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"Nenhuma vida vale mais que outra": #BagaTogether lembra os mortos no massacre na Nigéria
Categoria vai às urnas para definir futuro da campanha FOTOS CAMILA PALMARES
Líder/Embratel: sem férias trabalhadores param Indignados por já estarem com duas férias vencidas ou a vencer e sem previsão de gozá-las ou de receber o que lhes é devido, cerca de 30 trabalhadores da Líder Telecom, que prestam serviços para a Embratel, cruzaram os braços na quinta feira, dia 15, e vieram ao Sindicato. O clima era de indignação, e eles tinham razão de sobra para isso. O diretor do Sinttel-Rio, Valdo Leite, recebeu os trabalhadores e entrou imediatamente em contato com o diretor de Recursos Humanos e Relações Trabalhistas (RH/RT) da empresa, Wagner Cruz, em São Paulo. O Sindicato exigiu uma reunião em caráter de urgência para revolver o impasse. Wagner marcou uma reunião para o mesmo dia à tarde. Chegou à sede da entidade e reuniu-se com os dirigentes e com os trabalhadores. O resultado dessa reunião foi o compromisso assumido por Wagner de apresentar até hoje, dia 21, um cronograma completo de férias e o respectivo pagamento de todos os funcionários com férias vencidas ou a vencer, não apenas dos que pararam. Os demais terão suas férias agendadas para antes do vencimento de um segundo período. Exemplo: quem tem férias agora em janeiro deve gozá-la até dez/2015 e assim por diante. A empresa se comprometeu a enviar esse cronograma ao Sinttel até hoje, dia 21, e colocá-lo à disposição de todos os trabalhadores no RH da empresa. É importante destacar que essa vitória é resultado da mobilização e da confiança dos trabalhadores no seu Sindicato.
A Contax se reuniu dia 16 de janeiro, sexta passada, com a comissão de trabalhadores e a diretoria do Sinttel-Rio para discutir o impasse na campanha salarial do teleatendimento no Rio de Janeiro. A empresa garantiu que apresentará uma nova proposta até o fim desta semana. Já as outras empresas do setor (Atento, Warm, Internáutica, Brasilcenter, Número Um, entre outras), representadas pelo sindicato patronal (Sinterj), também se comprometeram a reunir-se com o Sinttel e a Comissão para apresentarem uma nova proposta. VOCÊ DECIDE
Diante dessa situação, a diretoria do Sinttel-Rio decidiu consultar a categoria sobre os rumos da campanha salarial. Fará isso nos dias 28 e 29 de janeiro, quando levará urnas aos diversos sites da Contax, Atento e demais empresas do setor para que o trabalhador decida livremente os rumos e o futuro dessa campanha. A data base da categoria como todos sabem é 1º de janeiro. Estamos chegando ao final do mês sem nenhuma definição da campanha e isso só está acontecendo por absoluta responsabilidade das empresas que se negaram a acatar a decisão dos trabalhadores, que rejeitaram majoritariamente sua proposta de pagar apenas o salário mínimo e reajustar o tíquete em R$ 0,50. Estava claro que a categoria não estava disposta a continuar na mesma situação e exigia melhorias. Diante da intransigência patronal, os trabalhadores deliberaram pela greve de advertência, e colocaram mais de 15 mil pessoas nas portas dos principais sites, consolidando a
Contax Mackenzie
primeira greve do setor no Rio de Janeiro. Ao invés de recuarem e voltarem a negociar com o Sindicato, as empresas preferiram partir para a retaliação aos grevistas, numa atitude retrógrada e anti-sindical. Essa postura da empresa aumentou a indignação na categoria. O Sindicato, por sua vez, durante todo esse período não deu trégua às empresas insistindo e cobrando a retomada das negociações e exigindo a melhoria da proposta. Aliada a isso, manteve a categoria mobilizada. Mas agora é preciso avaliar e decidir sobre o futuro da campanha. É chegado o momento de você decidir através do voto
sobre a nova proposta das empresas que será apresentada até o final dessa semana. Vamos decidir sobre o fim do impasse ou ajuizamento da questão. Lembramos que o principal responsável por toda esta situação são os patrões, que se recusaram a acreditar na capacidade de organização e luta da nossa categoria. Parece que desta vez, após a nossa vitoriosa greve de 24h, realizada dia 17 de dezembro, eles decidiram levar a sério nossas reivindicações. Vamos aguardar a nova proposta e avaliar bem seu conteúdo para decidirmos juntos nos dias 28 e 29 o melhor caminho a seguir.
