Jornal do Sinttel-Rio Edição nº 1495

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GRUPO CLARO

Sinttel cobra negociação Sinttel faz atos na BTCC

O ano de 2015 acabou e até agora a BTCC não apresentou uma proposta de PPR para os trabalhadores. O Sinttel exige um target de no mínimo um salário nominal com base nos resultados da empresa e condicionado ao cumprimento de metas estabelecidas pela própria BTCC, a exemplo do que acontece em outras empresas. O Sinttel não vai aceitar mais enrolação e fará atos na porta da empresa, para deliberar com os trabalhadores paralisação. Uma nova reunião está marcada para o dia 14 de janeiro, no Sinttel, para retomarmos as negociações.

Sinttel faz reunião com a Serede

Em reunião realizada dia 3, na sede do Sindicato, onde esteve presente todo o corpo gerencial e a diretoria da empresa, o Sinttel cobrou solução para várias reivindicações dos trabalhadores. Entre os pontos da pauta, estavam o fim da questão dos "100%", que obriga o empregado a trabalhar além da jornada de 44 horas semanais, sem escala e sem folga de final de semana. As reuniões com a Serede vêm acontecendo mensalmente e uma das conquistas do Sindicato foi a folga tripla, já garantida para os trabalhadores no Natal e no Ano Novo. Os trabalhadores também querem que a empresa garanta junto à prefeitura a autorização para a chamada "livre parada" dos veículos, já que estes vêm sofrendo com as multas aplicadas pelo estacionamento irregular. Na próxima reunião, marcada para o dia 3 de fevereiro, a empresa ficou de trazer posições em relação a estas questões, à jornada de trabalho e às de frotas (insufilm/avarias e multas).

TELEATENDIMENTO Uma nova rodada de negociações está marcada para o dia 15. A expectativa dos dirigentes sindicais e da categoria é de que as empresa se apresentem dispostas a negociar e, o que mais importante, a atender a nossa Pauta. A campanha salarial de teleatendimento envolve mais de um milhão de trabalhadores no país, 200 mil destes no Rio. A data base da categoria é 1º de janeiro. O setor é estratégico na área de telecomunicações, portanto, lucrativo. Mas, na primeira rodada de negociação, ocorrida em dezembro, as empresas voltaram a chorar misérias. Isso não é novidade, todos os anos é a mesma coisa. Mas o discurso das empresas é facilmente desmentido pelos

SOCORRO ANDRADE

Findas as festas de final de ano o Sinttel-Rio voltou a cobrar do Grupo Claro S/A uma definição em caráter de urgência sobre a campanha salarial e assinatura do Acordo Coletivo 2015/16. O contato com o setor de Recursos Humanos do Grupo Claro no Rio foi feito pela diretora de negociações coletivas do Sindicato, Virgínia Berriel, e a resposta do RH foi de que ontem, dia 5, o Grupo estaria se reunindo para discutir a questão e até o final da semana daria uma posição ao Sindicato sobre o impasse nas negociações.

A

data base dos trabalhadores do Grupo Claro (Embratel e Claro) é 1º de setembro, mas graças à intransigência e inflexibilidade dos dirigentes do Grupo nas negociações a proposta de acordo foi rejeitada pela maioria dos trabalhadores em todo país (no Rio 1.450 trabalhadores disseram NÃO 715 disseram sim) e a categoria está até hoje com seus salários sem reajuste, enfrentando uma inflação que já supera os 11%. O Sinttel-Rio, a exemplo do que já fez oficialmente através de carta à direção do Grupo informando sobre a decisão soberana dos trabalhadores em assembleia de rejeição à proposta, voltou a cobrar a reabertura de negociações e que o Grupo volte à mesa disposto a negociar, ceder e avançar. Até lá o Sindicato convoca a categoria a manter-se mobilizada para fazer pressão. CORTE DE DIREITOS

Nas três rodadas de negociações realizadas o Grupo impôs a sua proposta mesquinha, marcada prioritariamente pelo corte de conquistas e direitos e pelo congelamento do vale alimentação/refeição (VA/VR). O congelamento desse benefício é inaceitável, pois a maior alta do custo de vida foi justamente no item alimentação. Comer fora de casa ficou muito mais caro, todos os dias os jornais noticiam que os trabalhadores estão adotando a velha marmita por não suportar o preço da comida. O que quer a Claro? Que seus empregados virem boias frias? O Grupo manteve-se inflexível nesta questão mesmo diante de todos os argumentos que justifi-

cavam o reajuste do benefício. Eles insistiram no congelamento do VA/VR, que, no caso dos trabalhadores da Embratel, está sendo congelado pelo segundo ano. O resultado não poderia ser outro senão a rejeição do Acordo.

final de ano sem reajuste de salários e continuam sem perspectiva sobre quando isso será definido. Mas uma coisa é certa a categoria não quer migalhas, mas o que merece e é justo e não temos dúvida que vem junto com o Sindicato nessa luta.

