação jurídico-administrativa. O governador Tarso Genro tem reiterado o seu desejo de dar continuidade ao projeto de revitalização do Cais do Porto, por exemplo, logo que vencidos os entraves jurídicos levantados. Conexão Varejo - Como o senhor vê os problemas do setor do varejo no Estado? Tonollier - O principal e constante desafio no segmento varejista é educar e incentivar os comerciantes a emitir o documento fiscal adequado para a operação e entregá-lo voluntariamente ao consumidor no momento do consumo. A nota fiscal ou cupom devem ser antes de tudo o cartão de visita do varejista e a garantia de qualidade para o consumidor. Além disso, é fator de preocupação o equilíbrio na aplicação das metodologias de arrecadação normal ou por substituição tributária, com vistas a manter o nível de ingresso e garantir a competitividade. E, por fim, promover sistematicamente a formalização dos novos empreendedores e combater decisivamente os focos de sonegação fiscal. Conexão Varejo - O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social foi anunciado pelo governador Tarso Genro durante a sua campanha. No que ele consiste e que relação terá com a Secretaria da Fazenda? Tonollier - Por definição do go-
vernador, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social será um órgão superior de consulta e assessoria do governo, uma organização da sociedade, como é o Conselhão para a presidenta da República. Um conselho desta envergadura certamente irá produzir sugestões de política fiscal, tributária e de administração tributária, temáticas fundamentais na atuação da Secretaria da Fazenda. A iniciativa é muito importante, pois remete ao debate dos grandes temas do nosso Estado. Conexão Varejo - Como está a relação do Rio Grande do Sul com a União, e de que maneira ela poderá ser aperfeiçoada? Tonollier - As nossas expectativas são as melhores possíveis. Ainda que a perspectiva de atuação do governo federal seja de equilíbrio nas relações regionais, estamos certos de ter caminho aberto à apresentação, discussão e financiamentos dos nossos principais projetos de recuperação da economia gaúcha. O governador Tarso Genro já orientou toda a equipe no sentido de desenvolver e apresentar projetos ousados para os diversos setores da nossa economia. É um momento especial também para o setor privado apresentar projetos para disputar os recursos dos programas de financiamento. Conexão Varejo - Que importância têm os sindicatos para o comércio do Estado? Tonollier - As relações sindicais, como agregados de interesses individuais, são facilitadoras importantes nas disputas das demandas coletivas dos setores econômicos e sociais junto ao poder público. Vamos valorizar as diferentes formas de representações para facilitar a interlocução com todos os segmentos sociais. Conexão Varejo - Como o se-
nhor vê o papel das entidades de apoio também nesse processo? Tonollier - O Sistema Fecomércio, com seu meio milhão de empresas representadas, é inequivocamente uma das forças mais expressivas da economia do nosso Estado. Queremos manter com o Sistema Fecomércio-RS uma parceria produtiva não só no debate das demandas do setor varejista, mas também no nosso projeto de educação fiscal da cidadania. Conexão Varejo - Em relação ao comércio informal no Rio Grande do Sul, é possível chegar a um consenso de forma que agrade a todos os envolvidos? Tonollier - Na nossa visão, não se trata de combater o comércio informal, mas sim de propor soluções para a sua formalização. Em mais um esforço neste sentido, o ex-presidente Lula sancionou a lei para regularização dos sacoleiros e a Receita Federal, a partir de 1º de janeiro de 2011, deu início ao cadastramento. O Simples Nacional e a retomada do Simples Gaúcho são outros instrumentos importantes na formalização desse tipo de comércio. É um trabalho contínuo de inclusão, cuja amplitude merece uma atenção especial do setor público e do setor privado formalizado. Ainda sobre o Simples, tratase de um projeto que é promessa do governador Tarso Genro e de seu vice Beto Grill. Eles desejam cumpri-la imediatamente. Os estudos estão em fase avançada de planejamento. Os componentes em discussão são as tradicionais dificuldades do Tesouro e a mudança nas faixas de isenção em relação à legislação atual. O nosso esforço será direcionado aos empreendimentos de menor faixa de faturamento, pois entendemos que esses são os que passam por maiores dificuldades. O benefício é transversal em relação aos setores e atividades.
