SETEMBRO/2009
Conexão Varejo
setembro I 2009
Nº 18
Especial
Pesquisa Conex A relação entre lojistas e administradores de shoppings centers Finanças
Mercado
Como viabilizar a concessão de crédito para os clientes
Dia das Crianças exige estratégia de marketing específica
Expediente
Conexão Varejo
setembro I 2009
Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre e Alvorada/RS Sindilojas POA - Rua dos Andradas, nº1.234. Edifício Santa Cruz, 22º andar – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3025.8300 Fax: (51) 3228.1123 www.sindilojaspoa.com.br
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Diretoria Sindilojas POA Presidente: Ronaldo Sielichow Vice-Presidente: João da Silva Rodrigues Vice-Presidente Administrativo: Daniel Casais Vice-Presidente Financeiro: Marco A. Belotto Pereira Vice-Presidente de Relação do Trabalho e Capacitação: Sergio Axelrud Galbinski Vice-Presidente Comercial: Vladimir Machado Vice-Presidente de Relações Políticas e Institucionais: Arcione Piva Vice-Presidente de Comunicação e Marketing: Eduardo Igor Diretor de Comunicação e Marketing: Marivaldo Tumelero Diretor Administrativo: Paulo Kruse Diretor Financeiro: Augusto Hecktheuer Diretor Comercial: Roni Zenevich Diretora de Relações Políticas e Institucionais: Maria Clair Gomes Diretora de Relações do Trabalho e Capacitação: Nádia Regina Almeida Diretores Adjuntos: Antonio Gomes, José Rodrigues de Almeida, Isabel Cristina CCarvalho, Antonio Sanzi,Paulo Penna Rey, Alcides Debus, Antonio Hoefel e Tarcísio Pires Suplentes: Alécio Ughini, Carmem Ferrão, Gustavo Orlandini Schifino, Hermes Carlos V. Queiroz, Irio Piva, José Galló, Mauro Suslik Tornain, Nelson Jawetz, Silvio Sibemberg, Ricardo Pandolfo De Conto, Vania Tereza Sangalli Reale e Vilson Noer Conselho Fiscal: Orisvaldino Magnus Scheffer, Lídio Ughini e Wilson José Scortegagna Assessoria de Imprensa: SindilojasPOA e Insider 2 imprensa@sindilojaspoa.com.br Conexão Varejo Publicação do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre e Alvorada/RS (Sindilojas POA), produzida pela Uffizi Consultoria em Comunicação. As colaborações e sugestões de pauta para a publicação devem ser enviadas para revista@uffizi.com.br Atendimento ao leitor: www.sindilojaspoa.com.br conexao@sindilojaspoa.com.br Fone: (51) 3025.8324
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Conselho Editorial – Sindilojas POA Coordenador: João da Silva Rodrigues Assessoria de Comunicação e Marketing Coordenadora de Marketing: Karin Souza Assistente de Comunicação: Vinícius Ghise Uffizi Consultoria em Comunicação: Almir Freitas e Betina Barreras Insider2: Beti Sefrin Diretor Executivo: Almir Freitas (MTb/RS 5.412) Editora: Betina Barreras Redatoras: Betina Barreras, Luisa Kalil e Laura Fraga Colaboradores: Eduardo Plastina, Flávio Sabbadini e João Menoni Projeto Gráfico: Gabriela Dias Editoração: Carla Cadó Vielmo Dietrich Impressão: Pallotti Tiragem: 10 mil exemplares Fotografia: Milton L. Moraes e Vinícius Ghise Revisão: Mônica Pires Comercialização: Uffizi Consultoria em Comunicação Fone: (51) 3330.6636
* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
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mercado Garanta bons negócios no Dia das Crianças: acerte na linguagem. desenvolvimento humano Ferramentas de gestão também podem ser implantadas pelos pequenos empresários artigo Utilização de precatórios de terceiros para a quitação de tributos. finanças Como viabilizar a concessão de crédito para os clientes. associação Adaba busca melhoria para a comunidade do bairro Anchieta. arquitetura & decoração Construsul lança tendências para a casa e movimenta o setor de construção. especial Conselho Nacional de Entidades do Comércio em Shoppings Centers divulga pesquisa inédita sobre perfil do varejo em empreendimentos comerciais. gestão Implantação do Sistema de Escrituração Digital (Sped) gera dúvidas entre os empresários. tributos Utilização de precatórios de terceiros para a quitação de tributos. entrevista Glênio Bohrer, o arquiteto que está revitalizando o Centro. associadas Luxúria, Pé de Meia, Soberana do Sono, Temp Office. responsabilidade socioambiental Instituto Renner trabalha em prol das mulheres. entidade Parceria entre Sindilojas POA e a Brigada Militar cria novo serviço no Telecentro do Mercado Público. sindinews Notícias e informações do setor varejista.
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Conexão Varejo
opinião Em busca de soluções.
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Sumário
foto: Milton L. Moraes
Opinião
por Ronaldo Sielichow*
Em busca de soluções Sindilojas atua em diversas frentes de trabalho para o benefício da classe lojista.
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uando assumimos o Sindilojas, nos comprometemos a agir em prol da classe lojista. Entre as solicitações que a diretoria vem recebendo desde
então, muitas são encaminhadas por comerciantes estabelecidos em shopping centers. Buscando o entendimento dessas setembro I 2009
necessidades, realizamos vários encontros com os lojistas,
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conversamos com outras entidades do comércio, como a Câmara de Dirigentes lojistas – CDL Porto Alegre, o Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre – Sindpoa, e o Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do Estado do Rio Grande do Sul – Sindióptica. Além disso, participamos ativamente do Conselho Nacional de Entidades do Comércio de Shopping Centers – Conecs. Para saber mais sobre o relacionamento entre lojistas e administradores de shopping, em março deste ano, o Conecs realizou uma pesquisa com 600 comerciantes. O estudo de abrangência nacional, desenvolvido pelo instituto Vox Populi, foi intitulado “Relacionamento e Satisfação entre Lojistas e Empreendedores de Shopping” e é apresentado de maneira detalhada nesta edição da Conexão Varejo, na editoria Especial. Outra questão que vem mobilizando o Sindicato e as entidades empresariais é a Proposta de Emenda à Constituição
classe lojista, através da campanha Vale Mais Ser Associado
– PEC 231/95, que propõe a redução da jornada de trabalho
Sindilojas, estamos trabalhando para possibilitar desenvolvi-
de 44 para 40 horas semanais, e aumenta o valor do adicio-
mento aos Sócios Efetivos do Sindicato. Um grupo de pro-
nal da hora extra de 50% para 75%, gerando consequências
motores uniformizados com as cores do Sindilojas Porto
desastrosas para o comércio e a economia do país como um
Alegre está visitando as lojas, apresentando os benefícios e
todo. Este tema é abordado de maneira competente, em ar-
ouvindo os lojistas; assim pretendemos aperfeiçoar esta ini-
tigo assinado pelo presidente da Fecomércio-RS (Federação
ciativa. Com o aumento da base social da entidade, buscamos
do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS), Flávio
o fortalecimento de nossa categoria.
Roberto Sabbadini. Paralelamente às iniciativas de representação e defesa da
* Presidente do Sindilojas POA e Alvorada.
