Tentei assim através dos versos que compõem este livro adaptar o meu pensamento e emoção a uma linguagem sintética e funcional, retratando o amor e tudo o que me rodeia duma forma sentida, divulgando assim as minhas ideias ou até os meus sonhos. Um obrigada a todos os que quiserem conhecer um pouco de mim.
Teresa de Figueiroa Rego
MOMENTOS
Quero tecer aqui algumas breves considerações sobre o que me levou a escrever poemas. Desde adolescente que a poesia representa para mim uma forma de tornar visível algo abstracto, como os sentimentos, em realidades quase palpáveis. Parafraseando Thomas Gray, “Poesia são sentimentos que respiram e palavras que queimam”. Quiçá o remoto parentesco com Bocage e Fernando Pessoa, que tanto admiro, me tenham também influenciado.
Teresa de Figueiroa Rego
MOMENTOS
MOMENTOS
FICHA TÉCNICA Edição: Vírgula Título: Momentos Autor: Teresa de Figueiroa Rego Revisão, Paginação e Capa: Paulo Silva Resende 1.ª EDIÇÃO LISBOA, Maio 2012 Impressão e Acabamento: Agapex ISBN: 978-989-8413-58-1 Depósito Legal: 342843/12 © TERESA DE FIGUEIROA REGO Publicação e Comercialização Sítio do Livro, Lda. Lg. Machado de Assis, lote 2, porta C — 1700-116 Lisboa www.sitiodolivro.pt
Teresa de Figueiroa Rego
MOMENTOS
Ă€s minhas filhas, Filipa e Catarina.
PREFÁCIO
Coube-me escrever estas linhas, tarefa gratificante, mas também ingrata e difícil. Afinal, como fazer jus a esta obra poética e à sua singular autora?… Ocorre-me o dizer de Victor Hugo: “A poesia é tudo o que há de íntimo em tudo”. E contento-me. Parece-me perfeitamente apropriado para qualificar a escrita poética que nos é dada a conhecer nesta obra. Cada verso, estrofe, poema, transborda de emoções plenas de intimidade, como se o Eu poético nos falasse ao ouvido, ao som de compassadas e melódicas rimas, contando-nos o que sente. Prodigiosa imaginação e poder discursivo. O lirismo é fluído, intenso e envolvente; deixa-nos plenos de vontade de o revisitar. Revisitá-lo-ei. Convido-os a fazê-lo também. A cada (re)leitura, o (re)descobrir de estórias de amor, de desengano, de vida, com as quais qualquer um de nós se identifica. Decido terminar deixando o meu tributo à autora, minha Mãe, dedicando-lhe um Haiku1, escrito especialmente para si:
1 Poema tradicional japonês. Cultiva a arte de dizer o máximo com o mínimo, sem rima, com uma ou mais estrofes em terceto, cada uma com dezassete sílabas, com o esquema silábico 5 – 7 – 5.
Antes do verbo a dรกdiva desse teu: o dom da vida.
Lisboa, Maio de 2012 Filipa de Figueiroa
AGORA NÃO
Não fales, não digas nada, Não quebres este encanto. A vida parou por momentos. Nossos olhos se cruzaram, Nossas mãos se entrelaçaram. E numa pesquisa serena e calma, Descobrimos em nossa alma Que, mais importante do que falar, É esta nossa forma de amar.
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TERESA DE FIGUEIROA REGO
AQUELA GOTA
A lágrima triste Que ninguém viu, Mas que tu viste, Logo se diluiu Assim que sorriste. Libertando minha dor Meu coração vazio. Agora, ciente do teu amor, Já não choro, sorrio.
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MOMENTOS
ASPIRAÇÃO
Aspiro a… Que meus versos contenham mensagem Que do mundo dêem outra imagem Que não sejam palavras ocas sem valor Que do sofredor faça um sonhador, Que mostrem como é belo o amor. Que para além da perfeição da rima... Sejam como sol que tudo anima, Um grito de alerta, Aquela palavra certa Que motiva nossa vontade E nos concilia com a humanidade!
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CONDENADOS
Estamos condenados às trevas que nos circundam, A ignorar o mais perplexo limiar da vida, Se nossas mentes não mais aprofundam, Nossa discórdia, mágoa incompreendida! As torres coroadas de nuvens, os lindos palácios escuros, Paira a anarquia no mundo, estamos inseguros. Oh!, quanta beleza desperdiçada, que destino mais adverso! Em profunda desarmonia todo o ser anda imerso... Reabilitem vossos corações despedaçados, Oh!, senão estaremos para sempre condenados!
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MOMENTOS
DESÂNIMO
Quando a dor em meu peito se derrama, E a vida parece já não ter chama, O silêncio ilude o meu pensamento, Tu partilhas do meu sofrimento. Encontras aquela palavra certa Para o meu grito de alerta, Alteras o rumo dos meus passos E envolves-me docemente nos teus braços.
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ESTUDANDO
Filosofia, História, Português. “Mas terei tudo que aprender de uma vez?”, Interroga-se o aluno pesaroso, “Será necessário tanto esforço Para um dia ser alguém?” A vida, constante competição, Não perdoa a ninguém: Ai de quem dela não aproveita lição! Porque todo o saber é pouco E o sábio não é um louco! A ignorância, essa é inimiga, Aniquila nosso Ser Ou não haja quem diga: Aprender até morrer!