Envelhecimento - Uma Nova Realidade

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Quais as consequências de uma má nutrição nas pessoas mais idosas em Portugal?

Nas sociedades de capitalismo avançado, o envelhecimento da população tem colocado inúmeros desafios, muito particularmente, no que diz respeito aos cuidados a prestar às pessoas.

Atualmente, Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo. Perante tal cenário, esta situação faz-nos questionar sobre quais são as soluções mais adequadas para dar resposta a todas estas profundas alterações económicas…

Será a nutrição um fator protetor de uma atividade física na qualidade de vida do idoso decorrente da crise económica? Portugal é, atualmente, um dos países mais envelhecidos do mundo… Esta situação levanta a questão de saber quais são as soluções mais adequadas para dar resposta a todas estas profundas alterações económicas numa fase de crise profunda em Portugal, junto da população mais idosa. É importante refletir em torno da qualidade de vida destes indivíduos e perceber as consequências vividas na nutrição desta população. Múltiplos princípios encontram-se em jogo, nomeadamente, a saúde das pessoas, a subsidiariedade, a proximidade dos serviços à população alvo, a coesão social e local, a solidariedade e a economia… O que se tem verificado é que há um aumento no custo dos alimentos, que muitas vezes leva a mudanças na quantidade e tipo de alimentos que são comprados, o que pode resultar numa redução nas quantidades de alimentos consumidos e / ou substituição para alimentos menos nutritivos. Ao longo de um período prolongado de tais alterações podem ter consequências negativas para a nutrição, tanto através da quantidade de alimentos consumidos para a manutenção do equilíbrio de energia, bem como para a qualidade de alimentos consumida para manter a ingestão suficiente de proteínas, gorduras e micronutrientes, como vitaminas, minerais e oligoelementos. Nos idosos isso vai afetar a capacidade de desenvolver atividade física e de resistir a possíveis doenças, comuns nesta faixa etária.

Uma das dinâmicas desenvolvidas assenta na promoção da prática de exercício físico. A este respeito, é necessário sublinhar que a atividade física é importante não só em termos de saúde, mas também envolve aspetos psicológicos, sociológicos, emocionais e culturais. www.sitiodolivro.pt

ENVELHECIMENTO UMA NOVA REALIDADE EFEITOS DA CRISE ECONÓMICA NA QUALIDADE DE VIDA E NUTRIÇÃO DOS IDOSOS

Álvaro José Marques Miranda Mota nasceu em Lisboa, em 1955. Mestre em Gerontologia Social - UL Pós-Graduação em Políticas de Desenvolvimento e Gestão de Recursos Humanos - UAL Pós-Graduação em Direito do Trabalho e da Segurança Social ISLA Licenciado em Sociologia (especialidade em Organização do Trabalho) - UAL Exerceu atividade profissional na área de recursos humanos e formação. Em 2005 iniciou-se em atividades sociais relacionadas com os sem-abrigo. Desde 2012 que se dedica à problemática das pessoas idosas. Doutorando em Ciências da Saúde. Em 2016, publicou a obra “Envelhecimento e Desemprego – Impactos na Sustentabilidade do sistema da Segurança Social em Portugal”.


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Álvaro José Marques Miranda Mota

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Efeitos da Crise Económica na Qualidade de Vida e Nutrição dos Idosos

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FICHA TÉCNICA edições Ex-Libris® (Chancela Sítio do Livro) TÍTULO: Envelhecimento – Uma Nova Realidade Efeitos da Crise Económica na Qualidade de Vida e Nutrição dos Idosos AUTOR: Álvaro José Marques Miranda Mota REVISÃO:

Liliana Simões Alda Teixeira ARRANJO DE CAPA: Filipa Pestana PAGINAÇÃO:

ISBN:

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1.ª Edição Lisboa, outubro 2019

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EDIÇÃO:

978-989-8867-73-5 459961/19

DEPÓSITO LEGAL:

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© ÁLVARO JOSÉ MARQUES MIRANDA MOTA

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Todos os direitos de propriedade reservados, em conformidade com a legislação vigente. A reprodução, a digitalização ou a divulgação, por qualquer meio, não autorizadas, de partes do conteúdo desta obra ou do seu todo constituem delito penal e estão sujeitas às sanções previstas na Lei.

PUBLICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO:

www.sitiodolivro.pt

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DEDICATÓRIA À FAMÍLIA

Nunca fui de muitos amores, já recebi o ơtulo de coração

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de pedra, por ser direto.

Tenho uma família maravilhosa, que eu amo muito. Tenho bons amigos, faço amigos em cada lugar por onde passo.

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Vivo cada segundo da vida, fazendo com que cada segundo valha a pena ser vivido. Tento não me arrepender do que fiz errado, pois nunca soube o que era certo ou errado antes de fazê-lo. Sempre me guiei pelos caminhos corretos e nunca pelos mais fáceis. Nem tudo o que é certo para mim será certo

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para outros. Pensar de maneira diferente é algo que sempre respeitei.

A minha vida nunca foi fácil, acredito que nunca será, mas

o que sempre me move, e as energias que eu encontro estão ligadas à família. Desde criança sempre procurei forças e opiniões na minha fortaleza, que é a minha família.

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As palavras finais que deixo são para todos, vivam felizes, independentemente de qualquer coisa, porque o que dura para sempre são as lembranças, sejam elas do passado ou atuais. Cada um escolhe o que quer recordar.

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A todos os que parƟram, que fizeram de mim aquilo que

eu hoje sou, estejam onde esƟverem, um beijo muito amigo e de amor para eles: Eduardo Mota, Helena Mota, Feliciano

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Miranda, José Ferreira, Zélia Ferreira, José Miranda (Zé), Lurdes Miranda, António Miranda, Ludovina Miranda (Bina), Armindo Xavier e Ɵa Maria.

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Abraços e beijos a todos, e que Deus nos abençoe.

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AGRADECIMENTOS

A escrita deste livro baseou-se em uma pesquisa realizada

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em várias áreas da sociedade portuguesa.

O meu obrigado aos comentários, e não só, do João Ferreira, João Machado, Graciete Zacarias, António Monteiro,

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Maria Monteiro, Morgadinho, Sérgio, João Conceição e muitos mais…, bem como às opiniões sobre recuperação İsica (fisioterapia e ginásƟca).

Um agradecimento à Dr.a Maria Lídia Palma, docente no

doutoramento em Ciências da Saúde (Universidade Lusófona/

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Universidade Alcalá-Madrid), pela colaboração prestada. Não posso de maneira alguma deixar de agradecer às

minhas filhas (Mónica e Catarina) pela força que me deram para não desisƟr de escrever este livro. Às duas um beijinho.

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RESUMO

Este estudo tem como principal objeƟvo aferir o impacto

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da crise financeira, vivenciada em Portugal, na nutrição da população idosa.

Assim sendo, através de um estudo de cariz qualitaƟvo,

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desenvolveu-se um quadro teórico-concetual onde também se apresentam dados estaơsƟcos, sendo desenvolvidos quatro capítulos que consƟtuem partes fulcrais deste livro. Ao longo dos mesmos, aborda-se o envelhecimento em função de diferentes aspetos, a qualidade de vida nos idosos, assim como

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a importância da nutrição e da aƟvidade İsica na população idosa, dadas as fragilidades inerentes ao processo de envelhecimento e, ainda, o papel da segurança social na proteção social desta população. No capítulo final, a atenção volta-se para o impacto da crise financeira na nutrição dos idosos. Os resultados revelam que a crise financeira tem um

impacto na nutrição do idoso, sendo que perante menores

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recursos, este opta pelas soluções que se adequam à sua situação. Conclui-se que o envelhecimento é um processo complexo que tem impacto na qualidade de vida do indivíduo e perante

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as diversas alterações que este provoca, tanto a nível İsico, como biológico, social e psciológico, a práƟca de aƟvidade İsica, acompanhada de um esƟlo de vida salutar, caracteri-

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zado por uma alimentação adequada, afigura-se fundamental para um envelhecimento aƟvo, saudável e com qualidade de vida. No entanto, a crise económica teve o seu impacto, e o invesƟmento do idoso na sua nutrição é condicionado

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pela mesma, na medida em que perante a falta de recursos económicos e financeiros, o idoso abdica da práƟca de aƟvidade İsica e da uma nutrição adequada, na medida em que esta acarreta maiores custos, o qual este, ou a maior parte

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desta população, não pode suportar.

