Jornal do Sinttel 1685 - de 30 de outubro a 5 de novembro de 2019

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CAMPANHA DAS OPERADORAS

CLARO ADIA RETOMADA DAS NEGOCIAÇÕES PARA NOVEMBRO 30 de outubro é dia de defender a soberania nacional, direitos e empregos

Centrais sindicais, movimentos sociais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo se unem num grande ato nesta quarta-feira, dia 30, a partir das 10h, em Brasília. O protesto é contra as privatizações, o fim de direitos sociais e a política econômica neoliberal do governo Bolsonaro que não promove o desenvolvimento, nem gera emprego. Não dá mais para ficar de braços cruzados olhando o governo de Jair Bolsonaro (PSL) transformar o nosso país num Chile. O que fez Bolsonaro nesses 10 meses de governo a não ser retirar direitos trabalhistas, colocar em risco o patrimônio público, ao vender as estatais a preço de banana para empresas estrangeiras? O presidente da CUT, Sérgio Nobre, ressalta que ir para as ruas é defender o Brasil, a geração de emprego para mais de 30 milhões de trabalhadores e trabalhadoras desempregados e subempregados. Ir para ruas é dar um basta nas políticas neoliberais. De acordo com o presidente da CUT, para voltar a crescer, o Brasil precisa de investimento do setor público porque as multinacionais só investem em seus países de origem. “Todos os períodos de crescimento econômico que nós tivemos foi com intervenção do Estado, com investimento dos bancos públicos, em especial do BNDES e das empresas estatais, como fez a Petrobras: ao decidir pela construção de plataformas no Brasil recuperou o setor naval brasileiro, gerando milhares de empregos”. Para o dirigente, a política de privatização do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, de entregar o nosso minério e nossa água aos estrangeiros, será um caso de estudo porque o Brasil será a única Nação no mundo que entregou a suas riquezas para outro país sem nenhuma guerra. “A política de Guedes compromete o futuro do Brasil. Por isso, todo mundo tem que ir às ruas, a dona de casa, os estudantes, os rurais e os indígenas. Todos contra a destruição do país”, diz. CARAVANAS

O ato contará com caravanas de outros estados e, principalmente de Goiás e do entorno de Brasília. São petroleiros, bancários, professores, metalúrgicos, urbanitários e trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, servidores públicos, terceirizados e de várias outras categorias profissionais, inclusive desempregados que vão ocupar a esplanada dos Ministérios. “O trabalhador que não puder ir, avise a família e os amigos desempregados sobre a importância da participação deles. Precisamos de toda a população engajada. Estamos defendendo a soberania nacional e isto passa pela manutenção das empresas públicas.

CAMILA PALMARES

A terceira rodada de negociação com os representantes da Claro, dia 24, em São Paulo foi marcada pelo impasse. A empresa até acenou com algumas mudanças em relação à proposta inicial, mas nada que pudéssemos submeter aos trabalhadores em assembleia. Ele manteve o índice de reajuste abaixo do INPC acumulado que é de 3,28%, não fez qualquer proposta de ganho real e insistiu em só reajustar os salários e benefícios em 2020. Isso é inaceitável. A data-base dos trabalhadores é 1º de setembro.

A

empresa sequer sugeriu alguma compensação para postergar o reajuste de salários e benefícios de setembro deste ano, data-base da categoria, para o ano que vem. Por mais que a comissão nacional de negociação, coordenada pela Livre e constituída do Sinttel-Rio e demais sindicatos filiados, insistisse com a empresa para que garantisse o INPC cheio e ganho real para todos os trabalhadores, eles batiam o pé na proposta apresentada: 2% de reajuste salarial em fevereiro e ponto final. A resposta da Livre e dos Sindicato não podia ser outra se não à rejeição. As outras federações Fitratel e Fenattel também rejeitaram a proposta. INFLAÇÃO X SALÁRIOS

O INPC acumulado de agosto/2018 a setembro/2019 foi de 3,28%. Este índice é oficial, mas não cobre as perdas reais de salários e benefícios com a inflação real, que está muito acima disso e pesa no bolso do trabalhador. Quem recebe vale-alimentação sabe que o mesmo não cobre mais o custo das compras mensais de su-

Nextel não confirma negociação para o dia 30

A Nextel finalmente rompeu o silêncio, mas não cumpriu com a palavra. Até o final da tarde ontem, 29, o Sindicato aguardou a confirmação da Nextel para a primeira rodada de negociações salariais, agendada anteriormente para esta quarta-feira (30) e nada de confirmar a reunião. A categoria está ansiosa e indignada com a indiferença e o pouco caso da empresa. A data-base é 1º de setembro, estamos com o pé em novembro e nada de negociação. O Sinttel-Rio exige da Nextel o início imediato das negociações. Além de reajuste salarial e de benefícios pelo INPC integral (3,28%), mais ganho real de 5%, o Sindicato e a Livre exigem pagamento retroativo à data-base e cobram a manutenção dos postos de trabalho, afinal, a empresa foi vendida à Claro e o processo de incorporação deve ser concretizado em 2020.

permercado. Além disso, o custo de combustível e de serviços como gás, água, luz, telefone etc. levam boa parte do salário. Comer na rua também está mais caro.

itens da nova proposta já rejeitada pela Comissão Nacional de Negociação constituída pela Livre e Sindicatos filiados.

