Tellus: sem salário, operadores param TAIANA STORQUE
Na segunda-feira, 12, dirigentes do Sinttel estiveram na sede da empresa e o clima entre os mil trabalhadores era de revolta e insatisfação. Sem receber o salário de novembro e o vale transporte, os trabalhadores já estavam decididos a parar.
Chuvas: perigo para trabalhadores da Rede
Apesar de ainda estarmos na primavera, as chuvas que tem caído já demonstram que o estado do Rio pode ter um verão bastante chuvoso. Trata-se de uma época difícil para o pessoal da Rede externa, que trabalha na rua e é obrigado a enfrentar um sol escaldante ou temporais violentos. E é justamente nos temporais que o risco é maior. Por isso, o Sindicato alerta os trabalhadores para os cuidados preventivos a serem tomados em dias de chuva, de acordo com o que estabelece a Norma Regulamentadora 10, NR-10, que obriga as empresas a adotarem as seguintes medidas preventivas: desenergização elétrica (prioritariamente), tensão de segurança, isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático. Em situação de risco, os trabalhos devem ser imediatamente suspensos. Não arrisque a sua vida. Choveu, pare de trabalhar.
Em contato com a empresa, o Sindicato obteve a garantia dos dirigentes da Tellus de que os salários seriam creditados até o final do dia 12. Ontem, 13, os trabalhadores entraram para trabalhar, mas ao verificarem que seus salários não haviam caído em suas contas, decidiram cruzar os braços. Mais de 80% dos operadores se “deslogaram” e voltaram para casa. Diante dessa situação o Sindicato voltou a contatar a empresa que, de novo, prometeu quitar as dívidas no máximo até a manhã de hoje, dia 14. Tanto na segunda-feira, como ontem, a direção do Sinttel exigiu a intervenção imediata da Claro na Tellus e a solução definitiva dos problemas antes que se crie uma nova Vidax. CLARO É RESPONSÁVEL
A Claro disse que ia tomar as providências. Mas o que fez? Na maior cara de pau mandou seus empregados efetivos, operadores do RCV e do Controle de Qualidade, furar a greve dos terceirizados da Tellus e garantir o atendimento. Isso é bem a cara da Claro, uma empresa que se lixa para os empregados e só se preocupa com seus lucros. O Sindicato cobrou uma reunião em caráter de urgência com a Claro, Tellus, Fenattel e Sinttel-Rio. Segundo Virgínia Berriel, diretora do Sinttel-Rio e empregada da Claro, a empresa é a principal
responsável por tudo isso à medida que não tem nenhum critério na escolha de suas prestadoras de serviços. Não fiscaliza, não pune e o caso da Vidax é um exemplo disso. Depois de reincidir diversas vezes nas mesmas irregularidades sem qualquer punição por parte da Claro, a Vidax fechou as portas e deixou os trabalhadores a ver navios. O mais grave é que a Claro está fazendo no Rio de Janeiro e em São Paulo o que vem fazendo nos demais estados. A empresa acaba de terceirizar 800 posições de atendimento com a Empresa Master Brasil, no Maranhão. A Master tem sede em Minas e no Rio já atende o ativo/venda de produtos da Claro e também vai atender o pré pago. Trata-se de uma empresa problemática, com um índice absurdo de reclamações dos empregados. Para Virginia, a Claro tem que responder pelo descaso e omissão com os trabalhadores terceirizados. MINISTÉRIO PÚBLICO
O Sindicato já havia protolocado denúncia contra a Tellus/Claro no dia 11 de outubro, no Ministério Público do Trabalho, por atraso dos salários de setembro. Na ocasião, pediu uma mesa redonda em caráter de urgência. O atraso de salários se repetiu em outubro e novembro. Diante disso o Sinttel ratificou a denúncia ontem, 13, e cobrou uma ação urgente do Ministério Público.
Para TST, terceirização é ilegal A terceirização das centrais de telemarketing pela Claro é irregular. A decisão é do Tribunal Superior do Trabalho, ao examinar o caso de uma empregada da TMKT, que prestava serviços para a Claro. A decisão proferida na Subseção de Dissídios Individuais-1 confirmou entendimento da 6ª Turma desta Corte, no sentido de reconhecer o vínculo de emprego da trabalhadora diretamente com a tomadora dos serviços. Segundo o ministro Freire Pimenta, a legislação (parágrafo 1º do artigo 25 da Lei 8.987/95 e o artigo 94, inciso II, da Lei 9.472/97) não autoriza as empresas de telecomunicações terceirizarem suas ativi-
dades-fim. A impossibilidade de distinção ou mesmo desvinculação da atividade de call center da atividade-fim da concessionária de serviços de telefonia dá-se em razão do fato de que é por meio da central de atendimento que o consumidor solicita serviços de manutenção, obtém informações, faz reclamações e até mesmo efetiva-se o reparo de possíveis defeitos sem a necessidade da visita de um técnico ao local. “A boa prestação desse serviço, assegurada no Código de Defesa de Consumidor, passa, necessariamente, pelo atendimento a seus usuários feito por meio das centrais de atendimento”, ressaltou o ministro.
