Nelson Miguel Guerreiro Lourenço, Eng.º nasceu a 07/07/79 em Lisboa. É Licenciado em Engenharia do Ambiente (ULHT) e Mestre em Gestão Sustentável dos Espaços Rurais (Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais da UALG). Desde 2007 é responsável FUTURAMB® coordenando o Centro de Pesquisa e Investigação em Vermicompostagem e a Unidade de Valorização Orgânica da FUTURAMB. É consultor, formador e investigador em vermitecnologia possuindo vasta experiência nos domínios da vermicompostagem, vermicultura, vermifertilização, vermiponia e vermirremediação. Sónia Isabel Dias Coelho nasceu a 26 de Fevereiro de 1981 em Portimão. É licenciada em Educação Social pela Escola Superior de Educação da UALG), formadora e Técnica Superior de HST. De Outubro de 2003 a Junho 2004 colaborou com a Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines no âmbito de Estágio Profissional pelo IEFP. De Novembro de 2004 e Junho de 2006 colaborou na Escola E. B. 1 de S. B. Messines, igualmente como animadora Sócio-Cultural. De Setembro de 2006 a Outubro de 2008 desempenhou as Funções de Técnica Superior de HST da empresa SeguriHigiene, S.A. Actualmente coordena o Departamento de Formação da FUTURAMB.
A FUTURAMB foi criada em Março de 2007 tendo vindo a posicionar-se como a única empresa no mercado da vermitecnologia capaz de entender e investigar esta metodologia do ponto de vista da Ciência e da Engenharia de uma forma multifuncional, sendo verdadeiramente uma empresa (e a única) especializada nesta vertente, com:
▪ Tratamento e valorização de resíduos orgânicos.
▪ Tratamento
de diversos fluxos de resíduos orgânicos como sejam borras de café, resíduos alimentares domésticos ou biomassa florestal.
▪ Consultoria. ▪ Acompanhamento de clientes. ▪ Formação / Workshops. _________ Desenvolvimento de Cursos de Formação em Vermicompostagem (adultos e crianças) e Workshops (adultos e Escolas).
▪ I&D. ▪ Desenvolvimento
de tecnologias, sistemas e processos para vermicompostagem, vermicultura, vermirremediação, vermiponia, vermidepuração e vermifertilização.
www.futuramb.com Unidade de Valorização Orgânica Messines de Cima, caixa-postal 5-S 8375-047 São Bartolomeu de Messines Centro de Pesquisa e Investigação em Vermicompostagem Urbanização das Oliveiras, lote 2, r/c Dt.º. 8375-129 São Bartolomeu de Messines
Miguel Guerreiro Lourenço VERMICOMPOSTAGEM NAS ESCOLAS Nelson Sónia Isabel Dias Coelho
Depois do sucesso “Vermicompostagem – Gestão de Resíduos Orgânicos” e “Manual de Vermicompostagem para Crianças e Jovens” eis chegado a ferramenta que todos os Professores ansiavam. Apresentado com uma extensiva descrição do Projecto FUTURESCOLAS 2010/2011 e listagem de actividades e experiências a realizar na sala de aula, este manual constitui uma ferramenta indispensável para todos os Professores que pretendam desenvolver e dinamizar na Escola a Agenda 21 Escolar tendo a vermicompostagem como solução de tratamento dos resíduos orgânicos, aumentando ao mesmo tempo a fertilidade da horta pedagógica, sendo uma excelente ferramenta de sensibilização e educação ambiental. Escrito por Nelson Lourenço, reconhecido e conceituado especialista, este manual inclui diversas formas, processos e métodos de desenvolver práticas de vermicompostagem, com maior ou menor grau de investimento, em função do n.º de alunos, capacidade da cantina em produzir resíduos ou até espaço disponível, englobando desde vermicompostores, vermidigestores ou canteiros de vermicompostagem. Procura-se desta forma dinamizar e gerar diversas sinergias entre todos os envolventes da comunidade escolar, (professores, alunos e funcionários) com vista à redução da fracção orgânica dos resíduos a depositar em Aterro. Porque a Agenda 21 não é da Escola, será para a Escola e a vermicompostagem será para toda a comunidade Escolar.
