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título: Dei
Lugar ao Sonho… Oxiela edição: Edições Vírgula® (Chancela Sítio do Livro) capa:
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autora: Marinel
Filipa Pestana Paulo S. Resende
paginação:
1.ª edição Lisboa, dezembro 2019 isbn:
978‑989-8986-11-5 463295/19
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depósito legal:
© Marinel Oxiela
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Marinel Oxiela nasceu em Vila Real de Santo António a 3 de fevereiro de 1942. Viveu nesta terra algarvia até aos 8 anos de idade, tendo aí frequentado a Escola Primária Oficial onde
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concluiu a 2ª classe do Ensino Primário. A 15 de agosto de 1950 foi viver para Lisboa, sua terra de adoção.
Em Lisboa completou o Ensino Primário.
Posteriormente, fez o Curso Liceal no Liceu
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de Dona Filipa de Lencastre.
Desde sempre, manifestou uma grande inclinação pela Matemática, tendo feito a licenciatura em Ciências Matemáticas na Faculdade
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de Ciências da Universidade de Lisboa.
Após um Estágio Pedagógico de 2 anos e de um Exame de Estado no Liceu Normal de Pedro Nunes, seguiu a carreira de professora de Matemática do Ensino Oficial. Como professora de Matemática e durante 32 anos e meio, lecionou no Liceu de Camões, atual Escola Secundária de Camões, onde foi
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professora efetiva e donde veio a aposentar-se no ano de 2003. Além do gosto pela Matemática também demonstrou, muito cedo, o gosto pela Poesia.
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São de sua autoria os seguintes livros de Poesia: “DEIXEI PALAVRAS VOAR…” (2015), “EU DEI VOZ À FANTASIA…” (2016),
“RIMANDO ESCREVO O QUE SINTO…” (2017) e
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“DESABAFOS DA ALMA…” (2018).
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Na Antologia da Artelogy de dezembro de 2016, foram publicados três poemas seus.
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Deixei palavras voar, Fiz falar a fantasia, Rimei pra desabafar, Hoje, ao sonho, dei lugar, SerĂĄ loucura ou magia?
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A autora dedica este livro a sua falecida mĂŁe
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MÃE, PARA TI, DUAS PALAVRAS…
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Hoje, quero escrever-te um poema, Faltam-me palavras para o poder fazer, Não me falta coragem, não me falta tema, Quero dizer muito, mas pouco sei dizer.
A tua partida veio deixar-me triste, Mas tua presença, deixaste marcada. Estás, agora, longe, mas sempre persiste Essa tua imagem, em mim, bem guardada.
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Neste poema que escrevo para ti, Duas palavras bastam, eu já vi, Elas me acompanham para onde eu for.
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Qualquer delas é bastante forte, Qualquer delas vai para além da morte, Essas palavras são: SAUDADE e AMOR.
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Prefácio
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Prefaciar este livro da Marinel Oxiela, para quem apresentou os seus livros anteriores, é uma tarefa simultaneamente simples e difícil. Por um lado riqueza de conhecimento e informação, por outro como condensar e integrar esse conhecimento, num texto sucinto e expressivo, que transmita a quem não a conhece, a diversidade da sua personalidade e a riqueza poética dos seus textos. Este livro de poesia, da sua autoria, é o quinto a ser publicado e como ela própria define na quintilha que o introduz, jogando com os títulos dos seus livros anteriores “Deixei palavras voar,/ Fiz falar a fantasia,/ Rimei para desabafar,/ Hoje, ao sonho dei lugar,/ Será loucura ou magia?” representa uma continuidade na sua abordagem poética da vida. Mas atenção não se trata de uma repetição, mas antes de novos conceitos e abordagens estimulantes que reforçam as ideias e as emoções. É que fazer voar as palavras, desabafar e fantasiar depende da nossa vontade, mas o sonho vai mais além, porque entra no domínio do subconsciente, liberta-nos da realidade e despe-nos de ideias feitas e preconceitos.
