Onde nasce a Fé

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Espedita China

I UMA HISTÓRIA DE AMOR E FÉ


FICHA TÉCNICA edição: Edições Ex­‑Libris ® (chancela Sítio do Livro) título: Onde Nasce a Fé – Uma História de Amor e Fé autora: Espedita China Revisão: Cecília Sousa capa: Patrícia Andrade paginação: Paulo S. Resende 1.ª edição Lisboa, janeiro 2015 isbn: 978‑989-8714-08-4 depósito legal: 377088/14 © Espedita China publicação e comercialização

Rua da Assunção, nº42, 5º Piso, Sala 35 | 1100-044 Lisboa www.sitiodolivro.pt


UMA HISTÓRIA DE AMOR E FÉ



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Gratidão Para mim, a gratidão está em primeiro lugar. Caso contrário, eu não existia, é fundamental. Materialização é primordial para o ideal se concretizar. Minha gratidão é simplesmente universal, Aqueles que colaboraram e que venham a colaborar para este trabalho ser útil a quem nele tocar. À gráfica e aos seus editores, meu carinho especial. Todos desempenham neste ramo a missão, no mais elevado grau.

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Agradecimentos Obrigada ao Supremo Deus, que tudo de bom me concedeu: lágrimas e sorriso farto, carinho, compreensão e felicidade, Amor pela vida. Paz no meu coração é tudo para o bem da Criação. Agradeço aos meus pais por toda a dedicação, com a missão que lhes foi dada pela Divina Providência. Criaram-me com todo o amor, tive uma linda adolescência. Beijinho no coração. Meu esposo. Agradeço a este grande homem que Deus colocou no meu caminho, este reencontrar de almas para as nossas máculas resgatar, através da luz dos ensinamentos, a divina compreensão. Sem ele não havia história. Faltariam páginas no livro, aconchego no meu ninho, carinho no meu coração. Une histoire d’amour des vies passées. Agradeço ao meu ex-marido, com toda a sua linhagem, a missão por Deus concedida de ser o pai dos meus filhos, rica herança desta minha vida. Agradeço aos meus filhotes, com imenso amor e gratidão, que me deram muita força para que eu cumprisse esta missão. Eu sei que eles morriam de saudades, como eu, que apertavam o coração, em especial ao meu genro, que foi um anjo de Deus, pois cuida da minha filha e dos netos que ele me deu. E também da minha nora, a mãe do meu outro netinho. Todos são belíssimas flores com que Deus coloriu o meu caminho.

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Obrigada a todos que fazem parte da minha vida, e à força da Luz Divina que nos uniu nos laços e na fé. A fé é uma energia cósmica que se sente do amor de Deus, por isto tudo em minha vida, orava a Deus com gratidão. Fiz a primeira comunhão aos cinco anos de idade, já era Deus me preparando para cumprir a minha missão. Só vamos ter o Paraíso quando, como diz o Mestre Meishu-Sama: quando a fé e a ciência estiverem em Isonomia, existirá equilíbrio e união.

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Prefácio Este livro nasceu de um forte desejo de fazer alguém feliz, pois Aqui está mostrando que com amor e fé pode-se ir onde se quiser. A fé com gratidão e amor gera luz, que nos faz ser fortes em qualquer dor. Estou contando a minha vida, com os meus relatos e, em fotolitos, vou desabotoando a minha vida simples, mas na fé, grande realização. Como ser humano que ama a vida e a todos os seres. Que uma Suprema Força nos deu para a nossa jornada levar, rumo à nossa elevação, na faculdade da vida, e os doutorados do coração. História de amor e fé, em viagens e na Europa. Abrindo o meu coração, desejo ser útil ao Messias, fazendo feliz o próximo, como a um irmão. A Força Suprema de Deus é a força vital que habita em nós, que faz bater os nossos corações. Com fé pragmática podemos vencer qualquer mal.

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Uma história de Amor e Fé É um resumo das minhas experiências de fé em deus. Fé, Luz e Força.

