O GOLPE
É CONTRA VOCÊ
OI PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL O Sinttel cobrou formalmente uma reunião em caráter de urgência com a direção da Oi para exigir da mesma a garantia de que não haverá mais demissões, que o Acordo Coletivo em vigor será respeitado e não haverá qualquer corte ou redução de benefícios.
SINTTEL NO FESTIVAL DA UTOPIA
A partir de hoje até domingo (22 a 26 de junho) a cidade de Maricá se transformará na sede da esquerda no mundo, graças à intensa programação do Festival da Utopia, que receberá convidados internacionais e caravanas de vários estados do país, para debater a atual conjuntura e novas estratégias progressistas para a política. O Sinttel-Rio terá um espaço para receber, conversar com os visitantes e distribuir publicações realizadas pela instituição sobre a luta sindical e da classe trabalhadora. A tenda, localizada ao lado dos companheiros da CUT e de outros sindicatos, contará com a presença efetiva da diretoria do Sindicato durante os cinco dias do evento. Para a diretora de formação do Sinttel-Rio, Vânia Miguez, o Festival é de grande importância para o debate de um mundo melhor e mais harmônico. "O Festival é a possibilidade de dividirmos sonhos com outros povos, debatermos a preservação de conquistas da sociedade e a liberdade que buscamos, por um mundo onde as minorias serão respeitadas e o futuro mais justo e igualitário", afirma. A abertura hoje tem início às 10h, com a presença do presidente Lula e de Aleida Guevara, filha do lendário Che. A programação é intensa e gratuita, dividida em espaços projetados para abrigar o público. A Tenda dos Trabalhadores Carlos Manoel é destinada aos debates com temática sindical e política. Já a Tenda dos Pensadores é um espaço para debates sobre meio ambiente, economia, relações sociais, Estado, cultura, juventude e conta com a participação de convidados de todo o mundo, como Vandana Shiva ecofeminista da Índia; Claudio Katz (Argentina); Andrew Chirwa-Numsa (África do Sul); Tariq Ali (Paquistão); Domenico de Masi (Itália); Eduardo Suplicy (Brasil); o ator Danny Glover (EUA), entre outros. Ainda acontecerá em vários pontos da cidade atividades, como: feira literária; da reforma agrária; festival da canção; encontro internacional de teatro; encontro juventude em luta, com jovens de vários países. Na Praia da Barra, um grande palco receberá artistas como Racionais MC, Chico César, Beth Carvalho e Detonautas, já as apresentações de teatro acontecerão na Praça Cental de quarta à sexta-feira.
O
clima entre os trabalhadores é de total insegurança e angústia. O Sindicato volta a assegurar que estará ao lado da categoria para defender a manutenção dos postos de trabalho, mas quer o compromisso oficial da empresa de que tudo isso será assegurado para tranquilizar cada um dos empregados. Para isso, exigiu urgência nessa reunião. O coordenador geral do Sinttel, Luís Antônio Souza, voltou a dizer que “os trabalhadores não são responsáveis pelo desastre administrativo da Oi, que a levou a esse triste fim, pelo contrário, deles foi exigido sempre cotas e mais cotas de sacrifícios.” O que divulgamos na última edição do Jornal do Sinttel se confirmou na segunda-feira (20), quando a Oi entrou oficialmente com o pedido de Recuperação Judicial (veja no box) na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Após análise, que ocorrerá ainda esta semana, deverá ser nomeado um Administrador Judicial, que atuará junto à direção da Oi, para formular um Plano de Recuperação em até 6 meses. Ao final deste prazo, o Plano de Recuperação Judicial preparado pela direção da companhia e pelo administrador judicial, acompanhado pelo Juiz da Sétima Vara Empresarial do Rio de Janeiro, será levado a uma assembleia dos bancos credores, os quais analisarão as condições para o pagamento das dívidas. É importante ressaltar que o Sinttel sempre foi crítico à forma como a empresa vinha sendo administrada. Erros sucessivos e nenhuma ação eficaz para conduzir a empresa para recuperação de fato. A receita da Oi para sair