Um novo tempo Mais de uma década após a veiculação de seu último número – uma edição especial sobre o primeiro ano da privatização do Sistema Telebras – Interativa está de volta. Uma nova revista para um novo tempo, impensável naquele já longínquo 1999. Nos últimos doze anos o país consolidou sua redemocratização, elegeu o primeiro operário presidente da República e, logo em seguida, a sua primeira presidenta - com A mesmo, contrariando todas as gramáticas que teimam em ignorar os avanços das mulheres. O setor de telecomunicações mudou seu perfil e surgiu uma nova categoria, na qual as mulheres, sobretudo jovens, são a maioria. Por isso, esta edição que marca o retorno da Interativa é toda ela dedicada à mulher, integrando as comemorações pelo 8 de Março - Dia Internacional da Mulher. Da primeira edição em maio de 1995, até aqui, foi um longo caminho percorrido. A revista começou a engatinhar no final de 1994, com uma edição especial que recebeu o nome provisório de Revista do Sinttel. O que pode se chamar hoje de número zero, trazia os artigos vencedores de um concurso literário promovido pelo Sindicato a nível nacional, sobre o setor de telecomunicações. Em maio de 1995, finalmente, foi publicado o primeiro número da revista Interativa, palavra que, até então, nem constava dos dicionários. A publicação pretendia ter uma vida longa, mas não resistiu às consequências da privatização do Sistema Telebras, ocorrida três anos depois. Com a demissão em massa nas empresas privatizadas e a redução drástica no número de sócios, o Sinttel-Rio mergulhou numa dramática situação financeira que levou ao cancelamento de várias iniciativas. A revista foi suspensa por tempo indeterminado. Mais de uma década depois da grave crise, renascido das cinzas, o Sindicato retoma a produção de Interativa, nome hoje absolutamente corriqueiro. E, antenado com os novos tempos e com nessa nova geração de trabalhadores e trabalhadoras, em versão on-line. Que agora, efetivamente, a revista inicie uma longa vida!
EXPEDIENTE Edição e textos: Rosa Leal Fotos: Camila Palmares e Socorro Andrade Programação Visual: Alexandre Bersot Diretor de Imprensa: Marcello Miranda Capa: arte de Alexandre Bersot sobre foto de Camila Palmares
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Interativa é uma publicação do
Igualdade nas direções sindicais.
Isso é papo de mulher.
Camila Palmares
Apesar de uma mulher – a telefonista Ângela Costa Leite – ter liderado o processo de fundação do Sindicato e de, hoje, as mulheres serem a maioria na categoria, em seus 70 anos de existência o Sinttel-Rio nunca teve uma mulher na presidência. A discussão sobre a paridade (mesmo número de homens e mulheres) nas direções das entidades sindicais, ganhou força na CUT e este ano é uma das principais bandeiras de luta da Central na comemoração pelo Dia Internacional da Mulher. 3
A revista Interativa E, por outro lado, o por exemplo, não existe cota de 30%. reuniu as sete mulhenosso Sindicato precisa Se todas as candidatas forem mulheres que fazem parte fazer um trabalho diferes, serão votadas igualmente. O Sinda diretoria executiva renciado, um trabalho dicato tem representantes femininas do Sindicato – a maior de base, pra trazer essas em várias questões, como a de saúde, representação feminina mulheres jovens, mães, onde as mulheres estão contempladas. nesse órgão colegiado pra dentro do sindicato. Falta mesmo é interesse, tempo. ao longo destes 70 anos, Nós temos um pouco é bom ressaltar - para de culpa por essa siInterativa - Mas vocês, como debater essa questão. tuação. membros da direção do Sindicato, “Tem que começar a As debatedoras são Beth – Eu acho que consideram que tem dificuldades mudar dentros das Edna Sacramento, ditem a questão cultuno trabalho de vocês só porque são próprias entidades” retora de Saúde; Yeda ral. O sindicato é visto mulheres? Keila Machado Paúra, secretária geral; como um órgão mascuSilêncio geral Vânia Miguez, diretora lino e acaba afastando Interativa - Esse silêncio já é de Formação; Virgias mulheres. revelador? nia Berriel, diretora de Vânia - Eu concordo Beth – Eu acho que tem machismo, Negociações Coletivas; Beth Alves, com o que a Beth falou. O Sindicato sim. Agora, isso não atrapalha o meu responsável pelas campanhas de sinainda é muito machista, é muito difícil trabalho porque eu meto a cara. O que dicalização; Keila Machado, diretora