Nelson Miguel Guerreiro Lourenço Sónia Isabel Dias Coelho
VERMICOMPOSTAGEM NAS ESCOLAS MANUAL PRÁTICO PARA O PROFESSOR
FICHA TÉCNICA Edição: Nelson Miguel Guerreiro Lourenço, Sónia Isabel Dias Coelho Título: Vermicompostagem nas Escolas – Manual PráƟco para o Professor Autor: Nelson Miguel Guerreiro Lourenço, Sónia Isabel Dias Coelho Capa, Paginação: Paulo Silva Resende 1.ª EDIÇÃO LISBOA, Abril 2012 Impressão e Acabamento: Publidisa ISBN: 978-989-96855-4-3 Depósito Legal: 342686/12 © NELSON MIGUEL GUERREIRO LOURENÇO, SÓNIA ISABEL DIAS COELHO Publicação e Comercialização SíƟo do Livro, Lda. Lg. Machado de Assis, lote 2, porta C — 1700-116 Lisboa www.siƟodolivro.pt
APOIO
Nelson Miguel Guerreiro Lourenรงo Sรณnia Isabel Dias Coelho
Vermicompostagem nas Escolas
Manual Prรกtico para o Professor
Indice nota dos autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
capítulo i Agenda 21 Escolar 1. Enquadramento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2. Objectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3. Incentivar os alunos para a correcta gestão dos resíduos orgânicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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capítulo ii Vermicompostagem – principais conceitos 1. Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2. O papel e o conceito da vermicompostagem na sustentabilidade escolar . . . . . . . . . . 3. A minhoca na vermicompostagem. . . . . . 4. Produtos obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . 4.1. Vermicomposto . . . . . . . . . . . . . 4.2. Lixiviado de vermicomposto . . . . . . 4.3. Minhocas . . . . . . . . . . . . . . . . .
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capítulo iii Como fazer vermicompostagem? 1. Tipos de sistemas possíveis . . . . . . . 1.1. Canteiros de vermicompostagem 1.2. Vermicompostores . . . . . . . . . 1.3. Vermidigestores . . . . . . . . . . 2. Sequência de procedimentos . . . . . .
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1. Preparação dos materiais recolhidos . . . . . 2. Tipos de resíduos que podem ser tratados . 3. Quantidade de resíduos a colocar . . . . . . 4. Colocação dos resíduos . . . . . . . . . . . . 5. Equipamento necessário . . . . . . . . . . . 6. Separação das minhocas do vermicomposto 6.1. Separação no vermicompostor . . . . . 6.2. Separação no canteiro . . . . . . . . . . 6.3. Separação no vermidigestor . . . . . . 7. Quantidade de vermicomposto produzida . 8. Problemas e soluções . . . . . . . . . . . . .
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capítulo iv Tratamento e manutenção
capítulo v Aplicação do vermicomposto – horta pedagógica 1. Objectivo . . . . . . . . . . . . 2. Escolha da (s) cultura (s) . . . 3. Preparação do terreno . . . . . 4. Fertilização . . . . . . . . . . . 5. Transplante/sementeira . . . . 6. Esquemas de ensaios possíveis
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capítulo vi Como elaborar um relatório final de projecto Caso de estudo: Projecto na escola EB 2,3 António de Sousa Agostinho, Almancil em 2010/2011 1. Introdução . . . . . 2. Objectivos. . . . . . 3. Material e métodos. 4. Resultados . . . . . 5. Discussão . . . . . . 6. Conclusões . . . . .
