CAMPANHA DA REDE
Vitória dos trabalhadores na BTCC
Assembleia aprova Acordo e PPR
CAMILA PALMARES
E Conferência internacional discute condições de trabalho
O Sinttel-Rio participou nos dias 16 e 17, em Estocolmo, na Suécia, da Conferência da Global Union (UNI), entidade a qual a nossa Federação (Fenattel) é filiada. A delegação do Sinttel foi composta pelo Coordenador Geral da entidade, Luis Antônio Souza da Silva, e as diretoras Yeda Paúra e Keila Machado. A Conferência reuniu líderes sindicais de todo o mundo, além de especialistas em telecomunicação. Eles discutiram os desafios e oportunidades apresentados pelos rápidos avanços tecnológicos e digitais, bem como a organização dos trabalhadores nesse contexto globalizado. As condições de trabalho nos call centers e suas problemáticas foi um dos temas da Conferência e nos diversos debates sobre a questão. A nossa delegação concluiu que os problemas que enfrentamos aqui no Brasil pelos trabalhadores do setor são comuns a vários países, conforme os debates, os relatos e as denúncias feitas por dirigentes sindicais no último dia da conferência. Também ficou evidente que, como aqui, em outros países, o desafio dos Sindicatos é organizar os trabalhadores desse segmento, em sua maioria jovens, e em geral sem interesse de se engajar na luta e na organização sindical. A conferência elegeu Andy Kerr como novo presidente mundial da UNI ICTS. Kerr é Secretário-Geral Adjunto no Communication Workers Union do Reino Unido, assume o lugar de Presidente Francisco Hernandez Juarez. UNI Sindicato Global, com sede em Nyon, na Suíça, representa mais de 20 milhões de trabalhadores em cerca de 900 sindicatos da área de serviços uma das que mais cresce no mundo. O setor deverá gerar 90% dos novos postos de trabalho na próxima década.
Vivo: reunião de PPR dia 2 Na reunião realizada dia 22, com representantes da Telefônica/ Vivo e a Comissão Nacional de Negociação, para discussão da PPR/2015, as negociações não avançaram, porque as empresas informaram que ainda não definiram as metas corporativas. Os dirigentes sindicais cobraram rapidez nesta definição, pois os trabalhadores precisam saber quais serão as regras da PPR deste ano. Uma nova reunião está marcada para o dia 2 de julho.
m assembleia realizada ontem, dia 23, os trabalhadores da BTCC, com data base 1° de abril, aprovaram proposta de Acordo Coletivo de Trabalho e da PPR 2014. Assinaram a lista de presença 1185 trabalhadores, com 1.181 votos válidos e quatro em branco (ver quadro). Destes, 1059 falaram sim para o Acordo e 107 não. Na votação da PPR, 993 trabalhadores aprovaram a proposta e 166 rejeitaram. Entre os itens da proposta negociada, estão o piso de R$ 1084,20 retroagindo a 1° de abril e R$1090,00 a partir de dezembro de 2015, além de reajuste de 100% do INPC - 8,42% para os demais salários. O valor da PPR ficou em R$367,40, respeitando o critério de proporcionalidade. Para chegar a esta proposta, as negociações foram difíceis, mas graças à mobilização dos trabalhadores, que ouviram o chamado do Sindicato e participaram ativamente da campanha, conseguimos conquistar melhorias significativas para a categoria. O Sindicato realizou paralisações relâmpago, como a realizada no dia 5, que ficará marcada historicamente pela ampla adesão dos trabalhadores. Acuada, a empresa impôs punições arbitrárias a estes trabalhadores. O Sindicato agiu
Assembleia na BTCC ontem, dia 23
rapidamente e encaminhou notificação extra judicial para a BTCC, exigindo o cancelamento de todas as punições. Em reunião de negociação, realizada no dia 11, o Sinttel cobrou, entre outros pontos, a revogação das sanções disciplinares aplicadas, e conseguiu revertê-las junto à empresa, que garantiu em carta encaminhada ao Sindicato a exclusão das mesmas dos históricos disciplinares dos trabalhadores. Durante as negociações, a empresa não apresentava propostas dignas de
apreciação dos trabalhadores. Porém, a pressão do Sindicato e dos trabalhadores obrigou a empresa a recuar e avançar em vários pontos da pauta de reivindicações. Entre as conquistas estão: tíquete nas férias, PPR de R$367,40 (a proposta anterior era de R$300,00) e a garantia da negociação da PPR 2015 para 20 dias após a assinatura do acordo. Com a aprovação da proposta, a BTCC pagará os valores retroativos dos salários e do vale refeição/alimentação