SA 8000
Atento veta acesso de dirigentes sindicais Após a greve realizada pela categoria no dia 17 de dezembro, a Atento, em mais atitude autoritária, impediu o acesso dos dirigentes sindicais às dependências da empresa e fez isso formalmente em comunicado ao Sinttel. Devido à gravidade da ação, o Sindicato não silenciará, denunciará a prática da empresa a todos os fóruns sindicais e trabalhistas do Brasil e do mundo. Esta prática de retaliação não condiz com o selo internacional de qualidade SA 8000 recebido pela Atento e concedido a empresas de excelência, que possuem ações focadas na responsabilidade social e que respeitam a livre associação e organização dos trabalhadores. Tudo que a Atento não faz. A pergunta que não quer calar: como a Atento conseguiu esse selo? No Documento Guia do selo, entre os requisitos sobre responsabilidade social, está Liberdade de Associação & Direito à Negociação, onde consta o critério: “A empresa deve assegurar que os representantes de tais funcionários não sejam sujeitos à discriminação e que tais representantes tenham acesso aos membros de seu sin-
dicato no local de trabalho". O Sindicato questiona a certificação SA 8000 da Atento, uma empresa que descumpre com as normas internacionais e é incoerente em suas ações , que desrespeitam os direitos dos trabalhadores. Além de impedir a atuação do Sindicato nos locais de trabalho, a empresa deixa a desejar, também na negociação da campanha salarial. Até agora a Atento
não apresentou nenhuma nova proposta. Com o bloqueio do acesso dos diretores à empresa, os trabalhadores perdem o canal de comunicação com o Sindicato e a sua representatividade, o que contradiz o compromisso assumido pela empresa para a obtenção do certificado. O Sindicato questiona a validação do SA 8000 da Atento, uma empresa que mantém uma postura anti-sindical.
Atento Madureira
Sinttel consegue bloquear créditos da AJCL O departamento jurídico do Sinttel conseguiu o bloqueio dos créditos da empresa AJCL, por meio de uma medida cautelar. A empresa prestava serviços à Marinha e encerrou suas atividades sem quitar as verbas rescisórias de 14 telefonistas que foram demitidas em outubro do ano passado. Em dezembro de 2014, estas trabalhadoras procuraram o Sindicato para buscar orientação sobre o problema. O Sinttel entrou com uma ação civil coletiva para garantir o pagamento de todos os créditos devidos. A medida bloqueia qualquer crédito da empresa em poder da União Federal, ainda que proveniente de outro contrato, que ficará à disposição do juiz. Com isso, o Sindicato espera que, na audiência a ser marcada, os créditos sejam liberados para o pagamento dos direitos trabalhistas.
Centrais sindicais realizam Dia Nacional de Luta Está marcado para o dia 28 de janeiro em todo o Brasil, o Dia Nacional de Luta em Defesa dos Empregos e dos Direitos. O local e o horário da manifestação do Rio serão definidos pelas entidades e divulgados na próxima edição do jornal. A ação é uma das duas grandes mobilizações
unificadas em defesa dos empregos, direitos e pela revogação das Medidas Provisórias 664 e 665, anunciadas pelo governo no final de 2014, que reduzem direitos referentes ao segurodesemprego, abono salarial (PIS-Pasep), pensão por morte e o auxílio-doença. A Marcha da
Classe Trabalhadora acontecerá no dia 26 de fevereiro, em São Paulo. Estava agendada para o dia 19 de janeiro, terça, uma reunião das centrais com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto, e do Trabalho, Manoel Dias, mas,
até o fechamento desta edição, ainda não havia sido divulgado o resultado da mesma. Na ocasião, os dirigentes cobrariam a manutenção de um canal de interlocução permanente com o governo e a garantia de que os trabalhadores não sofrerão com os ajustes na economia.
A Presidente da CUT, Carmen Foro, afirmou que as centrais também exigem que o governo utilize mecanismos legais para que as empresas beneficiadas por incentivos federais assumam contrapartidas sociais e o compromisso de não demitirem e garantirem empregos.