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Finanças
Depois de uma longa negociação na renovação do contrato de locação, Café do Porto se manterá no mesmo ponto
É hora de renovar o aluguel? O que o lojista deve saber para ter seus direitos garantidos na hora de negociar
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a hora da renovação do aluguel, muitos lojistas têm enfrentado dificuldades na negociação com o proprietário do imóvel. Os requisitos são muitos e difíceis de serem cumpridos, mas essa é uma possibilidade com a qual o locatário terá de contar caso tenha interesse em garantir a renovação compulsória do seu aluguel. Para tanto, a legislação (Lei 8.245/91) que regula a relação entre inquilino e locatário comercial
exige que o imóvel seja destinado ao comércio, desde que o contrato tenha sido celebrado, por escrito e com prazo determinado. Além disso, é necessário que o prazo de locação, sem interrupção, seja de cinco anos e que o locatário esteja explorando sua atividade comercial no mesmo ramo pelo prazo mínimo e continuado de três anos. “Uma vez presentes os requisitos, o locatário dispõe do prazo máximo de um ano e mínimo de seis meses,
anteriores à finalização do prazo do contrato em vigor, para propor a ação renovatória”, informa Eliane Maria Virtuoso, advogada integrante do Departamento Jurídico do Sindicato das Empresas Administradoras de Imóveis e Condomínios do RS (Secovi-RS) e da Associação Gaúcha de Empresas do Mercado Imobiliário (Agademi). Para o presidente do Secovi-RS e da Agademi, Moacyr Schukster, embora pareça óbvio, uma boa opção para o varejo depende da economia, da oportunidade, do preço de locação e do ponto. “Isso envolve o exame adequado de questões como a circulação de pessoas, o volume e a direção do tráfego, a disponibilidade de estacionamentos, a realização e/ou perspectivas de obras públicas que possam interferir no movimento do negócio”, observa. Schukster adverte ainda que quando se trata de renovação,
Fotos: Milton Moraes
Cacaia comemora a decisão o bom inquilino tem a seu favor a pontualidade no pagamento dos aluguéis e seus complementos (seguro, IPTU, condomínio) e de como mantém conservado o imóvel. “O levantamento de ofertas para locação de propriedades similares pode, circunstancialmente, ser de utilidade”, acrescenta o dirigente. Com as melhorias trazidas pelos projetos de revitalização do Centro de Porto Alegre através do apoio do Sindilojas da Capital, como a saída dos camelôs, doação de celulares Nextel para a Brigada Militar, reforma de postos de policiamento e monitoramento constante por câmeras de segurança, um novo cenário se estabeleceu. Ao mesmo tempo em que a região se tornou mais habitável e atrativa para os negócios, os proprietários dos imóveis do Centro acabaram supervalorizando o aluguel de seus pontos comerciais. De acordo com o o vice-presidente administrativo do Sindicato, Daniel Casais, como consequência, alguns micros e pequenos empresários optam por deixar a zona central e buscam locais com custos mais acessíveis para instalarem suas lojas. “Os valores dos aluguéis comerciais na região estão hoje 40% mais altos do que nos últimos dois anos”, sinaliza Casais.
Pausa para o café Há 15 anos fazendo parte de um dos cenários mais charmosos e conceituados da Capital, na Padre Chagas, o Café do Porto enfrentou dificuldades por conta das exigências na hora de renovar o contrato de aluguel. Segundo a proprietária, Ana Cláudia Bestetti, depois de inúmeros problemas, a negociação chegou ao fim e a renovação foi assegurada. “Os valores pretendidos pelo locador, em função do desenvolvimento da região, foram abusivos, sem levar em consideração o histórico de tantos anos do locatário”, relata. Uma das alegações do locador, segundo Cacaia, como é conhecida Ana Cláudia, foi de haver ofertas pelo imóvel com valores bem acima dos praticados no mercado. Entre as dificuldades que a mudança de endereço traria, além da descaracterização do ponto, por se tratar de uma loja conceito, está o prejuízo da relação com os frequentadores do local. “Vários clientes se deslocam de longe para ir especialmente ao Café do Porto e estão acostumados com o ambiente, que é impossível de reproduzir com as mesmas características em outro lugar”, assegura. A empresária informa que, embora reconheça algumas distorções na Lei antiga, acredita que a relação locador X locatário, após a nova Lei do Inquilinato, desfavorece os locatários e fica tendenciosa aos proprietários de imóveis. Na opinião da proprietária, os primeiros são, muitas vezes, os responsáveis pelo desenvolvimento e valorização imobiliários de uma região. “É um paradoxo, cuja única alternativa para uma melhor solução seria o bom senso de ambas as partes”, desabafa. Para ela, os comerciantes instalados em determinados polos deveriam se unir mais de forma a proteger seus interesses em diversas situações, dentre elas esta específica das locações.
