Jornal do Sinttel-Rio Edição nº 1330

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CAMPANHA SALARIAL DAS OPERADORAS 2012

Assembleia da Oi hoje, às 18h SOCORRO ANDRADE

Ganho real de 5%, antecipação da data base para setembro e 4 salários de PPR são os principais eixos da campanha salarial 2012 na Oi

Rede aprova a Pauta Em assembleia realizada ontem, dia 28, os traba-

lhadores das empresas de instalação e manutenção de rede telefônica aprovaram a Pauta de Reivindicações para negociação da Convenção Coletiva. Os principais itens da Pauta aprovada são: reajuste do piso e demais salários em 14% melhoria no plano de saúde Vale refeição de R$ 15,00 por dia Correção do valor do aluguel para carro agregado para R$ 1.200,00 Gratificação para dirigir veículo de R$ 250,00 Comissão para avaliar multas e avarias nos veículos, pagamento de ferramentas, etc Definição de um novo programa de remuneração variável Definição de piso para novo cargo na rede Já houve uma primeira rodada de negociação com a Serede na segunda-feira, dia 27. Amanhã, dia 30, às 16h, está marcada uma reunião com as empresas e o Sinstal, sindicato patronal. Grande avanço nessa campanha será a consolidação da unificação da data base dos trabalhadores em empresas prestadoras de serviços de telecomunicações em 1º de abril. À medida que as negociações forem ocorrendo, o Sindicato divulgará os resultados nos locais de trabalho. É fundamental a participação de todos nos atos e demais atividades da campanha.

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A assembleia será na sede do Sinttel (Rua Morais e Silva, 94) e os trabalhadores vão discutir e aprovar a minuta da Pauta de Reivindicações elaborada pelos Sindicatos e pela Fenattel e apresentar suas sugestões. Se você tem proposta, não deixe de ir à assembleia. Para conquistar um bom acordo, a mobilização tem que começar já. Na campanha passada a Oi só avançou nas negociações e saiu do patamar zero de reajuste depois que a categoria se mobilizou, usou o adesivo do Sinttel e fez protesto nos atos em frente aos prédios, inclusive vestindo preto, de luto pelo pouco caso da empresa. Este ano, a principal bandeira da campanha das operadoras é mudança da data base para 1º de setembro, mudança que

já foi conquistada pelos trabalhadores da TIM/Intelig, Vivo e GVT; reajuste de 100% do INPC mais 5% a título de ganho real e, no caso dos trabalhadores da Oi, PPR de no mínimo quatro salários base. Consta ainda da Pauta creche no valor

de 100% do piso salarial da categoria, tíquete refeição de R$ 26,00 dia, cesta básica de R$ 306,00, auxilio medicamento de R$ 300,00 mês e fim da participação dos empregados na concessão dos benefícios.

Pesquisa na Embratel começa esta semana Embora o Acordo

assinado em 2011 tenha validade de dois anos, ele prevê a renegociação das cláusulas econômicas após um ano. Isto significa que a partir de 1º de novembro devemos ter novos valores para os salários, benefícios e outros itens. Depois de recolher a s sugestões para a Pauta de Reinvindicações, o Sindicato vai divulgar o resultado e convocar até o dia 15/09 a assembléia para aprovação da pauta. As negociações devem começar em outubro. Não deixe de participar e se mobilizar para a campanha desde o seu início. RESPOSTAS SOBRE CAMERINO

Em reunião realizada no dia 22, o RH da Embratel apresentou ao Sindicato as respostas sobre os problemas apontados há meses no prédio de Camerino.

Embora a empresa, de início, não tenha apresentado prazo para as medidas a serem tomadas, a partir de cobrança do Sinttel-Rio foram definidas algumas metas para solução dos problemas. No mês de setembro serão iniciados reparos nos banheiros, colocada a porta corta-fogo que falta no 3º andar e reformada a sala no sub-solo na qual deverá ser instalado novo banco de baterias para dar suporte à energia de emergência do prédio. Só que as baterias ainda estão sendo compradas e não está definido o prazo de instalação. Quanto às lâmpadas queimadas, a empresa informou que já havia feito a troca nas luminárias próximas às estações de trabalho, mas o Sindicato contestou dizendo que grande parte ainda não foi trocada. As saídas de