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capítulo vii Actividades teórico-práticas na sala de aula Actividade 1 As minhocas: Investigação do comportamento das minhocas Actividade 2 As minhocas: Construção e manutenção de um minhocário . Actividade 3 Vermicompostagem: Construção e manutenção de um vermicompostor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Actividade 4 Vermicomposto: Utilização do vermicomposto como forma de fertilização orgânica e sustentável . . . . . . . . . . . . . . .
capítulo viii Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
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Índice de figuras Fig. 1 – Escola EB 2,3 António de Sousa Agostinho . . . . . . . . . . 20 Fig. 2 – Fases de implementação da Agenda 21 Escolar. . . . . . . . 21 Fig. 3 – Principais objectivos da vermicompostagem na escola . . . 23 Fig. 4 – Processo de avaliação dos resíduos orgânicos que poderão ser tratados por vermicompostagem na escola . . . . . . . . 24 Fig. 5 – Fases do processo de gestão de resíduos orgânicos. . . . . . 25 Fig. 6 – Pressupostos do projecto em vermicompostagem a implementar na escola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Fig. 7 – Vermicompostagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Fig. 8 – Promover a cidadania junto dos alunos – um dos objectivos da vermicompostagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Fig. 9 – Ciclo dos nutrientes durante a vermicompostagem na escola 33 Fig. 10 – Esquema de digestão dos resíduos por parte da minhoca . 35 Fig. 11 – Amostra de vermicomposto na Unidade de Valorização Orgânica da FUTURAMB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Fig. 12 – Contacto dos alunos com o vermicomposto . . . . . . . . 37 Fig. 13 – Benefícios da utilização do vermicomposto . . . . . . . . . 38 Fig. 14 – Recolha do lixiviado de vermicomposto por parte dos alunos 39 Fig. 15 – Populações de minhocas num canteiro de vermicompostagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Fig. 16 – Ciclo de vida de uma minhoca . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Fig. 17 – Tipos de sistemas possíveis que poderão existir na escola . 44 Fig. 18 – Medição das tábuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Fig. 19 – Corte das tábuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Fig. 20 – União das tábuas com pregos . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
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Fig. 21 – Colocação das estacas nas tábuas. . . . . . . . . . . . . . . Fig. 22 – Preparação do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 23 – Colocação das tábuas no solo . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 24 – Corte do plástico preto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 25 – Revestimento do canteiro com o plástico preto (fundo e laterais) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 26 – Colocação do substrato de sobrevivência + minhocas e posterior rega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 27 – Cobertura final do canteiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 28 – Características do canteiro construído. . . . . . . . . . . . Fig. 29 – Vermicompostor construído em madeira . . . . . . . . . . Fig. 30 – Vermicompostor vertical após montagem . . . . . . . . . . Fig. 31 – Características do vermicompostor vertical . . . . . . . . . Fig. 32 – Aspecto geral de um vermidigestor. . . . . . . . . . . . . . Fig. 33 – Aspecto da porta para recolha do vermicomposto . . . . . Fig. 34 – Placa informativa existente na porta do vermidigestor. . . Fig. 35 – Características do vermidigestor . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 36 – Sequência de procedimentos na vermicompostagem . . . Fig. 37 – Trituração dos resíduos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 38 – Biotriturador na Unidade de Valorização Orgânica da FUTURAMB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 39 – Identificação de alguns resíduos que poderão ser tratados Fig. 40 – Colocação de borras de café no primeiro compartimento do vermicompostor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 41 – Colocação de borras de café e mistura de resíduos hortícolas Fig. 42 – Capacidade de tratamento para vários sistemas de vermicompostagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 43 – A quantidade de resíduos a colocar deverá ser rigorosa . . Fig. 44 – Adição de resíduos à superfície do canteiro . . . . . . . . . Fig. 45 – Cobertura imediata dos resíduos com cartão . . . . . . . . Fig. 46 – Migração das minhocas entre os compartimentos . . . . . Fig. 47 – Arrastamento do vermicomposto + minhocas para a metade esquerda do canteiro. . