NO TEMPO DAS MIMOSAS
edição: Edições
Parténon®
título: No Tempo
das Mimosas
autora: E va
Maria Valério de Sousa (evamvsousa@gmail.com)
revisão: capa:
Patrícia Espinha
Patrícia Andrade
paginação:
Paulo S. Resende
1.ª edição Lisboa, dezembro 2016 isbn:
978‑989-8845-08-5
depósito legal:
417099/16
© Eva Maria Valério de Sousa
publicação e comercialização
www.sitiodolivro.pt
Eva Maria Valério de Sousa
NO TEMPO DAS MIMOSAS
Este livro é dedicado a Aida Merciana Rodrigues e Ramiro Mendes Valério, Sempre presentes no meu coração
A organização dos capítulos conta ela mesma uma história. Neste livro misturam-se realidade e a fantasia, o desenrolar do livro é a história de quem cresce, vive, se magoa, se cura, e acredita que o essencial é ser-se feliz!
ÍNDICE SABOR A INFÂNCIA Sabor a infância Memórias Casa Desertificação Criança Troça Feliz Coisas do arco-da-velha Gato Mãe
15 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
E SE O AMOR VIESSE ASSIM? E se o amor viesse assim? Distância Sonhos Fantasma Cor de mel Acaso Escondidas Toque Nas nuvens Quebra-cabeças Beijo Apaixonei-me Tu Ditos Fantasia
27 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
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Fantasia II Fui Levada Por um dia que fosse Lentes Sorrisos Amor é vida Amores O som do silêncio E se?
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44 45 46 47 48 49 50 51 52
ACERCA DO TEMPO E DO DESTINO O Tempo e o Espaço O Tempo O Passado Marioneta Renascer Sinais Espaço meu Rotina Sorte Lugar teu Destino no Eu
53 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65
DESESPERO! Insignificâncias Dor Insónias Multidão Vazia Vazio Lembranças Coração
67 69 70 71 72 73 74 75
Desgosto Fugiste O Eu do Nós Desespero Alma Negra O querer que não quero Desisto Desesperança E o vazio veio Pedra Onde dói mais Fazes-me falta Dói-Dói O mundo nos teus ombros Ecos Tormento Quanto de ti? RESISTO, INSISTO E NÃO DESISTO! Injustiça ao justo Segredos Ironias Bicho-Papão Espera A vida que vivo Incertezas Gira, girando Bem-me-quer, mal-me-quer Karma Oportunidades O Hábito
76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106
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Aceitação Insensivelmente sensível Passo a passo Forte Paz interior Os que me acompanham COMO UMA FÉNIX… Liberdade Acordei É urgente viver Preguiça de viver O Sol brilhou Manhã Hoje Mudança Simples
113 115 116 117 118 119 120 121 122 123
NO TEMPO DAS MIMOSAS Homem de Ferro Amigo Gestos e palavras Anjos no meu caminho Esforço Vida marinha Amigos Palavras presas
125 127 128 129 130 131 132 133 134
Agradecimentos
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107 108 109 110 111 112
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SABOR A INFÂNCIA
Sabor a infância A infância tem sabor de: Idas para o campo animadas; Férias em família agitadas; Histórias pelos avós contadas; Sardinheiras nas unhas coladas; Hortências nos jardins plantadas; Café brasileiro em pequenas goladas; Livros e mais livros, livros às molhadas; Manhãs na “minha casa da avó” ensolaradas; Música, escutismo e catequese acompanhadas; Pudim de chocolate domingueiro às colheradas; Pessoas que eu amo na minha memória gravadas. Sabe a carinhos e beijinhos repenicados; Sabe a pessoas que me ensinaram a crescer gente. Mais que memórias… A infância é uma parte de mim onde sempre saboreio o amor!
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Memórias Há lugares que só existem em nós Chamam-se memórias. Têm gentes cheiros cores e histórias. Há lugares na minha cabeça Onde habitam hortênsias E flores de papel Dias solarengos felizes, Um cão preto chamado Bobi Andar de gamela à cabeça, Ser eu livre, mas em mini. Queria viver tudo de novo, Não para fazer diferente... Mas para apreciar melhor.
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Casa E tão logo acordei, havia sol. O cheiro fresco da acalmia após tormenta O cheiro fresco da erva e flores silvestres. Há um sítio no mundo a que chamamos casa... Todos os outros são locais de partida para o regresso.
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Desertificação Algures no sopé da serra Há um lugar cheio de paz, É o lugar a que chamo de terra, Ninguém conhece, tanto me faz! Não muito cheio, pouco apinhado, Tem velhinhos aos molhos na rua, Terra de rosto enrugado, Aqui tudo fica igual, enquanto tudo muda. Pouca vida nova numa terra, Gentes chamam-se pelo nome No mundo onde o querer sucesso berra, Poucos nascem, poucos ficam, este ou aquele some… Algures no meio do Presente Uma escola que abrigou tantos, Permanece agora sem gente. É triste, triste de gerar prantos. Uma terra que podia ser jovem Está agora vazia, tem uma cara estival, Ainda parece nova Não mudou, tá tudo igual!
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Criança E ser criança É ser-se assim, Inconsequente, ingénuo, feliz Porque quem criança foi, Mal de ser adulto diz!
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Troça A força do querer É um querer Que não se esforça. Vejo-te ao longe, Rimos sem rodeios E no meio deste riso Vejo-te inteiro Divertido a fazer troça.
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Feliz Feliz o é Quem feliz o diz. Nesta feliz maré, É feliz quem ser feliz o quis. Sem feliz o querer, Do adulto ao petiz Não há feliz o ser, E para o bom, falta juiz...
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Coisas do arco-da-velha O arco-da-velha Pertence ao imaginário. É um espaço e um tempo Em que a coincidência encontra o destino. No arco-da-velha Planeia-se com a cor da intuição A vontade encontra o plano E as coisas vêm de surpresa. O arco-da-velha É onde nos acontece o que de bom não esperamos É onde nos damos conta que o mundo é uma ervilha E que cada bater de asas de borboleta vira mesmo um furacão.
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Gato Há um gato aninhado no meu colo É pardo, fofo, felpudinho e meigo É ainda vivaço, roedor e muito tolo Os bichos de estimação são tão nossos amigos Sem entenderem nada Estão sempre onde são precisos.
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Mãe Mãe é Mãe a vida toda, É apoio É suporte É amor sem fim! Tenho mesmo muita sorte, Em teres sido de entre todas, A escolhida para Mãe de mim.
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E SE O AMOR VIESSE ASSIM?
E se o amor viesse assim? E se o amor viesse assim? De mansinho, Sem se dar conta. E se o amor que há em mim, Fosse carinho No início desta ponta? E se o amor viesse assim... Seguindo este caminho No final resta uma tonta. Mas e se o amor chega... Vem com os seus pés de lã, Não parece amor. É surpresa! Toma cabeça e coração. Nego-o pra mim, Muito digo não, Mas no fundo... No fundo, sou só sim!
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