Seus direitos O que diz a nova Lei do Inquilinato sobre a renovação dos contratos de aluguel A Lei 8.245/91 do Inquilinato ainda é a mesma, embora tenha sofrido alterações através da Lei 12.112/09. Na locação comercial, o artigo 51 da Lei 8.245/91, que não foi alterado pela Lei 12.112/09, estabelece os requisitos para a renovação do contrato de locação: “Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. (...) § “5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor”. Uma vez presentes os requisitos, o locatário dispõe do prazo máximo de um ano e mínimo de seis meses, anteriores à finalização do prazo do contrato em vigor, para propor a ação renovatória. Fonte: Secovi-RS
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Mercado
STJ prevê mudanças no Código do Consumidor Alterações garantirão direitos ainda para quem compra na web
O
primeiro trimestre de 2011 deve contar com um consumo aquecido de produtos duráveis e não duráveis, impulsionado principalmente por famílias de baixa renda. Esse comportamento, no entanto, acabará por determinar um aumento do nível de inadimplência. A análise consta de um recente estudo divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que avaliou pesquisas de Intenção de Consumo das Famílias, bem como de Endividamento e Inadimplência do consumidor. A análise da Confederação mostra que o ano passado foi marcado por condições muito favoráveis para as compras, como benefícios fiscais estimulando as vendas de bens duráveis e uma oferta mais ampla de crédito. Entre os consumidores de baixo poder aquisitivo, o aumento no patamar de salário mínimo contribuiu para a continuidade da trajetória de alta no consumo. Em janeiro de 2011, entre os pesquisados com
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ganhos inferiores a dez salários mínimos, o indicador de intenção de consumo das famílias subiu 9,6% contra dezembro do ano anterior. Preocupado com este cenário de endividamento futuro, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Herman Benjamin, conduz uma proposta de revisão do Código de Defesa do Consumidor (CDC). A proposta sugere redução no tempo de permanência do nome do consumidor em banco de consulta para concessão de crédito de cinco para três anos. As mudanças podem causar polêmica e a comissão responsável terá até o final de abril para apresentar um anteprojeto. A redução do tempo de nome negativado ganhou o apoio do presidente da Associação Nacional de Assistência ao Consumidor e ao Trabalhador (Anacont), José Roberto de Oliveira. “Quem entra no SPC e no Serasa fica marginalizado”, diz. A revisão do CDC também ganhará emendas para resguardar quem faz compras pela internet. O comércio eletrônico, inexistente em 1989 quando a legislação foi criada, ganhará regulamentação própria. As vendas online cresceram na última década e, com a recente disseminação dos sites de compras coletivas, ganharam ainda mais popularidade. Em 2010, o número de pessoas que utilizaram pelo menos uma vez a internet para fazer compras ultrapassou os 23 milhões. Na penúltima Copa do Mundo, em 2006, há pouco mais de quatro anos, esse número era de aproxima-
damente seis milhões, conforme dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico.
“Buscar a modernização” O ministro Benjamin é um dos idealizadores do CDC e possui longo histórico na área de defesa do consumidor. Coautor do livro “Comentários ao Código de Defesa do Consumidor”, foi responsável pelo parecer final sobre todas as emendas da nova lei, ainda no final da década de 90, época em que atuava como promotor de Justiça. O ministro do STJ defende que o CDC é o “habeas corpus do consumidor”, uma lei bastante admirada pelos brasileiros. Para ele, trata-se de uma das poucas legislações nascidas por determinação constitucional, numa época de muita resistência, e que melhorou as relações entre fornecedores e consumidores, diminuindo as desavenças. No entanto, declara que muitas empresas, embora não afrontem o código de maneira direta, o fazem “por vias transversas, e é preciso rever essa questão”. Benjamin enumera outros avanços proporcionados pela legislação, citando, por exemplo, o controle da publicidade e da propaganda, que passou a obedecer à regra “prometeu, cumpriu”; o controle das cláusulas contratuais abusivas; e as ações coletivas que facilitam o acesso à Justiça. Ainda assim, o ministro admite que o CDC precisa buscar o aperfeiçoamento e a modernização, através de complementos em relação ao superendividamento do consumidor junto aos bancos e ao comércio eletrônico. “São aspectos que ganharam nova configuração nos últimos tempos e será necessário o Congresso Nacional preencher essas lacunas”, aponta. Uma das preocupações do Ministério da Justiça que a comissão pretende incorporar é o fortalecimento dos Procons regionais, como meio de reduzir a litigiosidade judicial.
