Jornal do Sinttel-Rio Edição nº1320

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MARCHA DOS POVOS FOTOS CAMILA PALMARES

REDE EXTERNA

Escala abusiva e sem folga Os problemas na rede externa são muitos e por mais que o Sindicato cobre soluções, as empresas não se empenham para resolvê-los. Não bastasse o corpo mole das empresas, os gestores tratam de piorar o que já está ruim. Conforme denúncias ao Sindicato, a nova ordem na área do Maracanã é de dois cabistas trabalharem 12 dias consecutivos, das 8 às 20 horas, sem direito à folga compensatória do domingo trabalhado. Um absurdo. Tudo isso graças a uma escala de trabalho que ressuscita a escravidão e que até agora não se sabe quem inventou. Para José Adolar, diretor do Sindicato, essa jornada é ilegal e não existe acordo específico para isso. Ele exige o fim desse abuso. PLANTÃO DE DOMINGO - Os trabalhadores também estão denunciando que nos plantões de domingo só são apontadas as horas pela última nota atendida, o que está errado e vem trazendo enormes prejuízos nos salários do pessoal. Outra denúncia é de que os Irlas são obrigados a fazer duas THTs (instalações de telefone) por dia, caso contrário, são ameaçados com transferência para a melhoria, setor onde eles perdem vários benefícios. PPR: TELEMONT E SEREDE – A Serede pagou o restante da PPR no último dia 15 e a Telemont pagará no próximo dia 29. O valor da PPR é de 40% do salário nominal até o limite de R$ 600,00. Quem tiver alguma dúvida ou reclamação deve entrar em contato com o Sinttel pelo telefone 22049300 e falar com o diretor José Adolar. As duas empresas informam que pagaram em 15/06 a diferença do vale refeição (R$ 321,00) aos técnicos do Velox migrados da Nokia Siemens.

Hoje, dia 20, representantes dos movimentos sociais do mundo inteiro ocuparão a Av. Rio Branco na Marcha dos Povos em defesa do planeta e da humanidade. O Sinttel-Rio convoca todos os trabalhadores a estarem lá, vestindo vermelho. Concentração às 14h, na Candelária. Ontem, dia 19, no Seminário “Sustentabilidade e trabalho decente em tempos de crise”, organizado pela CUT, o professor Ignacy Sachs, autor de mais de 20 livros sobre desenvolvimento e meio ambiente, defendeu um novo modelo de desenvolvimento que leve em conta o ecossistema de cada local, gerando empregos e preservando o meio ambiente. Na palestra de ontem, ao falar sobre sua tese de um novo modelo de desenvolvimento, ele defendeu a criação de uma rede de cooperação cientifica e tecnológica utilizando como parâmetro o bioma semiárido, de modo a auxiliar os países a utilizar melhor os seus recursos naturais. Usou o exemplo do estado do Mato Grosso onde, apesar da diversidade de rios, tem na pecuária a

As mulheres tomam conta das ruas no dia 18 principal atividade econômica. Bem humorado, Ignacy Sachs brincou: “do ponto de vista da criação de novos modelos de desenvolvimento sustentável, a pecuária não é a melhor receita. É melhor trocar a costela de boi pela costela de tambaqui”. VALORIZAR A SOLIDARIEDADE

O presidente da CUT, Arthur Henrique, destacou que não dá para construir um modelo de desenvolvimento sustentável seguindo as regras do FMI, do Banco Mundial, dos neoliberais. Ele

Debate na tenda da CUT com Ignacy Sachs

afirmou que os trabalhadores querem trabalho decente e desenvolvimento sustentável e alertou: “não podemos cair no erro de que trata-se apenas de uma transição da economia marrom para a economia verde. Para alterar o modelo de desenvolvimento não basta dizer que um outro mundo é possível. Temos que dizer que um outro mundo é necessário. O modelo de produção capitalista faliu, o modelo de produção e consumo neoliberal faliu. O mercado que ia resolver todos os problemas só está servindo para salvar bancos e empresas e colocar milhões de pessoas na miséria.” Para Arthur Henrique, é preciso valorizar o público sobre o privado, a solidariedade e não a competitividade. “Os milhares que vieram a Rio+20 não vieram pedir, vieram exigir”, afirmou. Ele destacou ainda que os trabalhadores querem um modelo baseado no respeito aos seres humanos, um sistema de proteção social com a ratificação da Convenção 102 (que fixa normas mínimas de seguridade social e consolida posição de assegurar direitos previdenciários no Brasil) e a ratificação da Convenção 151, que estabelece o princípio da negociação coletiva entre trabalhadores públicos e os governos das três esferas - municipal, estadual e federal.

Interativa nº 2 está no ar No compasso da Rio+20, a revista do Sinttel fala dos riscos da escassez de água, da economia verde e as

consequências para os trabalhadores. Fala também de cultura, com o próximo Anima Mundi, o festival de cinema animação que será realizado em julho, no CCBB; e do talento da violinista Gabriela Queiroz. E ouve os especialistas para saber como a busca pela beleza pode prejudicar a saúde. Acesse www.sinttelrio.org.br e leia Interativa, a revista dos trabalhadores em telecomunicações do Rio de Janeiro.


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