HOMEM DE COR Léopold Senghor*
Claro e Embratel cancelam negociação Mais uma vez, a rodada de negociação da Claro e da Embratel com a Comissão Nacional, que seria realizada dias 17 e 18, em São Paulo, foi cancelada. A princípio, uma nova reunião com as empresas foi remarcada para 24 e 25 de novembro. Na primeira reunião da Claro, a empresa não apresentou nenhuma proposta e, após isso, cancelou por três vezes a negociação. Para a Embratel, esta seria a primeira reunião, porque a empresa, a exemplo da Claro, vem protelando a negociação, apesar da pressão do Sindicato em marcar uma data. A negociação com estas empresas será realizada em conjunto, em função da fusão da Embratel, Claro e NET. Além das cláusulas econômicas e sociais, a Comissão irá cobrar da Claro e da Embratel garantias dos direitos trabalhistas dos empregados, que vivem em total insegurança devido o processo de fusão das empresas. As empresas vêm empurrando a negociação para frente, demonstrando um total desrespeito com os trabalhadores. O Sindicato adianta que se a reunião marcada para os dias 24 e 25 for novamente desmarcada, terá que realizar atos nas portas das empresas para pressioná-las a negociar. O Sindicato convoca todos a se mobilizarem!
Querido irmão branco: Quando nasci, era negro Quando cresci, era negro Quando o sol bate, sou negro Quando estou doente, sou negro. Quando morrer, serei negro. E enquanto isso, você: Quando nasceu, era rosado. Quando cresceu, foi branco. Quando o sol bate, você é vermelho. Quando sente frio, é azul. Quando sente medo, é verde. Quando está doente, é amarelo. Quando morrer você será cinzento. Então, qual de nós dois é um homem de cor? *Léopold Senghor, poeta do Senegal – o seu poema “Homem de cor” foi publicado pelo escritor uruguaio, Eduardo Galeano, no seu último livro “Os filhos dos dias” O poema acima sintetiza o sentimento de uma raça que há séculos vem sendo discriminada e considerada inferior apenas pela cor da pele. O negro não é um homem de cor, é um homem. Brancos, negros ou amarelos, somos essencialmente seres humanos, e é assim que devemos nos ver e nos respeitar. Nesta edição, além de somar com
a CUT, demais Sindicatos e a sociedade nas atividades alusivas ao Dia da Nacional da Consciência Negra, que é comemorado amanhã, dia 20, com feriado nacional, a diretoria do Sinttel-Rio quer, principalmente, manifestar-se absolutamente contrária a toda e qualquer forma de racismo ou preconceito e pela igualdade racial. Para O Sinttel, é inaceitável que em
um país como o nosso, miscigenado e onde a maioria de seus habitantes está longe de ser ariana, em pleno século XXI, pessoas ainda discriminem as outras pela cor da pele. Somos muito mais que isso e seremos muito melhores se nos vermos como iguais, sem nos medir pelas diferenças ou aparências. Por um mundo sem preconceito, onde todos tenhamos os mesmos direitos.
Sinttel-Rio dedica novembro à Consciência Negra Ao longo de todo o mês de novembro os departamentos de imprensa, formação e o Portal do Sinttel estarão abordando a questão da desigualdade racial em seus diversos aspectos. Para conferir a programação da Webtv Sinttel os trabalhadores podem acessar o Portal (www. sinttelrio.org.br) e conferir os vídeos que já estão no ar, um do
coordenador geral da entidade Luís Antônio Souza falando sobre a o tema, o clip “Carta à mãe África” do rapper GOG e um depoimento de Elói Ferreira, ex-ministro da Igualdade Racial do governo Lula, sobre o estatuto da igualdade racial. Para as próximas edições do programa já estão gravados os
depoimentos de Carlos Moura, ex-presidente da Fundação Palmares e de Iris Amâncio, professora de literatura e culturas africanas e afrobrasileira da UFF . No dia 27, na reunião colegiada, o Sindicato recebe a visita do professor Tukufu Zuberi, da universidade da Pensilvânia e do escritor, Abdulai Silla, da Guiné
Bissau, que vão expor sobre a questão racial. ENQUETE - Ainda no Portal do Sinttel, os trabalhadores podem responder a enquete “A desigualdade racial é um problema superado no Brasil?” O dia da Consciência Negra que amanhã celebramos tem esse objetivo, debater a questão e combater as práticas de racismo.