emergência do térreo terão suas portas trocadas até outubro/2012, com barras para abertura por dentro do prédio, não ficando mais trancadas. O RH afirmou também que já foi feita a dedetização do prédio com reforço no penúltimo final de semana, embora ainda estejam aparecendo baratinhas em alguns andares. A empresa não atendeu à solicitação de mudança da entrada do prédio, dizendo que não vai alterar a passagem de um metro por onde tem que circular os cerca de 800 trabalhadores do prédio. O Sindicato contestou esta postura, que na prática ameaça a segurança dos empregados, e vai cobrar medidas dos órgãos públicos responsáveis. A empresa ficou ainda de agendar com a CIPA o exercício de desocupação do prédio, que não é feito há muitos anos.

Calendário de negociação da TIM A primeira rodada de negociações na TIM/Intelig aconteceu nos dias 21 e 22, em São Paulo. Segundo Sérgio Gomes, diretor que representa o Sinttel na Comissão Nacional de Negociação da Fenattel, essa primeira reunião serviu apenas para definir o calendário e a ordem de prioridade de negociação da Pauta. O Acordo da TIM/Intelig é bianual, mas este ano todas as cláusulas estão sendo rediscutidas. A Pauta tem 107 itens e ficou acertado que a negociação começará pelas cláusulas econômicas, as mais polêmicas, aquelas que tratam de reajuste de benefícios (salarial, tíquete refeição, cesta básica, creche, etc). Também ficou definido um calendário de negociações. A próxima rodada será dias 3 e 4 e 11 e 12 de setembro, em São Paulo. Se não se chegar a uma proposta até o dia 12, uma nova rodada será realizada nos dias 18 e 19 de setembro, no Rio de Janeiro.


Campanha Viva o Centro de Teatro do Oprimido! DIVULGAÇÃO

Criado em 1971, em São Paulo, o Teatro do Oprimido (TO) é um método teatral que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal. Os seus principais objetivos são a democratização dos meios de produção teatral, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo (tal como Paulo Freire pensou a educação) e do teatro. Ao mesmo tempo, traz toda uma nova técnica para a preparação do ator que tem grande repercussão mundial.

CAMILA PALMARES

Sylvia Lopes dos Santos

Na madrugada do dia 20 de agosto, a sede do CTO, na Lapa, foi furtada. Os ladrões entraram pelo telhado e saíram pela porta da frente levando duas câmeras fotográficas digitais Nikon, um projetor Acer, um notebook Del Inspirion 14, um HD externo de 2tb, um forno de microondas Panasonic, dois microfones

sem fio SKP Pro Audio UHF 250, uma caixa de retono passiva 12pol, um violão Tagima NYL-Vegas e 37 camisetas com a estampa “Viva Boal”, vendidas no Bazar organizado pela instituição. O prejuízo foi calculado em R$ 11.120,00. O roubo agrava a crise que o CTO está passando. Sem projeto de grande porte, desde 2010, que garanta a sustentabilidade da instituição, o Centro de Teatro do Oprimido corre o risco eminente de ter que fechar as portas. Dentre várias atividades que estão sen-

Programa legal para crianças. E adultos também. Se você tem filhos, irmãos me-

nores, sobrinhos, afilhados e agregados e quer um final de semana com uma programação legal, a dica é o Fici – 10º Festival Internacional de Cinema Infantil que começou semana passada e encerra neste final de semana. Tem filme pra todos os gostos e em vários bairros. De sexta, dia 31/08, a domingo, dia 02/09, a programação começa às 10h30 e vai até as 18h30. Pra quem mora na Zona Oeste, a opção é o Cinemark Downtown, na Barra. O pessoal da Zona Norte tem o Cinemark Carioca Shopping, na Estrada Vicente de Carvalho em Vila Kosmos. O pessoal de Niterói/São Gonçalo/Alcântara tem o Cinemark Plaza Shopping Niterói. E quem é da Zona Sul e Centro tem o Cinemark do Botafogo Praia Shopping. Na Barra, entre as opções estão os filmes Piratas Pirados, Valente e Carros, todos em 3D. Na Zona Norte, tem a Bela e a Fera em 3D, Manda-Chuva, O Mar não está pra peixe e Eu e meu guarda-chuva. Em Niterói a dica é O Rei Leão em 3D, Léo e Bia, Garoto Cósmico e Uma professora muito maluquinha. Em Botafogo, tem O Rei Leão e a Bela

