Esboços de Luz e Sombra

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Sempre exigiram que ela fosse atenta, discreta, sisuda mas ela descobria agora que a vida poderia ser muito mais que sisudez e silêncio. A vida poderia ser, também, alegria, ternura e aquele afeto sem nome, leve que a faz sentir-se jovem. Magda sentia pulsar em si, tentando sobreviver, um pequeno fragmento de emoção. Uma emoção há muito tempo adormecida mas identificável no desejo de ser amada, acarinhada. Não por piedade ou respeito mas, simplesmente, amada. … Esse sentimento difícil de definir, que André trouxera até ela. Mas embora muito diferentes parecia haver agora, entre ambos algo de comum. Um laço que prometia uni-los para além da Arte. Algo que Magda não conseguiu compreender ainda mas que ele parecia ter compreendido já: ligava-os o facto de serem autênticos, de serem eles mesmos em todas as circunstâncias, nada fazendo para se mostrarem mais brilhantes, mais talentosos do que na realidade seriam. Mas fosse como fosse, o amor não podia ser uma questão de aproximação ou de diferença de idades. O amor dizia respeito a cada um segundo a sua forma de vida. E a vida de cada um nunca era igual à de outro qualquer. Não podia, portanto ser regulada por leis gerais impostas pela sociedade.

MARIA DO PILAR FIGUEIREDO nasceu em Cambeses, Barcelos e vive no Porto. É licenciada em Filologia Românica.

Foi-lhe

atribuído

o

Prémio

Nacional

Revelação em 1971, com o livro de contos “O Vento e as Raízes”, onde é abordada a temática da emigração na época. Sendo o primeiro de vários outros que posteriormente foram publicados.

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Esboços de Luz e Sombra Maria do Pilar Figueiredo



Esboรงos de Luz e Sombra


FICHA TÉCNICA edição:

Edições Vírgula ® (chancela Sítio do Livro) Esboços de Luz e Sombra autora: Maria do Pilar Figueiredo título:

revisão:

Patrícia Espinha Miguel Pratas capa: Paulo S. Resende capa:

1.ª edição Lisboa, Julho 2014 isbn:

978-989-8714-17-6 377563/14

depósito legal:

© Maria do Pilar Figueiredo

publicação e comercialização

Av. de Roma n.º 11 – 1.º Dt.º | 1000-261 Lisboa www.sitiodolivro.pt


Maria do Pilar Figueiredo

Esboรงos de Luz e Sombra



A primavera tinha surgido mais cedo sobre a cidade e isso queria dizer que o inverno se fora embora, e as rosas estavam prestes a desabrochar. Não as rosas criadas em estufas ou viveiros, mas as outras. As que irreverentemente costumam espreitar por sobre os muros dos quintais que ainda persistem, apesar das transformações arquitetónicas infligidas a grande parte do património habitacional da outrora vila e agora oficialmente cidade. Mas se algumas das ruas foram descaracterizadas, já o mesmo não se poderá dizer do jardim público, um jardim plano traçado por arruamentos curvilíneos ladeados por sebes de arbustos onde pequenas folhas verdes em forma de lanças vão crescendo rapidamente. Folhas que até há bem pouco tempo não passavam de brotos mas que, dentro em pouco, serão folhas lanceoladas, a par de uma infinidade de formas diversas correspondendo a outras tantas famílias cuja cor e recorte impressiona Magda. Daí o encantamento com que olha os canteiros, em particular os de azáleas, cujas corolas ainda não estão totalmente abertas mas o caule, 7


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que, ramificado, sobe em direção à luz, começa já a vestir-se de um verde suave anunciando um tempo próximo em que há-de florir. Para o comum dos mortais tratar-se-á apenas de seres pertencentes ao reino vegetal. Mas para Magda é o começo da primavera, altura em que tudo surge num despertar contínuo: os animais saem da sua quase letargia de inverno, os rebentos dos narcisos pontilham de amarelo os canteiros que irrequietos pássaros sobrevoam. Cheira a lírios e a erva recém-cortada neste findar de tarde de um março calmo e alegre. Sente-se no ar, que parece dar como certo o afastamento da penumbra, do frio intenso. Da geada e do granizo. E embora se saiba que nem sempre a primavera quer dizer sol e que o vento soprando rijo não tardará a andar por aí, caso as nuvens, a nascente, falem verdade, esta estação continua a ser, para ela, uma estação diferente, a mais feliz de todas. De facto, é outra a luz que suavemente cai do céu. Uma luz especial, fazendo espelhar nas folhas tenras das árvores, uma claridade suave, uma transparência luminosa que torna delicadamente belas as coisas tidas por insignificantes, tais como o esvoaçar das libelinhas ou o saltitar dos melros pontilhando de negro o colorido dos canteiros. É a hora do pôr-do-sol que se aproxima, um sol cujos raios oblíquos se infiltram através das folhas tenras dos vidoeiros, emprestando assim uma nova beleza ao resto do jardim que sobressai iluminado por esse mesmo sol. E é dominada por esta sensação de encantamento que Magda se dispõe a atravessar o jardim público cujos canteiros ainda escassamente floridos, atraem as primeiras borboletas e acolhem as primeiras andorinhas que os sobrevoam em voos rasantes, para logo partirem em demanda do seu beiral. Detém-se por momentos a observar a incipiente primavera que se esforça por se tornar esplendorosa, um quadro que a sua sensibilidade consegue transformar num renascer de vida. 8