Este livro não é a minha autobiografia. Se o está a ler é tudo o que eu queria. Faz repensar na nossa vida e vivê-la com gratidão, fé e amor a cada dia. Ao escrever, às vezes, me surpreendo a rir ou a chorar de amor e de alegria. É com grande satisfação que vos abro a minha alma e o meu coração, sem medo de críticas ou elogios. Para mim, tudo é motivo para me aprimorar de modo a cumprir a missão. É a minha vida contada em versos e rimas, com ilustrações reais, fotolitos das vivências plenas de amor e de superação, cumprindo a minha missão nos vários países por onde tive a permissão de andar, como um pequeno pirilampo. Com o desejo no olhar, de ser útil à Humanidade, mesmo nas pequeninas ações, em qualquer coisa ou lugar. Despertando a gota de luz que há em cada Ser, com um esboçar de um sorriso de amor fraterno e união. Assim eu sou feliz, e tudo me alegra o coração. Agradeço a Deus e a todos por me aprimorar. Tudo e todos neste mundo têm de cumprir uma missão, seja quem nos atira a pedra ou quem nos estende a mão. Sou grata às adversidades da vida, pois servem para me limpar a alma, mesmo que tenham sido sem misericórdia ou compaixão.

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Como o aço da espada, que vai das brasas incandescentes para a água fria, o aço é trabalhado com pressão.

Se o aço trincar, será desprezado, pois não dá o ponto de fusão. O melhor aço forjado tem que aguentar sem exaustão. (Lenda da Espada Japonesa). Sinto um imenso prazer na alma em ajudar seja quem for. Com este amor estou escrevendo com sonen de felicidade ao leitor. Alguém com paz na alma e amor no coração nas manobras do destino, um ápice de luz e emoção. Grata à trilogia, a trilogia a que nos dá luz, força e alegria. Em viagens pelo Brasil, França, Portugal, Espanha, Inglaterra, Japão, Marrocos, Itália, Andorra e outros, tantas experiências que a trilogia nos traz. Isto é uma pequena amostra do quão interligados estamos, pois eu, uma simples cearense, estou ligada ao Mundo. Três bandeiras no início deste relato mostram de onde vêm os meus ancestrais. Somos todos irmãos, filhos do Supremos Deus do Universo. Nem mais. Porque somos tão desunidos, onde entre todos os irmãos deveria reinar sempre a paz? Às vezes somos injustos com uma falsa união, mas estamos discriminando o nosso próximo pela etnia ou religião. Seja lá a causa que for, somos humanos, filhos de uma única energia, para o bem de toda uma nação. 15


O amor sublime e universal deve de reinar plenamente nos nossos corações. Eu sou bisneta de português, de italiano, espanhol e também de indígenas, que eram os únicos donatários do Brasil tropical, terra de alegria, praias e sol. Sinto-me cidadã do Mundo, livre nas mãos de Deus, desejando ser sempre útil a quem de mim precisar. Tudo o que eu fizer é pouco para o que desejo ao meu próximo ao bem e em prol de todos. A missão é tudo aquilo que fazemos, bênção que o Supremo nos dá. Encontramos a felicidade no sorriso ou no pranto, pois a mão que por vez nos insulta com uma flor, adorna-nos com um canto. E, por vezes, em noite fria, pode-nos estender um manto. Se temos um sentimento puro, isso traz-nos um acalento. É nosso dever, nesta vida, aprimorar para crescer. Assim é a nossa essência, mesmo sem nos apercebermos. Em nossas vidas o destino não volta a repetir-se. Após passarmos num rio, a mesma água já não volta a passar por ali. Querendo ou não querendo, temos um legado que nos rege. É um facto primoroso, estamos sempre a crescer. Este crescimento nesta vida só cessa quando a mesma perecer. Isto é o sentido da vida terrena, o evoluir desde o nascer, onde o espírito é eterno dentro do nosso merecer. O amor ou desamor rodeiam-nos por todo o lado. Não existe história igual. Cada ser é único, exemplar. Quando amamos a vida, temos em nós uma permissão de com tudo nos encantar. Todas as coisas que fazemos, um dia, darão o seu fruto. Se plantarmos vento, vamos colher tempestade. Só aí já vale a pena optarmos pela bondade.