a gente estar dentro disputando o potem de fazer eu faço, eu vou à luta. Mas da região Norte Fluminense; e Lucia der. E também tem o tempo. A turma eu acho que há uma resistência muito Rodrigues, coordenadora do Setor de que hoje está na categoria, não tem grande ao trabalho da mulher. Atendimento ao associado. muito tempo. O tempo é pra estudar, Virginia – Tem resistência, sim, a pra tentar uma vaga na faculdade, gente tem que se impor muito mais. Interativa - A que vocês atribuem pra se divertir. E tem ainda a falta do O que a Beth falou é uma verdade. pudor político. A política anda muito o fato de as mulheres serem maioÀs vezes os homens cometem erros ria na categoria, mas não serem escrachada pra alguma mulher querer gravíssimos e passam a mão na cabeça, fazer parte. Só a gente, que é doida, maioria na direção do Sindicato? ao passo que as mulheres, se cometem que larga família, pra vir lutar pelo Yeda – Eu atribuo à falta de orgadireito dos trabalhadores. nização e mobilização de cada uma. Keila – Eu acredito que Edna – Pra mim, é o fato de que as “A nossa luta é para é a falta de interesse de almulheres da categoria, hoje, são muito ter um equilíbrio nas gumas mulheres na questão jovens. As operadoras de telemarkedireções” política. Muitas mulheres ting, em geral, são pessoas que estão Virgínia Berriel acham que não dão conta estudando, estão fazendo faculdade de cuidar das questões de e não estão pensando em ficar nesse casa, de filho, e de se envoltrabalho. Querem sair dessa pra uma ver nas questões políticas, situação melhor. sindicais. Virginia – Pelo menos 80% dessas mulheres são jovens, operadoras de Lucia – Existe também uma falta um erro, elas são muito mais ... não de interesse do próprio sindicato de teleatendimento. São realmente despodiria castigadas, mas cobradas. Eu fazer alguma coisa que traga as mulhelitizadas, estão de passagem, utilizam não sinto tantas dificuldades porque o call center como um primeiro emres pra dentro do sindicato. Tem que às vezes assumo uma postura meio criar uma política mais específica para prego para depois ir pra faculdade, não machista, porque às vezes é necessário as mulheres, para criar mais ativistas. têm mesmo essa consciência política. dar um chute na porta. No movimenKeila – Eu não acredito to sindical às vezes é preciso dar um chute na porta. Agora eu acho que as “Hoje o movimento muito nisso porque as ações que o sindicato faz, indepenmulheres, hoje, sofrem tanto que criaé outro: é preciso dente de sexo, pode englobar ram uma certa imunidade. Já não sodar uma renovada” todas as pessoas. Eu acho que fremos tanto quanto as companheiras Beth Alves as mulheres têm mesmo muido passado, estamos mais resistentes. ta dificuldade. Por que o que Edna – Eu acho que o sindicato, a gente pode fazer? Na eleiantes, era pior. Eu posso falar porque ção de representante sindical, vim daquele tempo. Hoje, posso di-
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zer que sou uma Edna dente de ser homem ou mulher, você Keila – Eu tenho convertida. Antes, eu só tem mais é que acreditar e ir pra frente. certeza que existe disvivia falando palavrão, Interativa - Vocês consideram criminação dentro do que era uma forma de que é importante ter uma luta esmovimento sindical me defender, porque pecífica para as mulheres no movipelo fato de ser mulher. eram umas pernadas no mento sindical? Se consideram que Eu vivo isso, há difeseu trabalho ... por nada, sim, que propostas vocês fariam renças. Há coisas que te davam umas rasteiras. para garantir a paridade nos órgãos pessoas da mesma emHoje, eu acho que cada de direção? presa, do mesmo setor, um tem que lutar por seu Keila – É importante e a gente tem conseguiram e eu não, “Cada um tem que lutar espaço, tanto homem que começar por dentro da própria só pelo fato de a outra por seu espaço, tanto quanto mulher. federação. No último congresso, tive pessoa ser um homem. Yeda – Particularuma discussão com uma delegada Vânia – Pra mim, o homem quanto mulher” mente, eu posso dizer mulher que achava dispensável ter problema não é só no Edna Sacramento que meu trabalho não é creche nos encontros. Ela achava que sindicato. Em qualquer pior ou melhor por conta se a mulher não tinha condições de situação, seja no sindida figura feminina ou deixar o filho com alguém, ela não cato, na sociedade, a masculina. Hoje a mupodia ser sindicalista. Então