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Através da verdura luminosa do parque, divisa-se o edifício da Casa da Cultura, uma construção oitocentista, antiga residência de fidalgos cujo nome ficou definitivamente ligado à vila e para a qual ela se dirige caminhando sem pressas, ao mesmo tempo que vai olhando para um e para o outro lado do arruamento, como se fosse guardar na retina o colorido dos canteiros, um colorido discreto que ela tão bem sabe transpor para as suas telas, duas das quais fazem parte da exposição coletiva aí patente. Mas agora não é essa exposição que a atrai para o rejuvenescido edifício oitocentista, mas sim os “Encontros de Poesia”, evento organizado por uma associação cultural local com o apoio da Câmara Municipal e cuja abertura solene terá lugar daí a pouco, para se prolongar por alguns dias mais. Três dias de colóquio ou, antes, de um festival de poesia no qual estão inscritos participantes de vários pontos do país, alguns de recônditas terras do interior, trazendo na bagagem modestos exemplares de livros que conseguiram publicar, a expensas suas. Gente discreta, de trato delicado que, por vezes, parece pedir desculpa por ter sido distinguida com o dom da criação poética. Outros há, porém, que vindos das grandes cidades, em especial da capital, se passeiam já, impantes e desdenhosos ante a modéstia da outrora vila, malgrado os esforços da autarquia para tentar fazer desse antigo burgo uma cidade moderna, dinâmica, fluorescente, em nada inferior a tantas outras da região Norte. No entanto, a pequena e histórica vila mais não consegue ser agora do que uma localidade descaracterizada, dominada por um hipermercado e um centro comercial – atração dos estudantes que aí dão forma a encontros que programaram sem outra finalidade que não seja a de se libertarem da rotina, do tédio. Poucos de entre eles serão os, interessados pela poesia, ali virão para escutar vozes com um sotaque que não 9


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é o deles, escutar palavras que pouco terão a ver com as que ali na terra são utilizadas no dia-a-dia. Também os donos das novas vivendas que se plantaram em novos arruamentos, bem como os dos edifícios de apartamentos, também esses não virão até aqui. Os valores por que regem as suas vidinhas são outros. É portanto, gente de fora, com exceção de um ou outro ligado à política local, que ali estará no momento de homenagear o poeta, cujo nome impresso na capa dos seus livros não é o mesmo com que foi batizado muitas décadas atrás, porque o poeta durante muitos anos escondeu-se por detrás de um pseudónimo, receoso dos comentários jocosos dos seus conterrâneos. Ele está ciente de que ali, agora, as pessoas são conhecidas não pelos dons intelectuais, mas pela ostentação de vida próspera. Daí serem múltiplos, por toda a parte, os sinais de um novo-riquismo, sinais que de tão evidentes não podem passar despercebidos a um olhar mais atento. Mas seja como for, a recém-dominada cidade irá sair do seu lendário anonimato e será notícia nos meios de comunicação, televisão sobretudo, tanto mais que há alguém ali da terra que ocupa um lugar importante numa das estações televisivas, e, a comprová-lo, já se lobrigaram homens da televisão a filmar monumentos, jardins e cenários diversos para, deste modo, enquadrarem a notícia de que ali, durante três dias, irão ter lugar os Encontros de Poesia. Três dias não somam muito tempo. Mas são dias que de tão intensos mais extensos o parecem ser. E são, de facto, se se somarem as horas dos longos serões, a intensidade de algumas conversas, o tempo de viagem. Três dias de plenitude. Três dias que serão, estão certos disso, memoráveis, certeza da qual Magda também partilha, embora não consiga explicar porquê. Ela é uma das promotoras do festival, “o primeiro de que há notícia ali e nas terras em redor”. Para isso, ela e a sua equipa tiveram de 10


