Marielle Vive! CLARO
Sinttel-Rio diz não ao Acordo
A diretoria do Sinttel não assinou a minuta do Acordo Coletivo 2017/2019 encaminhada pela Claro, porque a mesma contém várias ilegalidades e cláusulas lesivas aos trabalhadores representados pelo Sindicato. Diante disso, a diretoria fez adequações e enviará nova minuta à empresa. Se a Claro insistir em manter como está, o Sinttel não assinará o Acordo. Ao analisar a minuta, a assessoria jurídica do Sindicato destacou os principais aspectos negativos e lesivos à categoria, os quais enumeramos a seguir: 4Tratamento anti-isonômico. Distinção entre os empregados tanto na concessão, quanto no valor dos benefícios, e sem qualquer compromisso de equalização dos mesmos em curto prazo, 4Inclusão de cláusulas inovatórias e, portanto, não negociadas em relação aos trabalhadores admitidos a partir de 01.07.2017. 4Ilegalidade na cláusula relativa ao Banco de Horas através da inclusão de horas extras realizadas além da segunda diária, em domingos (fora da escala normal de trabalho) e feriados. Lembramos que as negociações com a Claro foram as mais difíceis. A data base da categoria é 1ºde setembro, mas a campanha só foi encerrada no início desse ano. Durante a campanha salarial a empresa tentou de todas as formas intervir nas assembleias e na liberdade de organização dos trabalhadores, o diretoria do Sinttel-Rio denunciou todos os abusos, ameaças e repressão e não aceitou a sua intromissão nas ações sindicais. Além disso, o Sinttel denunciou tanto nos fóruns sindicais como políticos as sucessivas práticas antissindicais da Claro. A expectativa do Sinttel é que a empresa aceite as adequações feitas à minuta e que o Acordo possa ser assinado. Não adianta vir com manobras, o Sindicato não vai assinar nada que lese ou prejudique os trabalhadores.
“Eu sou porque nós somos!” Com esse slogan que guiou a sua meteórica campanha, Marielle Franco, até então uma desconhecida para muitos, arrebatou mais de 46 mil eleitores, que viram naquela mulher a determinação e a convicção necessárias para levar suas pautas para a Câmara dos Vereadores. Mulher, negra, cria da Maré, como gostava de dizer, mãe, bissexual, líder política, defensora radical dos direitos humanos, uma força da natureza impossível de passar despercebida em qualquer espaço.
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ra se fazer ouvir, ela falava alto, muito alto. No plenário, Marielle denunciava a perseguição e o genocídio do povo pobre e negro. Sua última ação foi assumir como relatora a Comissão que acompanha a intervenção militar no Rio. Última... Marielle Franco, a quinta vereadora mais votada do Rio, teve sua trajetória precocemente interrompida, na noite do último dia 14, assim como a de seu motorista Anderson Gomes. De forma brutal, violenta e aterrorizante. Quatro tiros calaram a sua voz e o sonho de 46 mil cariocas. O Rio, o Brasil e o mundo choraram diante de tamanha brutalidade. A dor se espalhou por todos os cantos, assim como as vozes de Marielle, que não querem ser caladas, amplificadas nas ruas em manifestações por justiça. "Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", questionara Marielle, não imaginando que seria vítima justamente do que combatia: a mão pesada da violência armada e o gatilho cruel do sistema opressor, que leva embora um, dois, três, vários esquecidos pelo Estado. PROJETOS PARA AS MINORIAS
Em pouco mais de um ano como vereadora, apresentou projetos importantes, sempre focados nas mulheres, nos negros e LGBTs, como creche noturna gratuita para beneficiar mães que estudam e trabalham à noite; campanha permanente de conscientização e enfrentamento ao assédio e violência sexual; criação do Dossiê Mulher Carioca, com dados da violência de gênero; assistência gratuita para construção e reforma de casas para famílias de baixa renda, entre outros. Marielle tinha pressa, pois sabia a urgência que as minorias, os trabalhadores