Palavras-chave: Envelhecimento; Qualidade de vida; AƟvi-

dade İsica; Alimentação e nutrição; Crise Económica.

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ABSTRACT

The main objec ve of this study is to assess the impact of

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the financial crisis experienced in Portugal on the nutri on of the elderly popula on.

Thus, through a qualita ve study, a theore cal-conceptual

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framework was developed where sta s cal data are also presented, and four chapters are developed that are key parts of this work. Throughout the same, we address the aging due to dierent aspects, the quality of life in the elderly, as well as the importance of nutri on and physical ac vity in the elderly

Pr

popula on, given the fragili es inherent in the aging process and also the role of social security in the social protec on of

this popula on. In the final chapter, a en on is drawn to the impact of the financial crisis on the nutri on of the elderly. The results show that the financial crisis has an impact on

the elderly’s nutri on, and when faced with less resources, the la er opts for solu ons that suit their situa on.

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It is concluded that aging is a complex process that has an impact on the quality of life of the individual and the various changes it causes, both physically, biologically, socially and psychologically, the prac ce of physical ac vity, accompanied

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by a style of healthy life, characterized by adequate nutri on, is essen al for an ac ve, healthy and quality-of-life aging.

However, the economic crisis has had its impact, and the

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elderly’s investment in their nutri on is condi oned by the same, in view of the lack of economic and financial resources,

the elderly abdicate the prac ce of physical ac vity and adequate nutri on, in so far as it entails higher costs, which

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the la er, or the largest part of the popula on, can not afford. Keywords: Aging; Quality of life; Physical ac vity; Food and

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nutri on; Economic crisis.

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LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS ACSS – Administração Central de Sistemas de Saúde AF – AƟvidade Física

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ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses APAV – Associação Portuguesa de Apoio à VíƟma APN – Associação Portuguesa de Nutricionistas ARS – Administração Regional de Saúde

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AVD – AƟvidades da Vida Diária

CFP – Conselho das Finanças Públicas

CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género

DGS – Direção-Geral da Saúde

ENQS – Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde

Pr

ENPAF – Estratégia Nacional para a Promoção da AƟvidade Física, Saúde e Bem-Estar

FAO – Food and Agriculture OrganizaƟon

GNR – Guarda Nacional Republicana IDP – InsƟtuto do Desporto de Portugal

IGFCSS – InsƟtuto de Gestão dos Fundos de Capitalização da Segurança Social

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INE – InsƟtuto Nacional de EstaơsƟca ISS,IP – InsƟtuto da Segurança Social, I.P. LBSS – Lei de Bases da Segurança Social MEP – Movimento Esperança Portugal

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MJ – Ministério da JusƟça MS – Ministério da Saúde

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (em inglês, OrganisaƟon for Economic

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Co-operaƟon and Development – OECD)

OMS – Organização Mundial de Saúde (em inglês, World Health OrganizaƟon – WHO)

ONU – Organização das Nações Unidas

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PNESLA – Programa Nacional de Educação para a Saúde, Literacia e Autocuidados

PNPAF – Programa Nacional para a Promoção da AƟvidade Física PNPAS – Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável

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PSP – Polícia de Segurança Pública

SAD – Serviço de Apoio Domiciliário

SAN – Segurança Alimentar e Nutricional SAR – Special AdministraƟve Region SNS – Serviço Nacional de Saúde

SPGG – Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia

SPMS – Serviços ParƟlhados do Ministério da Saúde

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ENVELHECIMENTO ͵ UMA NOVA REALIDADE

