Durante vários anos, por motivos profissionais, percorri sempre o mesmo trajecto de casa para o trabalho e do trabalho para casa: Sobreda, Lisboa, Sobreda. Utilizando, invariavelmente, sempre os mesmos tipos de transportes públicos. Um deles, o comboio, permitia-me, pelo tempo de utilização, ter tempo para pensar, ler, escrever e redigir alguns pequenos textos. Textos curtos, pessoais, de reflexão, sobre o Mundo lá fora que eu via e observava. Durante dois anos, depois de redigidos, enviava-os, via e-mail, para as redacções de vários jornais e revistas com a finalidade de os mesmos serem publicados nas páginas dedicadas ao correio dos seus leitores.