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Luís Flávio Santos nasceu na cidade do Porto em 1991. Exerce como principal atividade a prestação de serviços a animais de companhia e tem a escrita como passatempo. Foi o seu gosto por contos e histórias de ficção que o levou a começar a escrever textos desse mesmo género, tendo publicado os seus dois primeiros livros A Mina e Regresso à Mina, em 2017. Seguiu-se, em 2018, a publicação de uma trilogia de livros com contos de fantasia e suspense intitulada As Nossas Viagens ao Desconhecido.
LUÍS FLÁVIO SANTOS
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Um grupo de pessoas viaja a uma montanha para salvar as suas espécies nativas de uma tempestade que está prestes a chegar. Mas, rapidamente, descobrem uma conspiração que as ameaça a elas e aos seres que tentam salvar. Será que vão conseguir sobreviver a esta experiência?
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título: As
Feras Luís Flávio Santos edição gráfica: Edições Vírgula® (Chancela Sítio do Livro) autor:
Paulo S. Resende Ângela Espinha
capa:
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paginação:
1.ª edição, Lisboa março, 2019
978‑989-8821-88-1 451773/19
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isbn:
depósito legal:
© Luís Flávio Santos
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AGRADECIMENTOS
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Escrevi esta história no início deste ano, durante os meus dias de recuperação, e ao fazê-lo retomei as minhas escritas de contos e textos de ficção, que são os que mais gosto. Este pequeno texto serve então para agradecer à minha família. Sobretudo aos meus pais e à minha tia, que sempre me têm apoiado e incentivado a dar continuidade aos meus projetos. A vós, muito obrigado por tudo.
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Dezembro. O clima frio típico desse mês fazia-se sentir naquela montanha, na qual estava em curso uma operação de resgate. Devido a uma tempestade de uma gigantesca proporção que ameaçava toda aquela região, um grupo de pessoas se reunira para tentar recolher o máximo de animais possível e levá-los para um local seguro. Eduardo, Marco e Rafael, três jovens especialistas em comportamento animal, lideravam toda aquela operação. Várias carrinhas seguiam por um caminho cheio de grandes pinheiros à volta e altas ervas. Quanto mais avançavam, mais o frio se intensificava. O tempo era importante, pois a tempestade estava próxima. A dada altura, todos pararam numa zona aberta e Eduardo observava o céu. Começava a ficar escuro. – Isto está a ficar feio. – Dizia. – Segundo o mapa, é nesta zona que se concentra a maior parte da fauna desta montanha. – Dizia Marco – Distribuam-se e vamos tentar ser rápidos. Logo as dezenas de pessoas ali reunidas deram início à captura de vários seres que ali viviam. Um vasto número de espécies ali habitava, desde lebres a raposas, passando ainda por texugos, javalis,
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veados, diversos tipos de aves, entre muitas outras. Os sons que emitiam eram percetíveis, o que tornava toda aquela missão algo mais fácil. Com sorte, talvez rapidamente estivessem prontos para serem transportados para o abrigo no qual iriam ficar. Os três especialistas acompanhavam todo o processo, que parecia decorrer de acordo com o previsto. A dado momento viram passar algumas carrinhas transportando já um considerável número de espécimes. Cabras montesas, javalis, veados entre outros iam naquelas mesmas carrinhas. Alguns pareciam feridos. Mas, porque seria?
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Entre as várias pessoas que participavam em toda aquela missão estava Berto, um homem com um ar sisudo. Tinha sido caçador, mas segundo o que se sabia, deixara de o ser. Participava agora naquela missão apenas com o objetivo de ajudar. – Berto. – Chamou-o Eduardo. – Como conseguiu já apanhar todos estes animais? – Os animais de grande porte são fáceis de apanhar. – Respondeu. Por sua vez, Eduardo e Marco observavam todos aqueles seres acabados de apanhar. Já o seu colega Rafael tinha acabado por se afastar para uma outra zona da montanha. Estava num sítio um pouco mais recôndito, onde aparentemente vivia uma pequena comunidade de lobos. Juntamente com algumas pessoas, o jovem especialista tentava encontrá-los. Não demorou muito até que se apercebesse da presença de algo naquele local. – Agora não façam movimentos bruscos. – Disse para o restante pessoal ali presente. Aproximou-se de um pequeno aglomerado de rochas do qual vinha um ruído. Alguma coisa ali se escondia.
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Quando Rafael estava apenas a alguns metros daquelas mesmas rochas, numa fração de segundo um animal surgiu. Um lobo. Era pequeno. Devia ser ainda uma cria. Notava-se que estava amedrontado. Rosnava para Rafael, contudo não tentou atacá-lo. – Calma… – Sussurrava-lhe, aproximando-se bem devagar. Por sua vez, o jovem lobo continuava a emitir pequenas rosnadelas. – Olha o que tenho aqui. Gostas? – Falava-lhe ele, mostrando-lhe um pedaço de carne que tinha num saco que levava consigo. Atirou-o para junto do pequeno animal, mas este não pareceu interessado. Apenas olhava para aquela figura humana que tinha perante si. Minutos mais tarde, começava a acalmar-se e ia-se aproximando lentamente de Rafael. Este, por sua vez, continuava a falar-lhe. – Os teus pais onde estão? – Perguntava-lhe. Não parecia haver sinais de outros lobos por ali. Aquela cria parecia completamente sozinha. Rafael decidiu experimentar fazer-lhe uma carícia e ela, apesar de hesitante, começou a deixá-lo. – Nem sinal dos pais dele. – Disse um dos indivíduos ali presentes. – Podem andar à caça. – Disse um outro – E, se assim for, poderão voltar a qualquer instante.
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– Não me parece. – Respondia Rafael – Acho que ele está só. Ao dizer isto, o especialista apontou para as costelas do pequeno animal mostrando como estas se faziam notar, como se aquele lobo estivesse subnutrido. Possivelmente, estava só há já algum tempo.
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III
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– Vamos levá-lo daqui. – Disse Rafael olhando para o pequeno canídeo e em seguida para o céu, que ia ficando cada vez mais escuro. O grupo preparava uma jaula para o transportar. Dentro da mesma, colocaram um pouco de carne na tentativa de atrair o lobo lá para dentro. O animal não parecia perceber o que se passava, contudo começava a sentir o cheiro do alimento e ia-se aproximando. – Isso mesmo… – Sussurrava Rafael. – Devagar… Observava o pequeno animal a dirigir-se para a jaula, e este não se encontrava muito distante da mesma. Estava a resultar. – Esperem que ele entre e depois fechem-na. – Disse para os seus colegas. Estava a escassos centímetros da jaula. Ia entrar. Subitamente, algo vindo do meio dos arbustos atingiu-o no pescoço, fazendo-o ganir e, consequentemente, recuar. Era um dardo. Alguém acabara de o disparar. – Quem é que fez isto?! – Gritou Rafael, vendo logo de seguida um outro grupo de homens surgir do meio da vegetação. Entre eles, Berto.