SS – Segurança Social SSS – Sistema de Segurança Social

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UNECE – United NaƟons Economic Commission for Europe

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ÍNDICE

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Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

25

Plano de Trabalho: Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

29

Hipótese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

30

ObjeƟvos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

31

Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

33

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Preâmbulo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Capítulo I – Envelhecimento e Qualidade de Vida: do Passado ao Presente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

37 37

1.1. Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

37

1.2. Envelhecimento Demográfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

48

Pr

1. Envelhecimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1.3. Envelhecimento na Atualidade: O Foco no Envelhecimento AƟvo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

61

2. Qualidade de vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

68

2.1. Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

68

2.2. Qualidade de Vida nos Idosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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ÁLVARO JOSÉ MARQUES MIRANDA MOTA

Capítulo II – Envelhecimento e a Segurança Social . . . . . . . . .

79

1. Sistemas de Proteção Social. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

79

1.1. Bismark: Os Seguros Sociais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

79

1.2. Beveridge: O Desenvolvimento do Sistema de Segu82

1.3. Modelos de Segurança Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

85

2. Segurança Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

90

2.1. O Sistema de Segurança Social Português . . . . . . . . . .

90

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rança Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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2.2. Envelhecimento e Sustentabilidade da Segurança Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

95

2.3. Os Apoios Sociais e Programas Direcionados à Popula98

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ção Idosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo III – Envelhecimento: A Importância da AƟvidade

Física e da Nutrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 1. AƟvidade Física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 1.1. AƟvidade Física nos Idosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 1.2. InaƟvidade Física e Barreiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Pr

2. Nutrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 2.1. Nutrição e Envelhecimento AƟvo . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 2.2. A Promoção de EsƟlos de Vida Saudáveis . . . . . . . . . . 141

Capítulo IV – A Crise Económica e o seu Impacto na Nutrição do Idoso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 1. Insegurança Alimentar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150

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ENVELHECIMENTO ͵ UMA NOVA REALIDADE

1.1. Segurança e Insegurança Alimentar: Dois Conceitos DisƟntos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150 1.2. Envelhecimento e Saúde: A Preocupação com a Nutrição, Saúde e Segurança como CaracterísƟca das Sociedades Envelhecidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160

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1.3. O Impacto da Crise Financeira na Alimentação do

Idoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164

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2. Síntese e Discussão dos Resultados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179 Referências NormaƟvas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205

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Referências Webgráficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Top 10 das populações mais envelhecidas em 2015 54

Quadro 2: Princípios gerais do SSS português. . . . . . . . . . . . . .

91

Pr

e em 2030. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Quadro 3: Cuidados e serviços dos SAD . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Quadro 4: AƟvidades İsicas recomendadas para a população idosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124

Quadro 5: Proporção (%) da população com 65 anos ou mais, por sexo e total de dias de práƟca de exercício İ-

sico numa semana normal, Portugal, 2014 . . . . . . . 126

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Quadro 6: Barreiras à práƟca de AF na população idosa . . . . 130 Quadro 7: Alterações fisiológicas do envelhecimento e impacto nas necessidades energéƟcas. . . . . . . . . . . . 134 Quadro 8: Barreiras à práƟca de AF na população idosa . . . . 137 Quadro 9: Medidas e ações de promoção de esƟlos de vida

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saudável e vigilância da saúde . . . . . . . . . . . . . . . . 143 Quadro 10: Medidas e ações de promoção de esƟlosde vida

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saudável e vigilância da saúde . . . . . . . . . . . . . . . . 147

ÍNDICE DE GRÁFICOS

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Gráfico 1: Taxa da população idosa na UE . . . . . . . . . . . . . . . . .

55

ÍNDICE DE FIGURAS 64

Figura 2: Sistema da Segurança Social de Portugal . . . . . . . . .

93

Pr

Figura 1: Os determinantes do envelhecimento aƟvam . . . . . Figura 3: Fatores determinantes do estado nutricional do

idoso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136

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PREÂMBULO

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Envelhecimento – Uma nova realidade Podem os portugueses envelhecer?

