Trabalhadores da Rede aprovam proposta
Os 15 anos da Anatel Nascida no dia 5 de novembro de 1997, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi criada com o objetivo de regular, outorgar e fiscalizar os serviços de telecomunicações do país. Embora esteja prevista sua independência e autonomia financeira, um dos maiores problemas enfrentados nestes 15 anos de existência é, justamente, a falta de recursos para executar tudo o que lhe é demandado. Atualmente, a Anatel não consegue desenvolver estruturas nem investimentos para realizar suas próprias pesquisas e diagnósticos do setor, ficando à mercê dos dados privados das operadoras de telecom. Problema que, a cada ano, faz crescer a quantidade de erros graves de leitura e diagnósticos acerca da real situação do país. Exemplo disso foi a informação divulgada recentemente pela UIT (União Internacional de Telecomunicações), de que o Brasil é o país das Américas onde menos se gasta com banda larga em relação à renda. Dados que tiveram como base as informações fornecidas pelas próprias empresas de telecom. Criada no governo Fernando Henrique (1995-2002), a Anatel é produto de uma visão neoliberal que privilegiou o órgão fiscalizador em detrimento do Ministério das Comunicações. No governo Lula e Dilma houve avanços, mas a Anatel continua a tomar medidas que deveriam estar sendo discutidas num contexto mais amplo e embasadas num planejamento elaborado pelo Poder Executivo. A aprovação da proposta do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC,) pelo Conselho Diretor da Anatel, estabelecendo um “feriado regulatório” para as redes de fibra óptica e de cabo coaxial, deveria ser discutida dentro do Marco Regulatório das Comunicações. O “feriado” garante que a Oi, Telefônica e grupo Telmex (Embratel, Claro e NET) não precisarão abrir as redes de acesso de fibra óptica para seus competidores pelo prazo de nove anos, e as redes de cabo coaxial por cinco anos.
Assembleia da Brasil Center é dia 14 Como muita gente ainda não entregou os formulários da pesquisa preenchidos, o Sindicato decidiu estender o prazo para que os trabalhadores façam suas sugestões para a Pauta de Reivindicações da Brasil Center. A assembleia marcada para esta semana foi transferida para o dia 14, às 12h no prédio sede e às 13h em Mackenzie.
CARLOS CAVALCANTI
Em assembleia concorrida, realizada ontem, dia 6, em frente ao prédio da Oi de Hanibal Porto, os trabalhadores das empresas prestadoras de serviço de telecom aprovaram a proposta negociada pelo Sinttel-Rio. Com a proposta aprovada, a maioria dos trabalhadores da Rede no Rio de Janeiro conquistou um ganho real de 8,5%. O piso geral e o piso do OSC terão reajuste de 14%, bem acima da inflação de 5,39% medida pelo INPC.
Conheça a proposta negociada com as empresas 1 - Piso geral para a categoria: a) R$ 776,00 em 1° de set/12 b) R$ 835,00 em 1° de jan/13 2 - Piso para o cargo de OSC: a) R$ 780,00 em 1º de set/12 b)R$ 840,00 em 1º de jan/13 3 - Piso para cargo de cabista: R$ 900,00 em 1º de set/12 4 - Piso para o cargo de consultor: R$ 1.100,00 em 1º de set/12 5 - Piso para o cargo de técnico: a) R$ 1.100,00 em 1º de set/12 b) R$ 1.357,00 em 1º de jan/13 6 - Reajuste para demais salários acima dos pisos: 5,5% em 1º de set/12 7 - Vale refeição: a) R$ 11,50 por dia trabalhado em 1º de nov/12 b) R$ 12,00 por dia trabalhado em 1º de jan/13 OBS. mantendo a atual participação dos empregados 8 - Manutenção da tabela de valores para aluguel de carro agregado:
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9 - Melhoria do Plano de Saúde (Serede e Telemont) – apresentação em 90 dias de plano de melhoria do convênio saúde 10 - Programa de Remuneração Variável (Serede e Telemont) – apresentação em 90 dias 11 - Garantia de treinamento para os empregados (Serede e Telemont) para ascenderem ao novo cargo de consultor 12 - PPR ou abono: Negociação em 90 dias após a assinatura da Convenção Coletiva 13 - As empresas Serede e Telemont se comprometem a envidar esforços para viabilizar financiamentos de carros de baixo custo 14 - As empresas Serede e Telemont se comprometem a envidar esforços para viabilizar para seus empregados acesso a curso técnico de nível médio 15 - As empresas adotarão o texto da CCT de 1º de maio/abril com os acréscimos aqui compromissados restando como única ressalva a inclusão da jornada espanhola na cláusula 35ª
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RM mantém jornada de 40 O Sindicato foi chamado às pressas, dia 1º, pelos trabalhadores do setor de Mat/Fac, da Oi, na Praça Tiradentes. O clima era de total revolta e indignação porque a RM, empresa que terceiriza os serviços, decidiu exigir jornada de 44 horas conforme o contrato de trabalho. Acontece que mediante acordo verbal esses trabalhadores sempre fizeram 40 horas. A categoria aproveitou a presença do Sindicato para denunciar as precárias condições do mobiliário, o desrespeito à ergonomia, a falta de manutenção de elevadores e do próprio prédio, que é muito velho. Em reunião com o Sindicato ontem, 6, a empresa se comprometeu a regularizar a jornada de 40 horas através de um termo aditivo ao contrato individual de trabalho reduzindo a jornada de 44 para 40 horas e, com isso, aca-
bando de vez com o problema. A RM também pediu um prazo de 90 dias para fazer o levantamento de todos os problemas de mobiliário, ergonomia e manutenção no andar. Ela garantiu ainda que os problemas mais críticos serão resolvidos de imediato. OI CASCADURA ÀS MOSCAS
Em Cascadura, quem tem amor à vida está levando água de casa ou comprando no botequim da esquina. Os trabalhadores da Estação Cascadura reclamam da falta de qualidade da água. Os bebedouros não têm filtro e as caixas d’água, sem manutenção e mal cobertas, estão cheias de cocô de pombo e outros detritos. Para completar, o esgoto está entupido fazendo com que os banheiros exalem a maior fedentina. O Sindicato exige providências.