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Quando o ser humano descobrir que ser altruísta é bom para si, muitos vão tentar ser altruístas apenas por egoísmo. Mas não dará certo, pois o Homem, que é Deus lá em cima, está com o computador dele, computando tudo, visivelmente de perto. Devemos ter sentimentos positivos para que tudo dê certo. As palavras têm forças, e o sentimento, a energia, a mudança de sentimentos muda também os nossos dias. Quando andamos na Lei da Ordem estamos no caminho certo, torna-se claro, o escuro, e o que se faz longe, logo está perto. Agradeço ao Supremo Deus a bênção de entender o quão grande é a bênção que eu tenho de saber agradecer! Aos nossos ancestrais, que na história da vida sofreram tanto para dar o seu contributo ao progresso da civilização. Nesta página quero fazer um agradecimento especial aos avós e pais do meu esposo que, sem saber, contribuíram para que a história deste livro, ou seja, para que a sua redação fosse possível. Tudo no Mundo tem uma razão de ser. Os nossos ancestrais e antepassados são responsáveis pelo nosso crescer, trabalharam de sol a sol, em condições rudimentares, sem ao menos saberem que tudo era por uma bela causa: a evolução de cada Ser. Devemos glorificá-los com eterna gratidão. Somos parte uns dos outros neste desenvolver. Só depende de nós mesmos em acalentar o nosso pranto. Na dor e na alegria, encontrar na grande energia, o nosso encanto. A trilogia consiste numa grande energia dentro do nosso interior, que nos guia com amor, força sublime da vida. A Suprema Energia está onde nós formos. Temos em nós o paraíso, a luz divina e o esplendor, mesmo encontrando espinhos,

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tristeza ou desencanto. Assim como o escuro é a ausência de luz, o branco é a ausência de cor. Estamos aprimorando com o que está ao nosso dispor. Devemos melhorar qualquer prisma, como um pequeno beija-flor, que diante de um jardim vai beijando cada flor. Que, de gota em gota, com leveza de movimentos, como a dançar, as suas energias anda sempre a repor. Onde nasce a tua fé, lá nasceu o amor que nos uniu, ligados um ao outro pela fé, amor e missão. Tony, anjo que Deus me enviou para ser meu suporte em união. Ofereço-te esta página, com todo o meu amor, carinho e gratidão.

Como a água que não vai contra a corrente, devemos procurar ser perspicazes. Ser flexíveis e versáteis na vida, em tudo o quanto fazemos. Saber viver bem, sem perder, nem por um instante, pois

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um minuto depois já não é mais como antes. Os obstáculos da vida têm o seu resplendor e encanto, e toda a tristeza é uma ausência da grande energia do amor. Qualquer que seja a forma de amor, sincero e puro, é um sopro de luz caliente de um Ser Supremo e Divino. Mostram nas ideias brilhantes, que revigoram, reequilibram a nossa fé e alegria, que nós dizemos, estou aqui, como o soar de um sino. Encontraremos na alegria da vida a força, é uma grande lição que nos levará a qualquer canto para cumprir a nossa missão. O mundo espiritual é como um espelho que reflete a nossa ação. Devemos de respeitar todas as coisas com sabedoria a gratidão. A Lei da Ordem em movimento leva-nos de canto a canto, assim como um pássaro sobrevoando, descontraído pelo ar. Cada um com a sua missão. Crescer para aprimorar. Tudo o que fazemos na vida está predeterminado, seja trabalho, estudo, lazer ou diversão. As pessoas que nos cercam fazem parte de uma missão. Nunca desperdicei a escola da vida, buscando sempre ver com atenção. Não são só nos bancos da escola que tiramos lindas lições. A maior faculdade da vida é gratuita e está ao nosso dispor. A Natureza ensina-nos as mais belas mensagens de amor, que são a base de toda a vida, com equilíbrio e louvor. Ter gratidão por tudo na vida. Quem sentir isto pode viver com alegria e ultrapassar toda a dor. O paraíso está em nós. Deus leva-nos onde Ele for. Quando temos fé em algo positivo, tudo segue sem mistério, se esvai qualquer temor. Às vezes me perguntava qual seria a minha missão? Fui uma criança feliz, que adorava ajudar os outros e fazia quaisquer trabalhos com carinho e diversão. Não havia tempo ruim para mim, fosse qual fosse a situação.

