Jornal do Sinttel-Rio nº 1371

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4 DE JULHO

PARABÉNS OPERADOR!

Atento suspende fracionamento

Pressionada pelos sindicatos e pelos trabalhadores em todo país, a Atento não teve saída e decidiu suspender o famigerado fracionamento das férias, vales refeição/alimentação (VR/VA) e vale transporte até 1º de agosto. É a primeira vitória nessa luta que ainda não terminou. Os sindicatos estão dispostos a manter e intensificar essa batalha caso a empresa não enterre de vez essa ideia de fracionar os benefícios e as férias. A reunião do dia 26 foi a segunda realizada entre a Atento e o Departamento de Negociações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações (Fenattel). A nossa vitória é parcial. Por isso o Sindicato orienta os trabalhadores a seguir com a mobilização nos locais de trabalho. Uma nova negociação deve acontecer nos próximos dias. Ocasião em que a federação e os sindicatos esperam fechar a proposta para pagamento da PPR/13 e acabar de vez com o fracionamento. OBSTETRÍCIA

Por fim, os sindicatos vão cobrar da Atento a inclusão no plano de saúde de atendimento obstétrico para as empregadas, que constituem mais de 75% do quadro funcional em todo país.

Negligência da Contax causa desmaios

Mais uma negligência da Contax coloca seus trabalhadores em risco. No dia 19/06, por volta das 7h da manhã, o Sinttel-Rio recebeu a denúncia de que um produto químico mal utilizado no 5° e 6º andares da empresa, no site Mauá estava fazendo mal à saúde dos trabalhadores. Alguns chegaram até mesmo a desmaiarem e quatro trabalhadores tiveram que ser encaminhados ao hospital público. Os andares ficaram interditados pelos bombeiros até às 12h. O Sindicato solicitou a empresa maiores esclarecimentos sob o ocorrido e aguarda resposta. O diretor do Sinttel-Rio, Carlos Amaral, esteve e reivindicou aos gerentes responsáveis mais cuidado na utilização destes produtos e a abertura de CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) para os trabalhadores vítimas do ocorrido. Quem não pôde trabalhar o período da manhã por conta do acidente de trabalho durante a interdição do local teve suas faltas abonadas.

FOTOS CAMILA PALMARES

Amanhã, 4 de julho, é o Dia do Operador de Telemarketing. O Sinttel-Rio saúda aos operadores de todas as empresas de call center do Rio de Janeiro, bem como a todos os demais trabalhadores destas mesmas empresas.

O setor de call center é um dos que mais cresce no Brasil e hoje conta com mais de 1 milhão de trabalhadores em todo país. As mulheres representam 75% da mão de obra, já os jovens cerca de 80%, a maioria na faixa etária de 19 e 30 anos com ensino médio completo concluído em escolas públicas. Deste total, 300 mil estão em São Paulo e 100 mil no Rio de Janeiro. Os demais 60% estão distribuídos pelas diversas regiões do país. A maioria deles no nordeste, onde as empresas pagam apenas o salário mínimo e benefícios inferiores aos conquistados pelo Sinttel -Rio, Sintetel-SP e a federação. Boa parte dos trabalhadores de call center está no primeiro emprego e foi atraído para o setor de atendimento devido a carga horária de 6h que os permite continuar investindo nos estudos rumo à universidade. REGULAMENTAÇÃO JÁ!

Apesar dos trabalhadores do Rio e de São Paulo já terem conquistados salários acima do mínimo e melhorias nos benefícios (vale-refeição, creche, plano de saúde etc). Ainda há muito por conquistar. O Sinttel-Rio conseguiu junto aos deputados Gilberto Palmares (estadual) e Jorge Bittar (federal), ambos do PT, elaborar e encaminhar o Projeto de Lei 2673, que regulamenta a atividade de

operador de telemarketing. Desde 2007, o PL tramita a passos de tartaruga na Câmara, não por culpa desses parlamentares, mas por absoluta responsabilidade dos empresários que têm interesse em atrasar a votação do projeto e impedir a regulamentação da profissão. UNIFICAÇÃO DE SALÁRIOS

Outra luta do Sinttel-Rio é pela unificação dos salários e benefícios dos operadores em todo país com a negociação de uma Convenção Coletiva Unificada. Só assim, os operadores teriam um único piso nacional, vale refeição e vale alimentação, plano de saúde, auxílio creche, entre outras coisas para toda categoria. Além de beneficiar os trabalhadores do setor em todo o país essa convenção dará um fim à chantagem das empresas nas negociações. Elas negam reajustes melhores com a ameaça de transferir os seus call centers para outras regiões. Por incrível que pareça, estas duas são, justamente, as maiores do setor: a Atento (do grupo americano Bain Capital) e a