e a PPR 2014 no dia 29. A empresa também efetuará o pagamento da diferença do vale refeição/alimentação para aqueles que tiraram suas férias nos meses de abril, maio e junho. MAPA DE VOTAÇÃO Acordo
PPR 2014
Sim
Não
Sim
Não
1059
107
993
166
Índice de reajuste melhora, mas fica abaixo do INPC
O
s trabalhadores estavam dispostos a parar suas atividades por 24 horas no dia 19, caso as empresas não fizessem uma proposta com avanços reais. O clima na categoria era de indignação. Diante disso as empresas decidiram não pagar pra ver e pela primeira vez, após cinco rodadas de negociações, apresentaram no dia 17, na sexta rodada, uma proposta, de fato, melhor que todas as anteriores. A bola bateu na trave, mas não foi gol. O
índice para o piso geral da categoria só chegará a 9% em dez/15. Para os demais pisos profissionais a situação é ainda pior, o reajuste só chegará a 8% em dez/15, quando a inflação do período de agosto/14 a maio/15 foi de 8,34%. Diante disso a diretoria do Sindicato decidiu rejeitar mais uma vez a proposta das empresas e continuar negociando na tentativa de assegurar a melhoria do índice de reajuste, além de outros CAMILA PALMARES
Sexta rodada de negociação da Rede no dia 17
pontos da pauta. O Sindicato cobrou das empresas e do sindicato patronal (Sinstal) o agendamento de uma nova rodada de negociações o mais rápido possível, mas até o fechamento desta edição, na noite de ontem, dia 23, as empresas ainda não haviam confirmado uma nova data. A campanha salarial da rede é uma das maiores e mais importantes do Sinttel. Envolve mais de 30 mil trabalhadores em todo o estado distribuídos pelas inúmeras empresas prestadores de serviços e telecomunicações, entre essas empresas de grande porte como a Telemont, Serede, Procisa, Tel Telecom, entre outras. É importante lembrar que as negociações só avançaram à medida que a mobilização da categoria cresceu nos locais de trabalho. A primeira proposta das empresas foi de míseros 3% de reajuste, menos da metade do INPC do período. O Sindicato respondeu com um sonoro NÃO. Rejeitou a proposta partiu com tudo para a realização de atos e mobilização dos trabalhadores nos locais de trabalho. Em seguida as empresas ofereceram 4% e novamente o Sindicato disse NÃO e intensificou as mobilizações. A mobilização cresceu, inclusive
Terceirização: audiência pública na Alerj dia 26 O Senador Paulo Paim (PT/RS) vem promovendo desde o dia 29 de maio, através da Comissão de Direitos Humanos do Senado, audiências públicas nas Assembleias Legislativas em todos os estados brasileiros para discutir a terceirização escancarada em todos os setores da economia, inclusive, nas atividades meio e fim e o fator previdenciário, herança maldita de
FHC, que desde os anos 90, altera o cálculo dos benefícios concedidos em no mínimo 30%. A próxima audiência será na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), na sexta, dia 26, a partir das 14h. Á audiência é aberta a quem quiser participar, e além do senador Paim, deverá contar com a presença de dirigentes da CUT, movimentos
sociais, sindicatos, estudantes os trabalhadores em geral. A primeira audiência aconteceu no dia 29 de maio na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, e reuniu mais de 500 lideranças trabalhistas e militantes sociais. As próximas acontecerão dia 25, em Porto Alegre e dia 29, em São Paulo, dia 31, em Belém e em Macapá.
com paralisações relâmpago. Aí as empresas chegaram ao índice de 6,4%. A direção do Sinttel bateu na mesa e disse que a proposta era inaceitável, mas que mesmo assim a levaria à apreciação da categoria em assembleia e recomendaria a rejeição com paralisação de 24 horas para o dia 19, caso as empresas insistissem em não avançar. Os trabalhadores rejeitaram a proposta das empresas por unanimidade nas diversas assembleias e aprovaram a paralisação. POR QUE REJEITAMOS?
A direção do Sindicato rejeitou essa última proposta das empresas porque apesar de ter melhorado em relação às anteriores, deixa ainda a desejar, pois só eleva o reajuste do piso geral para 9% em dezembro, da mesma forma que o reajuste dos demais pisos só chegará a 8% em dezembro, quando a inflação devida agora já é de 8,34%. Além disso: 4Apenas os pisos de alguns cargos teriam o reajuste de 8%, outros salários receberiam apenas 6,8% 4O índice cheio só seria atingido em dez/15 4Diversas faixas de aluguel do carro agregado não teriam reajuste. Ou seja, melhorou, mas ainda não chegou lá