Jornal do Sinttel-Rio 1474

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PLR/2015

ATENTO FOGE DA DISCUSSÃO 03/09 é Dia Nacional de Mobilização. Trabalhadores em todo o país vão exigir a retomada das negociações

Vivo /GVT anuncia 3 mil demissões

A Vivo acaba de concluir o processo de compra da GVT, uma negociação de U$ 9,8 bilhões. Se a Vivo já era uma mega empresa, com esse negócio ficou ainda mais forte, especialmente no mercado brasileiro. A empresa quer dar início às negociações salariais nos dias 15 e 16, em São Paulo, está no melhor dos mundos em se tratando de sua saúde e estabilidade financeira. Seu próprio balanço revela que todos os indicadores são positivos. Mesmo assim, a empresa lançou, no dia 4 de agosto, um plano de demissões voluntárias (PDV) que prevê o corte de 3 mil postos de trabalho na Vivo e na GVT, hoje uma empresa só. A Vivo não diz quantos serão demitidos numa ou noutra. O fato é que o maior corte será em São Paulo. A medida só vem confirmar o que o Sindicato tem cansado de denunciar: os processos de aquisições e fusões tem por objetivo a concentração de capital e o aumento dos lucros, com a redução de despesas à custa do corte de pessoal, redução de salários e benefícios etc. O Sindicato é contra o corte de pessoal especialmente quando é lançado às vésperas de negociações salariais com a finalidade de intimidar os trabalhadores para não lutarem por melhores salários. PDV VERGONHOSO

A Vivo/GVT deu prazo até o dia 25 de agosto para os trabalhadores solicitarem adesão ao PDV, período considerado pelo Sindicato muito curto para os trabalhadores avaliarem as vantagens e desvantagens de aderir ao programa. O Sindicato cobra da empresa a expansão do prazo. Por outro lado, para o Sindicato as condições do PDV Vivo/ GVT não apresentam vantagens aos trabalhadores com mais tempo de empresa, que deveriam ter mas incentivo para sair. Aos com mais de 25 anos de empresa é oferecido apenas 10 salários.

A

nova reunião de negociação da PLR/2015 estava marcada para amanhã (3/9), mas no fim da semana passada a empresa cancelou o encontro sem dar explicações e nem agendar uma nova data. A atitude, de absoluto descaso e desrespeito com os trabalhadores e com as representações sindicais, sinaliza que a Atento fugiu da negociação. Isso nós não vamos aceitar. Para barrar a intransigência patronal, botaremos a boca no mundo. Neste mesmo dia 3/9, o Sindicato estará com o carro de som na frente de um ou mais prédios para cobrar da empresa a reabertura imediata das negociações. Os companheiros devem deixar os postos de trabalho e participar do ato. Na primeira rodada de negociações, ocorrida em julho, a Atento chorou miséria e apresentou proposta muito ruim, com metas e critérios inatingíveis e inaceitáveis. O resultado não poderia ser outro: os representantes do Sinttel-Rio, da Fenattel e demais sindicatos que integram a comissão nacional rejeitaram a postura da empresa e voltaram a repetir que querem um salário de PLR/2015. A choradeira da Atento é só fingimento. A empresa multinacional é a segunda maior do país na área de atendimento

camila palmares

(call center), só perdendo para a Contax. Somente no primeiro trimestre deste ano ela viu seu lucro mais do que duplicar, registrando aumento de 231%. CAI O BÔNUS

Além de não negociar a PLR/2015, a Atento não quer pagar o bônus que sempre concedeu aos comissionados. O Sindicato não tem dúvidas de que a união de todos poderá fazer a Atento recuar e

voltar a negociar a PLR e pagar o bônus, mas isso depende da nossa capacidade de mobilização. Se você quer a sua PLR/2015, atenda o chamado do Sinttel. Participe, amanhã, dia 3, do Dia Nacional de Mobilização. O Rio de Janeiro poderá dar o exemplo para o restante do país. Fizemos a primeira greve de call center no Brasil. Somos capazes de demonstrar nossa força em mais essa luta.

REMUNERAÇÃO VARIÁVEL

Comissão tripartite fará proposta A temperatura subiu na 6ª reunião da Comissão Tripartite Nacional de Call Center, realizada dia 26/08, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília. A comissão tem representantes das empresas, dos trabalhadores e do governo. Os empresários têm participado como meros figurantes, revelando que não estão nem aí para os inúmeros problemas expostos, tais como assédio moral, não pagamento da remuneração variável (RV) e descumprimento das normas definidas pela Anatel e pelo Procon. Representaram o Sinttel, nesta reunião, Luís Antônio, coordenador geral, e Ricardo Pereira. Foi justamente nestes dois aspectos que o bicho pegou. A discussão sobre as normas de respeito ao consumidor, que no

final das contas são também de respeito ao trabalhador de call center. A reunião ocorreu pela manhã e a indiferença das empresas irritou os representantes do Procon, dos trabalhadores (Fenattel, Sintetel, Sinttel e demais sindicatos da federação), do MTE e a própria Anatel, que assegurou aos membros da comissão tripartite intensificar a fiscalização e responsabilizar as empresas. Veja no portal do Sinttel (www.sinttelrio.org.br) as normas violadas pelas operadoras. Na parte da tarde, a discussão foi ainda mais corporativa e o clima esquentou de vez quando as empresas, até então mudas, resolveram levantar a voz contra o pagamento da remuneração variável (RV). Essa posição incomodou os representantes

sindicais. Eles rebateram afirmando que as empresas só ganham com a RV e que os trabalhadores sempre foram duramente penalizados. Para superar as metas da RV os trabalhadores sofrem todo tipo de pressão e assédio. Um absurdo. Para aonde vai o dinheiro que é surrupiado desse trabalhador?, perguntaram os representantes dos trabalhadores. Os empresários voltaram a se calar. Diante do impasse foi dado ao Sindicato um prazo até o dia 10 deste mês para formular uma proposta de Remuneração Variável e encaminhar ao MTE. Essa proposta começará a ser negociada com as empresas na próxima reunião da comissão tripartite, marcada para o dia 18, em Brasília.


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