Jornal do Sinttel-Rio nº 1.432

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OPERADORES DE RÁDIO GMDSS

Sem avanços, greve dia 13 Um Congresso muito pior As eleições de 5 de outubro, além de levarem a disputa presidencial para o 2º turno, entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, num confronto entre dois projetos políticos claramente opostos, trouxe um grande prejuízo para os trabalhadores do Rio de Janeiro: a não reeleição de dois parlamentares sérios, combativos e identificados com a luta de classe, em particular, com a luta dos trabalhadores em telecomunicações, os companheiros Gilberto Palmares e Jorge Bittar. O mais lamentável é que esses companheiros foram vítimas da campanha sórdida da mídia em vincular os candidatos do PT à corrupção. A classe trabalhadora perde dois de seus defensores na Assembleia Legislativa do Rio de janeiro e na Câmara, quando essas duas casas reelegem, com ampla maioria de votos legítimos, representantes da classe patronal e da extrema direita. Na ALERJ, sai Gilberto Palmares e entram Zito, Jorge Picciani, e continuam Wagner Montes, Flávio Bolsonaro e Bebeto. Na Câmara, sai Bittar e entra Júlio Lopes, ex-secretário de transportes, representante legítimo dos empresários de transportes públicos do Rio, e Clarissa Garotinho. E permanecem Jair Bolsonaro (defensor da volta da ditadura, da pena de morte e outras atrocidades), Eduardo Cunha, presidente da Telerj durante o governo Collor e afastado do cargo por pressão do Sinttel, porque reduziu benefícios e demitiu em massa, limpando a empresa para a privatização. Gilberto Palmares, na época era presidente do Sindicato e liderou diversos protestos, reunindo milhares de trabalhadores na frente do prédio sede da empresa (Av. Pres.Vargas, 2560). O saldo dessas eleições é profundamente negativo para a sociedade e para a classe trabalhadora. Além da redução do número de parlamentares progressistas e do PT, houve um aumento das bancadas representadas pela extrema direita e da classe patronal. Diante disso, é imprescindível que neste segundo turno das eleições, a classe trabalhadora vote no projeto que garante elevação salarial, geração de emprego, melhoria da qualidade de vida e inclusão social. O projeto que libertou o Brasil da ingerência do FMI e consolidou a nossa condição de país livre e soberano, crítico das ações dos EUA. Um projeto de governo iniciado por Lula e continuado por Dilma Rousseff. Aécio Neves, além de representar o projeto oposto, de encolhimento do estado, de redução de postos de trabalho, achatamento salarial, privatizações, desemprego em massa e terceirizações, é o candidato do capital. Ele representa os banqueiros, a indústria, o agronegócio e a submissão aos EUA. A DIRETORIA

Na paralisação realizada dia 30 de setembro, os Operadores de Rádio GMDSS deliberaram pela greve geral e por tempo indeterminado, a partir da zero hora do dia 13 de outubro, caso as empresas não apresentem nenhuma proposta às reivindicações da categoria, até o dia 10. No dia 13, os trabalhadores vão atender as embarcações rancho, água, óleo, atendimento ao alarme e simulado e emergência declarada e apenas aeronaves PDAD, com isso será garantido 30% do atendimento da demanda dos serviços prioritários. A luta destes trabalhadores é pelo Piso de R$ 2.178,45, além de PPR/PLR; e jornada de trabalho 14 x 21. O Sinttel-Rio realizou cinco rodadas de negociação com as empresas, a última delas aconteceu no dia 29 de setembro, quando a proposta apresentada por elas foi para reajuste de salários e benefícios apenas pelo INPC acumulado 6,05%. O Sinttel fez uma contraproposta para que o aumento do piso

Protesto durante paralisação dia 30 de setembro

fosse gradativo até chegar ao valor reivindicado em maio/2015 (R$ 2.178,45) e, por último, propôs o INPC 6,05% agora e a aplicação do piso em maio, porém, as empresas não aceitaram, o que gerou revolta na categoria e a paralisação de advertência no último dia 30, com adesão de 80%. Os operadores estão dispostos a continuar a luta pelo piso salarial, e o Sindicato exige que a Petrobras, toma-

dora de serviços, cobre de suas prestadoras e repactue o que é direito dos trabalhadores. Para o exercício desta função, os trabalhadores são muito qualificados, eles operam com licenças e autorizações para trabalhar pela Anatel, Marinha e Aeronáutica, além de toda a responsabilidade que assumem na recepção e aproximação de aeronaves e embarcações. Portanto, a luta pelo Piso de R$ 2.178,45 é mais que justa!