Mercado
Marketing para crianças Dicas para ter um bom resultado no Dia das Crianças, desvendando o perfil do público jovem. jogos e demais brinquedos. “Isto diminui o conflito de gerações,
mês das crianças. Os preparativos, como a decoração de
aproximando a intenção dos pais com a satisfação dos filhos”,
vitrinas, começam, porém, muito antes, ainda em setem-
enfatiza o consultor.Vale também apostar em brindes junto aos
bro, para garantir bons negócios.
presentes, sem deixar de incluir o Dia das Crianças no plano
para agradar aos pequenos. As estratégias são as mais variadas:
de promoções das lojas. “É bom trabalhar com antecedência, gerando expectativa para o evento”.
vitrinas coloridas, bonecos animados na loja, pirulitos e balas co-
Para a gerente da loja Brinkare, especializada em brinquedos
locados junto à embalagem de presente, propagandas no jornal,
e acessórios infantis, Elisandra Carneiro, o mês de setembro é a
rádio e tevê. Contudo, o importante é trabalhar a compreensão
época de receber mercadorias, contratar mão-de-obra extra e
do consumidor final: as crianças.“O consumo é essencial e inevi-
divulgar promoções na mídia.Assim como Marcelo Niedersberg,
tável para o desenvolvimento econômico de uma sociedade, e o
ela aposta na abrangência da televisão. “Já trabalhamos com rá-
marketing é a ferramenta utilizada para atingir essa população”,
dio também, mas a televisão é bem mais efetiva”, avalia. Elisandra
explica o psicólogo Marcelo Niedersberg.
constata um aumento de 40% nas vendas em função da data
Ele aponta que tanto crianças quanto pais sofrem influência da mídia, através de seus anúncios “vibrantes e coloridos” em
especial, sendo bonecas o mais pedido pelas meninas, e eletrônicos, como carrinhos automáticos e robôs, pelos meninos.
programas infantis.“Por ser o meio de comunicação e entreteni-
Segundo a gerente, hoje o jovem consumidor já sabe o que
mento mais utilizado em nossa sociedade, o método mais eficaz
quer e chega na loja decidido pelo presente, portanto as estra-
de comunicação com a criança ainda é a mídia televisiva”, analisa.
tégias devem ser atraentes tanto para quem irá ganhar quanto
Entretanto, Niedersberg destaca que as próprias crianças são,
para quem irá custear. “Além dos descontos e condições de pa-
diretamente, excelentes promotores dos
gamento diferenciadas, investimos em ani-
produtos que consomem, sendo assim os
madores para interagir com os clientes,
principais propagadores do consumo.
colocamos brinquedos logo na entrada
Para o consultor organizacional Rui Pi-
da loja, distribuímos brindes, entre outras
res, não importa o segmento do varejo, o
atrações. Assim, encantamos as crianças
12 de outubro merece cuidado especial.“A
pelos produtos e os pais pelos itens pro-
loja deve compreender a visão do jovem.
mocionais”, relata Elisandra.
É necessário ter cuidado em relação aos
No segmento de brinquedos, o Dia das
produtos, às tendências e aos hábitos de
Crianças é a segunda data no calendário
consumo deste público. O merchandising
varejista mais importante depois do Natal
deve ser objetivo”, salienta o especialista.
e, como nas outras comemorações, é pre-
Ele afirma que, além de focadas, hoje as
ciso acompanhar as novidades e tendên-
crianças são seletivas, por isso, a linguagem
cias. “É essencial frequentar feiras do seg-
do produto deve seguir esta linha.
mento, para estar atualizado e saber tanto
Segundo Pires, a criança tem que saber
sobre lançamentos quanto a respeito de
o benefício daquilo que pretende adquirir:
produtos que não serão mais fabricados.
a dica é investir em vitrines bem direciona-
É importante saber dar este suporte para
das, combinadas à possibilidade de teste de
Jovens consumidores são mais objetivos
o cliente”, conclui Elisandra.
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Brinquedos, roupas, calçados, acessórios, tudo vale como ideia
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P
ara o mercado varejista, outubro é consagrado como o
Desenvolvimento Humano
Valorizando competências Mesmo as pequenas empresas podem usar algumas ferramentas de gestão para estimular seus colaboradores.
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sucesso de qualquer negócio depende do funcionamento correto de todo o mecanismo; no varejo isso se traduz por uma localização adequada, bons produtos, preços equilibrados e ambiente convidativo. Mas todo o empenho pode cair por terra se o atendimento ao cliente não for satisfatório. Portanto, o cuidado na hora de selecionar a equipe que vai atuar no dia a dia da loja é fundamental, mas, segundo os especialistas em gestão de recursos humanos, não é tudo. Para o diretor Background Consultoria em RH, Ricardo Hirschmann Almeida, até o mais eficiente funcionário não trará os resultados esperados se não estiver motivado e não sentir que o seu trabalho é valorizado pelos gestores. “Devemos entender a importância estratégica do capital humano no contexto do negócio. Sem foco nesta estratégia há a probabilidade de não atingirmos os resultados esperados”, alerta também o diretor de Relações Trabalhistas da ABRH-RS,Paulo Delfino da Costa Fagundes A política de incentivo não pode ser apenas uma alternativa para quando as vendas não estão alcançando os níveis esperados, mas deve ser uma política permanente. E para que a comunicação entre diretores e subordinados funcione é preciso, antes de tudo, ter claros os objetivos da empresa e o que ela espera de seus integrantes. Outro aspecto que não pode ser esquecido é o perfil dos colaboradores, seus conhecimentos e suas habilidades para auxiliar no cumprimento do que foi planejado, assim como os pontos que precisam ser mais bem trabalhados em cada um deles. Nessa tarefa, cursos e treinamentos de qualificação são sempre uma boa alternativa. Uma gestão de pessoas eficiente, porém, é baseada principalmente em planos e criatividade. Ricardo Almeida defende que é possível trabalhar com o mínimo de recurso.“Pessoas motivadas fazem muito com pouco”, afirma. Como o varejo caracteriza-se por “pessoas que atendem pessoas”, as técnicas a serem adotadas devem atender a este requisito. “Se
os colaboradores não estiverem satisfeitos, desafiados e preparados para seus consumidores, os resultados serão aquém do esperado”, conclui. “As organizações devem colocar seus funcionários em primeiro lugar e eles farão o mesmo com os clientes. Com a valorização do ser humano, as empresas acabam conquistando um clima melhor de trabalho, e tornam-se mais competitivas e lucrativas”, completa Fagundes. Para motivar a equipe vale apostar em palestras, reuniões, planos de metas diferenciados; tudo depende do porte e da administração do empreendimento. Mas não importa o segmento de atuação, “reconhecimento e celebração não exigem muitos recursos”, defende Almeida. “O valor de um chocolate não é significativo nos custos de qualquer empresa. Relevante é que a ação seja revestida de desafios verdadeiros e que o reconhecimento seja um momento importante, simbolizado pelo mimo”, argumenta. Mas ressalta que este também é um jeito de mostrar o quanto se sabe de cada um:“É preciso estar informado se este colaborador pode comer chocolate!”, exemplifica. Para garantir uma gestão eficaz, independentemente dos recursos disponíveis, Almeida recomenda aos empresários: “Cuide de seus colaboradores como você cuidaria de cada um dos seus clientes.”
Artigo
* por Flávio Sabbadini
Um voto pela negociação O
reduziu sua jornada para 35 horas semanais, mas esquecem
231/95 – que reduz a jornada de trabalho de 44 para
de observar que essa atitude não pôde conter a elevação das
40 horas semanais e aumenta o valor do adicional
taxas de desemprego de 5% para 10%. Do outro lado, perde também o cidadão. Sem alternativas,
Essa consequência infeliz irá atingir não apenas as empresas, mas
o empresário será obrigado a majorar o preço de seus pro-
toda a sociedade que fortemente vem lutando para superar um
dutos e serviços, o que irá refletir diretamente no poder de
dos piores momentos da economia mundial. Se o Brasil sofreu
compra da população. A sociedade passará a comprar menos,
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menos do que outros países os efeitos da crise é porque a sua
produzir menos e crescer menos.
constituição social e econômica é formada por pessoas e diretri-
Não é desta forma que um país cresce – imposições são
zes eficientes. Por isso, não restam dúvidas de que o momento é
inibidoras. Uma única lei não vai gerar empregos, porque o
inadequado para se discutir uma proposta dessa grandeza. Esta-
contexto que ronda a situação é muito maior. Os fatores
mos em uma fase de trabalho árduo para o acúmulo de riquezas;
incentivadores de postos de trabalho nascem na educação,
o país não pode parar, agora, o progresso.
na qualificação, na redução da carga de tributária, no fim da
Os efeitos negativos da proposta são enormes, principal-
corrupção. Hoje, os acordos entre empresários e sindicatos
mente entre as micro e pequenas empresas do comércio de
têm se mostrado como a melhor e mais eficaz medida para
bens e de serviços.A elevação do custo da folha de pagamento
o impasse. As negociações por vezes evitaram até mesmo de-
abrirá portas para a informalidade e para a queda de produ-
missões. Conversa e cartas limpas na mesa sempre foram a
tividade, consequentemente a proposta surtirá efeito oposto
saída mais honesta.
ao pretendido, gerando desemprego e queda na arrecadação. Os defensores da PEC se apoiam no exemplo da França, que
* Presidente do Sistema Fecomércio-RS
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da hora extra de 50% para 75% – será sem dúvida desastroso.
