CAMPANHA DAS OPERADORAS
CONFIRMADA NEGOCIAÇÃO COM A CLARO DIA 24
Brasil pode virar um Chile
Há uma semana, uma das maiores ondas de protestos das últimas décadas atinge o Chile e só na noite do domingo (20), pelo menos sete pessoas morreram em um incêndio em um supermercado de Santiago, capital do país. No total, já são 11 mortos e quase 1,5 mil detidos. O presidente Sebastián Piñera, liberal de direita, é que levou o país a esta calamidade. Agora o exército avança contra a população civil desarmada. O estopim das manifestações foi o aumento de tarifas do metrô na capital, mas mesmo depois que Sebastián Piñera - economista de direita que, em 2010, rompeu o ciclo de governos de esquerda e de centro-esquerda - cancelou o reajuste, na noite de sábado (19), as manifestações foram mantidas. Motivos para revolta não faltam. A população foi sufocada e agora a panela explodiu. Em entrevista ao blog do Sakamoto, hospedado no Portal do UOL, o professor da Faculdade de Economia e Negócios da Universidade do Chile, Andras Uthoff, avalia que a alta da tarifa contribuiu para aumentar ainda mais o descontentamento do povo chileno com outras políticas públicas, como o sistema de capitalização da previdência, que tem levado os idosos a miséria e ao suicídio (o mesmo regime que Bolsonaro quis implantar aqui) e privatização generalizada, inclusive de serviços essenciais e básicos, como a água, luz, gás, saúde, educação etc. “Os manifestantes veem que seus pais e avós recebem aposentadorias de miséria, 80% delas abaixo do salário mínimo e 44% da linha de pobreza. Percebem que, dessa forma, não há capacidade de sobreviver dignamente”, disse o professor que é doutor em Economia pela Universidade de Berkeley, ao blogueiro. “Chega de aumentos, basta de injustiças. As pessoas não vão parar até que o governo reconheça: a luz, a água, tudo está sendo vendido neste país”, disse à uma emissora de televisão um manifestante em Santiago, segundo a BBC. O professor Andras Uthoff, confirma na entrevista ao blog de Sakamoto que a privatização dos serviços públicos é o principal foco da revolta do povo chileno que não consegue pagar por serviços essenciais como saúde, educação e energia. O Chile foi o primeiro país sul-americano visitado por Jair Bolsonaro depois de empossado. Ele quis demonstrar seu apreço ao conservador privatista Sebastián Piñera. Além da privatização da Previdência, como Piñera, Bolsonaro quer privatizar tudo e já cansou de dizer isso. Com os salários sob controle, como o povo vai pagar por esses serviços? Ninguém controla uma população desassistida, desesperada e sem perspectiva. Nós podemos nos mobilizar para evitar que o Brasil vire um Chile.
A Claro confirmou a 3ª rodada de negociação para esta quinta-feira (24), em São Paulo. A nossa federação, a Livre, o Sinttel-Rio e demais sindicatos filiados exigem que a empresa pare com o joguinho de gato e rato, cujo objetivo é empurrar o fechamento do Acordo para o final do ano, bem depois da database, 1º de setembro. As representações sindicais também cobram da empresa uma proposta decente, com base na pauta de reivindicações e condizendo com o que merecem todos os trabalhadores do grupo no país.