GRUPO CLARO, O PIOR

PATROCINADOR DAS OLIMPÍADAS

Todas as demais operadoras do setor de telecomunicações (Oi, Vivo, Tim, etc) iniciaram as negociações negando tudo, mas ao longo do processo foram cedendo, avançando e o resultado é que todas conseguiram evoluir e findaram o ano com seus acordos fechados. Quase todas garantiram a reposição salarial pelo INPC integral e quem não chegou lá, ofereceu abonos compensadores. A única exceção foi o Grupo Claro, que além do reajuste abaixo do INPC, manteve o corte de vários direitos e conquistas e congelou o VA/VR. Finda a assembleia, o Sindicato e a federação, em carta, oficializaram ao Grupo o resultado da assembleia e exigiram a definição de uma data para a retomada das negociações. A empresa silenciou e até hoje nada disse. O clima entre os trabalhadores é de revolta e apreensão, afinal, todos passaram o

Nova negociação dia 15

dados de rentabilidade e lucros de cada uma divulgados em veículos especializados e na mídia em geral. A crise econômica que assombra o mundo e que chegou ao Brasil, não passa nem perto do setor de teleatendimento e de telecomunicações, em ambos as perspectivas são de crescimento. No final do ano passado, no dia 17, quando fez um ano da primeira greve do setor no Rio, o Sinttel fez uma grande mobilização nos principais sites da Atento e da Contax. Durante os atos, o Sindicato informou sobre a campanha salarial, a luta pela PLR de um salário base, por critérios mais transparentes para a Remuneração Variável (RV),

pelo fim do assédio moral e por melhores condições de trabalho e chamou a categoria a manter-se mobilizada para ir à luta, com paralisações e até greve, se for preciso, para garantir a nossa Pauta (veja box). Em virtude das festas de final de ano, as empresas marca-

A PAUTA

ram o retorno das negociações para 15 janeiro. Diante disso, o Sindicato retomará a partir de agora a mobilização nos locais de trabalho. Queremos fechar o Acordo antes do final do mês, para se possível, garantir o pagamento do reajuste no final de janeiro.

-Piso salarial unificado de R$ 1.300,00 -Reajuste salarial pelo INPC acumulado + 5% de ganho real; -Reajuste dos benefícios – Vale refeição, auxílio creche/babá; -Fim do assédio moral e sexual; -Fim das metas abusivas; -Regras e negociação para pagamento de variável; -PPR de 1 salário base; -Menos descontos; -Fim da rotatividade abusiva; -Pela valorização do trabalho

É, no mínimo, contraditório que uma empresa que está investindo bilhões como patrocinadora oficial das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, que estampará os uniformes dos atletas, economize justamente sobre os seus empregados, congelando benefícios, cortando conquistas históricas e não repondo as perdas da inflação aos salários. Que atleta se orgulharia de vestir uma camiseta com a logomarca da Claro se soubesse o que ela faz com seus empregados? Ressaltamos que os trabalhadores do Grupo Claro já estão desde hoje trabalhando além da conta e sob forte pressão para garantir que os serviços de telecomunicações funcionem com a maior eficiência durante o evento. Os brasileiros e demais nações participantes das olimpíadas precisam saber como age o Grupo Claro. Faz bonito só para inglês ver.

PROL dá calote Por diversas vezes, telefonistas/operadoras de teleatendimento, vinculadas a empresas de asseio e conservação procuraram o Sindicato após a demissão, para denunciar que não receberam as verbas rescisórias a que têm direito. Estes trabalhadores têm data base em 1° de maio e estão amparados por uma Convenção Coletiva de Trabalho, porém as empresas ignoram. A última situação aconteceu na empresa Prol Central de Serviços, que demitiu 13 telefonistas e até o presente momento não pagou o salário e as verbas rescisórias. A Prol prestava serviços de teleatendimento ao Instituto de Traumatologia e Ortopedia - Into - e, após as demissões, abriu uma outra empresa, provavelmente para poder participar de licitações, ambas fazem parte do grupo Facility. Essa prática é constante, pois as empresas do setor não respeitam a

Convenção e acreditam que o Sindicato não vai abrir processo para obrigá-las a cumprir a mesma. Mas se enganam. O Sinttel já notificou o Into para assumir a responsabilidade subsidiária,pelo inadimplemento das obrigações trabalhistas da PROL. A notificação foi enviada ontem, dia 5, e dá o prazo de 48 horas para o posicionamento formal do Into. Como representante dos trabalhadores de telecomunicações, que abrange estes empregados, o Sinttel vai acompanhar de perto e cobrar das empresas o cumprimento das suas obrigações, a fim de assegurar os direitos trabalhistas. Este é um exemplo do mal que a terceirização causa aos trabalhadores. Não é de hoje que o Sindicato vem denunciando os perigos da terceirização, como a precarização das relações de trabalho e a perda de direitos trabalhistas, conquistados a duras penas.

TELEATENDIMENTO - CADÊ MINHA PLR?


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