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Lembro-me, quando eu tinha três aninhos, de ser muito desinibida. Era a mascote da família. Gastava a minha pasta de dentes passando nos machucados dos trabalhadores do meu avô, sarando-lhes as feridas. Lembro-me que ficava radiante quando, uns dias depois, eles vinham mostrar-me que já tinham sarado. Como trabalhavam com os bois no mato, chegavam sempre com novos cortes pelos braços, e lá se ia toda a minha pasta de dentes. O meu avô divertia-se e deixava-me fazer os curativos do pessoal. Aos domingos, eu ia com a minha vovó portuguesa à igreja. Fiz a 1.ª comunhão eucarística aos cinco anos de idade. As minhas memórias são vivíssimas e claras. A minha mãe fica admirada, pois eu lembro-me de coisas ainda de quando era uma bebé. Nada nesta vida nos pertence. Apenas nos é dado para usufruto. Nossos são apenas o que damos aos outros. A minha vida é um milagre. O meu nome é graça divina, pois foi um pedido de socorro que a minha mãe suplicou em desespero. Uma história de família que, por Deus e Santo Expedito, pelo qual a minha mãe, com nove meses de gravidez, de mim, suplicou num grito. Foi um conflito em família, do qual meu avô paterno quase cometeu um homicídio, pois ele sacou de uma pistola para matar a sua enteada, meia-irmã da minha mãe, minha tia. Esta, numa trama de intriga, estava sendo acusada, quando ele mirou a arma já com o dedo engatilhado. A minha mãe meteu-se no meio, defendendo a irmã e, diante do som da pistola, ela, desesperada, gritou valei-me, Santo Expedito! E a arma se engasgou três vezes. A minha mãe agarrou-se a ele, aos gritos. E, nessa hora, ela prometeu que o filho que pulava em seu ventre se iria chamar Expedito ou Expedita.

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E aqui eu estou! Uma grande proteção, a arma não disparar, um anjo, Deus nos enviou para a nossa vida salvar. E, graças a Deus, os ânimos se acalmaram. E o meu avô, arrependido daquela tentativa trágica, me apadrinhou. Dos 9 aos 12 anos de idade eu lia tudo em latim. Aprendi nuns livros manuscritos que pertenciam ao meu bisavô paterno, um professor português que para o Brasil emigrou. Naquela região onde morávamos, era uma roça (aldeia), onde eu era a única a ler em latim as novenas religiosas que havia. Começavam no mês de maio, que são as novenas de Maria, depois vinham as de Santo António, as de São João e as de São Pedro. As famílias pediam aos meus pais para as novenas eu rezar. Eu tinha uma escolta de senhoras idosas, que cuidavam de mim onde era solicitada por aquela vizinhança. Meus pais me confiavam àquelas senhoras, já que eu tinha que andar em três casas, por noite, a ler os livrinhos das novenas, naqueles meses de inverno, onde a escuridão da noite era um breu. Eu com tudo me divertia, mas tinha uma postura de adulta naquela minha tenra idade. Tinha um espírito de busca, de aprender e ajudar. Estava sempre pronta para tudo o que precisasse de cuidar. Estudava e trabalhava no campo ou em casa. Substituía a professora nas aulas. Quando esta faltava, mandava o seu esposo levar os livros e todo o plano de aula. Eu dava a aula para os meus colegas, todos assimilavam, mas era para mim tudo muito simples e ideal. Hoje é que eu vejo que as coisas eram fora do considerado «natural». Mas hoje, penso assim: o que é ser normal? É ser acomodado? Ter preguiça? Ou é ter espírito de busca (pesquisa) e crescer? Eu escolho a terceira hipótese.

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Mudámos para a cidade e eu continuei sempre a estudar. Tinha uma fome pelo conhecimento, que não podia parar. Meus pais, simples mas compreensivos, faziam-me a vontade. Tive um grande suporte: o amor daquele casal, a união da família. Eu era a primeira na escola e procurava sempre ajudar. Elegiam-me sempre a líder escolar. Rebuscando a minha história são só uns trechos do meu quotidiano, para dar a noção do meu Ser. Bem, aos 15 anos, eu já trabalhava num hospital e estudava noite e dia. Logo entrei para a escola de Enfermagem, que era o que almejava. Pensava em ser enfermeira, para entrar diretamente em contacto com os doentes e estar junto de quem cuida. Era o que eu desejava.