dentro mulher é muito desunilher já conseguiu vários espaços, vem das próprias entidades a gente tem que da. É um jogo de vaidades. Essa coisa conquistando o seu lugar. Claro que de “capa” (uma pessoa que tem isso ainda não é o que nós, mulheres, mais poder que as demais)... Eu “Hoje a mulher já queremos, essa paridade que estamos coordeno um departamento buscando. Mas não tem nenhum proque é um dos mais importan- conquistou vários tes do sindicato. E espaços, vem é uma coisa mui- conquistando seu “Tem que criar to pesada. Como lugar” a Keila falou... uma política mais Yeda Paúra a gente tem que específica para as cuidar de casa, de mulheres” filho, atua em váLucia Rodrigues começar a mudar. rias outras entidades, na Beth – Essa questão específica é CUT, no Cedim. É tanta importante sim. Mas primeiro tem coisa que não dá tempo que ter uma luta com a gente, nós mupra cuidar dessa coisa de blema, por causa de gênero, na minha lheres sentarmos e definirmos o que ser “capa”. atividade sindical. nós queremos. Por que não podemos Yeda – Esse negócio de “o” capa ou Vânia – Eu não sinto nenhuma ter uma mulher na presidência do “a” capa, ela existe desde que o mundo discriminação no meu trabalho pelo Sindicato? Queremos isso ou não? Há é mundo. Porque sempre vai existir fato de ser mulher. O que a gente vê vinte anos a situação é a mesma. Hoje um mais antigo, um mais experiente e aqui são algumas piadas, gracinhas o movimento é outro, as cabeças são outro menos experiente. Então o fato que às vezes não têm nada a ver. Mas outras, é preciso dar uma renovada e de a pessoa estar mais tempo naquele no trabalho eu acho que é cada um as mulheres têm condições de estar na ambiente acaba dando a condição pra dentro do seu quadrado. Lógico que presidência do Sindicato. que esta pessoa dê orientem uma correlação de forças, mas no Mas para isso é preciso tações pros que estão “O sindicato ainda trabalho do dia a dia eu não vejo essa ter união. chegando. Essa questão é muito machista, discriminação pelo fato de ser mulher. Virginia – Eu acho de ser capa ou não, vale é difícil disputar o Lúcia – Eu acho que tem sim, não que a gente tem que ter pra qualquer um de nós. poder” uma discriminação, mas ... criam um uma luta grande, sim, na Eu acho que a gente Vânia Miguez pouco de dificuldades em algumas questão da mulher. Tem tem é que trabalhar pro coisas que você quer implementar. Por que ter (no sindicato) crescimento da entidade. exemplo, o meu setor é de atendimenuma Secretaria de MuComo a Beth falou, o to. Quantas vezes eu reclamo, cobro lheres, e nós não temos. importante é você estar algumas coisas e nada vai pra frente, Na última eleição eu proconsciente e querer fazer nada se resolve... pus que se modificasse a coisa crescer. Indepen-
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o estatuto para criar a Secretaria das Mulheres e um companheiro disse: “ah, então vamos criar a secretaria do jovem, dos gays...” A coisa não é por aí. Se não tem condições de criar uma secretaria, vamos criar uma comissão de mulheres para debater as nossas bandeiras específicas. A questão da paridade é imprescindível. Por que nós estamos lutando pela paridade? Para que se amplie a participação das mulheres nos quadros de direção da CUT, das federações, das confederações, dos sindicatos. Porque a gente percebe que mesmo os sindicatos em que as mulheres são maioria na sua base - como o Sinttel, os professores, os bancários -, não têm mais de 30% de mulheres. Nós temos que reverter esse quadro e chegar, no mínimo, a 50%, já que somos a maioria de mulheres. A nossa luta é para ter um equilíbrio
nas direções e o equilíbrio é isso, é buscar a paridade, a igualdade na vida, no trabalho, no movimento sindical. Vamos trazer a igualdade para homens e mulheres no movimento sindical. Edna – Nós deveríamos fazer um seminário para discutir todas essas questões que foram levantadas aqui, um seminário com as mulheres. Nós não temos ainda, entre as mulheres, a ideia de constituir um grupo homogêneo apesar das nossas diferenças. Yeda – É como diz o ditado: a luta continua. Sempre vai ter um espaço onde a mulher possa se colocar. Nós ainda não chegamos onde poderíamos estar, então essa luta tem que ser continuada. Hoje, eu não teria uma proposta acabada do que fazer para chegarmos naquele patamar de igualdade com os homens. A mulher pode, sim, a mulher é capaz.