FOTOS CAMILA PALMARES
Uma multidão ocupou o Centro do Rio no dia do velório e do enterro de Marielle
têm e o quanto é difícil levantar todos os dias para lutar pela sobrevivência num país tão desigual. Ela deu representatividade, visibilidade e escuta a mulheres, que, assim como ela antes de ser eleita, eram praticamente invisíveis para o Estado. “Quando você vê que matam uma mulher porque ela defende tudo aquilo que você acredita, te matam um pouco também", disseram. A morte de Marielle mata um pouco de nós, que comparti-
lhamos dos mesmos ideais de inclusão, justiça social e respeito à diversidade. A sua execução toma proporções gigantescas - com manifestações em todas as capitais, em vários países e solidariedade de lideranças, artistas e políticos - e tem forte carga simbólica, uma vez que sua luta era contra o feminicídio, contra o extermínio da população negra, contra a perseguição aos LGBTs. “Quem essa mulher negra, que veio da favela, pensa que é?" A sua execução tem conotações
políticas, Marielle representava todas as populações historicamente excluídas. A tentativa de calar os ideais de uma liderança do porte de Marielle foi em vão. As ruas não deixarão esse assassinato ser esquecido, nem tampouco sua semente, que fecunda em todos os lutadores por igualdade e justiça. Marielle fez um lindo combate, seguiu com radicalidade os compromissos assumidos com os esquecidos. Gritemos! "Eu sou porque nós somos!"
TELEATENDIMENTO
REDE
Sinttel apresenta pauta de reivindicações Fenattel notifica empresas Na primeira rodada de negociações realizada no último dia 15, o Sinttel entregou a Pauta de reivindicações, aprovada em assembleia pelos trabalhadores, aos representantes do sindicato patronal. Na ocasião, a diretoria reforçou os principais pontos da pauta, que merecem atenção e avanços nesta campanha, como: 4100% INPC+ ganho real; 4Reajuste nos pisos salariais; 4Vale refeição de R$30,00; 4Reajuste na tabela de carro agregado; 4Discussão sobre a jornada de trabalho; 4Homologações sejam realizadas no Sinttel; 4Adoção da prática de carro agregado
O Sindicato também deixou claro que as atividades desenvolvidas pelos trabalhadores e suas respectivas funções precisam estar discriminadas na Convenção Coletiva. Isto porque, muitas delas não existem no Código Brasileiro de Ocupação - CBO - do Ministério do Trabalho, o que dificulta na hora de se aposentar, como os cabistas e osc. NOVA RODADA DIA 29 - A segunda rodada de negociação está marcada para o dia 29 de março, quando o Sinttel espera que as empresas tragam avanços sobre a pauta. É importante que os trabalhadores conheçam a pauta na íntegra, disponibilizada permanentemente para consultas no portal (www.sinttelrio.org. br).
O Sinttel continua percorrendo as empresas de call center do Rio com o carro de som e mobilizando os trabalhadores para pressionar as empresas a pagarem o salário mínimo em vigor no país desde 1º de janeiro e a iniciar já as negociações da PLR/2017. O pagamento da PLR deveria acontecer em abril. As empresas se mantêm indiferentes à insatisfação dos milhares de trabalhadores do setor, hoje recebendo menos que o salário mínimo. Diante do descaso, da omissão e desumanidade das empresas, a Fenattel enviou notificação ao Sindicato patronal exigindo a retomada imediata das nego-
ciações da PLR e a garantia de que esta será paga no prazo acordado, em abril. A mesma notificação exige que as empresas parem com a enrolação e cumpram a lei assegurando a todos os trabalhadores salário mínimo em vigor retroativo a 1º de janeiro de 2018. A inflação está artificialmente garantida, mas os trabalhadores que pagam energia elétrica, gás, água e vão ao supermercado toda final de semana sabem que ela continua um dragão descontrolado e comendo os salários. O Sinttel, além de percorrer os locais de trabalhado, continua exigindo a reabertura das negociações de PLR.