Jornal do Sinttel-Rio edição 1659 - 1 a 7 de maio de 2019

Page 1

CAMPANHA SALARIAL DA REDE

SINDICATO EXIGE NOVA PROPOSTA DAS EMPRESAS

Placar da Oi é pago nesta terça-feira, 30

Os trabalhadores da Oi receberam nesta terça-feira, 30 de abril, o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (Placar) referente ao ano de 2018. Deste pagamento, foi descontado o adiantamento negociado no Acordo Coletivo de Trabalho 2018/2019, feito em 15 de janeiro e o Imposto de Renda devido. Foram contemplados pelo Programa todos os trabalhadores que, no ano de 2018, tenham trabalhado por um período igual ou superior a um mês completo (entende-se por um mês completo a fração igual ou superior a 15 dias). O pagamento é proporcional aos meses trabalhados. No Portal da Gente, área restrita aos empregados da Oi, você confere o contracheque e mais informações sobre o Programa na aba Remuneração > Participação nos Resultados. Em caso de dúvidas, entre em contato com a sua Parceira de Negócios ou com a Gerência de Gente e Gestão da sua Regional. PONTOS PENDENTES

O Sinttel-Rio continua cobrando a Oi a reunião que ela prometeu fazer com os diretores do Sindicato para discutir os três pontos pendentes desde a campanha salarial passada. O Acordo Coletivo de Trabalho foi aprovado com a condição de a empresa rever, junto ao Sindicato, a construção de um ambulatório nos grandes prédios da Oi, o plano de saúde para quem vier a ser desligado da empresa e a apresentação de um pacote de serviços para os empregados. VOCÊ SABIA?

É obrigação da empresa negociar as condições de pagamento do PPR com o Sindicato que representa os trabalhadores de determinada categoria profissional. O PPR passou a existir a partir da Constituição de 88 e está previsto no artigo 7º, inciso 11º, que trata dos direitos dos trabalhadores, entre eles, a participação nos lucros. A lei nº 10.101/2000 diz que é obrigatória a participação do Sindicato na negociação do PPR, de forma a garantir este direito aos trabalhadores, responsáveis diretos pelos lucros das empresas. Estas, por sua vez, fizeram de tudo para evitar a regulamentação da lei, mas graças ao movimento sindical, hoje, o PPR é um direito garantido a todos os trabalhadores.

CAMILA PALMARES

A data base dos trabalhadores da rede é 1º de abril, mas desde fevereiro, o SinttelRio tem feito diversos atos na porta das empresas, ouvindo as demandas da categoria, distribuindo boletins informativos e exigindo em alto e bom som “NENHUM DIREITO A MENOS” e um BASTA no esculacho ao qual os trabalhadores são submetidos no dia a dia. Queremos uma proposta que faça valer o lucro que os trabalhadores rendem às empresas. Vamos à luta!

N

o dia 25 de abril, aconteceu, na sede do Sinttel-Rio, a quarta rodada de negociação com o sindicato patronal, que representa as empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, para discutir a Convenção Coletiva de Trabalho 20192020. Esta Convenção abrange todos os trabalhadores em empresas de rede do estado do Rio de Janeiro, que tem data base em 1º de abril. Na ocasião, as empresas finalmente ofereceram uma proposta aos trabalhadores. Inicialmente, a proposta havia sido feita para aplicação em 1º de dezembro, mas o Sinttel-Rio rechaçou essa possibilidade absurda e as empresas reapresentaram uma nova data para aplicar os reajustes: 1º de outubro.Reajuste salarial de 3,5% sobre salários e faixas salariais; =Reajuste de 3,5% sobre o VR e demais benefícios (o VR da Convenção passa a R$20,25 como valor mínimo);

=Piso salarial de R$1.345,50; =Garantia das demais cláusulas da Convenção Coletiva – uma importante vitória do Sindicato, já que muitos acordos e convenções estão mudando e até retirando uma série de benefícios e direitos das Convenções anteriores, desde que a reforma trabalhista foi aprovada. O Sindicato não aceitou e nem rejeitou a proposta. Na última sexta-feira, dia 26, os diretores responsáveis pela negociação da rede fizeram um comunicado ao sindicato patronal informando que é necessário que eles apresentem uma nova proposta e os trabalhadores devem aguardar. Na avaliação do Sinttel-Rio, a proposta ainda deixa a desejar e as empresas podem, sim, oferecer melhores condições econômicas aos trabalhadores. Acompanhe nas redes sociais e no site do Sindicato todas as novidades desta campanha salarial.

Serede paga PPR dia 30 O Sinttel-Rio pressionou e a Serede teve que ceder. Em princípio, a empresa informou que o PPR dos trabalhadores era de 68% do salário nominal. No entanto, o valor foi corrigido e os trabalhadores receberam, na verdade, 71% do salário. Muitos companheiros questionaram o resultado desse PPR. Nos atos realizados nos locais de trabalho, essa pauta era constantemente lembrada. Enquanto a Oi paga aos seus empregados um PPR de mais de dois salários, a Serede sequer chegava a um salário inteiro. Pois bem, parece que a pressão surtiu efeito. O PPR de 71% foi pago nesta terça-feira, dia 30.