e a Fera em 3D; Alfie, o pequeno lobisomem, Corda Bamba e Meu nome é Kalam. E prá quem se amarra em desenho animado, tem também oficinas de animação onde os autores explicam como é que se faz um filme. Para saber a programação completa acesse www.fici.com.br. REPRODUÇÃO

do planejadas, a primeira é uma campanha de doações em dinheiro ou em equipamento similar aos furtados. As doações em equipamento podem ser feitas diretamente no Centro, de segunda a sexta-feira, de 10h às 19h. As doações em espécie podem ser depositadas na conta corrente do CTO: Banco do Brasil, Ag 0392.1 C/C 18075.0. Apoiando o CTO você fortalece o trabalho de multiplicação realizado pela instituição em todo o Brasil, países africanos e latino americanos.

Batidão funk no teatro Desde o dia 9 de agosto o batidão do funk carioca está estremecendo as paredes do Teatro Miguel Falabella, no Norte Shopping. Baseado no livro Batidão – Uma História do Funk, do jornalista Silvio Essinger, o espetáculo conta a história de percalços e sucessos do funk desde o seu início, nos anos 70, com o “Baile da pesada”, até a febre recente dos passinhos. A peça ganhou o Prêmio Montagem Cênica 2011 e conta com o patrocínio da Petrobras. Entre os momentos mais marcantes retratados na peça estão o “batizado” artístico de Claudinho e Buchecha e um show da dupla em um badalado festival no “asfalto”, e a ‘noite funkeira’ no TIM Festival, no MAM, que fez o Rio de Janeiro se transformar em um verdadeiro baile funk, contagiando até as patricinhas da Zona Sul. No elenco de atores/funkeiros/MCs/ mestres de cerimônia, estão Julia Gorman, Cintia Rosa, Alex Gomes, Marcelo Cavalcanti, Dérik Machado (selecionado para integrar o elenco após vencer uma disputa realizada nas comunidades pacificadas, em parceria com o programa UPP Social), além do próprio Pedro Monteiro, um dos autores da peça. Funk Brasil – 40 Anos de Baile realizou uma pré-estreia, com duas apresentações gratuitas na Arena Carioca Dicró, na Penha. O Teatro Miguel Falabella fica na Av. Dom Hélder Câmara 5332 2º Piso Del Castilho.

Uma cena ocorrida anos atrás, durante uma greve da categoria, é um exemplo da personalidade de Sylvia, telefonista aposentada da Telerj que em julho completou 56 anos de militância. Junto com outro diretor do Sinttel, Sylvia estava no portão de entrada do prédio da Telerj na Rua General Canabarro segurando uma faixa. Um segurança da empresa exigiu que a faixa fosse retirada. Sem se alterar nem discutir, Sylvia enrolou-se na faixa e ali permaneceu, muda e determinada. Ao segurança não restou alternativa a não ser deixar em paz a mulher de cabelos grisalhos. “Se eu estou errada, eu me calo. Mas se eu estou certa....”, diz Sylvia com a calma que a caracteriza. Ela entrou na Companhia Telefônica Brasileira (CTB), aos 20 anos, por concurso, em julho de 1956. Na época, as telefonistas trabalhavam de 8 às 20 horas, com intervalo de duas horas para almoço. Moradora de Jacarepaguá, não dava pra Sylvia ir em casa e ela aproveitava o tempo livre para, entre outras atividades culturais, ir ao cinema. A primeira grande luta sindical de que participou foi pela jornada de 6 horas para as telefonistas. Uma luta dura e vitoriosa que, até hoje, beneficia telefonistas e operadores de telemarketing. Sua vida sempre esteve ligada à empresa. Como telefonista casou, teve três filhos e se aposentou em 1º de agosto de 1986, aos 30 anos de serviço. Foi a única vez em que se afastou do Sindicato, para dar assistência ao marido, falecido alguns meses depois. Em 1987, a convite da amiga e então diretora do Departamento Jurídico, Marilene Soares, voltou ao Sinttel integrando a direção de base. Desses 30 anos de profissão, Sylvia, que sempre sonhou em ser telefonista, guarda boas lembranças das amizades, do companheirismo, das lutas sindicais – “éramos como uma família”, diz ela. Mais de um século depois, Sylvia continua ativa na militância.