Contax (multinacional ligada a Oi/BrT). E A PAUSA BANHEIRO

Ciente de todos os problemas do setor marcado por constante desrespeito ao Anexo II da NR 17, no que tange a adequação dos ambientes de call centers, do mobiliário, garantia das pausas, etc, chamamos a categoria para manter-se mobilizada por novas conquistas e, principalmente, para forçar as empresas a cumprirem o Anexo II. A pausa banheiro, por exemplo, é garantida aos trabalhadores pelo Anexo II que determina não haver limite para tal, mas as empresas insistem não só em limitar as idas como em delimitar

o tempo de cada um no banheiro. Um abuso que precisa ter fim. UM DIA PARA COMEMORAR

Apesar de todos os problemas, o Sindicato saúda a todos e garante que haverá comemoração em grande estilo como sempre fizemos no Dia do Operador. A data ainda não está definida, mas os trabalhadores devem ficar atentos ao nosso Jornal e ao Portal do Sinttel (www.sinttelrio.org.br). Uma grande festa, a exemplo dos outros anos celebrará os operadores e todos os demais trabalhadores dos call center do Rio.

Cobre o PL 2673/07 O PL 2673 do deputado estadual Jorge Bittar (PT-RJ), que regulamenta a atividade de operador de telemarketing está parado na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) desde maio de 2012. O momento do país é de grande mobilização política. Agora é a hora de cobrarmos do relator do projeto, João Bittar (DEM-MG), uma resposta imediata. João Bittar, embora tenha o mesmo sobrenome do autor do PL, têm atuação política e partidos bem distintos. Mande um email ou telefone para os contatos do relator: joaobittar@joaobittar.com.br/ (34) 3253-9900.

Oi: Sinttel não aceita corte e cobra reunião urgente Uma nota no Blog de Françoise Terzian na revista Forbes Brasil que deu como certo um corte de 20% da mão de obra deixou a diretoria do Sindicato indignada e gerou um clima de tensão entre os trabalhadores nos diversos setores. A direção do Sindicato já enviou correspondência ao presidente da Oi, Zeinal Bava, questionando esta informação e exigiu uma reunião, em caráter de urgência, para discutir o assunto. Na mesma nota, o Sindicato enfatiza que não vai aceitar redução de postos de trabalho, muito menos demissão em massa conforme noticiou o blog. De acordo com o jornal, a informação é de uma fonte segura, partiu de um

diretor da empresa. Para o Sindicato, a Oi como as demais operadoras de telecomunicações do país, estão carentes de mão de obra especializada, não de mais cortes. Não há mais o que enxugar e nós não vamos aceitar que as cabeças dos trabalhadores rolem para encobrir a incompetência até hoje reinante na gestão e administração da Oi. Esta é a posição da diretoria da entidade que irá até a presidente Dilma, se for preciso, para impedir as demissões. O motivo deste anúncio também pode ser o de intimidar a categoria que inicia a campanha salarial cobrando reajuste pelo INPC, mais ganho real de 5% e PPR verdadeira com base nos lucros

da empresa. Se for isso, a Oi pode esquecer. Queremos salários e benefícios melhores e não vamos abrir mão disso. Em 2014, o Brasil vai sediar a Copa do Mundo, um evento internacional que precisa de serviços de telecomunicações de primeiríssima qualidade. Hoje estes serviços ainda são precários. Um exemplo disso é a banda larga 3G da Oi e de outras operadoras. Já o famoso 4G é sofrível e caro. O Sinttel cobra que essa reunião aconteça ainda esta semana, pois é preciso tranquilizar a categoria. Veja a nota publicado na Forbes: Por Françoise Terzian 26/jun 18:08 Zeinal Bava, o todo-poderoso da Portugal Telecom, chegou à presidência da

Oi disposto a fazer grandes mudanças na operadora. Segundo um diretor da companhia, fonte interna de FORBES Brasil, a Oi deverá cortar de 10% a 20% de sua força de trabalho nas próximas semanas. “A bandeja está passando. Cada gestor coloca as cabeças que quiser”, contou, referindo-se a uma ordem enviada aos comandantes de áreas para entrega, até ontem, de uma lista com nomes a serem cortados.” O diretor acredita que a decisão está diretamente ligada à pressão dos acionistas e da mídia por mudanças na operadora. “O corte deve trazer resultado imediato, com ajuste nas áreas que precisam, mas prejuízo nas unidades que já estão no limite”, afirma.


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