Criativa/Detran para de novo FOTOS ROSA LEAL
Oi doará 68 milhões de ações apenas para chefes O valor corresponde a 3,77% do total de ações que compõem o capital social da empresa e vai ser destinado exclusivamente a 170 funcionários de “alto nível, comprometidos e alinhados em torno da realização das metas contidas no Plano de Negócios de 2012 a 2015”, segundo comunicado da empresa ao mercado na segundafeira, dia 9, e divulgado pelo Portal Telesintese. Desse total de privilegiados, nove são diretores estatutários aprovados pelo Conselho de Administração e o restante beneficiários escolhidos conforme critérios de relevância da posição, validados pelos superiores hierárquicos e aprovados pelo presidente da Oi. A transferência das ações será efetuada em 2016 e está condicionada ao cumprimento, ao longo dos anos de 2012 a 2015, de metas anuais e acumuladas previamente estipuladas e alinhadas com o plano de negócios já anunciado ao mercado. Mais uma vez a empresa toma decisões de forma unilateral, sem chamar os sindicatos ou a Federação para negociar. As entidades sindicais não são contra melhorias na remuneração, mas consideram um absurdo que uma minoria receba ações da empresa a título de incentivo, enquanto a esmagadora maioria dos trabalhadores continua sem qualquer política de valorização profissional. Os sindicatos e a Federação protestam contra essa atitude arbitrária da Oi e cobram uma reunião em caráter de urgência para discutir o assunto.
Teleatendentes cruzam os braços em protesto contra a atitude da empresa que há seis meses promete reajustar os salários e não cumpre com a palavra. O salário de junho, até ontem, dia 9, não havia sido depositado. Assembleia realizada ontem, na porta do Detran, decidiu manter a paralisação até que a empresa receba o Sinttel-Rio. Todo ano é a mesma coisa. Para ver os salários reajustados, os trabalhadores são obrigados a cruzar os braços e paralisar os serviços de atendimento do Detran. Tudo por exclusiva irresponsabilidade da Criativa que, mesmo diante das notificações enviadas nos dias 28 de abril e 2 de julho pelo Sinttel-Rio, exigindo o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT/ 2012), nada fez. Desde 1º de janeiro, data base da categoria, a Criativa deveria ter reajustado os salários e benefícios em 6,08%. Só que a empresa simplesmente ignora a lei. Pior: conta para isso com a omissão e a conivência do Detran, o tomador de serviços, que por ser um órgão do governo estadual deveria ser o primeiro a dar o exemplo. Há cinco anos a Criativa presta serviços de call center para o Detran-Rio e mesmo diante de inúmeras denúncias do Sindicato, o órgão não toma qualquer atitude contra a prestadora. Há dois anos, os teleatendentes da Criativa/Detran só receberam o reajuste depois de parar o atendimento por dois dias. No ano passa-
A paralisação prossegue enquanto a empresa não negociar com o Sinttel-Rio
do, para evitar uma nova paralisação, a empresa pagou o reajuste na última hora. Este ano, parece que a Criativa está esperando a greve para pagar. Pois se era o que a empresa pretendia, conseguiu. Revoltados, os trabalhadores disseram um “basta” e pararam. Infelizmente, o calote da empresa não é só em relação aos salários. O pessoal com jornada de 8 horas não recebeu o reajuste do vale refeição, que em janeiro passou para R$ 10,60 e em 1º julho foi para R$ 11,00. Também não foi pago o auxílio creche que em 1º de março deveria ter passado a R$ 119,00 e em 1º de julho R$ 123,00 para filhos até 24 meses. O vale refeição da jornada 6 horas permanece no mesmo valor de R$ 8,50. Quem saiu de férias em junho até hoje não recebeu o abono de 30%. No dia 20 de junho, pela terceira vez consecutiva, a Criativa suspendeu o plano de saúde embora continue descontando nos contracheques o valor de R$ 60,00 por empregado. Quem tem dependente paga mais. A empresa também desconta o INSS e não repassa ao órgão previdenciário. E até agora