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vencer muitas dificuldades, de bater a muitas portas, para obter patrocínios, autorizações, divulgação. Mas valeu a pena, sente-o porque (recorda de súbito) “a poesia é uma outra forma de realidade. Ou seja, é o resultado da criação de…”. Leu esses conceitos já não sabe onde, e outros mais que agora lhe vêm à mente: “O poema é uma forma de nos servirmos das palavras para exprimir essa relação múltipla e única de uma palavra com outra…”. E assim pensando, mal dá pela brisa ligeira que se levantou tangendo, nos ramos finos dos choupos, uma suave melodia. “Doces harpejos…” recolheu esta expressão, que agora lhe acudiu à mente, num poema que já não é capaz de identificar, obra talvez de algum poeta romântico, porque se trata de uma expressão de sentir há muito ultrapassada. Pelo menos assim lho pareceu. Logo, porém, a sua atenção foi atraída pelo de asas, vindo de um bando de pombos a esvoaçar pelos ares. Esbatida mancha de cor, na luz branda do crepúsculo. Desperta destas divagações em que se deixou embrenhar, Magda dá por si a atingir o limite do jardim público e agora tem na sua frente a praça. Um vasto recinto lajeado, de granito polido, no centro do qual um tanque e os respetivos jogos de água sobem e descem, tomando diversas formas e cores, segundo um programa eletrónico de controlo remoto. Algo que no início deslumbrara os habitantes do pequeno burgo e agora se tornou banal e até mesmo motivo de crítica de uns quantos, sabido que esses luxos são suficientemente dispendiosos para serem suportados por municípios de escassas receitas, como é o caso, razão pela qual seria mais aceitável, opinaram alguns, transferir-se para ali o chafariz barroco, escondido na cerca do hospital, o qual não necessita de “controlos remotos” para que a água caia com leveza e graça do alto das suas pedras artisticamente trabalhadas. Uma peça de arte do século XVIII que, por certo condiria com a fachada do prédio onde foi instalado o secretariado dos “Encontros de Primavera” – encontros de poesia 11


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a que alguns chamaram de “Festival”, outros de “Colóquio”, outros, ainda, de “Jornadas”. O casarão foi pertença de uma família fidalga e sua descendência, a qual apesar de algumas vicissitudes conservou intacta a imponente frontaria, frente aos jardins da mesma época, que Magda se detém a olhar como se pela primeira vez os visse. Quantas vezes na sua infância, ela, à vinda da escola, ali saltou à corda com as companheiras, tentando retardar o mais possível o regresso a casa onde os avós a esperavam com as suas leis inflexíveis, a sua secura, a sua quase indiferença perante essa neta, a única, fruto de amores mal aceites pela sociedade de então. Uma criança indesejada que viera perturbar com o seu choro e a sua natural irrequietude, a paz daquela forma de vida dentro da casa tão gasta como os próprios donos, então já no limiar da velhice. Não foi, portanto, na sua meninice, tratada como uma flor de estufa, antes como planta esquecida no matagal, quase ignorada mas disposta a sobreviver, lutando contra a agressividade do ambiente que rodeou o seu crescimento, anulando assim todas as previsões bem como as possibilidades de não ter forças para sobreviver. * É, por conseguinte, com a emoção de sempre que Magda dá por si a percorrer os locais da sua meninice, onde não lhe foi permitido dar asas ao seu desejo de viver a vida sem peias: vida restrita que afinal conseguiu aceitar, talvez porque a energia que herdara de seu avô foi canalizada para a autodefesa, tendo como armas a astúcia, a determinação, a vontade de viver. 12


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Na verdade, a sua vida vivida ali naquela terra de pequenas montanhas e pequenos rios articula-se em épocas sucessivas, independentes, em parte, como capítulos de um romance, como o inventário de biografias justapostas. Vira seu avô tratar a sua mãe, a sua avó e outras mulheres da família com a mesma sobranceria com que se dirigia aos subalternos. Vira o medo estampado nos olhos de sua mãe, a pressa em se refugiar em qualquer canto esconso onde o olhar dele a não alcançasse. Cedo compreendera o desespero que havia no seu olhar, o apelo a que ela nos seus poucos anos não poderia responder, até que deixou de a ver, de ouvir a sua voz abafada pela vergonha e pelo medo também. Ninguém lhe disse qual o rumo que sua mãe tomara “para que não fosse um mau exemplo para a pequena Magda”. Mas isso não impediu que obtivesse resposta para as suas muitas interrogações e secretamente observasse a vida íntima das mulheres que perto de si viviam, e escutasse fragmentos de conversas para as quais os seus ouvidos não estavam ainda preparados, tal como ela não estava preparada para tão cedo conhecer os segredos da Vida em obediência às leis da mãe Natureza. E enquanto assim se vai enredando nestas evocações, deixa que o seu olhar se cruze com o de um ou outro poeta, figuras bizarras como a deste em quem o seu olhar se demora e cujos longos bigodes loiros dão à expressão uma certa ousadia, sob aquele largo chapéu. Uma figura que, com o seu traje excêntrico, destoa naquela cidade de gente antiga, conservadora. Por isso, as pessoas que com ele se cruzam voltam-se e é bem claro que essa atitude não desagrada ao poeta. Porque não se temem essas coisas quando se é novo e, por vezes, é-se novo durante toda a vida. Participantes que ela não conhece, possivelmente vindos do Sul ou de algumas terras do interior, vão-se aproximando do vetusto edifício, cruzando-se com outros que saem, sobraçando a pasta com a respetiva 13