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impacto da Proposta de Emenda à Constituição
Finanças
Concessão de crédito Como facilitar a compra sem colocar em risco os lucros do negócio.
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uando o assunto é saúde financeira de um ponto
importante não só que se faça uma análise da idoneidade e da
comercial, um lojista tem muitas tarefas. Para citar
capacidade de pagamento do cliente, mas também que se tenha
algumas: gerenciamento de estoques, duplicatas,
um conhecimento amplo a respeito das contas da empresa.
compra de mercadorias e também concessão de crédito.
“Assim pode-se ter uma ideia exata do percentual de vendas
Esta última envolve uma série de riscos, entre os quais a
que podem ser feitas a crédito e à vista”, destaca.
inadimplência. O crédito surgiu da evolução das formas de pagamento para facilitar as trocas e as dificuldades do cliente entre
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o momento da necessidade de consumo e o da
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Segundo Cardoso, um importante indicador de inadimplência é o percentual de cheques devolvidos por insuficiência de fundos, divulgado pelo Banco Central. “Este índice apresentava, para o Brasil, um percentual de 6,99% em janeiro
capacidade do pagamento. “Ele permite
deste ano, e elevou-se para 7,53%
a aquisição de um bem ou serviço, com
em março, caindo para 6,34% em
possibilidade de pagamento, parcelado
junho”, enumera. Apesar de ser
ou não, em tempo futuro”, explica o
considerado alto, ele está apenas
assessor econômico da Fecomércio-
0,78 ponto percentual acima
RS, Carlos Cardoso.
do registrado em junho de 2008,
No varejo, a concessão de crédito
quando a conjuntura econômica
muda de acordo com o segmento
era mais favorável”, analisa.
e porte da empresa. Entretanto, é
Para que os comerciantes tenham
possível reduzir estas variações a dois
mais segurança na concessão de crédito,
tipos. No primeiro caso, a empresa concede
o recurso é recorrer às intituições que
diretamente o crédito ao consumidor. Assim, o fluxo de caixa é estruturado de forma a permitir que as entradas sejam suficientes para cobrir as saídas.
oferecem serviços e instrumentos de acesso a informações sobre o cliente, como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). “Através
“Esta modalidade de crédito só é possível nas empresas que
destes dados, os riscos não são eliminados, mas sim
tiverem folga no caixa, sem ter, portanto, a necessidade de
reduzidos consideravelmente”, salienta Cardoso.
recebimento à vista pela venda, ou naquelas que também negociem com seus fornecedores os prazos de
O crédito é, acima de tudo, um motor da economia. Ele permite que investimentos sejam viabilizados,
pagamentos dos bens ou serviços adquiridos”,
levando, consequentemente, a um aumento
justifica Cardoso.
da demanda de produtos e serviços.“Outras
No segundo exemplo, a concessão é realizada com suporte de uma instituição financeira.
empresas, ao perceberem a elevação desta procura,
também
farão
investimentos,
“Quando isso acontece, o empreendimento efetua
necessitarão de mais mão de obra. Mais
a venda a prazo, mas recebe o valor como se fosse
pessoas empregadas geram demanda por mais
à vista. A operação de crédito, portanto, é assumida
produtos e serviços e assim se estabelece um
pela instituição”, salienta o assessor. Como forma de
círculo virtuoso”, conclui o assessor da
prever o risco da inadimplência, o especialista alerta: é
Fecomércio.
Trabalhando há 45 anos pelo desenvolvimento
Associação
Adaba tem como foco principal a melhoria da infraestrutura do bairro Anchieta. Eckert (em destaque) presidente da Adaba
A
busca pelo desenvolvimento econômico, social e fotos: Laura Fraga
comunitário da região, através da qualificação da infraestrutura, e a necessidade de integração entre os
comerciantes mobilizaram um pequeno grupo de empresários a fundar, em agosto de 1965, a Associação dos Amigos do Bairro Anchieta – Adaba. Como desafio, a recém-fundada entidade tinha a melhoria em saneamento básico, sistema de telefonia,
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abastecimento de energia elétrica e segurança pública. conta atualmente com mais de 60 empresas em seu quadro social. O empenho em sanar os problemas que afligem a comuni-
Água e Esgoto - DMAE, e a Adaba conseguiram vencer um gran-
dade é tamanho que, em 1998, a Associação cedeu, em regime
de desafio ao implantar um moderno e eficiente sistema de ca-
de comodato, parte da sua área para a Secretaria Segurança do
nalização, encerrando uma permanente tragédia de alagamentos
Rio Grande do Sul para a instalação de um Centro Integrado de
no período de inverno”, afirmou.
Segurança Pública, composto por um Pelotão da Brigada Militar ,
Na área da educação, uma parceria entre o Rotary Club e a
uma Delegacia de Polícia Civil e um Posto do Departamento de
Associação está permitindo a reforma e a qualificação da Es-
Identificação do Instituto Geral de Perícias do Estado.
cola Estadual Brigadeiro Eduardo Gomes. Além da recuperação
Reuniões periódicas entre associados, estudos técnicos de
da parte externa, o projeto de ampliação prevê refeitórios e
projetos públicos, entrevistas com entidades públicas e privadas,
a construção de uma biblioteca. Para que o atendimento às
palestras com representantes dos poderes federal, estadual e
crianças seja completo, também são garantidos alimentação, la-
municipal são predominantes na agenda de trabalho. Esses en-
zer infantil e livros para pesquisa.
contros contam, muitas vezes, com a participação de autoridades
Se muito já foi feito, a entidade tem objetivos e demandas
nas áreas de economia, política e social empenhados na procura
permanentes. Para Eckert, entre os maiores desafios estão a ma-
por soluções para os problemas dos moradores do bairro.
nutenção do crescimento, aproveitando as empresas de maior
Ao longo destes quase 45 anos de atuação, a Adaba traba-
porte estabelecidas na área, como a Centrais de Abastecimento
lhou junto ao poder público para viabilizar diversas conquistas
do Rio Grande do Sul – Ceasa, o complexo da Fecomércio e o
que qualificaram o cotidiano da região, como a construção do
Makro Atacadistas, que geram grande circulação de pessoas no
novo Aeroporto Internacional Salgado Filho; a instalação de uma
entorno, além da expansão dos empreendimentos residenciais
central telefônica na Avenida dos Estados; e a canalização de 2
em andamento. Para tanto, estão em debate pela Associação o
quilômetros do arroio que corta a avenida, entre o Aeroporto
alongamento da pista do aeroporto, a transferência dos atuais
Salgado Filho e a Empresa Savar, como medida de contenção das
moradores da Vila Dique para a vila residencial, que está em
chuvas. Outra iniciativa para solucionar o problema que atingia a
construção pelo Departamento Municipal de Habitação – De-
região todos os anos foi, segundo o presidente da entidade, Jor-
mhab, entre outros. Os projetos, juntos, prometem transformar
ge Benjamin Eckert, a canalização dos esgotos pluviais em todo
ainda mais a face do bairro e transformá-lo em um dos polos
o bairro. “O Município, através do Departamento Municipal de
comerciais da Capital.
