QUE VENHA 2016! Mais amor, menos ódio Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar? amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta (...) Amar solenemente as palmas do deserto (...) e amar o inóspito, o áspero, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta (...)
O
Carlos Drummond de Andrade (trechos do poema Amar - Antologia Poética, 1951)
ano de 2015 está chegando ao fim e não deixará saudades. Passou como um furacão, rápido e devastador, deixando marcas profundas das quais devemos tirar lições. Foi um ano de grandes tensões e turbulências no mundo inteiro. De muitas perdas e de poucos ganhos. Foi um ano em que o preconceito, a intolerância, o racismo, a xenofobia, o ódio e o cinismo ficaram em evidência. Mas, também foi o ano em que a reação contra todas essas atitudes extremas foram enfrentadas e duramente combatidas pela maioria. E não temos dúvida de que prevaleceu em todos nós o sentimento de respeito às diferenças e de solidariedade. De mais amor. Foi um ano de muitas crises, moral, política e econômica. Do recrudescimento de uma crise econômica que vem assombrando o
mundo desde 2008 e que no início desse ano quebrou a Grécia e abalou toda a Europa. Um ano de muita luta. Lutas que vão prosseguir em 2016 por respeito ao estado democrático de direito, contra o golpe do impeachment da presidente Dilma. Golpe forjado pelos inconformados com a derrota nas urnas em 2014, apoiados e patrocinados pela mídia golpista, os mesmos grupos midiáticos que manipularam as informações, derrubaram João Goulart e apoiaram a ditadura. Grupos que não admitem que o poder político no Brasil mude de mãos. Grupos que estão e sempre tiveram aliados às elites e às oligarquias coronelistas. Esses mesmos grupos instigam hoje o ódio de classes e ressuscitam das sombras o fascismo, o nazismo, o racismo e o atraso. Para esses grupos vale a política do quan-
TELECOMUNICAÇÕES Nesse ano vamos definir se queremos a banda larga, o novo ouro negro, em regime público, com metas claras de universalização, qualidade e tarifas módicas ou se aceitamos que o mercado dê as cartas, colocando todos os serviços de telecomunicações em regime privado.
O
ano de 2015 foi difícil para o país, mas não para o setor de telecomunicações. O Grupo Oi registrou uma receita líquida de R$ 21 bilhões, só nos três primeiros trimestres de 2015. O Grupo Claro, no mesmo pe-
to pior melhor, não importa se quem vai perder será a sociedade, as camadas mais pobres. Para fazer valer seus interesses, nutriram o monstro que atende por Eduardo Cunha, a encarnação do mal que precisa ser banido da Câmara e da sociedade. DILMA FICA! FORA CUNHA! Essa será a nossa bandeira de luta para 2016. Que venha o Novo Ano cheio de esperanças e de muito, muito, muito mais amor. Mais justiça social, mais inclusão em todos os níveis, mais cidadania, mais direitos, mais paz, mais sonhos, mais alegrias. É importante destacar que 2015 foi um ano difícil também para os trabalhadores de telecomunicações, mas também um ano de lutas e de conquistas. Apesar de todas as adversidades, graças à ação decisiva do Sinttel-Rio e da união da categoria, os trabalhadores
da rede conquistaram um bom acordo. Nas operadoras, à exceção do Grupo Claro, onde a luta continua, nas demais, fizemos pressão e conseguimos reverter as posições iniciais das empresas que, ancoradas na crise, não queriam dar nada. Portanto, para 2016 o nosso recado à categoria é o de sempre, unidos e mobilizados superamos todas as dificuldades. Aliás, começamos 2016 com uma grande luta, a campanha salarial do teleatendimento, cuja data base é 1º de janeiro e envolve mais 1 milhão de trabalhadores em todo país. A toda categoria e a todos os funcionários do Sinttel-Rio, a diretoria da entidade deseja um FELIZ NATAL e um 2016 de muita paz, luz e prosperidade. Esse é o último Jornal do ano, estaremos de volta em 2016. A DIRETORIA
2016: banda larga para todos!
ríodo, teve uma receita líquida de R$ 27 bilhões. E o Grupo Telefônica, de R$ 31 bilhões. Ou seja, as empresas não têm do que reclamar, além das gordas receitas dominam a banda larga, a TV por assinatura, a telefonia fixa e móvel do país. O ano de 2016 será extremamente importante para as telecomunicações brasileiras. É o ano da assinatura dos novos contratos de concessão e do debate sobre uma nova lei para o setor. Será o momento de definir se os contratos de concessão devem conter metas de universalização do backhaul (ligando o backbone das operadoras às prefeituras de todos os municípios) ou se aceitamos a lógica do mercado, que deseja retirar este capítulo dos novos contratos. NÃO À TERCEIRIZAÇÃO - Em 2016 também terá continuidade o de-
bate sobre a terceirização dos serviços de telecomunicações - e este não pode desvincular a qualidade dos serviços das condições de trabalho e salário. Não pode haver atividade fim, como a rede externa e os call center, ilegalmente terceirizada. O Instituto Telecom, mais uma vez, estará junto com o Sinttel-Rio, FNDC e a Campanha Banda Larga é um Direito Seu na defesa de um grande debate sobre as (tele) comunicações no Brasil. Afinal, o desenvolvimento econômico e social passa por dar acesso de qualidade a serviços básicos em áreas como educação, saúde e cultura. E as (tele)comunicações têm um peso gigantesco na construção de um país mais plural e democrático. Leia mais em www.institutotelecom.com.br
SOCORRO ANDRADE