Jornal do Sinttel-Rio nº 1.444

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GREVE 24 HORAS TELEATENDIMENTO

Teleatendentes, ao chegar ao local de trabalho não entre e não se logue.

Que venha 2015!

Esta é o último jornal do ano e é natural que façamos um balanço conjuntural do que foi realizado, conquistado e aprendido na luta de todos nós pela igualdade social e por melhores salários e condições de trabalho. Nesta retrospectiva, o ano de 2014 ficará marcado como um ano difícil, de lutas para a manutenção de conquistas sociais e econômicas, obtidas graças à implementação de programas do governo que priorizam as classes menos favorecidas, até então esquecidas pelas gestões anteriores. Uma luta em que saímos vitoriosos. A disputa acirrada, favorecida pela pesada campanha da imprensa golpista contra o governo que, diga-se de passagem, continua, por pouco não impediu a reeleição da Presidente Dilma. Nesta eleição, infelizmente, não conseguimos reeleger dois importantes parlamentares, grandes defensores da categoria e dos trabalhadores de um modo geral no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa, Jorge Bittar e Gilberto Palmares, respectivamente. Que venha 2015. A expectativa é que este seja um ano de mais conquistas, tanto trabalhistas quanto políticas, a sociedade exige reformas política e fiscal. Quer a banda larga de qualidade para todos e regulação da mídia. Queremos também garantir melhores acordos coletivos, para isso estaremos firmes na luta com a categoria. É fundamental que nos mantenhamos mobilizados, unidos e organizados no nosso Sindicato, pois sozinho nada podemos, mas juntos somos imbatíveis. A todos um Feliz Natal e um 2015 de vitórias e conquistas. São os votos do Sinttel a toda categoria e aos seus funcionários.

CAMILA PALMARES

Em reunião com a comissão de trabalhadores e o Sinttel-Rio no dia 10, as empresas de call center não apresentaram nada de novo. Continuaram oferecendo apenas salário mínimo de piso salarial e o aumento do tíquete não chegou a R$0,50. Para os demais salários e benefícios estão propondo apenas repor a inflação (INPC). É imoral. O Sinttel-Rio submeteu a proposta à Assembléia Geral realizada no dia 11, na Rua Alexandre Mackenzie, Centro da cidade. O resultado foi a rejeição da proposta e a realização de uma GREVE DE 24 HORAS como advertência aos patrões. O clima na categoria é de absoluta indignação com as condições oferecidas pelas empresas. Temendo a organização e disposição dos trabalhadores, após a categoria anunciar a greve de 24h para o dia 17

de dezembro, as empresas fizeram de tudo para intimidar e tirar os trabalhadores da luta. Realizaram todo tipo de artimanha e ameaça, mas nada funcionou, a categoria assumiu a campanha com toda garra e agora vamos à primeira greve geral do teleatendimento no Rio de Janeiro. A Atento bem que tentou desmobilizar a greve apresentando uma proposta com alguns itens sociais, mas mantendo o salário mínimo e o tíquete de fome.

Mobilização é geral na categoria

A categoria respondeu o desaforo à altura: 3.345 votos, 2.790 pela greve e 543 pelo acordo. A nossa data base é 1º de janeiro de 2015. A categoria é constituída basicamente de trabalhadores entre 18 e 30 anos, alguns destes no primeiro emprego, a grande maioria mulheres. Esses trabalhadores estão cansados de receber salário mínimo para trabalhar sob forte pressão, estresse e ainda sofrer vários tipos de assédio moral. Pras eles, agora basta! 2015, O ANO DA VIRADA

Se as empresas não querem entender isso o problemas é delas. Não venham querer nos convencer de que estão enfrentando crise, nós lhes dizemos: ninguém conhece mais de crise do que nós que vivemos com salários miseráveis, somos bem informados e sabemos que esse setor de teleatendimento é um

ve publicado no jornal Fac-símile do Edital de Gre de 10/12/2014 Monitor Mercantil, edição

dos que mais cresce no mundo, ainda não conheceu crise no Brasil e só tende a crescer ainda mais. As empresas de teleatendimento no Brasil estão muito bem, obrigado, e longe do vermelho e da crise. Chega de chororô! Exigimos a nossa pauta. QUEREMOS:

Piso salarial de R$ 1.099,00; Vale refeição / Alimentação de R$11 para jornada de 6h; Vale refeição / Alimentação de R$22 para jornada de 8h; Redução de jornada de 220 para 200 horas; Pausa 10 a cada 50 minutos trabalhados; Fim do prazo de 72 horas corridas para entrega de atestado médico; Redução dos descontos de VA/VR e VT; Fim das metas abusivas.