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Com sede estabelecida na Rua Vitor Valpírio nº 101, a Adaba
Arquitetura e Decoração
seembro I 2009
fotos: bb mix
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Feira reuniu mais de 500 expositores
Construindo tendências A Construsul consolida-se como maior evento do setor no Rio Grande do Sul, lançando tendências e prospectando novos mercados. setor de construção está sempre mudando. Para
O
Apesar de a crise financeira ter afetado os mais diversos seg-
apresentar – e acompanhar –, as novidades e tendên-
mentos do mercado, a Construsul apontou um crescimento de
cias, a 12ª edição da Construsul – Feira Internacional
18% em 2009. Conforme Sebenello, a infraestrutura urbana, alia-
de Construção reuniu mais de 65 mil pessoas entre os dias 5 e 8
da à construção da moradia é contínua: “Isso é mercado interno,
de agosto, nos pavilhões da Fiergs, em Porto Alegre.
não depende de exportação e importação. É um mercado aque-
Ao todo, 503 expositores participaram do evento, que realizou
cido”, afirmou.
paralelamente a 4ª Expomáquinas – Feira de máquinas para cons-
Inserido neste cenário promissor, o Sindicato das Indústrias da
trução, mineração, logística e florestamento. O destaque deste
Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS)
ano foi a maior presença internacional, com a participação de
atraiu construtoras de grande porte no seu seminário Tecnologia,
países como Alemanha, Equador, Estados Unidos e Argentina, que
Inovação e Sustentabilidade. Outra novidade foi a programação
ganharam estandes com infraestrutura diferenciada. Segundo o
de eventos técnicos da Expomáquinas, como o 1º Congresso
diretor da Sul Eventos, empresa responsável pela organização da
sobre Máquinas e Tecnologia (Comtec), que reuniu profissionais
Feira, Luis Inácio Sebenello, este ano, as novidades ocuparam 24
e painelistas de renome do segmento. Ainda durante o evento, a
mil m², e o sucesso foi tanto que, para o ano que vem já está acer-
Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de
tada a expansão para 26 mil m².“A razão do sucesso da Feira são
Porto Alegre (Acomac) comemorou 32 anos.
as boas condições da construção civil no Rio Grande do Sul. Os investimentos aumentam a cada mês.” revelou o diretor.
O Sindilojas Porto Alegre também marcou presença. Os consultores do Sindicato deram orientação sobre a campanha “Vale
Mais Ser Associado do Sindilojas”, lançada recentemente, que oferece uma série de facilidades para os sócios efetivos da entidade, além de todos os demais benefícios existentes. Para o presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, “além de prestigiar uma feira já consolidada no mercado, participar da Construsul foi mais uma oportunidade de estar próximo do associado, já que uma parte significativa dos lojistas que o Sindicato representa está ligada ao segmento de materiais de construção”, afirma o dirigente. Empresários experientes no segmento da construção, Arcione Piva e Roni Zenevich dizem ser este o maior evento do setor no Estado e segundo maior no País, atrás, apenas, da Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon), realizada em São Paulo. Para ambos, eventos como esses são Mais de 65 mil pessoas passaram pelos corredores da Construsul
fundamentais para estar em sintonia com as necessidades dos
Elevato – Acabamentos para construção. Entre as novidades, eles citam: pisos em madeira engenhei-
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sencial”, afirma Piva, diretor administrativo e financeiro da
karin souza
consumidores. “Acompanhar as inovações do mercado é es-
rada, pisos porcelanatos e pastilhas, spas e banheiras com hi-
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dromassagem, com funções e cores diferenciadas. “No verão, estes dois últimos itens sempre se destacam”, ressalta Roni Zenevich, diretor de vendas da Tapesul- Revestimentos e Acabamentos. Assim como eles, o diretor comercial da Norte Chapas, José Rodrigues, concorda que a linha de pisos e louças sempre traz mais novidades. Segundo o comerciante, participar da Construsul como expositor é uma forma de dar atenção diferenciada aos clientes. “A feira é uma experiência de troca, de prospecção de negócios. É importante marcar presença”, destaca.
Varejistas recebiam orientação sobre o Vale Mais no estande do Sindilojas POA
longo do evento, a compra pela internet é a mais forte. “Os sites estão cada vez mais bem elaborados. A rede é, comprovadamente, um grande facilitador, pois através dela o cliente pode comparar o que está sendo executado na prática”, avalia. Para ele, o diferencial do estande da Norte Chapas foi a participação da equipe da loja, com o auxílio dos arquitetos Leandro Almeida e Henrique Dauberna, na criação e montagem. Expondo pelo sexto ano, José Rodrigues afirma que, assim como o evento, a organização cresceu muito nos últimos anos. “Isso contribui para que a feira se consolide cada vez mais”, conclui. A Construsul já está preparando as novidades para a sua 13ª edição, que deve acontecer entre os dias 4 e 7 de agosto de 2010, nos pavilhões da Fiergs.
karin souza
Rodrigues ainda salienta que, entre as tendências ditadas ao
Especial
Varejo em números Conselho Nacional de Entidades do Comércio em Shopping Centers divulga pesquisa sobre o varejo nos shopping centers brasileiros.
A
relação dos lojistas de shopping e dos administradores dos empreendimentos há muito tempo é tema de debate entre as inúmeras entidades representativas do
setor varejista. E as dúvidas em relação aos direitos e deveres de locadores e locatários possivelmente tenham surgidos ainda em 1966, quando foi inaugurado o primeiro empreendimento a utilizar o sistema de locação de lojas, o Shopping Iguatemi São setembro I 2009
Paulo.
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No dia 12 de agosto, o presidente, Ronaldo Sielichow, e o vice-presidente financeiro do Sindilojas POA, Marco Belotto, participaram, em Brasília, de ações voltadas a melhores condições para os lojistas de shoppings, entre elas, a audiência pública sobre contratos de locação, realizada na Câmara dos Deputados. A audiência pública, na Capital Federal, debateu dois projetos de lei que tramitam na Câmara: o nº 7.137/2002, da ex-deputada Zulaiê Cobra (sem partido/SP), que estabelece normas para a relação contratual locatícia em shopping centers; e o nº 6.625/2006, de Osório Adriano (DEM-DF), que dispõe sobre o condomínio. “Temos o sentimento de que algumas ações já estão surtindo efeito, como tentativas de diálogo por parte de alguns administradores de shoppings. Isso já é um começo”, afirmou o presidente Sielichow. Dois dias depois da audiência pública, a entidade convocou uma reunião com associados, em Porto Alegre, para debater a questão. No encontro foi apresentada a pesquisa inédita “Relacionamento e Satisfação entre Lojistas e Empreendedores de Shopping”,
Em 2008, os 65,5 mil lojistas de shoppings geraram 720 mil empregos diretos e mais de 3,6 milhões de empregos indiretos.
Os dados coletados pelo Conecs desenham um perfil detalhado das lojas que operam nos empreendimentos. É possível concluir que a grande maioria é de pequenos e médios empresários, do varejo local,
do Conselho Nacional de Entidades do Co-
que não conseguem passar mais de 5 anos
mércio em Shopping Centers (Conecs). O
nos shoppings, situação esta provocada,
Conselho foi criado em 2004, em decorrência da dificuldade
principalmente, pelas atuais regras contratuais; ao longo deste
de relacionamento entre lojistas e administrações de shopping
período, as micro e pequenas empresas são obrigadas a demi-
centers. O Sindilojas Porto Alegre é uma das entidades mante-
tir seus funcionários por falta condições de continuar com suas
nedoras do Conselho.
operações, gerando um elevado índice anual de desemprego.
Os dados A pesquisa, realizada entre os dias 17 de março e 3 de abril, em todas as regiões do País, pela Vox Populi, traz dados importantes sobre o desequilíbrio do relacionamento entre os empresários e os administradores de shoppings. A maioria das lojas é de pequeno ou médio porte e 54,8% delas não têm condições de sobreviver no mercado por mais de cinco anos, prejudicadas pelas regras de locação; 75,8% são menores que 100 m2; 64,2% são do varejo local ou lojas de franquias; 71% têm menos de 10 funcionários. Dos 600 entrevistados, 67,5% dos lojistas disseram que a cobrança do 13° aluguel (cobrado em dezembro) foi uma exigência para a assinatura ou renovação do contrato. Além disso, a maioria dos lojistas entrevistados (71,2%) não considera justo o valor do condomínio e do aluguel.
