3452 Palavras de Poesia
Teresa Lage
TERESA LAGE
3452 PALAVRAS DE POESIA
FICHA TÉCNICA EDIÇÃO:
Vírgula 3452 Palavras de Poesia AUTOR: Teresa Lage TÍTULO:
PAGINAÇÃO: CAPA:
Paulo Resende Filipa Pestana
1.ª EDIÇÃO LISBOA, FEVEREIRO 2013 IMPRESSÃO E ACABAMENTO: ISBN:
Publidisa
978-989-8413-83-3 354401/13
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3452 PALAVRAS DE POESIA
3 452 P A L A V R A S
DE
PO E S I A
Nocturno É dentro da noite que o meu corpo aquece, Se molda e entrega. Dentro da noite, todo o passado se esquece, Tudo o que não seja amor se nega.
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TERESA LAGE
É no silêncio que o teu rosto me fala, O teu corpo me foge ou se entrega. É no silêncio que me vem à memória A saudade fria da tua ausência. A angústia cansa!
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DE
PO E S I A
Encontro-me na rua do teu corpo. Devagar, caminho nele à medida Que o desejo cresce. A pouco e pouco acelero o passo E tropeço cega no prazer. A rua do teu corpo é um beco sem saída, Na rua do teu corpo fico desvairada, perdida.
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TERESA LAGE
Esta noite não quero ver a lua, Vou fechar a janela e ouvir o murmúrio do silêncio. Esta noite vou tapar-me de solidão E dormir o sono dos tristes. Esta noite falta-lhe o brilho dos teus olhos.
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PO E S I A
Quando chegar a hora Quando chegar a hora, quero ir tranquila e livre. Não quero saber para onde vou, ou com quem vou. Quando chegar a hora, quero entregar-me toda. Quero que todos saibam, que fui eu o tempo inteiro. Sem máscaras, sem subtilezas, sem mentiras, sem nada que não fosse simplesmente eu. Quando chegar a hora, quero entregar-me sossegadamente nas mãos que me querem, nos braços que me esperam, nos lábios que me beijam, no corpo que me deseja. Quero ir como se de um sonho se tratasse, e não mais acordasse dele. Quero que seja uma hora, breve. Para me entregar toda, nas mãos de quem me quer levar, nos braços de quem me quer abraçar, nos lábios que me esperam para beijar, no corpo que me deseja e quer matar.
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TERESA LAGE
Um dia a morte virá Hei-de um dia descansar meu corpo quente Em teu corpo frio, e aquecer-te por um instante Antes de morrer nele. Um dia irei contigo para onde me levares, Sem perguntas sem medos, simplesmente irei. Porque um dia deixarei este corpo quente No teu corpo frio, e vou morrer em ti. E vou morrer dentro do teu seio, Ou sémen, ou mãos. Um dia vou deixar de ser eu. Não sei o que vou ser, Talvez espelho, nuvem, pó, anjo, estrela… Ou simples alguém que viveu, que amou e morreu.
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Despes-me o corpo com mãos de espuma, leves, macias. Vais caminhando nele devagar, tal como a brisa toca nas folhas que caem, quando o Outono está para chegar. Apertas-me num abraço longo, forte. E entrego-me nele descansando a cabeça no teu ombro, o peito no teu peito, e paro de respirar. És pele na minha pele, corpo no meu corpo, desejo e paixão, és o abrigo seguro onde posso enfim repousar.
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Vivemos a preto e branco! De um lado a imaginar como será a morte, do outro a descobrir a vida. Vivemos a preto e branco! Entre o pesadelo e o sonho, a lembrar e a esquecer. Vivemos a preto e branco! Entre o desconhecimento do futuro, e a realidade do presente. Vivemos a preto e branco! Acreditando no amor, afastando o ódio, entre o certo e o errado, o bem e o mal. Vivemos a preto e branco! Entre o brilho de olhos felizes, e o esgar de uma boca quase a chorar. Vivemos a preto e branco! Entre Invernos cinzentos e chuvosos, e Primaveras coloridas. Entre Outonos de folhas caídas pelo chão, que o vento irá levar, e Verões de céu aberto, com o Sol a brilhar. Entre a mentira e a verdade. Entre Deus e o Diabo, o sonho e o pesadelo. Vivemos numa tela entre o branco e o preto. Enfim, vivemos num quadro a preto e branco!
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PO E S I A
Esta palavra que diz eu é vestes de silêncio. É a voz que tufa as roupas, frescas, novas. Esta palavra que diz eu é confusão do não dito, horas do imaginário. Esta palavra que diz eu, é o ritmo da água, que trago em mim.
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Temos tantos fantasmas no pensamento, tanta confusテ」o amontoada. Tanto amor disperso. テ電io na ponta dos dedos, temos indeterminテ。veis dons por criar. Tanta mテ。goa para engolir, em cada dia que passa.
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