Jornal do Sinttel-Rio nº 1.420

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SEM ELEVADOR

Trabalhadores são obrigados a subir até 20 andares

A Copa será um fiasco, alardeava a mídia...

...mas o que se viu foi um sucesso. A impressão dos estrangeiros sobre o país e o povo é a melhor possível e o turismo vai comemorar os resultados por mais uns quatro anos devido à propaganda boca a boca que será feita pelos 600 mil turista no retono a seus país. Uma pesquisa feita pelo UOL Esporte com 117 jornalistas e profissionais de imprensa de vários países do mundo constatou que o Mundial deste ano é o melhor já visto pela maioria deles. A pesquisa concluiu que 38,5% dos entrevistados consideram o Mundial brasileiro o melhor já visto, a Copa do Brasil fica na frente dos Mundiais da Alemanha, da África e dos EUA A Copa da Alemanha, em 2006 aparece na segunda posição da pesquisa, com 19,7% das respostas. A da África do Sul, em 2010, fica em terceiro lugar, com 5,1%. Já o palco do tetra campeonato brasileiro em 1994, nos EUA, foi o quarto melhor mundial na opinião dos profissionais. Aparecem na sequência: Itália-1990 (3,4%), França-1998 (3,4%), Japão e Coreia-2002 (3,4%), México-1986 (1,7%) e México-1970 (1,7%). Entre os entrevistados, 1,7% não respondeu a pesquisa. Desmascarada pelos jornalistas e veículos de comunicação do mundo inteiro, os jornalistas e a mídia brasileira esquecem o que disseram (fracasso da Copa devido a apagões aéreos e elétricos, falta de segurança e estádios funcionando à base de gambiarras) e atribuem o sucesso do evento exclusivamente à simpatia, cordialidade e receptividade do brasileiro. Somos um povo único e reconhecemos essas qualidades, mas o sucesso do evento se deve também a outros atores, o governo federal, por exemplo.

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O Sinttel visitou, ontem, dia 15 de julho, as empresas Hoepers, Lorena, Costa & Trumbach e Cobrart para averiguar as denúncias feitas pelos seus teleatendentes, a partir de inúmeras ligações feitas para o Sindicato, desde do dia 11. As empresas são de Call Center e funcionam no mesmo prédio, localizado na Av. Rio Branco, 147, onde os três elevadores estão quebrados desde sextafeira passada. As diretoras do Sinttel Virginia Berriel e Elisabeth Alves foram ao local para ouvir os trabalhadores, averiguar as denúncias e cobrar providências contra este absurdo. Também conversaram com o porteiro e o responsável pelo condomínio, que afirmaram que os elevadores estão em manutenção e sem previsão de funcionamento. As maiores denúncias vêm da Hoepers, empresa que fica no 14º andar e tem cerca de 200 operadores e teleatendimento que fazem cobrança e recuperação de crédito para a Vivo, Claro, Embratel, Oi, entre outras. Os empregados estão sendo obrigados a subir 14 andares de escada para trabalhar, sob as diversas

fotos aline júnior

Diretoras do Sinttel-Rio em visita às empresas

ameaças, inclusive, de desconto dos dias parados e de demissão. Já aqueles que se recusam a subir, são obrigados a assinar a folha de ponto e cumprir a jornada de 6 horas, na porta do prédio, como o Sinttel constatou com diversos empregados. Esta empresa está vinculada ao Sindicato do Comércio, mas o Sinttel levou a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e uma carta informando que é o representante legal destes trabalhadores. Na empresa Lorena, Costa & Trumbach, com cerca de 120 empregados, que fazem cobrança para a Líder e C&A, o Sinttel verificou que cerca de 40% dos operadores estavam trabalhando,

porque estão sendo obrigados a subir 17 andares. A empresa afirmou que está cumprindo a CCT do SInttel/Sinterj, com data base em 1º de janeiro, mas como tem piso superior a R$ 800,00, achou que não precisava aplicar o índice de reajuste previsto na CCT. O Sindicato apresentou carta exigindo o seu cumprimento e solicitando reunião, nesta sexta, dia 18. A terceira empresa visitada foi a Cobrart, situada no 20º andar, onde também foram encontrados cerca de 40% dos 60 empregados, embora o gestor de recursos humanos da empresa tenha alegado que não está obrigando-os a trabalhar. Mas, conforme apurou o Sindicato, para convencer os trabalhadores a comparecerem nestas condições de risco, a empresa ofereceu R$11,00 pelo dia trabalhado, R$15 de vale alimentação, além do pagamento de hora extra, se eles atuarem por mais duas horas além da jornada de trabalho. O Sinttel repudia veemente esta situação e afirma que os trabalhadores não podem ser obrigados a trabalhar nesta situação de risco para saúde, podendo, inclusive, sofrer sérias consequências. Estes trabalhadores são forçados à exaustão física. Por fim, o Sindicato encaminhará denúncia ao Ministério Público e exigirá que estes trabalhadores não sejam descontados e que tomem as devidas providências junto às empresas citadas.


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