Mulheres convivem com trabalho precarizado ROSA LEAL

Em 2011, o Departamento de Formação do Sinttel Rio realizou a pesquisa “As Mulheres e o Mundo do Trabalho nas Telecomunicações”, por ocasião dos 70 anos do Sindicato. A pesquisa tinha um duplo objetivo. O primeiro era recuperar a trajetória das mulheres nas telecomunicações até 1998, período anterior à privatização. O outro era conhecer o perfil das mulheres da categoria na atualidade. Foram aplicados 1644 questionários em algumas das empresas dos setores de teleatendimento, Rede externa e operadoras, número correspondente a 5% do efetivo nas 12 empresas pesquisadas, segundo o RH das empresas, em um total de 23 locais de trabalho. Identificação, Sindicalização, Vida Doméstica e Vida Familiar,

Trabalho e Vida Doméstica foram as questões abordadas no questionário. Chama a atenção a diferença substancial entre o grupo das operadoras e os outros dois (Rede externa e teleatendimento): as trabalhadoras do teleatendimento e da Rede são jovens e negras, em sua maioria. São elas também que ocupam as funções mais desprotegidas e desvalorizadas no mercado de trabalho. TELEATENDENTES GANHAM MENOS

A precarização do setor pode ser percebida também na média do tempo de

trabalho das mulheres: nas operadoras, este tempo é de 5 anos ou mais, em média, enquanto no teleatendimento a maioria está há apenas 6 meses, o que confirma a alta rotatividade. Quanto ao salário, a maioria das trabalhadoras nas operadoras recebe 3 salários mínimos ou mais, ao passo que na Rede e no teleatendimento a maior parte recebe até 1 salário e meio. Ainda que os resultados das questões sobre os benefícios sejam mais uniformes, os dados não apontam para uma melhoria na Rede e teleatendimento, mas um rebaixamento dos benefícios nas operadoras. Os dados sobre condições de traba-

Na categoria, as teleatendentes recebem os menores salários lho destacam a situação do teleatendimento, realidade conhecida pelo Sindicato por conta das denuncias diárias feitas pela categoria. As repostas sobre a necessidade de pauta específica para as mulheres destacam a reivindicação por mais benefícios ligados à família, especialmen-

te a creche. Você pode acessar todo Relatório Final da Pesquisa “As Mulheres e o Mundo do Trabalho nas Telecomunicações no Portal do Sinttel/Rio (www.sinttelrio.org.br). Novos dados da pesquisa serão apresentados nas próximas edições do Jornal. Acompanhem!

50 anos do CBT: sem motivo para comemoração Defasado, o Código Brasileiro de Telecomunicações fez 50 anos no dia 27/08. Um aniversário marcado pela negação do direito à comunicação para a maior parte da população. SOCORRO ANDRADE

Ato na Cinelândia pelo novo Marco Regulatório das Comunicações

Primeiro marco regulatório

das comunicações, o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) foi criado num regime parlamentarista e sofreu suas primeiras modificações por atos do governo militar. O primeiro criou o Ministério das Comunicações e, o segundo, estabeleceu as bases para um sistema de telecomunicações nacional e integrado com a criação da Embratel. Foi importante nos anos 60, mas já em 1988, quando a nova Constituição Federal incluiu cinco artigos específicos sobre a comunicação, era evidente a necessidade de rever o Código. Lamentavelmente, foi com a derrubada do monopólio estatal do texto constitucional, no governo Fernando Henrique Cardoso, seguida da aprovação de uma Lei Geral de Telecomunicações, que o Código foi mais uma vez modificado. Radiodifusão e telecomunicações foram separadas, o Sistema Telebrás desmontado e as telecomunicações privatizadas. Passou a vigorar o modelo neoliberal, onde todas as decisões passaram a depender exclusivamente dos interesses do Mercado. A maior parte dos países desenvolvidos já reavaliou seu setor de comunica-

ção e criou mecanismos democráticos de regulamentação capazes de defender a troca de informações e espaços para diferentes conteúdos, respeitando as diversas manifestações culturais da população e regulando de maneira a que todos seus cidadãos possam ter acesso aos meios e veículos de expressão. Infelizmente, no nosso país, até hoje, apesar da revolução tecnológica e de todas as mudanças sociais, políticas e econômicas que têm permitido redução de desigualdades e inclusão social, essas transformações ainda não se refletiram nas políticas de comunicação. Atualmente reinam as promessas vazias do governo de debater o novo Marco Regulatório para as Comunicações. O que se espera é que as comunicações sejam assistidas por uma regulação atualizada que respeite o caráter convergente da banda larga e das novas tecnologias e defenda o direito de todos os brasileiros acessarem estes serviços e meios, exercendo sua liberdade de expressão, com pluralismo e diversidade sem a ditadura dos monopólios dos veículos de radiodifusão. Para saber mais sobre a campanha acesse www.paraexpressaraliberdade.org.br.