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documentação. Caminham devagar em demanda de um café ou em busca de algum companheiro das Letras, com quem possam rever momentos passados em circunstâncias idênticas a esta, trocar impressões. Gente praticamente anónima, gente vária no mundo das Literaturas. De entre estes, há os que poetando trazem à luz do dia raivas insepultas, protestos camuflados. E enquanto uns têm por mote os pequenos sonhos desfeitos, desilusões, afetos mal correspondidos, outros preferem falar de emoções, dores, melancolia, raramente de alegria exultantes. E, enquanto para uns, os males dos outros são-lhes alheios, é como se nunca tivessem existido, para outros, os dramas da humanidade e os males que a afligem preocupam-nos ostensivamente porque isso lhes dá um certo ar de respeitabilidade. * Magda acabou de atravessar a praça e dispôs-se a subir os largos degraus gastos pelos milhentos passos que, ao longo dos séculos, os subiram ou desceram. Vai encontrar-se com pessoas cultas, simpáticas, mas cuja forma de vida mal conhece e que são indiferentes aos seus sonhos, aos seus fracassos. “Quem serão esses homens e essas mulheres com quem ela irá contactar mais de perto, ao longo daqueles dias, nesta paisagem de cimento dos altos prédios, tão diferente da paisagem verdejante da sua meninice?” Para ela, o cenário que agora a rodeia – fragmentos de uma paisagem bucólica e suave guardada na memória afetiva – sobrepõe-se a tudo o mais. Por isso lhe custa apartar-se dela e deste sol que vai tombando para os lados do mar ao desaparecer lentamente por detrás do granítico 14


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edifício, ao mesmo tempo que vai projetando a sombra dessa monumental construção oitocentista, alongando-a pelo chão lajeado. Empurra finalmente a porta envidraçada do hall, disposta a atravessá-lo e, suavemente, abre caminho por entre os participantes que por ali circulam, ou se procuram e ficam a conversar em pequenos grupos sem que o ruído das conversas suba de tom. Entretanto, novos participantes vêm chegando e logo se dispõem a circular de grupo em grupo, pelo que o ruído das vozes sobe a tal ponto que se poderá dizer que a conversa se tornou geral e que as palavras jorram impetuosas, esvoaçam, pairam no ar, procurando impor-se. E enquanto os vê trocarem breves saudações, procurarem amigos entre os participantes ou simples convidados para esses Encontros, Magda embrenha-se na pequena multidão, dando-se conta dessa atmosfera cordial, retribuindo acenos e leves sorrisos, cumprimentando gente que mal conhece, olhando de soslaio algumas celebridades perante as quais não sabe ao certo que atitude adotar. E enquanto assim se move, vê-se de súbito detida por um grupo do qual sobressai um velho mirrado, cujo olhar luminoso contrasta com a sua figura ascética: é o poeta da terra, o único famoso ali e nas redondezas, alguém que o grande público desconhece mas que a Câmara Municipal, através do Pelouro da Cultura, vai homenagear, patrocinando o evento promovido pela Associação Cultural. Até porque ele é o único poeta conhecido, o único que tem cantado as belezas daquela terra, daquele chão sagrado. Magda em tudo isto vai pensando ao mesmo tempo que tenta abrir caminho através da pequena multidão, até que uma mulher alta, de busto opulento, lhe barra o caminho e, um pouco rudemente, não tarda a apresentar-se: 15


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– Sou a representante da Associação Cultural Rosa Castilho…– disse, sorrindo. – Eu e a Rosa Castilho fomos contemporâneas na Soares dos Reis… E estes nossos colegas… A frase desencadeou uma série de saudações: todos se cumprimentaram e cada um disse o seu nome que poucos terão fixado. Alguns deles, porém, cumprimentaram-se com um abraço e disseram as coisas que na circunstância devem ser ditas: que estavam com muito bom aspeto… Que seria bom juntarem-se mais frequentemente para falarem de poesia e de pintura… E, a propósito, referiram alguns conhecidos comuns. E, enquanto trocavam breves considerações, iam olhando em redor procurando mais amigos comuns entre outros convidados para aquele evento. Quando finalmente terminaram os cumprimentos e a conversa se generalizou, ninguém se lembrava já do nome de ninguém.

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