13%, sendo que este índice atinge 19,4% entre os empresários da região Sul. Entre as principais sugestões às administradoras,“Estar mais próxima dos lojistas/reuniões mais freqüentes” foi a mais citada, por 19,5%, número que sobe para 23,6% no Sul. Os resultados demonstram que há um longo caminho a percorrer. A amostra foi calculada também para Porte do Shopping e Região, com as seguintes contribuições:
A roda-gigante da economia Os números que compõem o varejo em shoppings realmente são impressionantes. O Anuário Brasileiro de Shopping Center, publicado em 2008 pela AlshopSP, indica que atualmente são 644 Shopping Centers classificados em: Regional Mall, de comunidade, de vizinhança, strip center, outlet, especializados, festival center, entre outros. Entretanto, a ABRASCE - Associação Brasileira de Empreendedores de Shopping contabiliza, atualmente, 377 Shopping Centers, dos quais 195 são associados a esta entidade. Dos maiores shoppings brasileiros, 80% estão sob controle de não mais que dez grupos familiares, com capital internacional, o que torna a relação menos equilibrada e reduz a margem de negociação dos lojistas.
15 Conexão Varejo
dicação dos entrevistados, citada espontaneamente por
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Detalhamento na prestação de contas é a principal reivin-
Falta de comunicação e transparência Os dados de insatisfação revelados pelo estudo, principal-
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mente nos quesitos que tratam da falta de transparência na
Conexão Varejo
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prestação de contas e difícil acesso às contas dos empreen-
É preciso, portanto, ter cuidado já na hora da assumir uma
dimentos, vão ao encontro da afirmação do advogado Pablo
loja. “Ao falar em contrato de locação em shopping centers
Berger. O especialista elenca uma série de dúvidas que per-
não há como não se preocupar com o prazo. O ideal são cin-
meiam a relação de empreendedores varejistas e administra-
co anos para permitir a proteção ao ponto comercial através
dores de shoppings. “Em muitos shoppings não há qualquer
de ação renovatória de locação”, orienta Berger. Um aspecto
descrição acerca da composição da taxa condominial”, exem-
importante, ressalta ele, refere-se à cláusula de indenização
plifica. Outro momento geralmente marcado pela contro-
por benfeitorias realizadas na loja, ou seja, impossibilidade de
vérsia, lembra o advogado, é o da rescisão, devido às multas
indenização, já que a maioria dos contratos traz expressa a
por descumprimento contratual e demais encargos, os quais,
disposição de que todas as benfeitorias realizadas, ao final do
somados, em alguns casos chegam a importar valor equivalen-
contrato, não serão indenizadas, não podendo o locatário, ain-
te a dez locativos.
da, retirá-las do local.
A luta pela sobrevivência Os custos de manter os negócios funcionando tornam-se ainda mais pesados com a chegada do final do ano. Além dos pagamentos de benefícios de seus funcionários, os empresários precisam arcar com o pagamento de um aluguel extra, motivo de insatisfação para 80% dos participantes da pesquisa da Conecs. Segundo 67% desses empresários, esse pagamento extra foi imposto pelo shopping. “Os lojistas são obrigados a arcar com o pagamento do Fundo de Promoção e Propaganda durante todo o ano e, também, com o chamado 13º aluguel”, ressalta o presidente do Instituto dos Advogados do relata que a cobrança é justificada pelo ‘acréscimo de gastos de propaganda do mês de dezembro’. “Os Propaganda, como diz o próprio nome, já deveriam
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cobrir os gastos que os shoppings têm com a Promo-
Conexão Varejo
valores recolhidos a título de Fundo de Promoção e
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Mercosul – Inamerco, M. A. Miranda Guimarães, que
ção e Propaganda dos empreendimentos”, finaliza.
Gestão
A Era Digital chega ao fisco
Implantação do Sistema de Escrituração Digital (Sped) ainda gera dúvidas entre os empresários.
setembro I 2009
E Conexão Varejo
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tintos. Segundo a Secretaria Estadual da Fazenda do Rio Grande do Sul, o Sistema Contábil, que transforma os livros Diário e Razão em um único arquivo eletrônico, por exemplo, começou a operar em janeiro de 2009 para as empresas submetidas ao Lucro Real. Para as enquadradas nas outras sistemáticas de tributação, ainda não há data de adesão compulsória, porém é facultada a realização imediata da Escrituração Contábil Digital. A Escrituração Fiscal Digital, por sua vez, é obrigatória, desde janeiro de 2009, para todas as empresas que realizam operações sujeitas ao ICMS e ao IPI, salvo duas exceções: quando a Fazenda
m processo de implantação desde 22 de janeiro de 2007,
Estadual ou a Receita Federal liberarem; e quando a empresa for
o projeto do Sistema Público de Escrituração Digital
optante pelo Simples Nacional.
(Sped), parte do Programa de Aceleração do Crescimen-
A Nota Fiscal Eletrônica está prevista na legislação brasileira
to (PAC), do Governo Federal, promete maior transparência
desde outubro de 2005. O Sistema NF-e tem um modelo nacio-
nos processos fiscais das empresas, racionalização e redução sig-
nal de documento fiscal eletrônico. Mas, conforme o Ministério
nificativa de seus custos operacionais. A substituição dos docu-
da Fazenda, num primeiro momento, a NF-e será emitida apenas
mentos físicos por sua versão digital pretende à modernização
por grandes contribuintes e substituirá os modelos em papel,
da sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias
tipo 1 e 1A. Isso inclui: a Nota Fiscal de entrada, operações de
transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e
importação, operações de exportação, operações interestaduais
aos órgãos fiscalizadores, como a Receita Federal e as Fazendas
e operações de simples remessa. Não substitui, no entanto, os
Estaduais.
outros modelos de documentos fiscais existentes na legislação
O Sistema, porém, até agora, tem deixado uma série de dúvidas nos empresários brasileiros. Os custos de sua adoção e os reais benefícios, principalmente para os empreendimentos de pequeno e médio porte, ainda não estão claros. O diretorregional do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Rio Grande do Sul (Sescon/ES), José Inácio Lenz, acredita que o benefício, em um primeiro momento, não será para todos. “As micro não sei se terão vantagens; as médias e grandes, sim”, afirma avaliando seus efeitos. “Todas as empresas terão de se modernizar para atender as exigências, isso vai gerar um custo com a implementação dos recursos necessários para atender as exigências, mas futuramente haverá uma redução com gastos de papéis e arquivos”, elenca. A aquisição de sistemas operacionais e a adequação dos departamentos ou escritórios de contabilidade e TI que atendem a essas empresas significam gastos com processamento de dados, pessoal, treinamento, consultores tributários e auditores externos. São vários os projetos envolvidos no Sped, entre eles, a Nota Eletrônica, o Sped Contábil e o Fiscal, cada um deles com contribuintes dis-
como, por exemplo, a Nota Fiscal a Consumidor (modelo 2) ou o Cupom Fiscal. O Ministério da Fazenda disponibiliza informações sobre o NF-e, seu modelo operacional e detalhes técnicos no site www.nfe.fazenda.gov.br.
foto: milton moraes
Tributos
por Eduardo Plastina*
Utilização de precatórios de terceiros para a quitação de tributos
M
uito se tem comentado, nos últimos tempos, sobre
isso, alegou que a Constituição Federal não impôs limitações
a questão envolvendo a possibilidade de quitação
aos institutos da cessão de direitos creditórios e da compen-
de tributos estaduais, vencidos ou vincendos, com
sação e que o poder liberatório para pagamento de tributos
final do exercício em que deveriam ter sido pagos. Tal temá-
Apesar de tal decisão ser muito importante, representan-
tica é particularmente sensível no Rio Grande do Sul, onde
do um passo fundamental para o reconhecimento do direito,
o Estado, por não quitar as mencionadas ordens judiciais de
deve ser, contudo, examinada e utilizada com cuidado pelos
pagamento desde o ano de 1999, acumulando passivo consi-
contribuintes interessados na utilização dos precatórios. A ra-
derável, fez com que surgisse um mercado de compra-e-venda
zão disso é que, além de ainda não ser definitiva, a decisão em
com deságios que, em muitos casos, chegam a 80% do valor da
questão distanciou-se de algumas premissas jurisprudenciais
setembro I 2009
resulta da própria lei.