Operadoras: Embratel e GVT adiam reuniões A enrolação é generalizada. Na Embratel, a reunião marcada para amanhã, 8, com a Comissão Nacional de Negociação, foi cancelada pela empresa e transferida para o dia 20. O Sindicato estará amanhã, dia 8, na porta da empresa conversando com os trabalhadores. Já a reunião da GVT, que deveria ter acontecido dia 1º, não ocorreu e até agora não foi remarcada. A intenção das empresas é empurrar a negociação para perto do final do ano e se aproveitar do aperto dos trabalhadores. Uma prática que nós já conhecemos bem. Por isso o Sindicato alerta a categoria a não cair nesse conto do vigário e a se manter mobilizada. CAMERINO NA BERLINDA
O Sinttel-Rio se reuniu pela enésima vez com o RH da empresa para cobrar medidas em relação às condições de trabalho no prédio da Rua Camerino. Depois de ter sido feita vistoria no local com a CIPA e do RH ter se comprometido a solucionar boa parte dos problemas, nada foi feito. Pelo contrário, piorou. Agora, além dos antigos problemas (ba-
nheiros, lâmpadas queimadas e falta de luz de emergência) não terem sido solucionados, novos problemas surgiram. O ar condicionado passou a ser desligado às 17h30, quando o horário de funcionamento da empresa é até as 19h30. Numa primavera com cara de verão, mesmo quem fica trabalhando dentro do horário flexível tem que enfrentar uma verdadeira sauna. Na portaria, são cada vez mais comuns as longas filas de espera para visitantes e terceirizados, que se estendem até a rua, congestionando a já estreita passagem de um metro por onde tem que transitar as cerca de 800 pessoas que trabalham no local. Os empregados que por acaso esquecem seu crachá vivem o mesmo tormento. Isto porque só existe uma única recepcionista para atender a todo mundo. Um vexame. O RH ficou de responder aos questionamentos feitos pelo sindicato após consulta à Administração Predial. Mas até agora não houve soluções concretas. Continuamos cobrando e vamos incluir na negociação do Acordo a exigência de solução imediata para os problemas apontados.
Tudo tem origem na “contenção de despesas”. Além de não querer dar ganho real nos salários e benefícios, a empresa ainda quer degradar ainda mais o ambiente de trabalho. Assim não dá. Vamos nos mobilizar na campanha e reivindicar também condições dignas para podermos trabalhar. GVT É SÓ MANOBRAS
A GVT quer empurrar goela abaixo de todos os sindicatos um reajuste de salários e benefícios pelo INPC de setembro, a ser pago só em janeiro. Uma proposta inaceitável que foi rejeitada na mesa de negociação. O Sinttel-Rio, a Fenattel e demais sindicatos não abrem mão de uma proposta com melhorias reais de salários e benefícios, pagamento retroativo à data base da categoria, 1º de setembro, e ganho real. Diante dessa posição da Comissão, a empresa ofereceu um abono para compensar as perdas com a transferência do pagamento para janeiro. Um abono de fome que não compensa nada. O Sindicato distribuiu boletim específico para os trabalhadores da GVT explicando
todas as manobras da empresa. O SinttelRio exige a retomada da negociação, pois a empresa pode pagar o que queremos agora. Veja os resultados da GVT em 2012: chegou ao segundo trimestre de 2012 com crescimento de 40% em banda larga alcançou 80% nos acessos de TV por assinatura cresceu 28% nos serviços de voz teve neste mesmo período uma receita líquida R$ 1 bi, receita esta 28% maior que no mesmo período de 2011 investimentos aumentaram 66% em comparação com igual período do ano passado.
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OI NEGOCIA Até o fechamento desta edição a reunião com a Oi não havia terminado. Mas tudo sobre essa negociação estará disponível para os trabalhadores no Portal do Sinttel (www.sinttelrio.org.br). Ainda esta semana será distribuído um boletim especial.