Esta é a pergunta cuja resposta, no mínimo, vale um

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milhão… de leitores, e que deve ser o objeƟvo, por defeito, desta obra.

Álvaro José Marques Miranda Mota, sociólogo, mestre em

gerontologia social, doutorando em ciências da saúde, no seu segundo brilhante trabalho, com o tema Envelhecimento –

Pr

Uma nova realidade, põe em cima da mesa uma panóplia de bem fundamentados dados que nos apertam a garganta com o fim da linha da vida para milhões de cidadãos em estado de necessidade.

Os portugueses, desde as conquistas de Afonso I até à

dupla Salazar/Caetano, que agora com os seus (de)feitos ganhou um museu, sempre viveram numa ditadura feroz que

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ÁLVARO JOSÉ MARQUES MIRANDA MOTA

se finou no primeiro quartel do século passado, sendo que os chefes da Nação deixaram-nos um punhado de muito ricos e milhões de pobres, que terminaram as suas vidas de trabalho com fome e com reformas de miséria.

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Marcelo Caetano apostava todas as fichas nas elites e nada na cidadania e nas corporações, que nunca vingaram no seu

reinado. Nos úlƟmos quarenta anos, as bem-amadas elites

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de Caetano arruinaram e destruíram o país, com a inércia ou o beneplácito de milhares de polícias de toda a ordem e de

milhares de reguladores, e as corporações apoderaram-se do governo, fazendo os políƟcos o papel de fantoches.

ev

O regime instaurado em 26 de abril de 1974, a reboque

e um dia depois da utopia de Abril, banhado na corrupção ilícita e na corrupção legalizada, está pior que a primeira, e no funcionalismo aumentou exponencialmente a quanƟdade de ricos, mas manteve as hordas de pobres à mistura com as

Pr

«reformas obscenas», no bem-dizer de Bagão «Félix». Em contas de mercearia, se se quisesse, seria fácil encon-

trar essa falsa riqueza. A conta há de estar na conta dos muitos biliões de euros que foi preciso pedir emprestado «à estranja», mais conhecida por troika, em maio de 2011… Por isso, o Orçamento do Estado está preso com elásƟcos chineses. ϤϤ

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ENVELHECIMENTO ͵ UMA NOVA REALIDADE

O trabalho de Álvaro Mota revela todas essas e outras variáveis sociais e permite fazer um álbum a preto e branco do futuro da sociedade etária e social portuguesa nas próximas décadas.

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Sem democracia e transparência nenhum poder soberano,

seja civil ou militar, é legíƟmo ou consƟtucional, e como tal nenhum português pode ter autoridade sobre outro por-

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tuguês. É verdade que o «ADN» políƟco dos portugueses é muito falho de democracia, e talvez por isso o úlƟmo discurso/choradinho e pobrezinho do autor fazedor de pobres

comentários políƟcos, carpido nas comemorações de 10 de

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Junho, seja uma reza a Salazar.

Álvaro José Mota é um cidadão muito velho de muita vida

vivida e um académico intrusivo que conhece a dureza da vida. Por isso, tem dedicado muito do seu tempo e da sua invesƟgação à horrível realidade dos velhos da Nação, e que

Pr

antes também foram crianças.

A fatura que é paga pelos idosos miseravelmente pagos

não é uma despesa social, mas os custos de amorƟzação diferidos no tempo de um aƟvo humano que foi essencial para a construção do país, e nada jusƟfica que estes sejam os marginalizados do sistema.

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ÁLVARO JOSÉ MARQUES MIRANDA MOTA

EfeƟvamente o sistema da Segurança Social que temos é profundamente injusto e desviante da realidade social, e do contributo efeƟvo dos cidadãos para a sociedade. Ler a obra Envelhecimento – Uma nova realidade, que já

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é muito velha, é por isso um ato de cidadania que se impõe

a todos os portugueses, e quiçá pode ser a matriz social de

uma nova formação parƟdária nas pegadas do bem-sucedido

ie

«PSN», sem esquecer que os Vampiros de Zeca Afonso «No céu cinzento sob o astro mudo/Batendo as asas pela noite calada/Vêm em bandos com pés de veludo/Chupar o sangue

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fresco da manada».