dívida estatal inadimplida.
anteriormente firmadas pelo próprio STF, não tendo, também,
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Há, basicamente, dois grandes grupos de modalidades de
sido explícita sobre importantes aspectos envolvidos na ques-
precatórios que, por não virem sendo pagos pelo Estado, en-
tão, tais como as restrições contidas no artigo 78, caput e
contram-se sendo oferecidos para as empresas: os alimenta-
parágrafo 2º, do ADCT, segundo o qual apenas os precató-
Conexão Varejo
destaque para o ICMS, com precatórios não liquidados até o
res, que compreendem as dívidas oriundas de inadimplemento
rios não-alimentares decorrentes de ações ajuizadas até 31
total ou parcial de verba remuneratória; e os não-alimentares,
de dezembro de 1999 têm, a partir da não-quitação de suas
que envolvem indébitos tributários ou decorrentes de inde-
parcelas, poder liberatório para o pagamento de tributos; a
nização. Estes, por conta da redação expressa do § 2º, do art.
redação do art. 170, do Código Tributário Nacional (CTN),
78 da ADCT, que determina que o não-pagamento dentro do
segundo o qual somente por meio de lei da própria pessoa
prazo gera poder liberatório sobre o pagamento de tributos,
política poderá ser determinada a compensação de créditos
são os mais valorizados, sofrendo deságios menores em re-
tributários; e o art. 100, da Constituição Federal, que dispõe
lação ao valor de face. Aqueles, por sua vez, distinguindo-se
sobre a ordem cronológica do pagamento de Precatórios, a
entre os titularizados contra o Estado do RS e contra o IPE e
qual, no momento da utilização para a compensação tributária,
demais autarquias, por se considerar que não se encontram
estaria sendo relativizada.
contemplados pelo mencionado dispositivo da ADCT, são
Enfim, atualmente, a jurisprudência não é pacífica sobre a
oferecidos com deságio mais amplo, circunstância agravada
possibilidade de compensar débitos tributários com preca-
para os últimos, pois há uma linha jurisprudencial, ainda não
tórios vencidos, alimentares ou não. Por isso, recomenda-se
pacífica, que defende que a autonomia jurídico-financeira das
a todo empresário que, por mais que o deságio seja atraen-
autarquias estaduais afastaria a responsabilidade do próprio
te, a utilização de precatórios, sobretudo alimentares, para a
Estado do RS.
quitação de dívidas tributárias de suas empresas seja, neste
Recentemente, o Ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal
momento, enquanto não há um posicionamento unívoco dos
Federal (STF), decidiu no sentido de que os precatórios ali-
Tribunais, avaliada com extremo cuidado, para que a eventual
mentares, particularmente aqueles detidos contra o IPE, uma
solução de hoje não se torne a dor de cabeça de amanhã.
vez cedidos pelos beneficiários originais, poderiam ser utilizados por empresas para a quitação de dívidas tributárias. Para
* Souza, Berger, Simões e Plastina – Advogados
Entrevista
Um Centro apaixonante Coordenador do projeto Viva o Centro, Glênio Bohrer está à frente do trabalho que pretende resgatar a beleza e vivacidade da região central de Porto Alegre.
O
arquiteto Glênio Bohrer mantém uma relação mui-
nos, o coordenador acredita que estes temas são superiores à
to especial com o Centro Histórico de Porto Alegre.
movimentação política.
Ele é o coordenador do programa Cidade Integra-
Nesta entrevista, Glênio Bohrer fala sobre os objetivos e as
da, que engloba o projeto especial Viva o Centro. Professor do
conquistas do projeto e também sobre a sua experiência como
Departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Rio
arquiteto.
Grande do Sul (UFRGS), Bohrer atua na Secretaria Municipal da Gestão e Acompanhamento Estratégico e já foi Coordenador
setembro I 2009
de Projetos Especiais e Supervisor de Desenvolvimento Urbano
Conexão Varejo
20
da Secretaria do Planejamento Municipal (SPM).
Conexão Varejo – Em que fase o Viva o Centro se encontra? Bohrer - Não há exatamente início, meio e fim, pois as áre-
Quando o assunto é o Centro Histórico, o arquiteto não he-
as centrais estão em permanente processo de transformação,
sita: mesmo enumerando algumas conquistas, como a recupera-
o que demanda acompanhamento. Houve uma fase em que o
ção de prédios tombados, afirma que ainda há muito a ser feito.
Centro vinha numa espiral de decadência muito grande, tinha
“O objetivo do projeto é devolver ao bairro a dimensão que ele
uma imagem muito ruim. Estes problemas ainda não foram eli-
merece, para que volte a ser um espaço atrativo para comércio,
minados por completo, mas creio que já se iniciou um processo
cultura, turismo, moradia. Queremos dar condições para viabili-
de afirmação da presença do poder público nessa região.A inau-
zar isso”, explica Bohrer.
guração do Centro Popular de Compras, por exemplo, mexeu
Apesar de gerenciado pela SPM, o Viva o Centro conta com
muito no ânimo dos investidores locais. Está clara a movimen-
a participação de quase todas as secretarias e departamentos
tação do sentimento de um clima positivo; acredito que haverá
do Município.A responsabilidade de conferir o cumprimento de
mais reflexos adiante.
metas e o andamento dos projetos especiais cabe à Secretaria Municipal da Gestão e Acompanhamento Estratégico.
Conexão Varejo – Quais as principais conquistas até o momento?
Segundo Bohrer, apenas mudança de
Bohrer – Há um grande percentual de prédios tombados
perspectiva com a renovação dos espa-
que foram recuperados, além do Viva o Centro a Pé, que já soma
ços públicos já serve de motivação para
mais de 4 mil participantes. É uma caminhada guiada por profes-
moradores e investidores. “É uma irradia-
sores universitários, que acontece duas vezes ao mês. O passeio
ção de ações positivas”, garante. O dese-
inclui visitas a edifícios históricos do Centro. As pessoas saem
jo da prefeitura em criar equipes voltadas
dessa caminhada com uma noção clara da importância arquite-
para a região central vem desde os anos
tônica de cada um deles e das virtudes e valores do bairro, que
1980, mas foi a partir de 2005 que as
assume uma imagem completamente diferente daquela de que
ações começaram a tomar forma.
seria uma região ruim e perigosa. Algumas praças passaram por
A respeito da continuidade do
reformas, como a Conde de Porto Alegre e a Praça Revolução
projeto nos próximos gover-
Farroupilha. A da Matriz, a da Alfândega e a XV de Novembro
Bohrer: “O Centro é um território complexo” foto: luciano lanes/pmpa
também devem sofrer melhorias com foco em sua recuperação histórica.
damento do projeto? Bohrer – Em geral, uma das principais dificuldades é o envolvimento de muitos atores. O Centro é um território complexo, então todas as questões locais se multiplicam em ações em outros pontos da cidade. Se houver uma obra,
foto: ivo gonçalves,/pmpa
Conexão Varejo – Que fatores desaceleram o an-
por exemplo, tem que cuidar para que ela não prejudique o comércio, ou não atrapalhe a circulação. São ações muito expostas à opinião pública, favoráveis ou não. Este é um espaço da cidade que diz respeito a todos e, por isso, ganha uma dimensão de complexidade que é, muitas vezes, o próprio motor favorável da sua execução e que também exige um processo mais complexo de articulação. Mas sempre existem problemas a serem superados. Conexão Varejo – De que forma o setor varejis-
Arquiteto está à frente do projeto especial
ativos e prósperos. Os comerciantes estão sempre buscando se atualizar em relação às novas demandas, fazendo com que o Centro mantenha-se como um polo interessante e
setembro I 2009
Bohrer – Acredito que este segmento contribui na medida em que há um grande esforço em manter seus negócios
21 Conexão Varejo
com o Viva o Centro?