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 48 – Colocação de resíduos na metade vazia do canteiro (semana 1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 49 – Colocação de resíduos na metade vazia do canteiro (semana 3) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Fig. 50 – Separação/recolha do vermicomposto no vermidigestor . Fig. 51 – Aspecto da separação/recolha do vermicomposto no vermidigestor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 52 – Quantidade de vermicomposto que se poderá obter . . . . Fig. 53 – Excesso de humidade: minhocas à superfície dos resíduos Fig. 54 – Mistura de serradura com os resíduos existentes: aumento da porosidade e maior distribuição da humidade . . . . . . Fig. 55 – Cobertura dos resíduos com: 1.º) papel, 2.º) plástico . . . . Fig. 56 – Diferentes etapas do ciclo de vida da horta . . . . . . . . . Fig. 57 – Diferentes tipos de solo e efeitos da aplicação do vermicomposto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 58 – Preparação do terreno na horta. . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 59 – Formas de aplicação do vermicomposto na horta . . . . . Fig. 60 – Abertura dos covachos e colocação de vermicomposto (cultura de alface) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 61 – Abertura dos covachos e colocação de vermicomposto (cultura de alface) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 62 – Transplante das alfaces. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 63 – Colocação de vermicomposto nos camalhões (cultura de coentro). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 64 – Informações que os ensaios poderão fornecer . . . . . . . Fig. 65 – Efeito do vermicomposto no rendimento da colheita da alface (%) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 66 – Efeito do vermicomposto no total de matéria fresca da alface (g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 67 – Efeito do vermicomposto no total de matéria fresca do coentro (g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 68 – Minhocário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fig. 69 – Adição de resíduos sobre o substrato existente no vermicompostor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Índice de quadros Quadro 1 – Principais diferenças entre a vermicompostagem e a compostagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quadro 2 – Quantidade de resíduo consumido em função da quantidade inicial de minhocas . . . . . . . . . . . . . . . . Quadro 3 – Identificação de alguns resíduos. . . . . . . . . . . . . . Quadro 4 – Identificação dos materiais mais importantes contendo carbono e azoto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quadro 5 – Equipamento necessário para as fases de construção e manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quadro 6 – Problemas, causas e soluções durante a vermicompostagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quadro 7 – Comparação entre a matéria fresca total das duas culturas com e sem aplicação de vermicomposto . . . . . .
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A publicação deste Manual não faria sentido sem agradecer a valiosa contribuição dada pela Eng.ª Lina Madeira, pelo Vereador de Ambiente Aníbal Moreno, ambos da Câmara Municipal de Loulé, e pelos Professores António Figueira e Sílvia Gago da Escola EB 2,3 António de Sousa Agostinho.
nota dos autores Parte do sucesso da publicação deste Manual irá remeter para os Professores que connosco colaboraram durante o Projecto FuturEscolas em Almancil, no ano lectivo 2010/2011, mais precisamente o Professor António Figueira e a Professora Sílvia Gago da Escola EB 2,3 António de Sousa Agostinho. Foram eles que, mais do que tudo, nos ajudaram e motivaram a desenvolver com os seus alunos das turmas CEF 3 Jardinagem e do 8.º E, o Projecto FuturEscolas nesta escola. Agradecemos ao Director da Escola na pessoa do Dr. Rui Filipe, pelo interesse na instalação do vermidigestor para o ano lectivo 2011/2012, após a conclusão do Projecto no ano lectivo anterior. Agradecemos igualmente a toda a Equipa do Departamento de Ambiente do Câmara Municipal de Loulé, pelo seu interesse em desenvolver com a FUTURAMB a vermicompostagem na Escola, mais precisamente à Eng.ª Lina Madeira e ao Dr. Aníbal Moreno, vereador responsável pelo Ambiente. Agradecemos igualmente a toda a equipa do Departamento de Ambiente da Câmara Municipal de Loulé, mais precisamente à Eng.ª Lina Madeira, bem como ao Dr. Aníbal Moreno, vereador responsável pelo Ambiente pela concretização deste Projecto. Não queremos ainda deixar de agradecer a todos aqueles que, ainda de forma menor, contribuiram com o seu empenho, para o desenvolvimento da vermicompostagem nesta Escola. Este Manual tem como objectivo vir a ser uma ferramenta para que todos os docentes dos estabelecimentos de ensino público e privado possam desenvolver e implementar um sistema de vermicompostagem em conjunto