Sitel começa negociar PLR Acontece hoje em São Paulo a primeira rodada de negociação para pagamento da PLR/12 aos trabalhadores da Sitel. O Sindicato vai cobrar PLR de um salário base para cada empregado. A Sitel presta serviços de call center para a Ampla, concessionária de energia, em Niterói.


Atento diz uma coisa e faz outra CAMILA PALMARES

Abuso e assédio moral. Esse é o clima na Atento, com chefes e supervisores tratando operadores com estupidez e ameaça. Gritos e xingamentos no ambiente de trabalho viraram, lamentavelmente, coisa natural. Os trabalhadores são constrangidos até por telefone, conforme inúmeras denúncias que chegam ao Sindicato. Todas essas reclamações são motivo de reiteradas negociações com a empresa, que se limita a dizer que tudo não passa de fatos isolados. Em mais uma reunião, no dia 24/08 na sede do Sinttel, com os diretores Ricardo Pereira, Alan Dias e César Fernandes, os representantes da Atento voltaram a justificar a barbárie de chefes e a repetir que estão investindo em treinamento para acabar com esse tipo de problema. Indignado com a omissão da empresa, o diretor Ricardo Pereira desabafou: “Não temos dúvidas de que estamos diante de duas empresas, uma dentro da outra. A Atento real que oprime, constrange e assedia o trabalhador, e outra fictícia, onde tudo é diferente”. E completou: “talvez seja melhor tornar real a fictícia”. “A empresa diz estar investindo em treinamento para os gerentes e supervisores, mas está jogando dinheiro fora por que nada é aplicado no dia a dia. A impressão é que estão treinando para capataz ou algoz, pois estão cada dia piores”, diz Ricardo. DESRESPEITO AO ANEXO II - O artigo 5.7 do Anexo II da NR-17 é taxativo no que se refere à pausa banheiro que a Atento e outras empresas

insistem em adotar - os trabalhadores podem ir ao banheiro livremente, sempre que houver necessidade. No entanto, o desrespeito a esse artigo é flagrante na Atento. De acordo com as denúncias, o trabalhador que usa mais de 10 minutos de pausa banheiro, ao longo da jornada, é ameaçado de perder a premiação e a PLR/12. Um absurdo. FILA PARA LOGAR - A empresa também negou a existência da famigerada fila para se logar, fato que leva muitas vezes os trabalhadores a receber atraso, mesmo tendo chegado dentro do horário para trabalhar. A espera para se logar leva ao atraso e ainda que por exclusiva responsabilidade da empresa, o operador é penalizado. ENTREGA DE ATESTADO - Outro velho problema sem solução é a obrigação de os trabalhadores em retorno de licença irem trabalhar para depois passar no médico da empresa para avaliação. O correto seria este usar o horário de trabalho para ir ao médico e, se liberado, voltar ao trabalho no dia seguinte. A Atento nega essa exigência. RETORNO DO INSS - Os trabalhadores que retornam do INSS ou que estão em aviso prévio ficam largados na sala de lanche em situação humilhante e constrangedora, sem ter lugar para trabalhar e sem ninguém que dê qualquer atenção.

