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António Serra Correia
Angola após o 25 de Abril de 1974
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SALVE-SE QUEM PUDER
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O seu primeiro livro, fundamentalmente auto-biográfico, intitula-se “Geração Rejeitada” e versa muito à sua maneira e resumidamente o seu modo de vida, bem como de todos os seus, numa cidade em expansão e progresso como era Luanda no seu tempo. Foi o “motor de arranque” para um segundo, um romance de inspiração africana e baseado num facto real que partilhou de perto e cuja história é contada, usando a sua imaginação e ficção. Intitula-se “O Soba Branco”. Seguiu-se então um terceiro, também este de ficção, aliás como são todos até agora, onde narra contos que lhe chegavam aos ouvidos em tempos de criança e na sua juventude feliz e despreocupada, episódios de vida de seus pais e amigos do tempo deles, outros por si mesmo vividos, fruto dos serões de família nos tempos em que não havia TV e a rádio pouco mais servia para além de ouvir os noticiários. Este intitula-se então e em memória desses mesmos serões “Enquanto Houver Memória”. Acaba agora de escrever mais um. Não querendo pôr de lado a ficção por motivos óbvios, mais uma vez se serve dela para narrar factos, entretanto, também eles verídicos e em memória daqueles (e foram muitos) que sofreram “na carne” os maléficos efeitos de uma descolonização vergonhosa e que não pretende que tal seja esquecida, apesar dos já muitos anos que passaram sobre eles. Intitula-se este “Salve-se Quem Puder”, em memória de todos os que se tornaram vítimas de um processo político que se pretendia justo e que acabara por ser vergonhoso. O autor acredita mesmo, que este livro se torne algo polémico e espera receber alguma crítica que o desminta num ou noutro aspecto. Aceita essa crítica porque sabe que há e haverá sempre vozes contraditórias, e vários modos de descrição, mas como estamos em democracia, espera também que lhe reconheçam o direito de opinar da maneira que melhor sabe e divulga.
ROMANCE
SALVE-SE QUEM PUDER Angola após o 25 de Abril de 1974 António Serra Correia António Serra Correia, é natural de Manteigas (Santa Maria), de onde saiu com restante família ainda muito novo. Decorria o longínquo ano de 1950 quando rumaram a Luanda – Angola. Ali cresceu, fez os seus estudos e mais tarde cumpriu também o serviço militar obrigatório, sendo este o causador da interrupção dos seus estudos não permitindo a conclusão de um curso superior como desejava. Profissionalmente, concluiu um curso na área da Química, e que lhe permitiu desempenhar as funções como Analista da Indústria Química durante todo o tempo de actividade. Casou e ainda em Luanda nasceram os seus dois filhos. Voltou a Portugal inesperadamente após o 25 de Abril de 74, tendo saído de Luanda nos primeiros dias de Setembro de 1975. Após a sua reforma, já lá vão alguns anos, deparou-se com o dilema de não saber onde ocupar parte do seu tempo disponível e enquanto lhe fosse possível. Algo debilitado fisicamente, talvez por causa da sua actividade laboral dos últimos anos de actividade, tentou algo que lhe fosse possível executar, mas não se sentia satisfeito. Na agricultura era um “nabo”, pois não fora criado nem habituado e nem mesmo necessitado, para que tal actividade lhe valesse agora de alguma forma. Sempre gostou de ler, talvez por influência de sua mãe que sempre o incentivara a isso, até que certo dia, pensou e cedo se resolveu a escrever, algo que também sempre gostou desde muito novo.