Se é público, é para todos Sinttel entra com ação contra a Atrio
Na assembleia realizada dia 6, segunda-feira, para definir a deflagração de greve para o dia 10, os trabalhadores da Atrio Service, que presta serviços de teleatendimento para a Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória, da Marinha do Brasil, deliberaram sobre o Sindicato entrar com ação contra a empresa. Os trabalhadores não receberam o salário relativo ao mês de abril, que deveria ter sido pago até o dia 6 de maio e, até o fechamento desta edição, não tinham recebido o de maio, que deveria ser pago até o quinto dia útil deste mês. Além disso, eles receberam o salário de dezembro, bem como o décimo terceiro e o salário de março, com atraso. O Sindicato enviou notificações no dia 25 de maio, tanto para a tomadora como para a prestadora, que confessaram a dívida, mas a Atrio afirma que a Marinha não paga as faturas desde fevereiro de 2016. O Sinttel está entrando com ação contra a Atrio para exigir o pagamento dos salários atrasados e respectivas multas por atraso, que constam na Convenção Coletiva de Trabalho. Vale ressaltar que a ação não impede que os trabalhadores entrem em greve, caso a empresa não honre com o pagamento dos salários e as respectivas multas. Se a Atrio insistir em ignorar os trabalhadores, eles não hesitarão em paralisar as atividades.
Esse é o slogan da Campanha Nacional em Defesa das Empresas Públicas e da Saúde e Educação Pública, lançada na segunda-feira, dia 6, na Fundição Progresso, na Lapa. O evento promovido pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas teve início às 13horas e se estendeu até às 22h, quando foi encerrado pelo presidente Lula que, em seu discurso, sintetizou o conceito de público ao afirmar que: “somente o Estado pode fazer justiça social”. O evento reuniu sindicalistas do Rio e de outros estados, trabalhadores de empresas públicas, da saúde, educação pública, movimentos sociais, comunidade, entre outros.
O
comitê Nacional das Empresas Públicas é constituído por representantes da CUT e de diversas entidades de empresas estatais e do setor público de todo o país. Também foram criados comitês estaduais. Essas entidades terão como objetivo debater com a sociedade nos diversos fóruns, comunidades, movimentos sociais a importância de defender as empresas e os serviços públicos. Para o comitê “defender o que é público é defender o Brasil.”A ideia é reunir os mais diversos setores da sociedade, trabalhadores e usuários de bens, espaços e serviços públicos. A AMEAÇA GOLPISTA
A defesa do que é público é urgente diante da agenda acelerada de desmonte de setores estratégicos do estado, levada a cabo pelo governo golpista de Michel Temer. Diante disso, o comitê ressalta a importância da luta contra projetos em tramitação no congresso, tais como: o PLS 555, que transforma as estatais em sociedades anônimas, isso entre outros prejuízos, impede a organização sindical. Esse projeto segue para Câmara como PL 4918, que escancara as portas para a privatização do que resta das estatais. Há também o PL 268, este ameaça a representação dos trabalhadores nos fundos de pensão, uma conquista histórica do movimento sindical desde 1970.
FOTOS SOCORRO ANDRADE
Na ponta, Jandira Feghali, ao centro o presidente da CUT Vagner Freitas e o presidente Lula, e à direita Maria Rita, coordenadora do Comitê Nacional
cipação obrigatória da empresa na exploração do petróleo na camada do pré-sal. E não só, eles querem mudar o modelo atual de partilha para o de concessão, o que é um risco para o país. Com o modelo de partilha atual, parte dos recursos do pré-sal é destinado à saúde e a educação. Eles querem acabar com isso. O comitê apresentou dados de programas e políticas públicas que estão seriamente ameaçados pelo governo golpista, os quais destacamos a seguir: . Bolsa família - Temer vai priorizar apenas os 5% mais pobres, isso significa que 10 milhões de famílias deixarão de receber o benefício, de acordo com o
estudo da Fundação Perseu Abramo . Bancos Públicos - A privatização dos bancos públicos é uma ameaça para o país. A Caixa Econômica é hoje responsável por 67% do mercado habitacional (financiamento de imóveis). Privatizar a Caixa é acabar com o financiamento imobiliário. O Bando do Brasil é primeiro no ranking dos maiores do país em ativos. É o maior financiador em crédito agrícola. Vários aspectos positivos sobre o tema “o que é público para você” foram abordados pelos expositores, que destacavam a importância das empresas públicas para o atendimento a toda sociedade. O cientista político Emir Sader alertou para os
O PRÉ-SAL
A ameaça maior paira sobre a Petrobrás com a alteração da lei que garante parti-
riscos corridos pelos bancos públicos. “O Temer quer fechar 400 agências da Caixa. Alguém aqui acredita que o Bradesco ou o Itaú vão financiar moradia para pobres?”, perguntou o cientista político. Ao encerrar o evento o presidente Lula resumiu de forma simples tudo que foi dito ao longo do dia nos debates .“ Somente o Estado é capaz de levar na casa do pobre aquilo que o empresário nunca levou e nunca vai levar. Somente o Estado pode fazer justiça nesse país, um Estado democrático”, disse . Ele criticou o governo interino em exercício no Brasil. “O Temer acaba de dar um golpe, mas não na Dilma. Ele deu um golpe na decisão que o Senado tomou. O Senado apenas o colocou como presidente interino. Ele não tinha o direito de fazer o que ele fez. Ele cortou até o almoço da Dilma. Mas eles não vão impedir que a gente ande por esse país fazendo as denúncias que temos que fazer.” Participaram dos debates sobre o tema “O que é público par você” como expositores: Márcia Tiburi (filósofa), Emir Sader (cientista político), Ricardo Lodi (professor de Direto Tributário da UERJ), Guilherme Estrela (geólogo e ex-diretor da Petrobrás), João Antônio Moraes (diretor da Federação Única dos Petroleios), Jandira Feghali (deputada PCdoB), Roberto van der Osten (presidente da Contraf-Cut) e Maria Rita Serrano (coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas).
FORA TEMER, NÃO AO GOLPE! ATO NACIONAL DIA 10 O Sinttel-Rio convoca todos os trabalhadores da categoria para o grande ato nacional unificado Fora Temer, Não ao Golpe, nesta sexta-feira, dia 10, com concentração às 17h, na Candelária. De lá, todos seguirão em caminhada até a Cinelândia, onde acon-
tecerá o Concerto pela Democracia e ato cultural. O ato acontecerá em todo o Brasil e pretende mostrar a força da sociedade e dos trabalhadores contra o governo ilegítimo de Temer, a única forma de derrotar o golpe em curso. Em pouco tempo,
ele já mexeu em projetos sociais, tenta a todo custo alterar direitos dos trabalhadores e golpear a democracia brasileira. O golpe em curso é contra você, é contra os trabalhadores. Todos ao ato Fora Temer, Não ao Golpe!!