Vânia – Hoje, o que a gente faz é tentar trazer para dentro do sindicato ações voltadas para a mulher. Mas leva tempo a gente se conscientizar do nosso papel. A CUT leva várias lutas e a gente não decidiu até hoje políticas públicas para mulheres. Tem a discussão do aborto, creche, melhoria salarial, tudo tem que ser discutido. Lucia – Eu acho que em primeiro lugar cada uma de nós tem que olhar pra dentro de si, se analisar e se perguntar por que uma não dá valor à outra. Virginia – É preciso levar essa discussão pro local de trabalho, pro chão da fábrica, porque isso passa a incorporar nas mulheres um outro sentido de política. Falta interesse da mulher, sim, mas falta muito mais uma política do sindicato, na base. Rosa Leal
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Mulheres
Maioria no planeta, minoria nos direitos As mulheres são hoje mais da metade da população do planeta – e, apesar disso, representam apenas 40% do mercado de trabalho recebendo uma remuneração que não ultrapassa os 10% de toda a renda mundial. Por incrível que pareça esses números, que constam do Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial: Igualdade de Gênero e Desenvolvimento, são parte das boas notícias sobre as conquistas das mulheres nos últimos 25 anos. Lançado no Brasil no dia 6 de março, na Câmara Federal, em Brasília, o Relatório foi elaborado por uma equipe de pesquisadores do Banco Mundial a partir de relatórios e dados coletados em mais de 40 países. O documento mostra que nos últimos 25 anos o ritmo de mudanças na vida das mulheres tem sido surpreendente. Enquanto os Estados Unidos, a nação mais rica do planeta, levou 40 anos para alcançar o crescimento na taxa de matrícula escolar das meninas, no Marrocos foi necessário apenas uma década. Hoje, em um terço dos países em desenvolvimento há mais meninas que meninos estudando. E o número de mulheres que frequentam a escola nunca foi tão grande em toda a história da humanidade. Em que pesem essas conquistas, falta muito para que se chegue à igualdade de gênero e valorização da mulher, um dos oito objetivos do milênio aprovados em 2000 pela ONU (Organização das Nações Unidas). Há disparidades mesmo nos países desenvolvidos. As meninas e mulheres que vivem
nos bolsões de miséria ou em regiões remotas, as portadoras de deficiência ou que pertencem a grupos minoritários continuam a ficar para trás no acesso à educação e aos serviços básicos de saúde. Ainda é grande a mortalidade feminina entre 0 e 5 anos e na idade reprodutiva, resultado da falta de saneamento básico, de água
potável e de assistência à saúde materna. De acordo com o Relatório, como o combate à mortalidade materna tem como único ponto de entrada a melhoria das instituições, é um problema mais difícil de solucionar do que levar as meninas para a escola. Mesmo com o crescimento do nível de escolaridade, as mulheres são uma
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Socorro Andrade
força de trabalho subutilizada e mal remunerada. Estão concentradas nas atividades produtivas mais baixas, no trabalho autônomo e no setor informal. Na agricultura, trabalham em terrenos menores e cultivam culturas menos remunerativas. Como empresárias, tendem a gerenciar empresas menores e se concentram nos setores menos lucrativos. E no mercado formal de trabalho se concentram em ocupações e setores considerados “femininos”. O Relatório aponta alguns fatores que contribuem para essa realidade. Primeiro, as mulheres tem mais responsabilidades que os homens nas tarefas domésticas, o que impacta no uso do tempo de cada um e na escolha do emprego e da atividade econômica. Segundo, há diferença no acesso a serviços e muitas vezes um tratamento diferenciado por parte do mercado e das instituições. Para o Relatório, liberar o tempo das mulheres é uma ação fundamental para que se alcance a igualdade de gênero no mercado de trabalho. Isso significa prestar mais atenção a políticas públicas que envolvam o crescimento do número de vagas em creches públicas ou de subsídios (como auxilio creche) para as trabalhadoras e o aumento das chamadas licenças parentais, como licença-maternidade e paternidade; a melhoria nos serviços de infraestrutura como água e eletricidade, que ajudam a reduzir o tempo da mulher em afazeres domésticos; transportes públicos mais eficientes e o uso das tecnologias da informação e comunicação para acessar serviços ou comercializar seus produtos. O Relatório defende uma ação global, envolvendo governos, pessoas e organizações nacionais e internacionais, para viabilizar políticas que promovam a igualdade de gênero. E aponta algumas atividades que podem contribuir para isso, como a melhoria no fornecimento de água limpa e saneamento, melhores serviços de saúde, promoção da inovação e da aprendizagem.
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E no Brasil ...
Em entrevista para a revista Época Negócios, a educadora Wanda Engel, secretária estadual de Assistência Social entre 1995 e 1998 e ex-chefe da Divisão de Desenvolvimento Social do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), diz que o Brasil vem melhorando seus índices no que se refere à participação política feminina. Mas nas instâncias decisórias dos partidos, o Brasil tem um dos percentuais mais baixos (16% das cadeiras no Poder Legislativo), bem atrás da líder, a Costa Rica, com 41%. Comparando a mulher brasileira com as de outros países, ela diz que estamos num nível razoável, já que a situação dos pobres melhorou nos últimos anos. Mas a pobreza no Brasil continuar a ter uma cara: mulher, negra e nordestina. Os homens ganham aproximadamente 30% a mais que as mulheres da mesma idade e mesmo nível de instrução, segundo estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Considerando somente a raça, a população indígena e negra ganha em média 28% menos que a branca. Para Wanda, é necessário priorizar a mulher nas políticas sociais e econômicas. Os dados mostram que quando a mulher assume responsabilidades de projetos, com pouco investimento se consegue grande retorno. Ela também tem um impacto grande nos indicadores sociais de mortalidade infantil, desnutrição e abandono escolar – se há comprometimento da mãe, a situação melhora. Wanda defende que os cuidados com os filhos tem que ser divididos. “A mulher não pariu sozinha, é uma responsabilidade que precisa ser dividida com os homens”, diz ela, que lembra a necessidade de criação de creches públicas.