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com os alunos, e para que, com a ajuda destes e dos funcionários, se possam atingir processos mais eficientes e sustentáveis de gestão de resíduos orgânicos. O Manual pretende igualmente ser um veículo transmissor do que representa a vermicompostagem para a comunidade escolar, simplificando e generalizando o seu funcionamento para um maior entendimento do professor. Não querendo que a vermicompostagem seja apenas um projecto de uma turma ou grupo de alunos, mas sim uma sinergia entre professores, alunos e funcionários, será acima de tudo fundamental que o professor responsável possua uma visão alargada e de futuro, com espírito inovador e de empenho, características imprescindíveis para implementar um sistema de vermicompostagem na escola, no âmbito da Agenda 21 Escolar. A FUTURAMB continua a crescer, e o seu crescimento, mais do que sustentado, tem vindo a ser alicerçado em ferramentas que colocam a vermicompostagem ao alcance de todas as faixas etárias: crianças (“Manual de Vermicompostagem para Crianças e Jovens”), livros técnicos para adultos (“Vermicompostagem – Gestão de Resíduos Orgânicos”) e a publicação actual para professores em geral. Mais do que tudo, a vermicompostagem representará um projecto da escola e para a escola. Saudações Ambientais. Nelson Lourenço Sónia Coelho
prefácio Nos dias de hoje em que se questiona os valores de uma sociedade de “usar e deitar fora” e em que se procura alternativas de crescimento sustentável é fundamental consciencializar alunos e comunidade educativa para as boas práticas em Educação Ambiental. Como professora vivenciei uma experiência de trabalho completamente nova no último ano letivo. Retenho imagens e memórias de miúdos que de início relutantes, embarcaram numa experiência que revolucionou a escola. Colocamos mãos à obra em tempos letivos e não letivos onde alunos, professores e funcionários, se envolveram num projecto com um nome estranho de vermicompostagem e em que os técnicos da FUTURAMB foram formadores e consultores ativos. Sem percebermos bem o que era a vermicompostagem aceitamos o desafio e descobrimos um novo fertilizante para a horta pedagógica da escola - o vermicomposto - produzido por uns “seres estranhos”, as minhocas. Partindo de sessões teóricas, em Novembro, da construção de um canteiro e da montagem de um vermicompostor em Janeiro, realizou-se a recolha e tratamento dos resíduos orgânicos provenientes da cantina e bufete escolar e a manutenção destes espaços. Foi entusiasmante ver o trabalho destes “seres mágicos” na produção de um vermicomposto que em meados de Abril foi colocado na terra ajudando a crescer “viçosas” alfaces e “cheirosos” coentros. Face ao sucesso do projeto e à contínua necessidade de diminuir a quantidade de resíduos orgânicos da escola que são colocados no lixo, foi
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oferecido pela autarquia um contentor com maior capacidade – vermidigestor, o qual é já um elemento fundamental da educação ambiental do agrupamento. O que era do conhecimento de alguns é já uma presença familiar de toda a comunidade escolar. Alargando a experiência, o pequeno vermicompostor foi colocado num Jardim de Infância do agrupamento, uma aposta ambiental na ligação afectiva à terra, envolvendo, ainda, os colegas do primeiro ciclo e a restante comunidade escolar. O testemunho efetivo do projecto Vermicompostagem reside na importância de, em educação ambiental, se apostar na reciclagem de resíduos orgânicos e no cultivo e fertilização de solos inférteis e desaproveitados nas escolas. Aprende-se, assim, o retorno à terra e o prazer de retirar dela, aquilo que nos pode oferecer. E esse é o maior desafio, aproximar adultos e crianças de uma riqueza não valorizada. Apostar em práticas educativas que promovam a sustentabilidade e o reconhecimento da terra como fonte de riqueza é o futuro. A escola é o caminho… Prof.ª Sílvia Gago 1 Escola EB 2,3 António de Sousa Agostinho Almancil
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O autor apresentou o texto redigido no novo acordo ortográfico.