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A poesia pode ter ritmo, métrica, balanço, repetição ou sugestão. Pode ser caótica, harmoniosa, inovadora e surpreendente. A poesia constitui a forma mais livre de dizer, de exprimir mais em menos, pode ser elíptica, despojada e sintética e também redundante e romântica. Pode ser directa, contundente e agressiva ou suave, meiga e terna. A poesia dá uma grande liberdade de expressão, a quem a utiliza como forma de comunicação, porque tem uma componente escrita de base, complementada pela forma de dizer, a inflexão, o gesto, o olhar, que difere de declamador para declamador. Villaret valorizou muito os poetas que interpretou. A Marinel é uma poetisa que sabe dizer e por isso tem sido frequentemente convidada em tertúlias e palestras, para falar de poesia e dizer os seus poemas. Na expressão poética, Marinel revela quem é. O seu passado, a sua experiência de vida, as terras onde viveu, os seus amores, onde é muito abrangente, como no poema: “Eu tenho dois amores/ E não é fantasia!/ Eu amo a matemática/ E amo a poesia”. Outros poemas intitulou “A matemática e a vida” ou “Matematizando” e neste último livro volta à carga com o poema: “Análise matemática da minha vida”.
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Esta presença permanente da matemática e da poesia nos seus livros, é muito interessante, porque a matemática é a antítese da poesia. A matemática é o rigor e a exactidão, que não permite dois resultados diferentes. O universo é matemático e as suas leis são traduzíveis em equações. A poesia é a vida, e a vida é a incerteza e o imprevisível, as emoções e as paixões, a beleza e os sentimentos, a imaginação e a criatividade, a saudade e as recordações, mas sobretudo a capacidade de pensar, de compreender, de simular, de extrapolar. Na minha interpretação, a Marinel com o seu relacionamento entre a matemática e a poesia, tenta exprimir esta dicotomia conflitual, entre o universo e a vida, que são os dois grandes mistérios que gostaríamos de perscrutar. E a realidade é que quanto mais sabemos do universo e da vida, mais percebemos que nunca desvendaremos esses mistérios. Aliás em relação à sua visão do universo, escreveu neste livro o poema “O universo e nós” onde manifesta a sua inquietação e a vontade de compreender quem somos nós e conclui, somos pouco mais que nada. Mas Marinel não tem só dois amores. Já escreveu “Amor em sentido lato” onde diz que o amor
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romântico é limitado, realça o amor de mãe e termina com ênfase “o amor é infinito”. Este livro é dedicado a sua mãe e a ela dedica o poema “Mãe, para ti, duas palavras” saudade e amor. Aqui também figura o poema “Muito pode o verbo amar”. Para terminar esta minha incursão no universo poético da Marinel vou apenas abordar o tema central deste livro “Dei lugar ao sonho” porque o sonho é a forma mais livre, elegante e romântica de atingir o que não conseguimos ou não compreendemos. Gedeão escreveu “A pedra filosofal” onde diz que o sonho é uma constante da vida, que o sonho comanda a vida e que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança. Marinel escreveu o poema “Dei lugar ao sonho” que dá título ao livro, onde diz “o meu pensamento se vai libertar, dei lugar ao sonho, deixei de ser eu”. Noutro poema “Eu não prescindo dos sonhos…” escreveu “numa loucura sem fim, numa procura incessante” e também, “eu revolvo terra e mar”. Noutro ainda “Quando um sonho me persegue” diz “envolve-me em fantasia, quer dominar o meu ser, não lhe posso resistir”.
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A conclusão que podemos tirar é que o sonho a ultrapassa e leva-a ainda mais longe para tentar perceber o que não pode compreender. O sonho é assim a forma de relacionar a matemática e a poesia ou seja tentar compreender o universo e a vida. Outubro de 2019
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Eduardo Mateus da Silva
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