Orientações aos grevistas aA greve é por tempo determinado, 24 horas aO Sindicato tomou todas as medidas legais para garantir a greve aOs trabalhadores não devem aceitar provocação das chefias ou seguranças das empresas aA greve é pacífica, não deve haver tumulto,

confusão ou quebra-quebra aDiante que qualquer dúvida ligue para o Sinttel (2204-9300), que haverá plantão de diretores e advogados aSó confie nas informações do Sindicato, acompanhe pelo nosso portal www.sinttelrio.org.br

aNão aceite ameaças das chefias via celulares, SMS ou rede social aLeia todos os boletins do Sindicato aAjude a convencer seus colegas, vamos garantir a adesão total à greve aAssine a lista de presença

A DIRETORIA

CASSAÇÃO JÁ! "Mulher O episódio envolvendo o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) no plenário da Câmara, dia 9, chocou o país. Ao comentar o relatório da Comissão Nacional da Verdade o deputado passou da conta ao contestar os dados irrefutáveis do relatório final, que apura os crimes da ditadura militar no Brasil. Ao negar a ocorrência de estupros praticados por militares contra as presas políticas, Bolsonaro agrediu verbal e fisicamente a deputada Maria do Rosário Nunes (PR-RS) no plenário da Câmera, diante de todos, numa total falta de decoro e de respeito à deputada, à Casa e ao povo brasileiro. Sem papas na língua, ele admite ser estuprador ao dizer em alto e bom tom diante de câmeras que “não a estupraria porque ela não merece ser estuprada". Na opinião dele e, numa clara apologia ao crime, "Maria do Rosário não merece ser estuprada", mas as demais mulheres sim. Fora Bolsonaro! Cassação já! É o que pede o povo brasileiro. Maria do Rosário, política conhecida e respeitada, ex-ministra da Secretaria

merece ser estuprada", diz Bolsonaro!

Especial de Direitos Humanos do governo Dilma, já declarou que vai processar o deputado, mas isso só não basta. A sociedade brasileira está indignada e quer uma punição exemplar e exige a cassação de Bolsonaro. IMPRENSA INTERNACIONAL

Enquanto a imprensa brasileira dá pouco destaque ao caso e se mantém indiferente ao sentimento de revolta da sociedade e ao clamor dos setores organizados (Sindicatos, centrais sindicais, movimento de mulheres entre outros), por justiça e pela cassação, a imprensa internacional repercute o caso e o trata como “uma aberração”, “uma vergonha nacional”. O jornal francês Le Monde ao noticiar o caso não poupa adjetivos a Bolsonaro, o taxou de homofóbico, racista, atrevido e misógino (que tem ódio ou repulsa ao gênero feminino). O jornal ainda ressaltou que, em vez de pedir desculpas pela declaração, Bolsonaro fez questão de divulgar o vídeo em suas redes sociais, como se

Protesto de mulheres no Sinttel

tivesse orgulho do que fez. O jornal norte-americano The Intercept, condenou o episódio que classifica como “uma vergonha nacional única” no Brasil. O Sinttel-Rio repudia a atitude do deputado e se une a todos os cidadãos, entidades, instituições e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) nos atos, ma-

nifestações que estão em luta exigindo a punição rigorosa para o deputado e a sua cassação. PROTESTOS EM TODO O PAÍS

A CUT Nacional e as regionais, Sindicatos filiados, federações, movimen-

tos sociais, movimentos de mulheres e partidos de esquerda como PT, PSOL, farão um protesto nacional hoje, dia 17, exigindo a punição exemplar e cassação do deputado Jair Bolsonaro. Os protestos terão início às 14h e se estenderão até à noite. O palco das manifestações no Rio de Janeiro é a Cinelândia e a expectativa dos organizadores é de que este seja o maior protesto do país, tendo em vista que aqui é a base eleitoral do deputado. Mas a CUT garante que em São Paulo, Brasília, Porto Alegre e outras capitais também vão em massa às ruas exigir a cassação. O Sinttel-Rio e a CUT convocam a sociedade carioca, as mulheres em particular, a ocuparem a Cinelândia e usando a criatividade improvisarem com cartolinas ou outro tipo de papel cartazes com "Fora Bolsonaro! "Teu lugar é na cadeia!" "estupro é crime" e "cassação já". Os gritos da rua vão se somar à ação das diversas entidades que já deram entrada na Procuradoria Geral da República (PGR) com pedido de cassação.


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