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Sinttel adverte que não aceitará nenhum reajuste inferior ao INPC acumulado desde agosto do ano passado até setembro deste ano, que é de 3,28%. Além de 5% de ganho real para salários e benefícios, tudo pago retroativamente à data-base, 1º de setembro. Reajuste só em 2020, nem pensar! Aliás, essa foi a resposta dos representantes sindicais à Claro, quando, na última rodada de negociação, ela teve a cara de pau e o desplante de oferecer 1,70% de reajuste a ser pago em março de 2020. Essa proposta da empresa foi rejeitada de imediato pela Comissão Nacional de Negociação, sob protestos
e revolta geral. Ao tomar conhecimento dessa proposta indecente da Claro, os trabalhadores também agiram com muita indignação e demonstraram essa insatisfação enviando mensagens via e-mail e WhatsApp para o Sinttel-Rio, que, inclusive, recebeu mensagens de trabalhadores de outros estados, igualmente revoltados. Na maioria das mensagens os trabalhadores sugerem que o Sindicato não aceite proposta desse tipo. A revolta é ainda maior porque os trabalhadores sabem que a empresa tem condições reais de atender a pauta de reivindicações com folga. Sabem também que a crise apresentada pela empresa na mesa de negociações é fake. O setor de telecomunicações não conhece crise. E a Claro menos ainda. COMPRA DA NEXTEL
Lucros e receita são astronômicos. Só em 2018, a receita líquida da Claro foi de R$ 35,66 bilhões. Nos dois primeiros trimestres deste ano essa receita já foi ultrapassada. A empresa, que é a segunda no Brasil e perde apenas para a Vivo, pertence ao poderoso grupo mexicano Telmex. Numa prova de que está no melhor dos mundos quando se trata de caixa, a Claro comprou a Nextel em março deste ano. Apesar do negócio já ter sido aprovado pelo Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a incorporação só será concluída em 2020. Diante de tudo isso, a Claro vai para a negociação chorar misérias. Não abrimos mão de nossa pauta. NOSSA CONTRAPROPOSTA
=Queremos o atendimento de nossa pauta de rei-
vindicações; =Reajuste de salários e benefícios pelo INPC (3,28%), mais 5% de aumento real; =Exigimos que o reajuste seja linear para todos os trabalhadores do grupo Claro, integral e sem parcelamento e na data-base, 1º de setembro, não em 2020; =Exigimos unificação de benefícios – lembrando que, em 2015, a Claro apresentou a proposta de que até 2020 não haveria mais diferenças; =Equiparação do vale-refeição/alimentação aos valores pagos em São Paulo; =Pagamento de horas extras realizadas aos domingos e feriados; =Homologações dos empregados demitidos realizadas no Sindicato; =Fim das demissões e manutenção dos postos de trabalho. PROPOSTA PARA O PPR 2019
=Exigimos que o resultado final do PPR seja igual para todos os trabalhadores; =Uma antecipação ainda este ano de meio salário para todos os trabalhadores; =Pagamento do PPR em fevereiro de 2020, antes do Carnaval; =Revisão da meta do Ebitda; =Que todos os que pedirem demissão no ano de 2019 façam jus ao recebimento do PPR; =Negociação do PPR 2020 até o 1º trimestre do corrente ano; =Manutenção das demais cláusulas do ACT de PPR 2018.
Vivo paga diferença do tíquete dia 25 e dia 1º o abono Em assembleias realizadas dia 16, nos prédios da Vivo na Barra da Tijuca, Vila Isabel, Niterói e Nova Iguaçu, os trabalhadores decidiram por ampla maioria aceitação da proposta negociada. Acordo aprovado, a empresa pagará aos trabalhadores na próxima sexta-feira (25), a diferença do tíquete retroativa à data-base e no dia 1º, pagará o abono (30% do salário nominal com o valor mínimo de R$ 1.000,00), além de outras diferenças. O resultado da votação foi o seguinte: no Rio de Janeiro, maior estado da nossa federação, a Livre, foram apurados 412 votos, destes 370 a favor da aprovação do acordo e 42 contra. O total de votos nos estados da Livre (RJ,PE, ES, CE, AM, RO,RN) foi 962, sendo 865 votos a favor, 95 contra e duas abstenções. Apesar de não termos chegado aonde queríamos, avançamos nas negociações. Fizemos a Vivo ceder e por fim ao impasse mantido por quatro sucessivas rodadas de negociação. Para conseguir mais ganhos era preciso adotar formas mais severas de luta, aposta que parte da categoria não estava disposta a fazer. Com a pressão que fizemos, mobilização constante, atos na porta dos prédios, exposição dos lucros da empresa em banners e faixas, forçamos a Vivo a rever algumas coisas, tais como: reajuste pelo INPC acumulado 3,28%; impedimos o reajuste do plano de saúde; garantimos a manutenção da cesta de básica
