E
ste ano, nas comemorações do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o nosso Sindicato realizará um mês inteiro de atividades como debates, palestras, artigos e entrevistas no site e no jornal. Com isso abrimos possibilidade para reflexões profundas sobre o feminicídio (o assassinato de mulheres), a misoginia (ódio ou aversão a mulheres) e sobre as posturas machistas que se repetem até os dias de hoje e que precisam acabar. O Sinttel-Rio realizou uma pesquisa com as trabalhadoras de telecomunicações para saber quais são as principais necessidades das mulheres no setor. É com base nas diversas respostas enviadas que vamos abordar nas próximas semanas temas como maternidade e trabalho, benefícios e políticas para mulheres, assédios, a realidade da mulher negra no mercado de trabalho e questões LGBT. Como diz nosso slogan, nossa bandeira é sempre o respeito. E na sociedade que sonhamos e que queremos construir, todas seremos cidadãs livres para sermos o que quisermos ser. Sermos tratadas com respeito e igualdade. Utopia? Não. É o que queremos. É o que merecemos. Nessa nova sociedade não será mais necessário dizer “não é não” porque haverá respeito mútuo. Há 88 anos, no dia 24 de fevereiro de 1932, as mulheres brasileiras conquistaram com muita luta o direito de votar. Não pensem que foi fácil. As líderes desse movimento eram apontadas pelas próprias mulheres como “feministas” como se isso fosse um crime. Ainda hoje, 88 anos depois, há pessoas que veem o feminismo com preconceito. No entanto, não veem com a mesma intolerância o feminicídio e a violência doméstica. Ainda são frequentes notícias de assassinato de mulheres pelos seus maridos ou ex, muitas vezes diante
dos filhos. A tolerância do estado e da sociedade com o feminicídio leva a estatísticas revoltantes como esta: a cada 60 segundos, 9 mulheres são agredidas no Brasil, segundo o Fundo Brasil. Isso é inaceitável. Segundo o portal Uol, de acordo com o Mapa da Violência de 2015, último levantamento quantitativo nacional sobre o assunto, o Brasil é considerado o 5º país do mundo com maior número de feminicídios. Segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), só em 2017, foram 4.600 casos, ou seja, entre 12 e 13 mulheres são mortas todos os dias.
O Uol também revela que as taxas de feminicídio cresceram em 2019.
EM DEFESA DA DEMOCRACIA
É sobre tudo isso que devemos refletir neste 8 de março e ao longo mês. E acima de tudo sobre a defesa da democracia constantemente ameaçada pelo atual governo que, se aproveitando do Carnaval, convocou seus seguidores, via redes sociais, para uma manifestação pública pelo fechamento do Congresso. Isso é um ataque mortal à democracia. Nós,
mulheres, devemos ser as primeiras a ir às ruas contra qualquer ameaça à democracia. Que a liberdade que conquistamos, a força que temos e o empoderamento que já vivenciamos hoje não nos deixe calar diante de atitudes machistas, de desrespeito à mulher e de atentado à democracia. O Sinttel-Rio estará junto às trabalhadoras de telecom realizando diversas atividades nos locais de trabalho, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. As datas e horários serão divulgados nos próximos dias no nosso site. Acompanhe e não perca!