Por fim, e o que ainda é mais grave, esses maus chefes vem tentando jogar os trabalhadores contra o Sinttel-Rio, representante legítimo da categoria. A orientação do Sindicato é uma só: você acredita em intriga de patrão? A quem interessa um Sindicato forte, combativo, ligado nas lutas e na defesa dos direitos dos trabalhadores? Não é à Atento. Pense nisso antes de acreditar em conversa de patrão. OBRA NO TELEPORTO - Na hora em que recebeu uma denúncia ontem, 28, dos trabalhadores da Atento, prédio Teleporto, os diretores Alan e Ricardo foram imediatamente ao local e conferiram a realização de uma obra em frente à sala de lanche tornando o ambiente insalubre

(entulho, poeira, cheiro forte de tinta, chão quebrado, etc). Eles chamaram os engenheiros de Segurança do Trabalho e exigiram a interdição da sala enquanto perdurar a obra. Durante a interdição, a Atento tem que oferecer uma alternativa de lanche aos empregados. O Sindicato está sempre de olho no que acontece e cobrará da empresa, inclusive na Justiça, o cumprimento do que é direito da categoria. Mas é importante que os trabalhadores se liguem no Sinttel e denunciem por telefone (2204 9300) ou emails (denuncia@sinttelrio.org.br), com Ricardo (ricardopereira@sinttelrio.org.br), Alan (alandias@sinttelrio.org.br) ou César (cesarfernandes@sinttelrio.org.br).

Detran rebaixa salário e não cumpre piso estadual O Detran-Rio, órgão do governo do Estado, além de rebaixar o salário e benefícios dos operadores de call center, está descumprindo flagrantemente a lei estadual dos pisos salariais em vigor desde 1º de janeiro de 2012. Pela lei, o piso para os operadores de teleatendimento é de R$ 834,78. Os operadores contratados pela Criativa para o call center do Detran recebiam piso de R$ 839,00 (acima do piso estadual) e vale alimentação de R$ 8,50. Só que a Telco, contratada para substituir a Criativa, vai pagar piso bem menor, respaldada pelo próprio edital de licitação do Detran. Se-

gundo informações repassadas ao Sinttel-Rio por trabalhadores que decidiram continuar, a Telco vai pagar R$ 680,00 de salário e vale alimentação de R$ 3,40. Ao autorizar essa absurda e desumana redução de salários e benefícios de centenas de trabalhadores, boa parte deles com mais de oito anos de serviços prestados, os dirigentes do Detran se colocam acima do governo do estado a quem deveriam obediência. Se um órgão do governo não respeita uma lei estadual, quem vai respeitá-la? A atitude do Detran atenta contra todos os trabalhadores de call center do estado.

DIRETOR DE IMPRENSA Marcello Miranda marcellomiranda@sinttelrio.org.br EDIÇÃO Socorro Andrade Reg. 460 DRT/PB socorroandrade@sinttelrio.org.br

DIAGRAMAÇÃO L&B Comunicação Ltda ESTAGIÁRIA Camila Palmares IMPRESSÃO

ASSESSORIA DE IMPRENSA Rosa Leal Reg. 740 DRT/DF rmleal@globo.com REDAÇÃO Socorro Andrade e Rosa Leal

Valdir Tedesco Impressor CIRCULAÇÃO Semanal

ILUSTRAÇÃO Alexandre Bersot www.alexandrebersot.com.br

TIRAGEM 12 mil exemplares

R. Morais e Silva, 94 - Maracanã - RJ - CEP 20271-030 - Tel.: 2204-9300 - Fax Geral 2567-1589 E-mail Geral sinttelrio@sinttelrio.org.br - Site http://www.sinttelrio.org.br E-mail Jurídico juridico@sinttelrio.org.br - E-mail Imprensa imprensa@sinttelrio.org.br

bersot

humor

Os dirigentes do Detran se negaram a negociar com o Sindicato e também não atenderam às ponderações do deputado Gilberto Palmares (PT) que exigiu no órgão, no mínimo, o cumprimento do piso estadual e a negociação com o Sindicato de forma a garantir os postos de trabalhos aos saídos da Criativa. TELCO SE ESQUIVA - A Telco, por sua vez, se esquiva de negociar com o Sinttel sob o argumento de que negocia com outro sindicato. Acontece que os trabalhadores têm liberdade e autonomia sindical, portanto, eles é que

escolhem qual sindicato deve representá-los na empresa. A Telco também substituiu a empresa que prestava serviços de call center no BNDES e lá age igualzinho. Reduziu o salário de R$ 873,12 para R$ 630,00 e o vale refeição de R$ 10,00 para R$ 3,40. Além disso a empresa vem tentando intimidar os trabalhadores e forçá-los a pedir demissão. Antes, o call center funcionava dentro do BNDES e agora está se transferindo para o Shopping Bandeirantes, no Recreio. Lamentavelmente, o BNDES é outro órgão público a precarizar salários e condições de trabalho.

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