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Eu tinha uma vida muito atarefada. Dois colégios e plantão no hospital, onde tinha um quadro de funcionária, com o meu nome, uma vez que era menor de idade. Era protegida pela Lei, por ser menor, estudante e trabalhar. Sou a mais velha de onze irmãos, sendo que os dois penúltimos nasceram pelas minhas mãos. De mim mesma sentia que exemplo bom tinha que dar. Eu tinha uma garra forte e gostosa de ser e de na vida estar. Para mim, tudo era alegria, esforçava-me por tudo aprender, tirar sempre as notas máximas. Para mim era muito natural a minha maneira de ser. Obrigada ao meu querido PAPAI que muitíssimas vezes me levou a pé, madrugada a fora, quando em casa eu dormia. De casa ao meu trabalho eram mais ou menos uns 10 km. Eu tinha que andar a pé até ao hospital, já que começavam às 6 horas da manhã a instrumentar cirurgia. Até que aos 17 anos tive de Deus grande permissão para fazer o parto da minha MÃE, ajudando a nascer o meu antepenúltimo irmão. E, mais à frente, aos 19 anos, foi a vez do penúltimo irmão, que graças ao Supremo Deus nasceu em casa, pelas minhas mãos. Este é meu afilhado. Hoje ele teve um filho, a quem lhe deu o meu nome. Agradeço a Deus a permissão. Nesta fase da minha idade, uma grande doença. Meishu-Sama me ensinou que foi uma purificação. Fiquei entre a vida e a morte, mas a mim, nada me abalava. Assim tive outras doenças que me acompanham, até hoje. Graças a Deus que é comigo e não com quem eu amo pois eu tenho de Deus grande Bênção, uma fé pragmática de grande iluminação.

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Para mim tudo era festa e nada me deixava triste. Até hoje fico feliz por ter vivido com intensidade e louvor. Eu podia até mesmo chorar, mas logo vinha um sorriso substituir o meu choro. Sempre amo tudo o que tenho, até mesmo se nada tenho. Sinto que só em ter uma mente sã já é grande motivo de gratidão. Em toda a minha vida sempre gostei de uma palavra amiga dar. E se consigo isto é porque tem alguma Força Suprema que a faz impulsionar para o Bem. Cada dia uma delícia rumo às realizações. Em cada rosto, uma luz na escuridão. Até mesmo naqueles que, por dor ou sofrimento, se sentem sem forças ou razão. Sempre encontrei graça em tudo, com entusiasmo e paixão, tenho amor pela vida e pelo meu próximo, carinho e compreensão. Peço a Deus fé por aqueles que não conseguem amar o próximo, e a Deus, pelos que sofrem, compaixão. Bem, tinha uma vida de estudos e de trabalho, com entusiasmo e desejo de melhor contribuir para a vida daqueles que precisassem. Na época, por eu ser menor de idade, tinha certas regalias, como duas horas de descanso no trabalho a cada dia. Assim, eu estudava, e com todo o empenho eu ia. Com tenra idade me formei e continuei a estudar. Chamavam-me a menina enfermeirinha. Era a alcunha que eu tinha dos médicos e dos doentes de lá. Parece que foi ontem que eu me preparava para hoje. Da minha singela formatura guardo apenas uma foto, pois era tudo simples e sem mesurar. Assim como eu, que só pensava em estudar para ajudar. A única imagem da minha formatura, as restantes guardo em mim com gratidão a todos e ternura. Da minha formatura agradeço com eterna gratidão, onde hoje é uma faculdade, a URCA. Antes era a antiga Fundação Padre

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Ibiapina do Crato, Ceará, Brasil, terra onde nasci. Agradeço à Irmã Madre Esmeralda, ao Dr. Elde Gutembergue Cariri, ao Dr. José Ulisses Peixoto, ao Dr. Tarcísio Pierre. Agradeço ao hospital e à Maternidade São Miguel, em Crato. E a todos os meus professores e professoras, que foram tantos e tão bons. Eu agradeço a Deus, pois todos fizeram parte da minha vida e da minha formação profissional. Na base da minha vida. Aos meus familiares não tenho mais palavras para agradecer pelo amor que me ensinaram. Para a vida, só Deus os pode, as bênçãos devolver. Desejo a todos que tenham uma família amorosa. Que é uma bênção dos céus, o mundo nos sorrir como uma rosa. As três bases de uma vida plena: a primeira é o amor, pois, com isto tudo fica prazeroso. A luz, com ela, tudo fica evidente. E com equilíbrio nem um abismo nos causa vertigem. Assim ganhamos força e ficamos fortes, solidários, sociáveis e prudentes. A fé em nós faz morada, o Sol nos abraça a alma caliente.