não apresentou sua proposta para pagamento da PPR/2011. A PARALISAÇÃO
Ontem, diretores do Sinttel-Rio passaram o dia inteiro em frente ao prédio do Detran, na Presidente
Comissão de Negociação cobra respostas da Embratel Sistemática de frequência, regime de escalas, RVI, empréstimo consignado e as condições de trabalho nos prédios da empresa no Rio foram alguns dos temas abordados na reunião trimestral realizada dia 04/07, aqui no Rio. A reunião periódica da empresa com a Comissão Nacional de Negociação para acompanhamento do Acordo Coletivo está assegurada em cláusula específica do Acordo assinado em dezembro passado. A próxima reunião ficou marcada para 11 de setembro. Confira os principais pontos discutidos. Sistemática de frequência - a empresa afirmou que está com problemas técnicos em TI para implementar as modificações no SAF previstas no Acordo. Deverá apresentar proposta na próxima reunião, para
discussão com os sindicatos, e implantar o novo sistema no segundo semestre. Regime de escalas – Ainda está em aberto o acordo específico sobre regime de escalas de revezamento. A Embratel enviará a relação dos empregados envolvidos no trabalho em escalas, para análise da Comissão e retorno na próxima reunião trimestral. RVI – A Comissão solicitou uma política mais clara, com menos mudanças, em função de reclamações de empregados em diversos estados. Disse que ainda há trabalhadores sem receber. A empresa vai encaminhar para análise da área responsável. Empréstimo consignado – o Sinttel-Rio acertou com a empresa um modelo padrão de convênio para concessão de empréstimos bancários com desconto em folha de
pagamento, com juros reduzidos, o que já deve ser viabilizado nas próximas semanas. A legislação existente prevê que estes convênios tem que ter a participação dos sindicatos. Condições de trabalho nos prédios do Rio – a Comissão reiterou a necessidade de a empresa dar solução aos problemas frequentemente denunciados pelos empregados. A empresa apresentou algumas respostas, que deverão ser divulgadas aos empregados. O Sinttel-Rio solicitou uma reunião conjunta do RH, Cipas e sindicato para formalizar todas as medidas a serem adotadas. Na reunião a empresa afirmou também que não há novas informações sobre possíveis movimentos de fusão ou reestruturação nas empresas do Grupo América Móvil no Brasil.
Vargas, mobilizando os trabalhadores durante a paralisação. Também estiveram presentes, manifestando sua solidariedade, o deputado estadual Gilberto Palmares e o ex-presidente do Sindicato dos Bancários, Vinicius Assumpção.
Diretores do Sinttel na paralisação
PPR 2012 da BrasilCenter Na segunda reunião de negociação, realizada sexta-feira passada, a empresa propôs pagar 60% de um salário a título de PPR 2012. Esse valor está vinculado ao atingimento de determinadas metas, como cumprimento do orçamento da empresa, qualidade do atendimento e absenteísmo que, neste caso, não será medido individualmente, mas de forma coletiva. A BrasilCenter propôs ainda aumentar o valor da PPR dos gerentes, que poderão chegar a até dois salários. A Comissão observou que não é contra o aumento, mas não aceita discriminação, defendendo que todos recebam o mesmo número de salários, o que não foi aceito pela empresa. Outra mudança proposta pelo Sindicato, e aceita pela empresa, é de que todos os trabalhadores licenciados por doença de trabalho recebam a PPR por todo o período de licença, qualquer que seja a natureza do acidente de trabalho. Até o ano passado, os trabalhadores com acidente de trajeto (no deslocamento para o trabalho) estavam excluídos. O Sindicato vai distribuir na próxima semana um boletim específico detalhando a proposta e convocando assembleia para discussão e deliberação sobre a PPR 2012.