do buraco foi trocar de presidente como se troca de roupa e demitir. O Sindicato avisou que essa não era a solução, mas não foi ouvido. É inacreditável que uma empresa desse porte, a maior operadora de telecomunicações do país, atuando em 26 estados com banda larga, telefonia fixa, móvel e tv por assinatura, um dos mercados dos mais promissores, lucrativos e rentáveis em todo o mundo, chegue a esse nível de endividamento, à beira da falência. Isso é muita incompetência. É irresponsabilidade. Ao invés de adotar medidas para salvar a empresa, só podemos acreditar que os gestores da Oi procuraram formas de levá-la mais rápido ao fundo do poço. Eles não só dilapidaram o patrimônio
CAMILA PALMARES
AMINA BAWA
da empresa como levaram milhões de pais e mães de famílias ao desemprego e à instabilidade. Sem nenhum compromisso com a responsabilidade social, o princípio, que deve nortear qualquer empresa na atualidade, foi totalmente desconsiderado pelos gestores da Oi. Mesmo num momento de crise econômica, aumento do nível de emprego, a Oi demitiu. A redução do quadro funcional em todo país põe também em risco a qualidade do serviço ao cliente. A gestão da empresa age com descaso, inclusive com o cliente, razão da sua existência. FRACASSO DA PRIVATARIA
Colapso da Oi expõe a falência do modelo da privatização brasileira lavado a cabo em 1998, pelo então governo FHC, quando a antiga Telerj foi comprada pelos empresários Carlos Jereissati e Sergio Andrade, da Andrade Gutierrez, que chegaram ao leilão sem dinheiro, mas foram financiados por fundos de pensão estatais e pelo BNDES. Mas tarde, já no governo Lula, a Oi engoliu a Brasil Telecom, que era controlada por Daniel Dantas. O objetivo era criar uma “supertele nacional”.
TIM: Federação cobra 2a parcela da PPR O departamento jurídico da Fenattel, representando o Sinttel de todos os estados, está tomando medidas cabíveis para cobrar o pagamento da segunda parcela da PPR da TIM. A empresa se nega a pagar o que havia se comprometido e o que sempre foi feito e esperado pelos trabalhadores nesta época do ano. Com isso, eles ficaram em uma situação financeira difícil, já que sempre contaram com a PPR para honrar seus compromissos. O Sinttel realiza um ato hoje, dia 22, às 12h, na porta da empresa em São Cristóvão, para informar os trabalhadores sobre as medidas tomadas para a cobrança da PPR junto à empresa.
Para entender o caso A Recuperação Judicial é uma medida para evitar a falência. É pedida quando a empresa perde a capacidade de pagar suas dívidas, o caso da Oi. É um meio para que a empresa em dificuldades reorganize seus negócios, redesenhe o passivo e se recupere de momentânea dificuldade financeira. A Recuperação Judicial é assegurada pela Lei 11.101/2005 das Sociedades Anônimas.
Claro: negociação hoje, dia 22 A expectativa do Sinttel e dos trabalhadores é que hoje a Claro cumpra o que prometeu. Apresente a Minuta do Acordo Coletivo 2015/16 e faça uma proposta de reajuste do vale refeição dos trabalhadores, congelado há dois anos. No acordo passado, quando ainda estava no processo final de fusão, a empresa se comprometeu a rever e equiparar o valor do vale refeição dos trabalhadores oriundos da Claro aos dos trabalhadores da Embratel. O
ano acabou e ela não fez o que prometeu. Ano passado, quando da assinatura desse acordo em vigor, a empresa manteve o benefício congelado e novamente se comprometeu a voltar a negociar os valores do vale refeição em abril. De fato, aconteceu uma reunião em abril, mas a Claro disse que não tinha uma proposta. Esperamos que hoje ela chegue à mesa de negociação com uma proposta de reajuste para
o vale refeição, pois o preço da alimentação, desde o ano passado, é o que mais pesa no índice de inflação. Uma empresa que é patrocinadora oficial das Olimpíadas não tem dinheiro para pagar um vale refeição digno a seus empregados? Que vergonha! Na reunião de hoje também será discutido o valor da PPR2016. O Sindicato volta a cobrar um valor compatível com os lucros da empresa e igual para todos os trabalhadores.