CAMPANHA DAS OPERADORAS

TIM oferece zero de ganho real A data base dos trabalhadores da TIM é 1º de setembro, já estamos em outubro e o impasse continua. Na última rodada de negociações realizada em São Paulo, a terceira desde o início da campanha, a empresa teve a cara de pau de oferecer reajuste escalonado, de acordo com a faixa salarial e ZERO de ganho real, além de outros absurdos. A proposta da empresa foi rejeitada pela Comissão Nacional de Negociação, composta por representantes da Fenattel, do Sinttel-Rio e demais Sindicatos da categoria. Para a Comissão e para o Sinttel-Rio, em particular, a proposta está longe do que reivindicamos. Os sindicatos e federação não aceitam o escalonamento de reajuste por faixa e exige um percentual a título de ganho real. Dados do Diesse revelam que 93% das categorias com data base no 1º semestre fecharam acordo com ganho real. Na nossa categoria, o segundo semestre é marcado pela campanha nacional

das operadoras de telecomunicações (Vivo, TIM, Embratel, Claro, Oi, GVT, Nextel, BT Telecom) um setor em que movimenta 4,9% do PIB brasileiro (Produto Interno Bruto). A maioria dessas empresas é de capital internacional e em diversos países do mundo está enchendo os bolsos de dinheiro,à custa do pagamento de salários medíocres para o setor. Essa campanha mobiliza mais de 100 mil trabalhadores em todo país, com datas base que vão de 1º de setembro a 1º de novembro. A luta do Sinttel e da federação é unificar todas essas datas base em 1º de setembro. Confira a proposta da TIM rejeitada pela Comissão: . Reajuste Salarial 7% para os pisos e para quem ganha salário igual ou menor do que R$ 1.000,00 6,40% para os salários entre R$1001,00 e R$2.000,00

6,35% (INPC do período) para salários acima de R$ 2.000,00, exceto especialistas Master, Sênior Managers, Executivo Manager e Diretores . Vale Refeição

6,35% para quem recebe o valor facial de R$ 14,00 a R$ 19,00 (pessoal de call center e lojas) 6,35% para as demais áreas que recebem tíquete no valor facial de R$ 23,00

Agenda de negociações Claro - A empresa suspendeu as reuniões agendadas para os dias 8 e 9, porque ainda não tem proposta. As novas reuniões estão marcadas para os dias 22 e 23 de outubro. Embratel – Do mesmo grupo da Claro, recebeu a Pauta de Reivindicações há mais de três meses e até agora não sinalizou com uma data para iniciar as negociações, embora venha sendo cobrada. Nextel - Na última reunião, disse ser impossível negociar ganho real. Uma nova reunião está marcada para

o dia 30, quando o Sindicato vai pressionar a empresa a apresentar uma proposta digna para os trabalhadores. Vivo – Apresentou uma proposta que só repõe as perdas da inflação no último ano e nada de ganho real. As próximas reuniões acontecerão nos dias 15 e 16. GVT – Uma nova reunião foi realizada ontem, dia 7, e até o fechamento desta edição ainda não havia terminado. BT Telecom – Nova reunião marcada para o dia 9.

CAMPANHA DE CALL CENTER

Primeira rodada de negociações dia 9 Em assembleias realizadas pelo Sinttel em vários locais de trabalho, os trabalhadores aprovaram a Pauta de Reivindicações que será encaminhada às empresas. A primeira rodada de negociações com a Comissão Nacional e as empresas está marcada para o dia 9 de outubro, quando participará o dirigente do Sinttel Rio, Ricardo Pereira. A data base dos trabalhadores de teleatendimento é 1º de Jan/2015 e entre os principais itens da Pauta estão: Aumento real - INPC mais 5% a título de aumento real para todos os trabalhadores, de forma cumulativa; piso salarial de R$ 1.099,00, a partir de 1º de jan/2015 para jornada de até 180 horas mensais; vale refeição/

alimentação - para todos os trabalhadores, inclusive, no período das férias, licença maternidade, licença adoção e afastamento previdenciário de qualquer natureza, sem ônus para o trabalhador, no valor de R$11,00 (6h) e R$22,00 demais jornadas; redução de jornada para 200 horas, jornada de 180 horas, a cada 50 minutos deve ter 10 minutos de pausa; auxilio creche/babá no valor de 60% do Piso para filhos até 7 anos de idade. A Pauta de Reivindicações na íntegra está disponível no portal: www. sinttelrio.org.br MASTER BRASIL - Durante a assembleia para discussão e aprovação de Pauta, os trabalhadores fizeram

inúmeras denúncias, dando conta de várias irregularidades e abusos. Segundo os operadores, a Master não aceita atestado de horas (permanência no médico); exigiu cumprimento de metas absurdas no produto "Voz total da Oi, prometendo o pagamento de comissão. O pessoal se matou de trabalhar, bateu todas as metas, mas até hoje ninguém recebeu. O plano de saúde (Good Life), empresa de Minas Gerais, não satisfaz a categoria que se vê obrigada a buscar o SUS, e quando apresentam atestado a empresa se recusa a aceitar. A Master Brasil também não paga pelos dias de treinamento e não dá a esses trabalhadores o vale transporte ou

reembolsa o valor da passagem. TIVIT – Durante assembleia, a categoria também aproveitou para denunciar que, a exemplo da Master, a Tivit também não está aceitando atestado de horas no médico, registra os operadores com outra função e até hoje não sentou com o Sindicato para negociar a PPR/2014. INTERNÁUTICA – Está rezando pela mesma cartilha da Master e da Tivit. Não aceita atestado de horas e até agora não sentou para negociar a PPR/2014. O Sindicato vai exigir dessas empresas o fim das irregularidades, e caso a situação persista vai denunciá-las ao Ministério Público do Trabalho.


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