Obrigado, Álvaro. G®½ T ®ø ®Ù

Pr

Jurisconsulto

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INTRODUÇÃO

Nas sociedades de capitalismo avançado, o envelheci-

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mento da população tem colocado inúmeros desafios, muito parƟcularmente, no que diz respeito aos cuidados a prestar às pessoas que, à medida que envelhecem, se tornam social-

ev

mente mais vulneráveis. E, atualmente, Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo. Perante tal cenário, esta situação faz-nos quesƟonar sobre quais são as soluções mais

adequadas para dar resposta a todas estas profundas alterações económicas numa fase de crise, da qual Portugal ainda

Pr

recupera e, nomeadamente, junto da população mais idosa. Uma das dinâmicas desenvolvidas assenta na promoção

da práƟca de exercício İsico. A este respeito, é necessário

sublinhar que a aƟvidade İsica (AF) é importante não só em termos de saúde, mas também envolve aspetos psicológicos, sociológicos, emocionais e culturais. Por outro lado, é sabido que a adoção de um esƟlo de vida saudável, o qual implica,

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ÁLVARO JOSÉ MARQUES MIRANDA MOTA

além da práƟca de AF, uma adequada alimentação, é igualmente importante para a saúde e bem-estar do ser humano e, por isso, também o é para o ser humano em idade mais avançada: o idoso.

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Entende-se que é necessário analisar as evidências, ou

os fatores, que fundamentam os efeitos da crise económica

no estado nutricional da população idosa e alertar, quem de

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direito, para os problemas de nutrição com que se debatem

alguns idosos que são bastante afetados pela crise económica, assim como pela austeridade. Além disso, estas evidências assumem-se como uma ferramenta importante ao nível do

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acompanhamento da evolução do problema em causa. Deste modo, a questão que se coloca é a seguinte: Tendo em linha de conta a crise económica que Portugal vem a vivenciar há alguns anos, e da qual está a recuperar, será a aƟvidade İsica um fator protetor face à nutrição e qualidade de vida do idoso?

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Através do presente projeto, pretende-se contribuir com

evidências que fundamentem o impacto da crise económica em termos do aumento de má nutrição energéƟca proteica e de carências em micronutrientes essenciais nos idosos, relacionando a práƟca de aƟvidade İsica com a repercussão a nível do estado de saúde dos idosos, bem como aferir as alterações do padrão de consumo alimentar. ϤϨ

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ENVELHECIMENTO ͵ UMA NOVA REALIDADE

No que respeita à organização do trabalho, inicialmente, é apresentado o plano de trabalho, o que inclui a apresentação das hipóteses de invesƟgação, bem como dos objeƟvos de invesƟgação e o método adotado.

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Em seguida, são desenvolvidos quatro capítulos que consƟtuem partes fulcrais deste trabalho e que, propositadamente,

foram desenvolvidos em função de uma certa ordem e coe-

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rência, a fim de facilitar uma melhor leitura e compreensão da temáƟca em foco. Aborda-se o envelhecimento em função de diferentes aspetos, a qualidade de vida nos idosos, assim como a importância da nutrição e da aƟvidade İsica na popu-

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lação idosa, dadas as fragilidades inerentes ao processo de envelhecimento e, ainda, o papel da segurança social na proteção social desta população.

Desta forma, o primeiro capítulo dedica-se à exploração e

explanação dos conceitos de envelhecimento e de qualidade

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de vida, concebendo uma perspeƟva histórica do desenvolvimento dos mesmos ao longo do tempo. O segundo capítulo enfoca o envelhecimento e a impor-

tância da segurança social na proteção social do idoso, apresentando-se vários sistemas de proteção social, incluindo o sistema de segurança social português e os respeƟvos apoios sociais direcionados para a população idosa. Ϥϩ

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ÁLVARO JOSÉ MARQUES MIRANDA MOTA

O terceiro capítulo foca-se nas questões relacionadas com a aƟvidade İsica e com a nutrição na população idosa. Ou seja, mais do que se explicar o que é a aƟvidade İsica e a nutrição, o que também se faz, a sua preocupação central prende-se

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em abordar a importância da práƟca de aƟvidade İsica nos idosos e da adoção de esƟlos de vida salutares, tendo em conta todas as alterações que o processo de envelhecimento

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acarreta para o ser humano.