Enfermeirinha, aos 18 anos.

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Os pássaros na floresta fazem festa ao cantar. Não esperam espetadores. Apenas estão felizes, com a vida a se deleitar. Assim era eu. Radiante, feliz por um sorriso poder desencadear. Nas minhas jornadas da vida, como uma árvore a crescer. Ainda me lembro da música da árvore que eu, juntamente com a turminha da escola primária, plantei, quando tinha 8 anos. Enquanto plantávamos uma árvore, os meus coleguinhas cantavam em meu redor. Hoje é uma grande árvore. Música da árvore: Cavamos a terra. Plantemos a árvore, Que amiga bondosa ela então nos será. Se um dia voltarem e pedirem-lhe abrigo, Ou flores ou fruto ou sombras dará. Que o céu generoso nos regue esta planta. O sol de dezembro nos dê o seu calor. E a terra que é boa lhes firmam as raízes, E temos as flores frescura e verdor. Sou grata à Força Divina que me deu compreensão para amar o próximo com ternura e fraterna gratidão. Uma Enfermeirinha que, com imenso amor, trabalhava. Cuidar dos doentes. Para mim, grande alegria me dava a profissão que eu amava. Trabalhava e estudava. Aquela vida totalmente me realizava. Tinha direito a duas horas de sono por plantão. Isto para mim chegava. Noite sim e noite não, eu ia a casa dos meus pais.

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Após sair do colégio, dormia nessa noite umas quatro horas, não mais, pois chegava do colégio por volta das 23h30 e às 05h00 já estava a caminho do trabalho. Foi assim a preparação que Deus me mandou. Estou-lhe eternamente grata por tudo o que em minha vida se passou. O meu desejo de ajudar o próximo em tudo aquilo que fosse possível, Deus, em mim, realizou. Hoje vejo que tudo era uma preparação, algo que ainda virá na minha direção. Eu sigo de peito aberto, alma leve e coração.

Hospital de São Miguel. Crato, Ceará, ano de 1976. Aos 18 anos.

Hoje, anos se passaram, e sinto que sempre me realizei. Foram tantas as passagens lindas que vivi! Como ver o sorriso de alguém, que há poucos minutos chorava, saber que fui útil a alguém era tudo o que almejava. Meu Deus, eu passava por tudo de novo, com toda

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a felicidade.Nascer na roça, trabalhar na lavoura. Mil e uma coisas que para muitos eram sofrimento, para mim eram pura alegria e bondade. E tem muitas mais coisas gostosas pelas quais lutei com prazer, que nesta vida vivi, que vão ficar para a próxima edição, se tiver permissão Divina para escrever. Porque tudo tem o seu tempo, lugar e posição. Eu sempre peço à Força Suprema que me guie, como o amor e a alegria de ser útil, nem que seja um sorriso de união.A minha fé sempre esteve na frente, até quando uma mãe, que teve o seu bebé natimorto pediu para batizá-lo, eu disse como é possível? e ela respondeu-me tu sabes orar, para ele não ir pagão, pede a Deus. Perguntei o nome e orei a Oração do Senhor, ali, na sala de cirurgia, diante do bebezinho, para Deus aquele anjinho receber. São passagens da minha vida que só com a fé se podem entender. Cada etapa do caminho é uma história especial que cada Ser tem projetado. Um congresso de aprimoramento para cumprir uma pós-graduação, um ideal. Onde precisavam de mim, eu sempre estava, voluntariamente, à disposição. Fosse para socorrer alguém, em qualquer lugar, ou no hospital, a dobrar plantão. O Supremo Deus nos aprimora, seja em qualquer profissão, queiramos ou não. Quando temos consciência disto é maravilhoso. É só bênção.

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XIII Congresso Eucar铆stico Internacional no Brasil. Com o bispo de Vit贸ria E.S. onde me dediquei como Enfermeira.

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