CAMILA PALMARES
reajustada em 3,28% na data-base; Abono indenizatório: 30% do salário nominal com o valor mínimo de R$ 1.000,00; reajuste dos benefícios pelos INPC, 3,28% e na data-base. Confira a proposta da Vivo aprovada pelos trabalhadores no nosso portal www. sinttelrio.com.br. FORTALECIMENTO SINDICAL - Ao aprovar a proposta de Acordo os trabalhadores aprovaram tam-
Oi, queremos negociação já! Ato hoje, às 12h, com distribuição de boletim da Livre A pauta de reivindicações já foi encaminhada à direção da Oi há quase um mês com a solicitação de início imediato das negociações. A cobrança vem sendo reiterada pela Livre, pelo Sinttel-Rio e demais Sindicatos da categoria em outros estados, mas os dirigentes da empresa se fingem de surdos e retardam a abertura das negociações. Enquanto isso, nos locais de trabalho em todo Brasil, o clima entre os empregados da Oi é de apreensão e angústia. E não é pra menos. Ao mesmo tempo em que a empresa silencia e não marca a negociação, as notícias sobre o futuro da operadora,
a maior do país, são as mais sombrias e assustadoras. Um boletim nacional elaborado pela nossa federação, a Livre, que será distribuído hoje (22), no Rio, a partir do meio dia, nos principais prédios da empresa informa, por exemplo, as especulações da mídia acerca de um plano de recuperação que prevê a divisão da empresa em duas: uma para operação dos serviços fixos e outra para os serviços móveis. O que é um absurdo. De acordo as mesmas fontes, o plano é após a divisão, vender a operação dos serviços móveis, o filé mignon, a parte
mais lucrativa, para fazer caixa e concentrar a operação de backbones nos serviços de fibra óptica. Assim, pretende-se transformar a empresa numa grande fornecedora de serviços às operadoras que já atuam no mercado. Isso é o que se pode chamar de tiro no pé. Esse mesmo famigerado plano de recuperação prevê a demissão de 30% do quadro de pessoal. O Sinttel-Rio diz NÃO ao fatiamento da Oi e NÃO às demissões. Queremos reajustes pelo INPC, mais 5% de ganho real para todos e na data-base. Negociações já!
bém o desconto de uma contribuição para fortalecer o Sindicato, cobrir despesas com a campanha salarial e fortalecer a luta. Mesmo tendo sido aprovada pela assembleia, a direção do Sinttel dará um prazo para oposição ao desconto. Para isso, leve uma carta assinada de próprio punho, datada e com o seu registro ao sindicato na sede do Maracanã ou na subsede de Niterói até o dia 25 de outubro, sexta-feira, às 17h.
Nextel rompe o silêncio A Nextel finalmente rompeu o silêncio e assumiu que pretende fazer a primeira rodada de negociação dia 30, mas ainda não confirmou essa data. Esperamos que ela não mude de ideia de última hora. A categoria está ansiosa e não é para menos, a data-base é 1º de setembro, estamos indo para o final de outubro e as negociações nem começaram. Além de reajuste salarial e de benefícios pelo INPC integral (3,28%), mais ganho real de 5%, o Sindicato e a Livre querem garantir a manutenção dos postos de trabalho, afinal, a empresa foi vendida à Claro e o processo de incorporação deve ser concretizado em 2020. Em todos os processos de fusão e incorporação de grandes conglomerados, são sempre os trabalhadores os mais prejudicados. Além da sobrecarga de trabalho, há sempre redução de pessoal. Essas fusões só favorecem ao capital. Por isso, vamos exigir além de reajuste de salários e benefícios, a negociação do PPR/2019, manutenção dos postos de trabalho etc.