Jornal do Sinttel-Rio nº 1404

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Mulheres em luta pela igualdade Sinttel-Rio faz homenagem a Mulher este ano com o tema “Mulheres em Luta pela Igualdade, Autonomia e Liberdade”. A comemoração acontece na sexta-feira, dia 14, às 18h, na sede do Sindicato e vai premiar grandes mulheres que tiveram destaque na militância pela igualdade de gênero no mundo do trabalho com a entrega do Troféu Rio Mulher 2014.

Líder não cumpre acordo Para impedir que os trabalhadores aprovassem um indicativo de paralisação a Lider, empresa prestadora de serviços de TV por assinatura para Embratel, Net e Vivo, fez uma proposta que previa a solução de todos os problemas e cumprimento da Convenção Coletiva da Categoria em vigor desde 1º de julho, data base dos trabalhadores. A proposta foi submetida à categoria numa assembleia dia 7, em frente ao prédio da Líder e aprovada por unanimidade. Lamentavelmente, três dias depois, na segunda-feira, dia 10, várias trabalhadores voltaram ao Sindicato para denunciar o não pagamento da segunda parcela do vale refeição, o não pagamento do vale transporte, a suspensão da assistência médica, erros nos salários, entre outros problemas. O Sindicato voltou a questionar a empresa e exigir a correção desses erros. A Líder se comprometeu a resolver e dar um retorno ao Sindicato na terça-feira, dia 11, mas até o fechamento desta edição ela não havia retornado. Diante disso, o Sindicato já está com notificações prontas para denunciar a Líder a suas tomadoras de serviços: Embratel, Net e Vivo. E se nada for feito até o final da semana, o Sindicato vai denunciar a Líder e suas tomadoras ao Ministério Público do Trabalho e à Superintendência Regional do Trabalho e irá mobilizar os trabalhadores para retomar a luta. O Sindicato espera que a Líder cumpra com sua palavra e respeite a proposta aprovada pelos trabalhadores.

Nos últimos anos no Brasil, a luta pela igualdade de gênero no mundo do trabalho e demais setores avançou. As mulheres já detêm, por exemplo, uma média de estudo maior que a dos homens e representam mais da metade dos bolsistas do Prouni e do Fies. Mas, ainda têm menos chances de emprego, recebem menos do que homens trabalhando nas mesmas funções e ocupam os piores postos. É por isso que todos os anos quando das comemorações do Dia Internacional da Mulher, 8 de maço, o Sinttel-Rio reconhece a importância da luta das mulheres por igualdade de direitos na sociedade e presta homenagem a mulheres da categoria e as dirigentes sindicais que batalha de todos os dias ao lado dos dirigentes da entidade ou na categoria, por condições dignas de trabalho, pelo fim do assédio moral e sexual. Este ano a festa “Mulheres em Luta pela Igualdade, Autonomia e Liberdade” reunirá cerca de 500 trabalhadoras e trabalhadores sindicalizados na sexta-feira, no Sindicato. TROFÉU RIO MULHER 2014

A 2ª edição do Troféu irá premiar as

EDITORIAL

mulheres cuja trajetória tem transformado a vida de outras mulheres e conquistado mais igualdade de gênero no mundo do trabalho. A entrega do troféu vai acontecer durante a festa e este ano tem como homenageadas: Guadalupe Louro Turos Couto (Procuradora do Ministério Público do Trabalho- MPT), Bete Mendes (atriz), Edna Maria do Sacramento (Diretora de Saúde do Sinttel-Rio) e Isabel Cristina de Moraes Gomes (Enfermeira do Trabalho/Vigilante Sanitária-Nusat). BRASIL É O 46º EM IGUALDADE

O Brasil ocupa a 46ª posição em um ranking de 128 países que mede o nível de igualdade entre homens e mulheres. O estudo da consultoria Booz & Company ordenou a lista com base na capacidade do país em permitir que as mulheres sejam agentes ativos da economia.

Os nossos melhores rankings foram os “avanços” e “políticas de acesso ao mercado de trabalho” - em ambos os casos o país fica na 29ª posição. De acordo com o estudo, isso aconteceu porque as mulheres se beneficiaram do crescimento econômico que alavancou boa parte da população à classe média. No entanto, o país ainda sofre com a falta de igualdade de salários, ficando na 65ª posição.

Garis dão exemplo

A greve vitoriosa dos garis do Rio de Janeiro prova o que estamos cansados de saber e de repetir. Aliás, o que já nos ensinaram Karl Max e Friedrich Engels no Manifesto Comunista, quando conclamaram “trabalhadores de todo o mundo uni-vos”. A união e a mobilização da categoria foi o ingrediente primordial da vitória dos garis sobre o autoritarismo do prefeito Eduardo Paes e a subserviência do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Rio de Janeiro à Comlurb e à Prefeitura. O estopim para a greve foi justamente a decisão do Sindicato de aceitar a proposta da Comlurb à revelia da categoria firmando um acordo absurdo que na sua cláusula 65 previa demissões.

Que Sindicato sério e combativo assinaria um acordo aceitando demissões? Só isso já seria suficiente para o Sindicato rejeitar o acordo. Os garis lutavam por reajuste digno de salários e benefícios e foram até as últimas consequências para conquistar isso. O momento não podia ser mais oportuno para pressionar o prefeito a ouví-los e a negociar. Estavam em pleno Carnaval, com a cidade cheia de turistas de várias regiões do país e do mundo. A tática utilizada por Eduardo Paes foi a de desqualificar o movimento e difamar as suas lideranças taxando-as de delinquentes, e acusando-as de partidarizarem o movimento e de fazerem motim. As acusações de Paes eram ratificadas pelo Sindicato, que ao invés

de defender os trabalhadores estava mais preocupado em evitar o surgimento de uma oposição à atual direção da entidade. Para tentar garantir a limpeza na Zona Sul, menina dos olhos dos governos estadual e municipal, Paes chegou ao cúmulo de usar escolta policial para obrigar os garis a furar a greve. Não satisfeito, tentou sem sucesso vender para a opinião pública uma imagem distorcida dos líderes do movimento: a de que não passavam de radicais, insatisfeitos com o acordo. As mentiras do prefeito não se sustentavam e sua retaliação com o anúncio da demissão de 300 garis causou mais revolta na categoria e na sociedade que já apoiava o movimento. A resistência e unidade dos

garis além de garantir a vitória da greve com a conquista do reajuste de 37%, percentual que elevou o atual salário de R$ 802,57 para R$ 1.100, ainda garantiu o tíquete alimentação de R$ 20 e revisão das demissões anunciadas. A lição dos garis para nós trabalhadores é uma só: unidos e mobilizados podemos muito. Foi a unidade da categoria que forçou o prefeito a engolir a sua arrogância, arbítrio e autoritarismos e ceder, inclusive, antecipando a negociação que pôs fim à greve. O prefeito e os patrões precisam saber que o diálogo é sempre a melhor saída para qualquer conflito, ou impasse. Unidos nós podemos. Sigamos o exemplo dos garis. A Diretoria


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