CAMPANHA DA REDE
MOBILIZAÇÃO JÁ! 4% NÃO! Próxima rodada de negociação dia 11
Golpe de Cunha sai pela culatra
Primeiro as empresas ofereceram 3% de reajuste. O Sindicato rejeitou. Elas voltaram à mesa de negociação e propuseram 4% de reajuste para salários e benefícios. Uma provocação que foi respondida à altura pelo Sindicato que mais uma vez disse NÃO. Isso é menos da metade do INPC acumulado, ou seja, da inflação do período que foi de 8,42%.
AMINA BAWA
N
uma tentativa de por fim ao impasse, o Sinttel -Rio encaminhou ao Sinstal (sindicato patronal) na semana passada uma minuta da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com base na nossa pauta. No final da tarde de ontem, dia 2, quando fechávamos esta edição, a diretoria de negociação do Sinstal entrou em contato com o Sinttel para agendar a quinta rodada de negociação para o dia 11. Até essa reunião acontecer e enquanto não tivermos uma proposta capaz de ser submetida à categoria o Sinttel intensificará a mobilização nos locais de trabalho, inclusive, com paralisações relâmpagos. O clima na categoria é de indignação. DATA BASE ABRIL E JUNHO
Essa campanha é uma das mais importantes do Sinttel-Rio e envolve mais de 30 mil trabalhadores em todo estado distribuídos por empresas como a Serede, Telemont, Procisa, Huawei, Tel Telecom, BTCC, EmpreZa, Logictel entre outras, todas com data base em 1º de abril e 1º de junho. Algumas dessas empresas pagam vale refeição nas férias, enquanto outras não. É preciso igualar esse benefício com a concessão a todos trabalhadores que são abrangidos pelas convenções, bem como o auxílio creche. Veja os principais itens da nossa pauta:
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Piso geral - R$ 1.200,00 Reajuste Salarial e demais benefícios - 100% do INPC mais 10% de ganho real Vale refeição - R$ 20,00 por dia Vale refeição/alimentação também nas férias Auxílio creche - R$ 350,00 Plano de Saúde - com limite de desconto
SINTTEL-RIO
Em mais uma clara intenção de fazer valer seus próprios interesses escusos, o presidente da Câmara, o arquiinimigo dos trabalhadores, Eduardo Cunha, contrariou a Constituição e colocou de novo em pauta para votação a Proposta e Emenda Constitucional 182/2007, a PEC da Reforma Política, que já havia sido votada no dia anterior. Os deputados tinham rejeitado a emenda que autorizava doações de empresas a partidos e a candidatos. Cunha foi um dos grandes beneficiados com as doações de empresas, sua última campanha arrecadou a fortuna de R$6,8 milhões! Desta cifra milionária, R$4,6 milhões foram doados por indústria de bebidas, bancos, mineradoras e empresas de telecomunicações. Como a oposição afirma: “empresa não doa, empresa faz investimento." Derrotado e desesperado, ele recorreu a uma emenda escrita às pressas pelo deputado federal Celso Russomano (PRB-SP), que tratava sobre financiamento eleitoral, incluindo na Constituição a possibilidade de a iniciativa privada fazer doações eleitorais exclusivamente para partidos e colocou em votação no dia seguinte. Isso é golpe e contraria a democracia! Desta vez, os parlamentares resolveram aprovar a mudança. Porém, a pressa da manobra de Eduardo Cunha o traiu, pois pela emenda, candidatos só podem receber doações de pessoas físicas, enquanto os partidos podem receber de empresas. O que ele e Russomano esqueceram é que os partidos são pessoas jurídicas, ou seja, não poderão repassar as doações aos candidatos, mesmo que recebam milhões das empreiteiras. O golpe pode sair pela culatra. De qualquer forma, em reação a essa manobra autoritária e que fere a democracia representativa, um grupo de 61 deputados entraram com um mandado de segurança no Superior Tribunal Federal pedindo a anulação da votação da PEC. Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), a Constituição foi mais uma vez ferida dentro do plenário da Câmara, porque o presidente violou o artigo 60, que estabelece que uma emenda prejudicada em uma votação não poderá ser votada na mesma legislatura.
BTCC: proposta de PPR não avança
Em mais uma reunião, realizada dia 28, com a diretoria do Sinttel e representantes da empresa, a BTCC não apresentou avanços na proposta de R$300,00 de PPR, que já havia sido rejeitada pelo Sindicato. No dia seguinte, dirigentes do Sinttel realizaram ato na porta da empresa para mobilizar os trabalhadores para uma possível paralisação, caso a empresa não apresente uma nova proposta de PPR.
Ato reúne milhares de trabalhadores em todo o país
O
Dia Nacional de Manifestações e Paralisações, organizado pela CUT e movimentos sociais, reuniu dia 29 milhares de trabalhadores em todo o país. Esta é a quinta manifestação nacional de 2015 contra o retrocesso e os ataques aos direitos trabalhistas. O Rio aderiu ao ato nacional e é fundamental que a mobilização local seja intensificada cada vez mais para mostrar a sua força como estado de lutas históricas e progressistas. O ato é contra as MPs 664 e 665 e, principalmente, contra o PL 4330 , que seguiu para o Senado como PLC 30 (Projeto de Lei na Câmara), que regulamenta a terceirização sem limites e a sua ampliação para qualquer atividade na empresa. O Projeto tem várias armadilhas contra os trabalhadores, como riscos de muitas demissões para as empresas contratarem terceirizados no lugar de efetivos, sem direitos, com salário menor e maior carga de trabalho. Os que já são terceirizados serão igualmente ou mais prejudicados, já que poderão ser substituídos por quarteirizados em situação ainda pior.
CAMILA PALMARES
Dia Nacional de Lutas no Rio dia 29
Segundo a CUT, em todos os estados houve mobilização no Dia Nacional de Manifestações, com paralisação em transporte, bancos, fábricas e escolas por todo o País. Estas paralisações só
reforçam o desejo dos trabalhadores de mudar a pauta econômica e social do país e garantir seus direitos. A prática criminosa da terceirização só beneficia os empresários, que a utilizam
para aumentar seus lucros à custa do suor do trabalhador. A terceirização precariza ainda mais relações de trabalho, reduz salários e aumenta os riscos de acidentes e mortes no trabalho.