RECEITA DE R$ 35,66 Bi

A PROPOSTA REJEITADA

Nada disso foi suficiente para convencer a Claro a ceder e melhorar a sua proposta, pois sabemos que ela tem condições de sobra para isso. Ostenta o segundo lugar no mercado brasileiro, ficando atrás apenas da Vivo. Sem argumentos e sem querer ceder, a Claro decidiu que voltará a negociar no dia 15. A sua tática é a de sempre, empurrar a negociação com a barriga e usar o PPR/2019 com objeto de barganha para reajuste de salários e benefícios. Esse filme nós já vimos e devemos unir forças para fazer um final diferente. ATO DIA 31 EM MACKENZIE

A saída para os trabalhadores é uma só: mobilização e luta. Participe do ato que realizaremos nesta quinta (31), a partir das 12h, no prédio sede, 1012 e no complexo de Mackenzie. Veja a seguir os principais

=Reajuste para salários: 2% em Fev/2020, exclui gerentes e diretores; =Piso salarial: 2% Fev/2020; para os trabalhadores da NET, mantendo a discriminação; =Quebra de Caixa: 2% Fev/2020; =Vale-refeição/alimentação: 2,3 Jan/2020; =Auxílio-creche: 2,3% Jan/2020; =Auxílio PNE (pessoa com necessidades especiais): 0%; =Auxílio medicamentos: 0%. PPR/2019 =Resultados até setembro - 2,63 salários; =Pagamento em abril; =Elegibilidade - mantém exclusão para empregados que pediram demissão; =Mantém a mesma proposta para cláusulas sociais.

Ato nesta quarta, na Oi, Praia e Arcos

Começaremos a semana intensificando as cobranças à Oi para que ela inicie imediatamente as negociações salariais. Para mobilizar os trabalhadores e levá-los a reagir e pressionar a empresa, a diretoria do Sinttel-Rio estará nesta quarta e quinta-feira, dias 30 e 31, a partir das 12hs, em frente aos prédios da Oi na Praia de Botafogo e Arcos, respectivamente. É importante que todos os trabalhadores desçam e

participem. O Sindicato levará a esses atos uma faixa gigante para que todos vejam o que estamos cobrando, inclusive, a população. Até quando a Oi vai enrolar para iniciar as negociações? Nossa data-base é 1º de novembro e até agora nada de negociação. A pauta foi encaminha à Oi há mais de um mês, desde então o Sindicato vem cobrando semanalmente e a empresa não deu

qualquer resposta. Uma das nossas reivindicações é justamente a mudança data-base para 1º de setembro, junto com as demais operadoras. Também queremos reajuste pelo INPC cheio e linear para salários e benefícios, mais 5% de ganho real, a ser pago na data-base, nenhum dia depois, além de garantia de emprego e fortalecimento da empresa. Não ao fatiamento da Oi!

CAMPANHA DE TELEATENDIMENTO Sindicato submete pauta de reivindicações aos trabalhadores Após pesquisa sobre as prioridades para o setor de teleatendimento, Sindicato consulta a categoria para avaliar a pauta; as próximas acontecem na Datamétrica, Europ, Youtility e Brasil Center. As assembleias para votar a pauta de reivindicações dos trabalhadores em empresas de teleatendimento já começaram. Desde segunda-feira (28), a diretoria do Sinttel-Rio está percorrendo locais de trabalho consultando a categoria sobre

a pauta que vai ser encaminhada para as empresas para dar início às negociações da campanha salarial 2019-2020. A pauta foi elaborada a partir da pesquisa online realizada pelo Sindicato para saber as principais reivindicações do call center. Nos dias 28 e 29 de outubro, os trabalhadores da Atento (sites Campo Grande, Del Castilho, Madureira, Niterói, Penha, Teleporto) e LIQ votaram a pauta. Nesta quarta-feira, dia 30 é a vez dos companheiros da Datamétrica, na Prefeitura e no

Engenho de Dentro. Na quinta-feira, dia 31, as assembleias acontecem na Europ, Youtility e Brasil Center. De 7 a 25 de outubro, o Sinttel-Rio fez uma pesquisa com os trabalhadores em empresas de teleatendimento sobre as questões mais importantes a serem melhoradas nas condições de trabalho deste setor. O objetivo da pesquisa era de identificar os pontos mais relevantes e urgentes para a categoria e com essas informações, preparar a pauta de rei-

vindicações unificada para a campanha salarial. O setor de teleatendimento é um dos maiores na categoria de serviços, até o ano passado, conforme dados de entidades de representação patronal, era de mais de um milhão de trabalhadores em todo país, em sua maioria mulheres e jovens na faixa etária de 19 a 30 anos. O setor também é um dos campeões em rotatividade e adoecimento por se tratar de atividade estressante.


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