Socorro Andrade
As mulheres e o mundo do trabalho nas telecomunicações Gilcileide Oliveira : : Lucília Aguiar : : Maria Cristina Rodrigues : : Marina Cortez : : Rosely Albuquerque
“Aí eu chegava em casa, começava a segunda jornada, né? Aí eu deixava assim para fazer comidas congeladas sexta-feira, que aí eu ia dormir sábado de manhã. Ficava uma noite inteira congelando, e tal. (...) A minha filha, de noite, a minha primeira filha, à noite ela não dormia, ela chorava a noite inteira. Eu fiquei muito magra... mas no dia seguinte eu estava no trabalho, né? Passados os três meses eu estava lá trabalhando. (Aposentada da Embratel) (...) “Eu me aposentei em 90, então, de 82 a 90, é que eu vi mudar as coisas. Aproveitar mais mulher, deixar a mulher fazer prova para os cargos de nível 17. Porque antigamente as mulheres ficavam tudo no nível 9, nível 7. (...) Era raro uma mulher ir para o 17. E eu cheguei ao 17. Aí é que eu fui vendo que em 82 houve aquela modificação, mas sempre com mais homem.” (Aposentada da CTB/Telerj) 9
As falas da página anterior são depoimentos de trabalhadoras aposentadas da CTB/Telerj e Embratel e fazem parte da pesquisa As Mulheres e o Mundo do Trabalho nas Telecomunicações, desenvolvida a partir de março de 2011 pelo Departamento de Formação Sindical do Sinttel/Rio, em parceria com o Arquivo de Memória Operária (IFCS-UFRJ) e a Escola de Serviço Social da UFF. Nessa pesquisa, procuramos conhecer como se dá a inserção das mulheres no setor de telecomunicações, desde quando este se estruturava em empresas telefônicas, de capital estrangeiro, passando por um período de empresas estatais, até voltar ao desenho privado, no pós 1998. Especialmente, porque é a partir deste momento que presenciamos a ampliação do contingente de mulheres na categoria, o que trouxe para o sindicato a emergência de conhecer mais profundamente como as mulheres pensam/sentem a sua participação neste setor. Para tanto, além das entrevistas com as aposentadas, foram aplicados cerca de 1700 questionários com trabalhadoras das várias empresas (de teleatendimento, rede externa e operadoras) que hoje compõem o setor, no Rio de Janeiro. Além disso, a pesquisa teve, desde sua concepção, a preocupação com o envolvimento da direção sindical e dos/das representantes sindicais de base como parte da equipe, participando da definição dos locais a serem aplicados os questionários, do debate acerca dos conteúdos a serem trabalhados e da aplicação dos questionários propriamente dita. Nos 23 locais de trabalho definidos para a realização da pesquisa, o trabalho dos/das dirigentes e representantes sindicais foi de fundamental importância para o resultado obtido. Também deve ser destacada a disponibilidade das trabalhadoras em responder ao questionário, muitas delas utilizando seu tempo de descanso ou lanche nessa atividade. Assim como as falas das aposentadas apontam, queremos, com esta pesquisa, saber o que as mulheres
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pensam sobre o trabalho, sobre como conciliam o trabalho doméstico com o trabalho assalariado, sobre os direitos da mulher trabalhadora e sobre o papel do sindicato na defesa destes direitos. Os dados que apresentamos, agora, não representam a totalidade das questões levantadas nos questionários. Priorizamos, neste momento, aquelas que nos permitem traçar um perfil das mulheres que responderam à pesquisa, bem como empreender uma comparação com os depoimentos das aposentadas. Quanto ao perfil das mulheres, temos 30% com idade até 24 anos; 22,1%, entre 25 e 29 anos; 28,6%, entre 30 e 40 anos e 12,6%, com
40 anos ou mais. Quanto à cor, as mulheres se declaram: 39,8%, brancas; 19,7%, pretas; 37,9%, pardas e 10,3%, amarelas. No que se refere ao estado civil, 52,9% são solteiras; 38,5% são casadas (ou com união de fato); 7,8% são separadas/ divorciadas e 0,4%, viúvas. E na escolaridade, temos 45,1% com ensino médio completo; 21,1%, com superior incompleto; 17,5%, com superior completo; 7,8%, com pós graduação; 6,3%, com ensino médio técnico e 2%, reunindo ensino médio incompleto, ensino fundamental e alfabetização de adultos. Juntando aos dados do perfil as informações contidas no gráfico, é
Distribuição das mulheres por setor onde trabalha na empresa
Reivindicações que deveriam ser inseridas para as mulheres trabalhadoras
Arquivo do Sinttel-Rio
1991 - passeata das telefonistas pela saúde no trabalho e contra as LER
possível refletir sobre como tem se dado, historicamente, a inserção das mulheres no mercado de trabalho. Se voltarmos ao depoimento da aposentada da CTB/Telerj, apresentado no início deste artigo, que fala da desigualdade entre homens e mulheres na ascensão profissional e comparamos ao gráfico abaixo, que aponta os setores em que as mulheres trabalham, podemos depreender a seguinte questão: se tem crescido a participação das mulheres no mundo do trabalho numa proporção inversa ao trabalho masculino, afetado pelas conseqüências da reestruturação produtiva vigente a partir dos anos 70/80 - contraditoriamente, este crescimento tem se dado, principalmente, em setores precarizados, com