CAMPANHA DAS OPERADORAS
Aprovado acordo da TIM/Intelig Oi volta a negociar dia 23 . . .. . . . . . Em assembleias realizadas dia 8, nos prédios da TIM/Intelig em Botafogo, São Cristóvão e Barra da Tijuca, os trabalhadores aprovaram por 687 votos a favor e 274 contra a proposta da empresa para o Acordo Coletivo 2013/2014. Essa proposta só foi possível depois de quase três meses de negociações da Comissão Nacional de Negociação formada pela Fenattel, Sinttel-Rio, Sintetel e demais sindicatos do país e a TIM. As maiores conquistas foram a antecipação da data base para 1º de setembro e a garantia de ganho real. Veja os principais itens da proposta aprovada: Reajuste salarial – 7% para salários até R$ 800, sendo 3,99% do INPC dez/11 – ago/ 12 e ganho real de 3,01%
5,50% para salários de R$ 800 a R$ 1250, sendo 3,99% do INPC dez/11 - ago/12 e ganho real de 1,51% 4,17 para salários acima de R$ 1250, sendo 3,99% do INPC dez/11 – ago/12 e ganho real de 0,18% Abono – compensatório do período de set/12 a jan/13 (4 meses + 13º salário). Pagamento na folha de novembro. Quem solicitar desligamento entre setembro e dezembro/12 receberá o abono proporcional aos meses trabalhados. 35% para salários até R$ 800; 27,5% para salários de R$ 800 a R$ 1250; 20,85% para salários acima de R$ 1250,01. Call Center – Criação do CR IV e promoção automática em jan/13. Vale refeição/ alimentação – R$ 13/dia CAMILA PALMARES
Reajuste salarial escalonado de 5,5% a ser pago só em 2013. Essa foi a proposta da empresa na segunda rodada de negociações ocorrida dia 6/11, aqui no Rio. A Oi também não manifestou qualquer intenção de antecipar qualquer parcela do Placar, muito menos garantir o pagamento do já tradicional “tíquete-extra”. Com tudo isso, a posição da Comissão de Negociação da Fenattel não podia ser outra: rejeitou a proposta e apresentou a seguinte contraproposta:
PROPOSTA DA COMISSÃO
Reajuste salarial do INPC mais 2%, para todo mundo, em novembro;
Reajuste para todos os benefícios de 10%; No caso dos tíquetes, que o desconto seja unificado em 3% e seu pagamento nas horas-extras; Retorno da política anterior das diárias; Pagamento de um “tíquete-extra”; Adiantamento de 1 salário como antecipação do Placar e de metade do décimo-terceiro de 2013; Aumento do reembolso por dirigir veículo próprio para R$ 1 por Km; Discussão com os sindicatos de fórmulas de combate ao assédio moral com punição dos gestores culpados; Garantia de emprego ao trabalhador
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pré-aposentável; Melhoria do programa de doenças crônicas, bem como todos os pontos referentes aos aposentados abrangidos pelo TRCA do Paraná. A Comissão espera que na reunião do dia 23 a Oi venha disposta a fazer uma proposta à luz do que estamos reivindicando. GVT - Após ter sua proposta indecente rejeitada pela Comissão de Negociação, a empresa cancelou a reunião que havia marcado. O Sinttel-Rio, Sintetel e Fenattel exigem a retomada das negociações e a marcação de uma nova reunião o quanto antes.
Embratel marca reunião para dia 29 Mais de um mês depois da última reunião e menos de um mês para o Natal. A combinação perfeita do “empurra com a barriga” que, lamentavelmente, tem sido a postura da empresa em todo Acordo Coletivo. Uma forma de tornar palatável qualquer proposta ruim, já que no final de ano as pessoas querem se preparar para o Natal e Ano Novo, sair de férias e qualquer “antecipação de PPR” ou coisas do gênero faz muito efeito. A primeira proposta da Embratel, na reunião realizada no dia 18 de outubro, foi reajustar salários e benefícios apenas pelo INPC acumulado em 12 meses, que já está definido em 5,99%. O reajuste salarial ainda seria limitado aos salários até R$
6.000,00. Quem ganha acima deste valor teria um aumento fixo de R$ 333,60 (estimado). Nenhum outro ganho ou concessão. Obviamente a proposta foi rejeitada pela Comissão de Negociação. É bom lembrar que a despesa de pessoal representa apenas pouco mais de 8% da receita da empresa. Para 2012, a estimativa é de que cada empregado vá gerar mais de R$ 1,5 milhão de reais de receita/ano e mais de R$ 400 mil de Ebitda/ano para a Embratel. Já a estimativa de despesa anual média por empregado é de R$ 125 mil! Ou seja, o trabalhador ganha muito pouco para tanta produção. Para mobilizar os trabalhadores, na
semana passada o Sindicato esteve nos prédios da Embratel, informando e distribuindo um boletim especial sobre a Campanha Salarial. Queremos, e merecemos, mais que o INPC integral. Queremos ganho real nos salários e benefícios. ASSEMBLEIA DA BRASIL CENTER
Como não foi possível fechar os resultados da pesquisa feita com a categoria para a elaboração da Pauta de Reivindicações da Campanha Salarial 2012/2013, o Sindicato adiou a assembleia da Brasil Center para a próxima semana, dia 22. Será às 12h no prédio sede, e às 13h em Mackenzie.