Conecs
Planejamento anual Entidades do Conecs estiveram reunidas no Rio de Janeiro para definir as ações para 2011
Dirigentes do Conecs reuniram-se no Rio de Janeiro para definir ações do ano
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ma atuação mais voltada para os parlamentares eleitos em outubro de 2010 e que iniciam uma nova legislatura no Congresso Nacional, marcada por uma grande renovação de deputados federais e senadores. Esta foi a principal decisão tomada no último dia 26 de janeiro, por integrantes do Conselho Nacional de Entidades de Comércio em Shopping Centers (Conecs) que estiveram reunidos no Rio de Janeiro para planejar as ações da entidade em 2011. O encontro aconteceu na sede do Sindilojas Rio de Janeiro e contou com a participação do conselheiro Juedir Teixeira e do presidente, Aldo Gonçalves. Inicialmente o coordenador do Conecs e presidente do Sindilojas Porto Alegre, Ronaldo Sielichow, apresentou a prestação de contas de 2010, esclarecendo dúvidas sobre os pagamentos e investimentos realizados. O resultado
O Conselho decidiu contratar um profissional da área de marketing para melhorar as ações de comunicação exposto foi aprovado por unanimidade, com destaque para o saldo disponível de recursos, consequência de uma política de gastos responsável por parte da atual gestão, o que abre espaço para o Conselho programar investimentos em pesquisas e produção de materiais, e poderá ampliar ainda mais a visibilidade da entidade neste ano. Também foi discutido durante a reunião o planejamento das atividades para o ano de 2011. O Congresso Nacional apareceu como um importante ponto de pauta. Por outro lado, foi discu-
tida a necessidade de uma mobilização nos estados visando o ingresso de novas entidades no Conecs, o que pode ajudar nas mobilizações com parlamentares nos Estados e fortalecer o Conecs em todas as suas ações nacionais. Com o objetivo de fortalecer os trabalhos no Congresso Nacional e na articulação com os estados, o conselho decidiu contratar um profissional da área de marketing para melhorar as ações de comunicação, como o website e os informativos do Conecs. O profissional deverá atuar em parceria com a assessoria parlamentar do conselho em Brasília. A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas vai oferecer sua estrutura física para o desenvolvimento das atividades relacionadas ao Conecs em sua sede em Brasília.
Próximos passos O Conecs, após a eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados e do Senado Federal iniciou contatos com os líderes partidários e com os possíveis membros das comissões permanentes. Participe do Conecs: acesse o site www.conecs.org.br.
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Sindinews
Novidades na locação de livros e DVDs Qualificar os profissionais do comércio varejista é um dos principais focos do Sindicato. Pensando nisso, a entidade disponibiliza aos associados uma videoteca empresarial com diversos títulos em DVD, além de uma biblioteca com obras que abordam capacitação, liderança, vendas e motivação. A novidade é que a partir de agora, a locação para lojista sócio-efetivo não tem custo. Valores para locação (videoteca e biblioteca) Lojista Sócio Efetivo: isento de taxa de locação. Lojista Sócio Colaborador: R$ 1,00 por DVD ou livro. Informações: 3025.8319.
Fim da cláusula de raio Decisão unânime dos três desembargadores da 16ª Câmara Cível do TJ RS confirma a liminar obtida pelo Sindilojas Porto Alegre no final de 2010 aos lojistas do shopping Iguatemi, para que os empresários possam negociar livremente com outros shoppings, afastando a Cláusula de Raio. A decisão também destaca o interesse público, já que os consumidores não serão induzidos a frequentar um único centro de compras. Segundo o Presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, outros sindicatos do Brasil estão dispostos a ingressar com ações na justiça. “Fomos procurados por outros Sindilojas, que pretendem encaminhar ações semelhantes em nome dos lojistas e consumidores”, ressalta. A Cláusula de Raio impede que o lojista locatário abra outro estabelecimento (sede ou filial) em outro local dentro de um determinado raio fixado no contrato.