No quarto capítulo procura-se aferir o impacto da crise económica vivenciada em Portugal na nutrição dos idosos. Assim, depois de se diferenciarem os conceitos de segurança

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e insegurança alimentar, é feita referência à preocupação com a nutrição, saúde e segurança enquanto uma caracterísƟca

das sociedades envelhecidas, como é o caso de Portugal, e o impacto da crise financeira na alimentação do idoso. Por fim, sinteƟzam-se e discutem-se os resultados, termi-

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nando-se com a apresentação das principais conclusões do estudo.

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PLANO DE TRABALHO: METODOLOGIA

O processo de envelhecimento tem vindo a assumir par-

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Ɵcular importância, nomeadamente, devido ao envelheci-

mento demográfico nos países industrializados, em geral, e, de modo muito expressivo na Europa, parƟcularmente, em

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Portugal, como fica evidente pelos números recentemente apresentados pelo INE (InsƟtuto Nacional de EstaơsƟca). O envelhecimento da população mundial é um fenómeno

novo que obriga, mesmo os países economicamente mais desenvolvidos, a estudar e a adaptar novas estratégias de

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resposta social a diferentes níveis. Esta é uma etapa de um trajeto natural de vida, sendo a conƟnuidade da aspiração à

saúde e à felicidade, pelo que a garanƟa de mais anos não é suficiente para o indivíduo e, assim sendo, há também que assegurar a sua aƟvidade, independência e qualidade de vida. Nesta ordem de ideias, e tendo em linha de conta a pro-

blemáƟca subjacente à nossa invesƟgação, o problema de

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invesƟgação deste estudo prende-se com o facto de se querer saber qual a visão, as perceções, os compromissos e as dificuldades que a população mais idosa tem sobre esta temáƟca, atendendo aos efeitos da crise económica na (má) nutrição

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dos idosos.

Foi a parƟr destas preocupações que emergiu o tema deste estudo: Envelhecimento uma nova realidade: aƟvidade İsica

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e efeitos da crise económica na qualidade de vida e má nutrição dos idosos.

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Hipótese

As hipóteses de invesƟgação traduzem-se na apresentação

de eventuais respostas às perguntas para as quais se procura resposta – questão de invesƟgação –, assumindo uma função

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orientadora na invesƟgação, sendo importante sublinhar que as hipóteses de invesƟgação não são necessariamente verdadeiras (daí que estas sejam testadas no estudo) (Sousa & BapƟsta, 2011).

Deste modo, formularam-se três hipóteses de invesƟga-

ção, as quais são testadas no presente estudo, e estão rela-

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ENVELHECIMENTO ͵ UMA NOVA REALIDADE

cionadas com os objeƟvos de estudo (apresentados no ponto que se segue): H1: A crise económica conduziu a alterações negaƟvas na alimentação do idoso. •

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H2: Os idosos que praƟcam exercício İsico têm tendência a fazer uma alimentação mais saudável;

H3: A crise económica agravou a qualidade de vida dos idosos.

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ObjeƟvos

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Qualquer invesƟgação que se designe fidedigna e credível

define os seus objeƟvos, até porque estes assumem-se como elementos cruciais de todo e qualquer estudo. Neste senƟdo,

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uma vez que os objeƟvos consƟtuem metas que se pretendem alcançar, estes devem «indicar, de forma clara e límpida, qual é o fim que o invesƟgador persegue» (ForƟn, 2009, p.

160) e, por isso mesmo, evidenciar o que se pretende por via da realização do estudo, indicando «o porquê da invesƟgação, segundo o nível dos conhecimentos estabelecidos no domínio em questão» (ForƟn, 2003, p. 100). ϥϣ

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