foto: cristine rochol,/pmpa
ta e entidades como o Sindilojas podem contribuir
vivo. Por outro lado, penso que há um lugar para novas parcerias, ao passo que começam a aparecer obras do espaço público que têm reflexo indireto sobre a melhoria do comércio. Há muito espaço para avanços, como a qualificação das fachadas, letreiros e anúncios, minimizando a poluição visual, sem perder o apelo de venda. O caminho está aberto para potencializar esta parceria público-privada. Conexão Varejo – Como arquiteto, qual a importância de participar de projetos como este? Bohrer – Profissionalmente, é uma condição muito especial na minha vivência, na minha carreira, que é acompanhar um projeto desta dimensão, complexidade e importância. As questões do Centro exigem mais interação com a sociedade e, portanto, é um aprendizado muito interessante. Também é um processo dinâmico, em termos de demanda, de necessidade de respostas, de oportunidades e de possibilidades vinculadas a um número enorme de problemas que existem. É um trabalho bastante intenso, num local e numa área apaixonante. Todo o porto-alegrense tem um vínculo real, econômico ou afetivo com a área central da cidade.
Viva o Centro a Pé já reuniu mais de 4 mil pessoas
Gitz administra a marca fundada em 1974 fotos: laura fraga
Associadas
seembro I 2009
Aos pés dos gaúchos
Conexão Varejo
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Foi durante uma visita ao Rio de Janeiro, em 1970, que as amigas Esther Gitz e Ieda Castiel inspiraram-se para inagurar a Pé de Meia. Fundada em 1974, hoje a rede possui sete lojas na Capital, cinco em shoppings e duas de rua, além da versão online (www.lojaspedemeia.com.br). Com cerca de 45 mil itens em estoque, a Pé de Meia trabalha com grade integral, ou seja, o cliente encontra todos os tamanhos e cores de modelos dos produtos. “Esta é a loja mais especializada em meias de todo o Estado”, confia Luiz Airton Gitz, filho de Esther. É ele quem administra os negócios atualmente, ao lado da esposa Ieda e dos filhos José e Hugo. Para o empresário, o diferencial da Pé de Meia é previsão e bom atendimento. “Nossas colaboradoras sempre começam como aprendiz na loja, e estamos sem-
A arte do conforto “Quando o assunto é colchões, a prioridade do gaúcho é qualidade e benefício”. É assim que Silvana Junqueira Kronbauer explica o sucesso da Soberana do Sono. Fundada em abril de 1989, a loja conta com mais de 600 itens, entre modelos de colchões, travesseiros e lençóis térmicos, tudo isso combinado ao atendimento personalizado. Antes de investir no mercado, Silvana realizou um treinamento sobre terapia
pre de olho no estoque. Nunca nos faltam produtos, em especial no inverno”, garante. Os artigos em lã, as ceroulas e as polainas são muito requisitados no inverno; as meias de algodão, fios de bambu e modal fazem sucesso na primavera. Conforme o administrador, este ano foi marcado pelo investimento na reforma das lojas, que será seguido por um arrojado projeto de expansão, que deve começar em 2010, com a inauguração de mais duas unidades até 2012. Para Luiz Gitz, a presença do Sindilojas é como um casamento. “Não há um grande lojista se não houver um grande sindicato para representá-lo”. Rede é a mais especializada do Estado
Silvana conta com o apoio do filho Daniel para expandir negócios
magnética e problemas de coluna com especialistas japoneses. O segredo também está no pós-venda. “Sempre enviei cartões de natal e folders com novidades, pois o cliente satisfeito é o nosso melhor vendedor”, destaca. Através do site (www.soberanadosono.com.br) criado com o auxílio do filho, Daniel, a Soberana do Sono alcançou clientes em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, e também no Acre. “O calor do Norte exige colchões com boa ventilação, um de nossos diferenciais”, afirma a empresária, que, atenta às novidades, conta com o Sindicato no seu dia a dia. Para ela, o apoio do Sindilojas é essencial para defender as necessidades dos comerciantes. Dormir com qualidade é referência da Soberana do Sono
Empreendimento foi fundado em 1983
Produtos importados são o diferencial da Luxúria
23 Conexão Varejo
A Luxúria (Rua Padre Chagas, nº 66) só é um pecado quando se fala nos produtos que oferece. No mercado desde 1983, a loja disponibiliza uma vasta linha de roupa de cama, que inclui tecidos importados do Paquistão, como os lençóis de algodão de 400 e 600 fios, capas de edredon, além de jogos americanos e toalhas de mesa, as quais podem ser confeccionadas sob medida.
A empresária Martha Candemil, fundadora do empreendimento, recebe pedidos de todo o País. “A cada semestre lançamos um nova coleção, que recebe influência internacional definida através de pesquisas que apontam as principais tendências do momento”, explica. Com o apoio da amiga Anelise Comparin, que atua na empresa desde 1991, Martha estuda a possibilidade de investir em franquias da marca. “Já recebemos algumas propostas, mas ainda não há certeza”, avalia a comerciante. Segundo Marta, a luta pelas demandas da classe varejista ganha força com o Sindilojas. “Ter a entidade ao nosso lado faz toda a diferença”, acrescenta. setembro I 2009
Referência em qualidade
Associadas
Loja oferece marcas consagradas e projetos de climatização
No clima do varejo A Temp Office se destaca no segmento de climatização por seu atendimento: o cliente é assessorado por técnicos e engenheiros para a escolha do produto mais adequado às suas demandas. Fundada em 2004 pelos engenheiros Carlos Antonio Campani e Domingos Vidal Pertile, a primeira sede da empresa localizava-se no bairro Navegantes, conhecido por agregar grande parte das lojas do setor na Capital. Diante do crescimento do mercado, a Temp Office viu a necessidade de se diferenciar buscando um novo perfil de cliente; transferiu-se, então, em 2005, para a Avenida Nilo Peçanha, no Bairro Boa Vista. Além de um mix que inclui condicionadores
de ar, eletrodomésticos, aquecedores de água, a loja também desenvolve projetos de climatização para indústria, hospitais e comércio em geral, atendendo, portanto, uma gama variada clientes. O Sindilojas tem um papel marcante na interface com os diferentes públicos que compõem o cotidiano varejista. Segundo Pertile, o Sindicato se destaca como regulador das atividades comerciais e seus segmentos. “Além de nos representar junto aos órgãos públicos, a entidade também atua como um retransmissor de informações do mercado”, avalia o empresário.
Sede mudou-se para a Av. Nilo Peçanha em 2005
Responsabilidade socioambiental
Mulheres no comando
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Responsáveis por mais de 70% das compras nas lojas Renner, as brasileiras são foco da campanha “Mais Eu”, que chega a sua 2ª edição.