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Foto Luciano Lanes, PMPA
Chalé da Praça XV é reinaugurado O Presidente do Sindilojas Porto Alegre, Ronaldo Sielichow, participou da inauguração da obra de ampliação e de modernização do Chalé da Praça XV, comemorado no último dia 25 de janeiro. As novas instalações terão capacidade para atender 600 pessoas, além de um pub, uma adega climatizada e deques com vista para o Mercado Público e para a praça. A cozinha do chalé também foi reformada e novos banheiros foram cons-
truídos. O investimento é de cerca de R$ 1,5 milhão. Segundo Sielichow, “esta iniciativa resgata o convívio da população no local. A transferência do comércio informal para o Centro Popular de Compras, apoiada pelo Sindilojas Porto Alegre, foi decisiva para o início deste trabalho.” A ampliação do Chalé faz parte da reurbanização da Praça XV, em conjunto com as melhorias já realizadas no Largo Glênio Peres.
Fecomércio-RS promove viagem a Portugal O Sistema Fecomércio-RS/Sesc/ Senac, com o apoio da Câmara de Comércio Brasil-Portugal e da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), está organizando uma viagem de negócios a Portugal. A missão acontecerá de 30 de abril a 6 de maio de 2011 e será uma oportunidade para os empresários realizarem visitas, como à Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, ao Porto de Lisboa, à Feira Internacional
de Construção Civil, a centros comerciais e a varejistas pré-selecionados, à Associação das Pequenas e Médias Empresas, à Associação Comercial e à Câmara dos Despachantes Oficiais, além das agendas personalizadas. Informações pelo telefone (51) 3392 6350 ou do e-mail denalize@genesisinternacional.com, ou ainda, na FecomércioRS, com Ingrid Keffer, pelo telefone (51) 3286 5677 ou pelo e-mail ikeffer@fecomercio-rs.org.br.
Fotos: Paulo Penna Rey
Disney Store, em Nova Iorque, foi reformulada recentemente.
Visitas técnicas complementaram programação da 100ª NRF O interesse do empresariado nacional pelas novidades apresentadas durante a 100ª NRF é ratificada por números, os brasileiros representaram 32% das delegações de estrangeiros presentes no evento, realizado durante o mês de janeiro em NY. O presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, e o vice-presidente de Comunicação e Marketing, Paulo Penna Rey, também foram em busca de inspirações para o comércio lojista de Porto Alegre. Além de acompanhar as apresentações de inúmeros especialistas, os dirigentes do Sindicato participaram de visitas técnicas a empreendimentos locais. Para Penna Rey, estas oportunidades foram importantes fonte de aprendizado. “Aqui as lojas físicas estão focadas em proporcionar uma experiência única e inesquecível ao cliente”, observa.
Na loja da Converse, a decoração valoriza a experiência de compra
Sindicato obtém vitória e lojistas ficam dispensados de imprimir registro de ponto O juiz Volnei de Oliveira Mayer, da 23ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, tomou decisão favorável ao mandado de segurança de autoria do Sindilojas POA, sobre a impressão de comprovantes do Registro Eletrônico de Ponto (REP). Com a decisão, assinada em janeiro, os lojistas não são mais obrigados a fazê-lo. É importante ressaltar, no entanto, que as empresas representadas pelo Sindicato ainda devem cumprir o restante da normativa ministerial, que teve sua implementação adiada para março.
O presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, considera a decisão uma vitória dos lojistas. “A impressão diária dos comprovantes vai contra as condutas de sustentabilidade, além disso, representaria um alto custo às empresas”. O trabalho contra as novas regras do REP começou em maio do ano passado, quando a Entidade ingressou com um mandato de segurança contra a portaria nº 1.510, publicada em 2009, que exigia o ponto eletrônico em empresas a partir de agosto de 2010.