menos direitos para os trabalhadores. O teleatendimento, setor no qual as mulheres pesquisadas trabalham, majoritariamente, pode ser enquadrado nessa categoria. (ver tabela na página anterior) Tal situação contribui, a nosso ver, para a compreensão das respostas a outra pergunta da pesquisa, que se refere a uma pauta de reivindicações específica para as mulheres. Das trabalhadoras que responderam que o sindicato deveria ter uma pauta específica, 12% apontaram que reivindicações deveriam estar presentes, como mostra o gráfico. Mais uma vez, as escolhas de maior porcentagem apontam um paradoxo: cresce a demanda por benefícios ligados ao estudo e qualificação profissional, que indica uma solidificação da presença
feminina no mundo do trabalho, mas por outro lado, a reivindicação para mais benefícios ligados à família podem significar que as mulheres ainda se mantêm como as principais (senão, as únicas) responsáveis pelas tarefas domésticas e familiares, mantendo a dupla jornada e a desigualdade no conjunto da vida social. Estas são reflexões iniciais que o Sinteel/Rio deverá aprofundar a partir do Relatório Final da Pesquisa, a ser desdobrado em uma série de atividades, tais como Oficinas e Encontros - com a direção e trabalhadores de base para planejar ações que façam avançar a participação e reconhecimento das mulheres no mundo do trabalho.
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Leonardo Prado
Luiza Erundina
“A democratização da comunicação é mais importante que a reforma agrária” Primeira mulher a ser eleita prefeita de São Paulo, e ainda por cima por um partido de esquerda, o PT, a paraibana Luiza Erundina enfrentou e venceu vários desafios ao longo de seus quase 78 anos. Em seu primeiro mandato como deputada federal, pelo PSB, essa assistente social de profissão foi parar na Comissão de Ciência e Tecnologia. E transformou-se numa das maiores especialistas no tema, particularmente no debate sobre a democratização da comunicação. Interativa - Deputada, a senhora tem tido uma atuação destacada no debate sobre a democratização da comunicação. O que a levou a trabalhar esse tema? Luiza Erundina - Em 1999, início do meu primeiro mandato de deputada federal, fui escolhida líder da bancada do PSB e, nessa condição, a única Comissão permanente que sobrou para eu ocupar como titular foi a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (C.C.T.C.I.). Então me perguntei, o que vou fazer nessa Comissão, cuja temática não tem nada a ver com minha experiência profissional? Mas logo entendi o caráter estratégico dos temas tratados pela Comissão para o desenvolvimento do país. Porém, tive que estudar muito para dominá-los e dedico grande parte do tempo do mandato ao trabalho da Comissão, especialmente ao setor de Comunicação. Na década de 60, quando vivia no Nordeste, atuava no movimento pela reforma agrária, por isso fui perseguida pela ditadura militar e obrigada a sair de lá. Hoje eu entendo que a democratização dos meios de comunicação é mais importante do que a distribuição da terra no campo e na cidade, pois, no dia em que esses meios forem democratizados, haverá condições e força política suficientes para se fazer a reforma agrária e todas
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as reformas necessárias ao país. Interativa - O Marco Civil da Internet e o Marco Regulatório das Comunicações são assuntos bastante debatidos pelas entidades da sociedade civil. Apesar disso, os trabalhadores na base e a população de um modo geral desconhecem esses temas. A que a senhora atribui esse desconhecimento? Luiza Erundina - Isso porque os “donos” da mídia se recusam a entrar nesse debate por não lhes interessar, assim como os governos que se negam a enfrentar os que há 50 anos detém o monopólio dos meios de comunicação de massa no país; daí a importância dos sindicatos dos trabalhadores promoverem esse debate com suas bases e se juntarem aos movimentos da sociedade civil que lutam pela liberdade de expressão e o direito de todos à comunicação como um direito humano fundamental. Interativa - Qual a importância da discussão do Plano Nacional de Banda Larga para o país? Luiza Erundina - O Plano Nacional de Banda Larga é uma importante conquista da sociedade brasileira, mas, lamentavelmente, a maioria da população ainda está excluída do acesso a essa tecnologia de ponta da era digital. Esse plano ainda está em fase de implementação e requer altos investimentos do poder público em infra-estrutura para
fazer chegar o sinal da internet (banda larga) à casa de todos os cidadãos e cidadãs brasileiros, como um serviço público de qualidade e a preço acessível a todas as faixas de renda. Nesse sentido, defendo a aplicação dos mais de 7 bilhões de reais do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação), que estão congelados, na implantação do PNBL, mas não tenho conseguido sucesso. Interativa - No que se refere às questões femininas, que relação se pode fazer com as discussões sobre banda larga, marco regulatório, marco civil da internet. Em que medidas esses temas vão influir nos debates sobre os direitos das mulheres? Luiza Erundina - Todos os temas relacionados à discussão e aprovação de um novo marco regulatório das comunicações, o marco civil da internet, banda larga e controle social sobre esse serviço público têm particular interesse para as mulheres na sua luta por igualdade de direitos, contra toda forma de discriminação e preconceito de que são vítimas e como denúncia da cultura machista alimentada por uma programação de mídia que trata a mulher como objetivo de desejo e de lucro nas propagandas que disputam os altos índices de audiência. Por tudo isso, esses temas constam da agenda de debates dos movimentos feminista e de mulheres.