Conexão Varejo
24
O
Instituto Lojas Renner foi criado em junho de 2008 com o objetivo de organizar as ações de práticas de responsabilidade social da Companhia. Através de uma enquete realizada em 2007, sob orientação do Instituto A rede para o Desenvolvimento Social (IDIS), foram entrevistados 10 Segunda maior rede de lojas de departamentos de vesmil clientes; desse total, 72% eram do sexo feminino. Nada tuário no Brasil, a Lojas Renner conta com 115 unidades, mais natural do que a ação definida pelo instituto fosse em sendo 108 em shoppings centers e sete em pontos centrais prol da inserção da mulher no mercado de trabalho. de cidades, nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e A “Mais Eu” é uma iniciativa que prevê a destinação do equiNordeste. valente a 5% do valor líquido das vendas de mercadorias da rede a projetos de capacitação e geração de renda focados Este ano a campanha foi promovida entre os dias 10 e 13 de nas mulheres. Em 2008, a campanha arrecadou R$ 750 mil, que agosto, e reuniu as 115 lojas da Renner em todo o Brasil. As foram distribuídos entre 11 projetos, beneficiando mais de protagonistas das peças veiculadas na mídia foram mulheres 1.700 brasileiras. Já em 2009, o valor arrecadado foi de 13,6% que, graças ao “Mais Eu”, tiveram novas perspectivas e uma superior ao registrado na primeira edição, ultrapassando mais chance de reconstruir seu futuro. As entidades que têm inde R$ 800 mil. teresse em participar devem atender alguns Durante a coletiva de imprensa para divulpré-requisitos, tais como: ser uma organizagar a segunda edição da campanha, o direPoderosas ção da sociedade civil constituída há pelo tor presidente das Lojas Renner, José Galló, O público-alvo da companhia menos dois anos; ter experiência prévia em destacou que a empresa não investe sozinha. são mulheres entre 18 e 39 anos projetos relacionados à capacitação da muDiversas companhias aderiram à causa e forde idade, que estão na faixa de lher; ter abertura para o trabalho voluntário maram uma parceria. consumo média e média alta da eventual ou contínuo, entre outros. Junto ao diretor executivo do Instituto população brasileira. Desde sua criação, o Instituto Lojas RenLojas Renner, Jair Kievel, Galló ressaltou a ner já investiu mais de R$ 2,3 milhões, distriimportância da presença feminina para a embuídos em 60 projetos sociais, beneficiando mais de 4 mil mupresa. “O Instituto é muito coerente com o que a Renner é. lheres e jovens. A entidade também atua na gestão do Projeto Quase 75% das compras são feitas por mulheres, nosso grande Pescar e mantém o programa de voluntariado na Companhia. público-alvo”, comentou o dirigente. Para Kievel, o Instituto “Há uma carência nas organizações no que diz respeito à faz parte do relacionamento entre a empresa e a comunidade. gestão de projetos sociais. Nosso objetivo é fazer grandes “Antes de criarmos a entidade, havia muita ação e pouco inações. Se alguém quiser seguir o exemplo, será muito bom”, vestimento. O Instituto é uma garantia do engajamento nesta conclui José Galló. relação”, acredita.
Entidade
foto: ivo gonçalves/pmpa
Parceria entre Sindilojas e Brigada Militar oferece novo serviço
setembro I 2009
Telecentro disponibiliza equipamento para registro de furtos e perdas.
O
Computadores do Telecentro ganham mais uma utilidade
Telecentro Mercado Público agora disponibiliza
de não haver restrição de idade. “Com a nova disponibilidade,
um dos seus 13 computadores para que a popula-
pessoas que já dominam o uso do computador também vão
ção possa fazer consultas e boletins de ocorrência
usufruir da infraestrutura”, acredita Guedes.
através do site da Brigada Militar. A novidade é mais um fru-
Para registrar as ocorrências, basta se apresentar no local e
to da parceria que o Sindilojas fez com Prefeitura Municipal
solicitar auxílio de um monitor. Para o Major Pithan, do 9º Ba-
de Porto Alegre em 2005, quando assumiu o funcionamento
talhão, “os moradores e frequentadores do Centro não pre-
deste telecentro. Aqueles que recorrem ao 9º Batalhão, loca-
cisam esperar mais na fila para fazer registros de casos mais
lizado na Rua José Montaury, para fazer este tipo de registro,
simples, e aceleram o trabalho na delegacia, ampliando a agi-
estão sendo orientados a se dirigirem à loja 106, no segundo
lidade de atendimento de casos mais complexos”. Através do
piso do Mercado Público. Aberto das 8h às 20h, o telecentro
telecentro, pessoas que não possuem computadores em suas
conta com monitores que estão sendo capacitados para auxi-
residências ou trabalho também têm acesso às facilidades do
liar a comunidade a acessar, através da rede mundial de com-
serviço. Segundo Juliano Guedes, esses espaços “proporcio-
putadores, a delegacia online, onde o próprio usuário fará o
nam a oportunidade da comunidade usufruir gratuitamente
seu boletim de ocorrência, uma vez que o cadastramento é
do meio tecnológico, contribuindo ativamente para a demo-
de fácil compreensão e preenchimento.
cratização do acesso e da informação”.
“A nova funcionalidade não atrapalha as atividades já exis-
Auxiliar no desenvolvimento da comunidade é um dos pa-
tentes no espaço, pelo contrário, amplia o número de pessoas
péis do Sindilojas. Para isso o sindicato procura formar par-
que vão utilizá-lo”, afirma o coordenador de Relacionamento
cerias, como esta feita com a Prefeitura Municipal e a Brigada
com o Associado, Juliano Guedes. Os cursos básicos de in-
Militar. Quem estiver interessado nos cursos de informática
formática, que visam a inclusão digital, têm suas turmas com-
pode preencher a ficha de inscrição no local ou ligar para o
postas em maioria por pessoas de mais de 40 anos, apesar
telefone (51) 30258300.
Conexão Varejo
25
Sindinews Não perca o prazo!
setembro I 2009
Acompanhe o cronograma de mercadorias que passam a estar sujeitas à substituição tributária neste final de 2009
Conexão Varejo
26
A partir de 1º de outubro: - vinhos e bebidas quentes; - bicicletas; - brinquedos; - material de limpeza; - produtos alimentícios; - artefatos de uso doméstico. A partir de 1º de novembro: - instrumentos musicais; - artigos de papelaria; - produtos eletrônicos, - eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Desde 1º de setembro já estavam enquadrados os segmentos de material de construção, material elétrico e ferramentas. Para mais informações, acesse www.sindilojaspoa.com.br
e baixe a cartilha A Substituição Tributária do ICMS sobre operações subsequentes com mercadorias, elaborada pela Fecomércio - RS
Sindilojas é “Personalidade Destaque do Mercosul para o Ano de 2009” Em uma solenidade no Grêmio Náutico União, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre – Sindilojas, representado pelo presidente da entidade, Ronaldo Sielichow, juntamente com os vice-presidentes financeiro e de relações políticas e institucionais, Marco Belotto e Arcione Piva, respectivamente, recebeu no dia 25 de agosto o reconhecimento “Personalidade Destaque do Mercosul para o Ano de 2009”, concedido pelo Instituto dos Advogados do Mercosul – Inamerco. A indicação e eleição do Sindilojas para o rol de entidades importantes para o Mercosul é a
deivis tormes
comprovação de que o Sindicato vem desenvolvendo um trabalho com muito profissionalismo, através de serviços prestados ao comércio e à comunidade. Além do Sindilojas, a Casa Louro e a Casa Masson também foram homenageadas, através dos lojistas Sérgio Galbinski, que é vice-presidente de relações de trabalho e capacitação do Sindilojas, e Francisco Maia. Para Sielichow, “é muito gratificante o reconhecimento de ser parte, através do Sindilojas, da congregação das várias áreas dos mercados que colaboram, de alguma forma, para o desenvolvimento da economia do Mercosul”.
Visita ilustre O Sindilojas Porto Alegre contou, no dia 9 de setembro, com a visita do presidente da Fecomércio- RS, Flávio Sabbadini. Recebido pelo presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, e pela diretoria, durante reunião semanal da entidade. Na oportunidade, o presidente da Fecomércio explicou que a atual estrutura do sindicalismo é voltada à longevidade do empreendedor, sendo, desta forma, fundamental para toda a sociedade. “Muitos esquecem que é este empreendedor que cria os empregos e gera as riquezas de um país. Precisamos viabilizar o seu desenvolvimen-
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to lutando por um ambiente político-econômico cada vez mais propício”, avaliou o dirigente. Para Sabbadini, a estrutura sindical tem a responsabilidade, ainda, de agregar valor à sociedade, pois são os temas enfrentados pelo sistema sindical que fazem o Estado brasileiro evoluir. Conforme explicou, é o sindicalismo que acompanha de perto o trabalho dos políticos, por exemplo, e cobra o devido retorno à população. “É essa estrutura que não permite que mudanças negativas – como aumento da carga tributária – sejam impostas a todos”, observou.
Bem-Vindos A atuação constante e firme do Sindilojas POA em defesa dos varejistas traduz-se em crescimento constante. Apenas durante o mês de agosto, a entidade registrou a adesão de 81 novos associados.