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Responsabilidade Socioambiental
InovaPOA com programação intensa para 2011 Agência investe no fomento de pesquisas e novas tecnologias
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blicas que definem o gerenciamento correto dos resíduos tecnológicos em Porto Alegre, de modo a inibir a poluição, bem como garantir a preservação ambiental e proporcionar qualidade de vida. Junto com as instituições de ensino superior privado de Porto Alegre, o InovaPOA implantou a bolsa de estudo para estudantes carentes, com a execução a cargo da Secretaria Municipal de Ensino (Smed). A implementação pretende contribuir para reduzir o déficit de mão de obra existente na área de tecnologia. De julho a novembro de 2010, 186 bolsas de estudo entre parciais e totais foram destinadas a alunos carentes de Porto Alegre, distribuídas em três faculdades privadas: Esade, Faculdade de Tecnologia (Ftec) e Ibgen. A expectativa é de que, em 2011, supere o dobro do número de alunos. Foto: JC Rangel,Arquivo PMPA
ediar, estimular e apoiar projetos para o crescimento da cidade como um todo. Estas são algumas das principais atribuições da Agência de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Porto Alegre (InovaPOA), cuja função principal é elaborar políticas de fomento à inovação da Capital. Com isso, o município passa a ter acesso a financiamentos federais e ganha um órgão voltado ao desenvolvimento da tecnologia, além de uma forma de contato para empresas interessadas no investimento regional. Entre as ações do InovaPOA para 2011, merecem destaque os estudos estratégicos e econômicos, que dão sequência aos projetos de avaliação do impacto do Incentivo Tributário (ISS) para as áreas de Informática e Engenharia. “Os resultados mostram que a implantação de uma política tributária adequada e compromissada com o desenvolvimento das empresas pode gerar resultados de grande impacto para o município e para o povo”, afirma o diretor do InovaPOA, Newton Braga Rosa. Um dos projetos que contou com a participação da agência em 2010, e que já tem nova edição programada para este ano, é o Fórum Internacional de Software Livre, realizado em julho de 2010. A agência também organizou a 1ª Feira de Descarte Tecnológico, em parceria com o Departamento Municipal de Lixo Urbano (DMLU), Sindilojas POA e entidades representativas do setor. O evento foi o primeiro de um ciclo de atividades para a implantação de políticas pú-
Fórum Internacional de Software, que terá nova edição este ano, conta com o apoio da InovaPOA
Inovação e tecnologia Para o diretor do InovaPOA, Newton Braga Rosa, um dos grandes objetivos é mostrar que a tecnologia é importante na geração de riquezas e no desenvolvimento de uma sociedade. “Porto Alegre não é mais uma cidade industrial, e dificilmente voltará a ser.” afirma. No entanto, serviços agregados de valores tecnológicos podem servir para formar a matriz econômica de uma cidade, e a nossa capital preenche todos os requisitos de uma tecnópole”, explica. “A matéria-prima para o setor já existia: especialistas em inovação e alta tecnologia. Foram necessários apenas alguns ajustes, pois era preciso conquistar poder político para o setor de tecnologia”, acrescenta o diretor.
Desenvolvimento Humano
Pensou Varejo, pensou capacitação Foto: Kamila karolczak
Cronograma* *Sujeito a alterações Março 1 a 4 – Atendente de Loja – (Noite) 14 a 17 – Técnicas de Vitrinismo – Mód. 1 (Manhã) 28 a 31 – Técnicas de Vitrinismo – Mód. 2 (Manhã) Abril 4 a 7 – Gestão de Estoques (Noite) 11 a 14 – Atendente de Loja – (Manhã e Noite) 25 a 28 – Negociação em Vendas (Noite) Maio 2 a 5 – Atendente de Loja – (Manhã e Noite) 16 a 19 – Gestão e Planejamento Financeiro – (Noite) Junho 6 a 9 – Técnicas de Vitrinismo – Mód. 1 (Manhã) 13 a 16 – Atendente de Loja – (Manhã e Noite) 28 a 31 – Técnicas de Vitrinismo – Mód. 2 (Manhã)
Cursos de capacitação são voltados a colaboradores e gestores Como anualmente ocorre, o Sindilojas POA oferece cursos de capacitação profissional para lojistas e vendedores
O
Sindilojas POA já tem programado o calendário de cursos para 2011. Estão previstos os cursos de Atendente de Loja, Técnicas de Vitrinismo (módulos 1 e 2), Gestão de Estoques, Negociação em Vendas, além de Gestão e Planejamento Financeiro. A capacitação é um recurso indispensável para quem quer atuar no segmento do varejo e obter resultados satisfatórios. Na opinião do vice-presidente de Relações de Trabalho e Capacitação do Sindilojas e proprietário da Casa Louro, Sérgio Galbinski, hoje, mais do que nunca, as lojas acabam contratando um número cada vez maior de pessoas sem experiência, pois há menos mão de obra no mercado,
considerando que, segundo dados de janeiro de 2011 do IBGE, a taxa de desemprego em Porto Alegre, em dezembro de 2010, registrou queda de 3,7% para 3% . “O que é muito bom para o cenário, mas é exatamente por isso que o investimento em capacitação se torna mais importante”, observa. Os sócios da Bravo e Bravo Calçados Ltda, Wilson e Mônica Bravo apostam na capacitação profissional de seus colaboradores para manter o diferencial no atendimento dos clientes da loja, composto em sua maioria por consumidores das classes C e D. “Os lojistas precisam se dar conta que é preciso se reciclar constantemente’”, observa Mônica.
