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FICHA TÉCNICA EDIÇÃO:
Vírgula ® (chancela Sítio do Livro) O nosso amor seria uma ilusão? AUTOR: Gabriel de Mariz TÍTULO:
CAPA:
Patrícia Andrade Domingos PAGINAÇÃO: Paulo S. Resende REVISÃO: Ana
1.ª EDIÇÃO Lisboa, janeiro 2014 ISBN:
978-989-8678-40-9 367970/13
DEPÓSITO LEGAL:
© GABRIEL DE MARIZ
PUBLICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
Av. de Roma n.º 11 – 1.º Dt.º | 1000-261 Lisboa www.sitiodolivro.pt
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DO AUTOR: SONHOS BREVES (POESIA), ESGOTADO CAPRICHO DE PAPEL (POESIA) AMO-TE (ROMANCE) PELA BERMA DA ESTRADA (POESIA)
Ă€ minha mulher Meu filho E minhas netas
O NOSSO AMOR SERIA UMA ILUSÃO?
Dúvida latente
Que te fizeram eles? Que fizeram dos teus cabelos Soltos ao vento e às marés Ao soluçar da chuva nas janelas A uma porta sem chave para o tempo A um sorriso ainda por abrir? Que fizeram do teu olhar tão brando Colorido em tons de verde cinza Beijado pelo sol de todas as manhãs E nas gotas de orvalho refletido? Que fizeram dos teus lábios Coloridos Quentes Sensuais Com sabor de promessa repetida?
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O NOSSO AMOR SERIA UMA ILUSÃO?
Que fizeram do teu corpo jovem No acender da chama sem recusa Em todas as vezes que quiseste Oferecer a tua vida inteira Por uns momentos que viveste Recitados ao som de uma guitarra? Que fizeram do teu amor sublime Pleno de renúncia desejada Discreto na forma de te dares Poderia gritar todas as coisas Poderia supor que não sonhavas? Hás de contar-me tudo Hás de contar-me Que quero perguntar-lhes Porque sorriem hoje Quando passas.
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O NOSSO AMOR SERIA UMA ILUSÃO?
Na brisa de noroeste
Percorre calmamente Os patamares sem fim Sobe devagar encostas solitárias E atravessa com desdém Regatos de águas mornas. A podridão espalhada Não brota das nascentes Nem se alimenta de pequenos nadas Que alguém Alguma vez Sonhou. Não surge por acaso Nas curvas dos caminhos Ou a refletir-se nos lagos de cristal. Se morreu Grande parte da floresta Tudo se mostra indiferente Às clareiras de dor. GABRIEL DE MARIZ 11
O NOSSO AMOR SERIA UMA ILUSÃO?
Se aparecem moribundos Peixes aos milhares Quase não sente O destino daqueles Que choram ainda Muito tempo depois. A Natureza é infinita E há de repor as coisas Sem os esforços Desnecessários De alguns Quer se mantenham sádicos Ou cínicos Ou filósofos. Viverá a brisa de noroeste Sem consciência de morrer A pouco e pouco Por toda a parte.
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O NOSSO AMOR SERIA UMA ILUSÃO?
Uma história de amor
Se desprezei o começar fortuito Enquanto fortuito ainda seria Não posso esperar Que as nuvens conjugadas Se desviem ao anoitecer Nem conseguirei o retrocesso Do nascer Das pétalas Frágeis que foram Transformadas depois Mais fortes Dia após dia Momento após momento. Perdem-se as vozes na verdade Ignorada e fria Na verdade Que o vento não deixaria de lançar Para o amanhã.
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O NOSSO AMOR SERIA UMA ILUSÃO?
Se o meu protesto agora vem dizer O que diferente pudesse ter acontecido É tarde. Brasília, agosto de 2011
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O NOSSO AMOR SERIA UMA ILUSÃO?
Evolução
Cada vez mais Serei o que não fui. Resta-me defender A ignorância de todas as derrotas E prosseguir Talvez diferente Toda uma luta Capaz de libertar-me. Saberei então Que não sou Muito mais do que era Na ilusão de ser alguém. Uma felicidade inconsciente Virá dizer-me Tudo quanto eu não pudera descobrir. Através de labirintos Inconstantes. Muitas frases ficam deturpadas Por névoas permanentes.
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O NOSSO AMOR SERIA UMA ILUSテグ?
Serei Ou Nテ」o serei Mais Ou Menos Conforme vier a conseguir Toda a desilusテ」o Que me pertence.
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O NOSSO AMOR SERIA UMA ILUSÃO?
No silêncio da tarde
Nevoeiros suaves E sombras de silêncios O ocaso sem cor Encerra as cores discretas É tempo de sorrir ao horizonte Na penumbra de um gesto calculado. Ouvem-se ao longe cânticos da tarde E o nosso amor distante Descompassado E vago Poderá reviver Em nuvens sobrepostas Que só na noite se desfaçam. Descobriremos Nas pétalas E no orvalho Uma nova razão De um novo amor Mais forte.
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