Claro e Embratel quinteirizam mão de obra
Assembleias na MD e na Vento Consulting Dia 20/02 O Sinttel realizará uma assembleia na quinta-feira, dia 20, às 14h, na sede da Vento Consulting, em Nova Iguaçu para passar informações sobre os reajustes e benefícios previstos na Convenção de data base 1º de janeiro. Além de esclarecer algumas denúncias que foram feitas pelos trabalhadores a respeito de uma cobrança indevida por parte da empresa de R$ 70,00 do Vale Refeição a título de coparticipação. Dia 21/02 O Sindicato fará uma assembleia com os trabalhadores da MD (prestadora de serviço de teleatendimento da Claro), às 14h, na sede da empresa em Ramos. O objetivo é discutir a atual jornada de trabalho, reajuste salarial e benefícios. O parâmetro que será utilizado pelo Sinttel-Rio será o aplicado na Convenção data base 1º de janeiro. Queremos para estes trabalhadores: - Jornada de 7h12 min (uma vez que eles trabalham ilegalmente 8 horas quando deveriam ser 6 horas, ou no máximo 7h12 min, sem trabalhar aos sábados). -Reajuste salarial (será aplicado o índice de reajuste da CCt em cima do salário atual de R$ 845,30) - Aplicação de todos os benefícios previstos na Convenção Coletiva. Para mais informações entrar em contato com a diretora Virgínia Berriel através do email: virginiaberriel@sinttelrio.org. br ou pelo telefone 2204-9300.
Depois de apurar denúncias sobre a quinteirização de mão de obra para a venda do “Claro Fixo”, um serviço da Embratel (Embratel e Claro são hoje uma mesma empresa), o deputado estadual Gilberto Palmares (PT-Rio) entrou em contato com o Sinttel e juntos armaram um flagrante. O endereço onde funcionava o “call center”é Rua Luís de Camões, 44-S/L, Centro. O espaço, uma área de três metros por quatro abriga cinco trabalhadores que se revezam em dois turnos. Destes, dois fazem vendas e três fazem atendimento ao cliente no pós venda (retaguarda). Ao ir ao local apurar in loco a denúncia, as dirigentes do Sinttel Virgínia Berriel e Beth Alves e o deputado ficaram chocados com o que viram. No ambiente que mal dá para se mexer, os trabalhadores, (quatro deles menores de idade), não têm as mínimas condições de trabalho a começar por mesas e cadeiras inadequadas, falta de fones de ouvidos, ambiente sem ventilação com um ar condicionado quebrado e um ventilador precário. O minúsculo banheiro da sala está interditado. Os trabalhadores são obrigados a ir até o bar da esquina para fazer suas necessidades. A sala também não conta com serviço de limpeza, ou qualquer tipo de manutenção. O lixo toma conta do ambiente. Diante disso foram chamados ao local o
Ministério Público do Trabalho (MPT) que enviou os procuradores João Carlos Teixeira e Guadalupe Couto e a Superintendência Regional do Trabalho (SRI) que enviou às auditoras Fátima Shammass e Isabella Guerreiro. Um dos trabalhadores menores disse que foi seduzido para este trabalho com um anúncio colado no poste. Diante da falta de espaço e da precária ventilação, até a procuradora Gaudalupe passou mal. Os diversos órgãos de imprensa também foram chamados e cobriram a inspeção. SEM REGISTRO
Pelo que se pôde comprovar a maioria dos trabalhadores não tem contrato de trabalho ou registro em carteira, portanto, não estão recolhendo os direitos trabalhistas como FGTS, PIS e INSS. E se isso não bastasse, todos estão com salários atrasados e os que foram contratados em janeiro/14, até agora também não viram a cor de seus salários. O responsável por essa quinterização é Marcelo Bernardo Cubas dos Santos, 25
anos. Ele assumiu a responsabilidade por todos os erros e disse que tem contrato com a Point of Sale (Ponto de Venda) que por sua vez, terceirizou os serviços da Claro/ Embratel. Marcelo admite, inclusive, que fez o contrato com a empresa usando o CGC da microempresa de sua sogra. SRT/MPT DECIDIU FECHAR
Diante de tantas irregularidades e tantos abusos, a SRT/MPT não tiveram outra saída senão determinar o pagamento imediato dos salários em atraso, a regularização funcional de todos os empregados e mandar lacrar a sala. O responsável pela quinteirização, Marcelo Bernardo se comprometeu a pagar tudo ainda hoje, dia 19. E se ele não pagar? Se isso acontecer o MPT vai responsabilizar a Point of Sale e exigir que esta quite os salários em atraso, encargos trabalhistas e outras dívidas. PUNIÇÃO ÀS OPERADORAS
As dirigentes do Sinttel Virgínia e Beth cobraram do Ministério Público e da Superintendência Regional do Trabalho que as duas operadoras (Embratel e Claro), grandes multinacionais pertencentes ao maior conglomerado mundial do setor Telecomunicações - o grupo mexicano American Móvil - sejam punidas e responsabilizadas por esse regime de trabalho degradante. “O Sindicato está cansado de denunciar a falta de critérios e fiscalização da Claro e da Embratel sobre suas prestadoras de serviços. Na crescente escalada da terceirização, inclusive, de atividades fins, elas precarizam cada vez mais a mão de obra com a quarteirização e até mesmo quinterização como a que acabamos de ver”, disse Berriel. É por isso que o Sindicato está na luta contra a terceirização e contra a aprovação do PL 4330 que, na contra mão do que defendemos, estende a terceirização a todos os setores e atividades econômicas.