Camila Palmares
Aila de Jesus
Flores e fadinhas no grafite
Ainda hoje, para muita gente, grafiteiro e pichador são a mesma coisa. Mas embora quase todo grafiteiro tenha começado como pichador, há um salto qualitativo enorme entre a agressão a bens públicos e uma arte que se espalha por muros e paredes das cidades. Sim, porque o grafite, que tem sua origem nos anos 1970, nos Estados Unidos, ganhou o mundo e status de arte popular, urbana, forma de expressão Nu m ca mpo a i nda dom i nado pelos homens, Aila Souza de Jesus, 30 anos, um filho de nove anos, conquistou o seu espaço. Nascida em São Gonçalo e criada em Niterói, ela começou como pichadora aos 13 anos, atividade que o pai, um coronel da PM, sequer desconfiava. Não era uma pichadora típica, des-
ses que fazem rabiscos que ninguém entende. Aos 16 anos, suas pichações eram bonecas sorridentes, fadinhas, flores, coisas femininas. Já demonstrava talento e, principalmente, estilo. Andava no meio dos meninos e, talvez por isso, nunca teve problemas com a polícia. “Eles não dão muita atenção pra mulher”, diz.
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A vocação para o desenho começou cedo. Como gostava de desenhar, na escola era sempre chamada para pintar cenários, murais. Daí para as ruas foi um processo que ela considera “natural”. Para Aila, a passagem da pichação para o grafite aconteceu quando pintou num pedaço de pano uma cabeça de boneca para um garoto de quem gostava. Aos 19 anos, engravidou do namorado, Fábio Ema, verdadeira lenda entre os grafiteiros do Rio. Fábio foi o primeiro a criar uma ONG voltada para o grafite, trabalhando com jovens das favelas. Foi a partir daí que Aila começou a levar o grafite realmente a sério, a participar de encontros Brasil afora e foi parar em Santiago, no Chile, num encontro de meninas grafiteiras. Mas em 2009, casada, com um filho, e sem condições de ter uma renda certa só com o grafite, Aila foi trabalhar como atendente da Contax. Era uma operadora “tranquilona”. Batia papo com os clientes mais enfurecidos até conseguir acalmá-los. Por causa disso, invariavelmente estourava Camila Palmares
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o tempo de atendimento. Como começaram a aparecer vários projetos de grafite, além de estourar o tempo no atendimento, Aila também passou a acumular faltas. Durou apenas nove meses no emprego. Foi demitida. UMA ARTE ENGAJADA Só que os ventos estavam soprando a favor do grafite. Com apoio do projeto Mais Educação, do governo federal, ela passou a dar aulas, formando grafiteiros. - O grafite é uma arte que forma jovens que não tiveram a oportunidade de fazer uma faculdade de Belas Artes, de Desenho, que aprenderam na rua. Jovens que foram pichadores porque tiveram problemas com a família, que utilizaram a pichação como forma de se comunicar”, diz Aila. Comprometida com um trabalho social, iniciado quando ainda estava casada com Fábio Ema, ela dá aulas gratuitas em comunidades carentes. Por causa disso, seus principais trabalhos estão expostos nos muros do Pavão-Pavãozinho, Mineira, Mangueira, Manguinhos, Jacaré.
Embora já seja possível viver do grafite, a atividade é cheia de “perrengues”. É um trabalho difícil, debaixo de sol ou de chuva e que muitas vezes dura dias, dependendo do tamanho do muro, da parede. A tinta é altamente tóxica, é preciso técnica para usar o spray. Pela lei, só maiores de 18 anos podem adquirir uma lata de spray, por isso os cursos são voltados basicamente para jovens acima dessa idade. Com tanta gente se formando, o grafite deixou de ser apenas uma arte de rua, embora esta seja sua essência. Tem muita gente pagando para ter as paredes de casa ou as festas de aniversário grafitadas. E adquirindo quadros dos grandes nomes do grafite brasileiro. O maior exemplo da ascensão do grafite são os irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo, conhecidos como Os Gêmeos e cujo trabalho pode ser visto em vários países do mundo todo. Aila tem uma marca registrada – uma boneca de boca escancarada num riso largo. E quem quiser ter a sua arte no muro de casa ou na parede do quarto, é só entrar em contato pelo Facebook - aila ailita.