Julho 11 a 14 – Negociação em Vendas (Noite) 25 a 28 – Gestão de Estoques – (Manhã e Noite) Agosto 8 a 11 – Atendente de Loja – (Manhã e Noite) 22 a 25 – Gestão e Planejamento Financeiro – (Noite) Setembro 12 a 15 – Técnicas de Vitrinismo – Mód. 1 (Manhã) 26 a 29 – Técnicas de Vitrinismo – Mód. 2 (Manhã) Outubro 3 a 6 – Atendente de Loja – (Manhã e Noite) 17 a 20 – Gestão e Planejamento Financeiro – (Noite) Novembro 7 a 10 – Negociação em Vendas (Noite) 21 a 24 – Atendente de Loja – (Manhã e Noite) Informações 3025.8319.”
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Associadas
Um sonho de loja H
á 26 anos a Ambiência Representações Comerciais trabalha com a mais completa linha de tecidos e revestimentos para decoração de interiores. Possui grande variedade destes produtos para cortinas, colchas, almofadas, persianas, estofados, papéis de parede, além de painéis ecológicos, feitos com garrafas Pet. A proprietária, Nelly Costalunga, conta que, antes de virar empresária, foi gerente e decoradora de duas lojas, mas chegou a conclusão de que devia trabalhar por conta própria em função do desempenho na profissão.
“Comecei atuando no meu apartamento, mas o espaço ficou pequeno. Foi aí que surgiu a ideia de abrir uma loja por ser muito solicitada pelos clientes”, relata. A Ambiência tem mão de obra especializada em todos os segmentos de atuação, a fim de oferecer o melhor atendimento. “Entendo que o cliente deva ter sempre seu sonho realizado”, enfatiza Nelly. Para ela, fazer parte do Sindilojas Porto Alegre é fundamental para o desenvolvimento das suas atividades empresariais. “E creio que para todos os lojistas”, observa.
Tradição renovada O
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s sócios Alvaro Nunes e Jeferson Luis Schroer compraram a Plastitex Plásticos e Tecidos (antiga Casa do Estofador) há cerca de um ano, mas a loja já existe há mais de três décadas na Capital. São, ao todo, seis funcionários atendendo diretamente estofadores e consumidores em geral. A Plastitex está localizada no Centro Histórico da Capital, na Rua Coronel Vicente, 146, loja 1, e conta ainda com uma filial em Novo Hamburgo (Inova Plásticos). Para 2011, os proprietários da Plastitex estão cheios de planos e perspectivas. Segundo Schroer,
o mercado deste ramo voltará a crescer após a crise econômica de 2009. “Queremos trabalhar para agradar e atender da melhor maneira possível os nossos clientes, buscando sempre materiais novos que o público não tem acesso”, conclui Schroer. A responsabilidade social também não é deixada de lado pela empresa, que participa de um sistema de doações de tecidos para entidades beneficentes que confeccionam agasalhos para o inverno. Ele destaca que a parceria com o Sindilojas é muito importante. “Usufruímos de diversos serviços”.
Foto: Arquivo
Loja investe em mão de obra especializada A loja está localizada na Avenida Maryland, 314, quase esquina com a Cristóvão Colombo, e pode ser acessada via blog: http://ambienciadecoracao.blogspot.com/.”. Cheia de energia, aos 81 anos, Nelly cuida sozinha dos negócios, mas está a procura de profissionais para formar uma equipe. Para 2011 a meta é crescer. “Crescer e vencer cada vez mais, sempre acreditando no meu produto e no meu trabalho”, orgulha-se. Foto: Milton Moraes
Além de oferecer um amplo mix de produtos, empresa tem viés social