SINDICATO REJEITA PROPOSTA PARA ACORDO

A Serede ofereceu um reajuste de apenas 3% em dezembro, bem como um abono de R$ 350,00 para quem ganha um salário de até R$3.300,00. A direção do Sinttel-Rio rejeitou a proposta e solicitou uma nova rodada de negociação com a empresa para a próxima semana. O Sindicato exige que a empresa apresente uma nova proposta. Caso isso não aconteça, a Serede que se prepare para as paralisações que o Sinttel-Rio vai convocar junto aos trabalhadores.

EDITORIAL 1º de Maio, o que vamos comemorar? CAMILA PALMARES

O dia 1º de maio é dedicado ao trabalhador. Porém, os brasileiros não tem tido muitos motivos para comemorar. A começar pela aprovação da reforma trabalhista, que prometia gerar empregos, mas apenas teve a função de tirar direitos e praticamente legalizar a informalidade no Brasil.

E

m abril do ano passado, a revista Exame publicou uma matéria sobre a reforma trabalhista, em que ela elenca cinco pontos positivos da reforma. Mas de positivo não tem nada. Como, por exemplo, dividir as férias. Isso só pode ser bom se o patrão não obrigar as pessoas a dividirem as férias a seu bel prazer, mas quem vai garantir isso? Só os sindicatos podem, colocado esse item como cláusula nas pautas de negociação. Muitas pessoas têm o trabalho tão penoso, que acaba não interessando a elas, dividir o período de descanso. Outro ponto GRITANTE citado na reforma estabelece que você e o patrão podem negociar um acordo individual de trabalho que reduz o horário de almoço para apenas 30 minutos. Isso é positivo para quem? Por isso a classe trabalhadora deve mais do que nunca buscar seus sindicatos, pois só o acordo coletivo pode garantir seus direitos. É um momento triste para Brasil. O país enfrenta hoje o avanço do novo liberalismo, em que os interesses individuais são o objetivo central. Dividida, a sociedade tende se tornar cada vez mais egoísta e não consegue avançar em políticas sociais e

econômicas que beneficiem a todos. Mas esse clima tenso não é exclusividade do Brasil. O mundo está em colapso. A concentração de riqueza nas mãos de poucas pessoas tem deixado desempregados e famintos nos quatro cantos do mundo. Como se não bastece tantas iniciativas

ruins para o povo, agora o atual governo tenta convencer o impossível, que é dizer que a reforma da Previdência é necessária. Pior que isso, o governo quer convencer que será boa. Essa reforma é boa sim, sabe para quem? Para os banqueiros que vão encher ainda mais a burra de dinheiro com

a Previdência privada. Vai ser boa para os deputados que estão pedindo 40 milhões em troco de seu voto a favor da reforma. Já está evidente que o compromisso desse governo não é nem de longe com a classe trabalhadora e sim com empresários, principalmente do ramo financeiro que é quem dita as regras do jogo político no mundo. O recado deste texto é para todos e todas que vendem sua força de trabalho, que saem de seus lares todos os dias ou que trabalham em casa, a todos e todas que, de alguma forma trabalha, formal ou informalmente. Vocês contribuem para o crescimento e desenvolvimento desse país. Não se deixem enganar. Vamos lutar para resgatar todos os direitos usurpados, vamos lutar por nossa aposentadoria, por nossos direitos. Somos um povo pacífico, mas como para tudo nesta vida, a passividade tem limites. Nós podemos sonhar com um Brasil que valoriza os trabalhadores, mas precisamos nos valorizar primeiro, dizendo NÃO a esta reforma injusta e ao corte de mais direitos. Podemos sim trabalhar com dignidade e direitos. Vamos juntos, trabalhadores!

Sindicato ocupa as praças nesse 1º de maio Em celebração ao Dia do Trabalhador, nesta quarta-feira, 1º de maio, a diretoria do Sindicato vai participar de diversas ações voltadas para os trabalhadores. Na parte da manhã, acontece uma série de atividades, na Praça Afonso Pena, na Tijuca. Para a programação, estão previstas atividades físicas, aulão sobre

a reforma da Previdência, atração musical, apresentação de dança e muito mais! Tudo isso em parceria à Comunidade Católica Gerando Vidas, ao vereador Reimont Otoni e ao ex-deputado e diretor do Sinttel-Rio Gilberto Palmares. Em outro ponto da cidade, na Praça Mauá, as atividades acontecem ao longo de todo o

dia, a partir das 9h da manhã e vão até o fim da tarde. Diversos sindicatos, movimentos sociais, frentes e centrais prepararam atividades e oficinas com o objetivo de informar a população sobre o que está em jogo com a reforma da Previdência. Por volta das 10h acontecerá o “Golzinho”, atividade planejada pelo coletivo

Torcedores Pela Democracia e às 13h, uma apresentação com o grupo “Emergência Teatral”. Dando prosseguimento, às 14h começam as atividades unificadas com falas intercaladas de centrais e frentes. E para fechar a programação, o evento recebe o Bloco da Democracia, já que a luta também é feita de cultura popular.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.