Jornal do Sinttel-Rio nº 1.412

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TELEATENDENTES

Vitória depois de sete anos de luta

Técnicos de dados entram em greve Reunidos mais uma vez em assembleia ontem, dia 13, na sede do Sindicato, os técnicos de dados da Telemont, que prestam serviços para Oi decidiram entrar em greve por tempo indeterminado ou até que a empresa atenda a sua pauta de reivindicações. Consta dessa pauta entre outras os seguintes itens: Piso salarial de R$ 2.465,00 (28% de aumento) Vale refeição de R$ 20,00 Um plano de saúde que atenda melhor as necessidades da categoria Pagamento e PLR valor de no mínimo um piso vigente Aluguel do carro agregado no valor de R$ 1.100,00 Numa reunião também na tarde ontem, no Sinttel, a empresa fez uma contraproposta que garantia um reajuste de salarial pelo INPC mais um índice a título de ganho real a ser definido numa nova reunião dia 26; e ainda que as horas extras trabalhadas em finais de semana e feriados não mais seriam compensadas com folga, mas seriam pagas; que seria criada uma comissão de trabalhadores para discutir e definir sobre a promoção de 30 técnicos C1 para B1; que essas mesma comissão passaria a se reunir mensalmente com a empresa para e discutir e resolver outros problemas. Também foi apresentada proposta de carro agregado entre outras. Depois de muita discussão os trabalhadores decidiram entrar em greve e lutar pelo atendimento da pauta. A assembleia se estendeu até às 21h.

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Agora, o PL segue para a Comissão de Constituição e Justiça. Depois disso irá direto para o Senado, onde Bittar e Gilberto já anteciparam que continuarão acompanhando sua apreciação, mantendo a luta para que o projeto seja aprovado.

Nesses sete anos foram muitas idas e vindas. Reuniões no Rio de Janeiro, em Brasília, mobilização dos trabalhadores em nível nacional. Abaixo assinado com milhares de assinaturas entregues ao presidente da Câmara cobrando a aprovação do PL 2673, mais reuniões

arquivo sinttel-rio

TELEMONT

A aprovação do Projeto de Lei 2673/2007, pela Comissão de Desenvolvimento Econômico na Câmara dos Deputados, em Brasília, é mais uma etapa vencida nas batalhas travadas pelos sindicatos de trabalhadores em telecomunicações. Em particular, do Sinttel Rio, da Fenattel e de dois parlamentares que têm se desdobrado para que a atividade de teleatendimento seja regulamentada: Jorge Bittar e Gilberto Palmares, respectivamente deputado federal e estadual do Rio de Janeiro, ambos do PT. Eles ouviram a categoria e junto com o Sinttel formularam a proposta de projeto que agora é vitoriosa.

Entrega do abaixo assinado ao pres. da Câmara, Henrique Alves, dia 02/04/14

arquivo sinttel-rio

Audiência pública na sede do Sinttel-Rio em julho de 2010

nas comissões temáticas do Congresso e participações em audiências e consultas. Um trabalho árduo e frutífero porque conseguimos convencer todas as comissões até agora pelas quais tramitou o projeto de que ele é importante para os trabalhadores em telecomunicações e também para a sociedade. Para os trabalhadores, porque coloca regras claras em relação à jornada e condições de trabalho. Para a sociedade, porque agora com regras claras será possível obter maior qualidade do serviço prestado. O setor de teleatendimento é um dos que mais cresce no país. Estima-se que hoje tenha mais de um milhão de trabalhadores, a maior parte concentrada no Rio e em São Paulo. O serviço de telatendimento, por si só é profundamente

estressante e leva muitos empregados, a maioria jovens na faixa etária de 18 a 29 anos, a contraírem doenças ocupacionais como síndromes do pânico, de Burnout, problemas auditivos, de voz e LER. As empresas, por sua vez, pioram a situação não respeitando o Anexo II da NR 17 e submetem os trabalhadores a condições desumanas, com jornadas abusivas de mais de 6 horas. Não bastasse isso, a maioria delas controla até o tempo de ida dos trabalhadores ao banheiro e não respeita as pausas legais. Para pôr fim a estas práticas é urgente a aprovação no Senado, dessa lei que tem o apoio intenso dos sindicatos e da federação dos trabalhadores em telecomunicações. Parabéns a todos que lutam e lutaram.

O que diz o PL 2673/2007 De acordo com o projeto, a jornada normal de trabalho não poderá ser superior a 6 horas e a carga horária semanal não poderá ultrapassar 36 horas. No caso de trabalho em tempo parcial, o limite da jornada será de 4 horas e a carga semanal será de no máximo

24 horas. O texto aprovado também exige que, a cada 50 minutos, o trabalhador de telemarketing e teleatendimento tenha um intervalo de 10 minutos para descanso. Esses intervalos deverão ocorrer fora do posto de trabalho. O PL também proíbe a

prorrogação da jornada, exceto em casos de força maior, necessidade imperiosa ou conclusão de serviços inadiáveis. Outra determinação é que o trabalho seja organizado de forma a evitar atividades aos sábados, domingos e feriados. Se não for possível haverá

compensação por meio de um repouso semanal remunerado, coincidente com um sábado e domingo a cada mês. Ainda de acordo com o PL, mesmo o trabalhador em tempo parcial, não poderá receber menos do que o salário mínimo.


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