Cuidados com os cabelos pós-verão
Alexandre Bersot
Está na hora de nos despedirmos do verão. Dia 21 de março a estação chega ao fim. Sol, temperatura lá em cima, mar, piscinas, cachoeiras são grandes atrativos para todos os gostos, mas tudo isso exige cuidados extras com os cabelos. Taiana Storque O sal, a frequente exposição ao sol, o cloro, os ventos são os principais agentes danificadores dos cabelos. Os fios sofrem uma reação química natural em contato com a água do mar e com os raios solares. O calor degrada as cutículas dos fios permitindo a perda de proteína, causando ressecamento, fios quebradiços e pontas duplas, principalmente nos cabelos com tintura. O vento provoca atrito nos fios, agride a cutícula diminuindo o brilho. Com o cloro a cutícula sofre uma reação deixando os cabelos ásperos. Acalme-se! Com um pouco de dedicação você poderá resgatar a saúde e a beleza de seus cabelos. Confira as dicas econômicas de tratamento que a cabeleireira Dayane Castriola reservou para você. Acompanhe o passo a passo e escolha o tratamento que caiba em seu bolso. Soluções A Reconstrução Capilar diminui gradativamente a quebra do fio, repondo as proteínas, aminoácidos e minerais, deixando-os saudáveis, macios e com brilho. Como fazer: - Lavar os cabelos duas vezes com xampu sem sal. - Aplicar creme reconstrutor espalhando bem e evitar o contato com a raiz para que o couro cabeludo não fique oleoso. - Utilizar touca metalizada e deixar o creme agir entre 10 e 15 minutos. - Enxaguar bem.
A Cauterização Capilar repõe a queratina do fio, cicatriza a cutícula dos cabelos, recupera as fibras capilares e a elasticidade. Age do córtex até as cutículas, hidratando profundamente e selando as escamas do fio. Suaviza as pontas duplas e elimina o aspecto arrepiado dos cabelos. Como fazer: - Lavar os cabelos duas vezes com xampu sem sal. - Aplicar 50 ml de queratina líquida. Não utilizar touca. Deixe agir por 10 minutos. - Enxaguar bem. - Aplicar o creme reconstrutor. - Utilizar touca metalizada e aguardar entre 10 e 15 minutos. - Enxaguar bem. - Finalizar com escova e prancha para ativar a queratina nos cabelos. Os tratamentos devem ser complementados com a Hidratação, para repor nutrientes e a umidade natural dos cabelos. Deverá ser feita uma vez por semana. A cabeleireira Dayane Castriola indica o óleo de Argan que tem ação anti-frizz, anti-oxidante, hidratante, proteção térmica e sela as cutículas. Como fazer: - Lavar os cabelos com xampu sem sal. - Aplicar o condicionador, massagear e lavar logo em seguida. - Despejar algumas gotas de óleo de Argan no creme de hidratação e aplicar nos cabelos massageando bem. - Utilizar uma touca metalizada en-
tre 10 e 15 minutos. Caso não tenha touca, deixe agir entre 20 a 30 minutos. - Enxaguar bem. - Aplique uma pequena quantidade de leave-in com filtro solar. Dayane indica a Cauterização para os cabelos mais danificados e que seja feita de 15 em 15 dias totalizando quatro sessões e alerta - “Se as pontas estiverem porosas e com pontas duplas, além do tratamento, será necessário cortar as pontas senão não há tratamento que dê jeito.” brinca. Observa também que é indicado cortar os cabelos de dois em dois meses e que o uso do filtro solar capilar é imprescindível para mantê-lo saudável e para evitar novas danificações. Conclui que os cabelos nunca devem ser presos se ainda estiverem molhados, pois o couro cabeludo precisa respirar. E sempre que for enxaguá-lo retire todo o resíduo do produto para evitar doença capilar como seborréia e fungos. Os tratamentos são indicados para todos os tipos de cabelos. Procure um profissional para verificar o grau de danificação de seus cabelos. Preços: Creme reconstrutor Entre R$30 e R$60. Queratina líquida Entre R$20 e R$60 Touca metalizada Entre R$4 e R$15. Óleo de Argan Entre R$12,20 e R$59,90. Leave-in Entre R$17,90 e R$51,90. Filtro solar capilar Entre R$ 14 e R$80.
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Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do Estado do Rio de Janeiro Filiado à Fenattel e à CUT
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