capítulo i AGENDA 21 ESCOLAR 1. ENQUADRAMENTO A Agenda 21 Escolar procura enquadrar-se no âmbito do capítulo 36 da Agenda 21 e contempla a relação da escola com a comunidade em que esta se insere, procurando assim constituir-se como um plano de acção estruturado, prático e orientado para a resolução dos diversos problemas sócio-ambientais relacionados com toda a comunidade educativa (professores, alunos e funcionários). As escolas, funcionando na grande maioria das vezes como segunda casa para os alunos, desempenham um papel fundamental na promoção do conhecimento e compreensão da realidade, sendo capazes de constituir um modelo (ainda que em pequena-escala) da sociedade, no qual é possível testar processos e soluções capazes de serem extrapoladas para a realidade industrial. Neste sentido, a escola funciona como unidade de investigação, conhecimento e saber, onde se poderão desenvolver, idealizar e testar estratégias que permitam concretizar os princípios de um desenvolvimento sustentável e, através de soluções propostas e descobertas realizadas, criar e estabelecer sinergias em toda a comunidade escolar. De todos os impactes causados no Ambiente, a gestão e tratamento dos resíduos representará talvez a ferramenta de maior dinamização pos
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sível nas escolas, de tal forma que é possível a diferenciação entre resíduos tratados biologicamente e os não tratados biologicamente.
Fig. 1 – Escola EB 2,3 António de Sousa Agostinho.
O programa da Agenda 21 Escolar propõe às escolas um processo de consciencialização ambiental que envolve diferentes fases. No entanto, cabe às escolas desenharem o seu próprio programa de implementação, adaptando-o à sua realidade e exigências. Este programa poderá ser desenvolvido no âmbito de um projecto escolar. De forma a implementar um determinado projeto no âmbito da Agenda 21 Escolar há que definir os pressupostos constantes da Fig. 2.
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Fig. 2 – Fases de implementação da Agenda 21 Escolar (Adaptado de: www.slideshare.net/5neves/agenda-21-escolarloul).
▪ Motivação Sensibilizar e estimular todos os membros da comunidade escolar (professores, alunos e funcionários). ▪ Reflexão Analisar os aspectos positivos, e o modo como podem ser reforçados, e os aspectos negativos, que deverão sofrer alterações. ▪ Diagnóstico Definir propostas de actividades/acções a desenvolver para o projeto em questão. ▪ Acção Implementar o plano de acção definido tendo em conta o diagnóstico efectuado.
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▪ Avaliação Avaliar a implementação do plano de acção, assim como definir instrumentos de monitorização das acções e resultados obtidos.
2. OBJECTIVOS Qualquer estabelecimento escolar é produtor de resíduos, e de uma forma particular, a produção de resíduos orgânicos é bastante variada. Contudo, esta produção varia entre os 30 e 40% da produção total dos mesmos (Lourenço, 2010). A esta informação irá residir o facto de a grande maioria das escolas possuir cantina e como tal, ser produtora de uma quantidade assinalável de resíduos orgânicos resultantes por exemplo, do processamento das refeições e das próprias refeições em si (dado que no final de cada refeição resultarão resíduos). Grande parte desta fracção é ainda (e infelizmente) alvo de deposição nos contentores de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) escolares sem serem recolhidos selectivamente, contribuindo para o não cumprimento de directivas comunitárias, como seja a Directiva Aterros. Esta Directiva tem como um dos objectivos a redução da fracção orgânica dos resíduos a depositar em Aterro. Efectivamente, com a vermicompostagem será possível, não só cumprir essa meta, como também aumentar a fertilidade e produtividade dos solos. Outro aspecto prende-se com o afastamento das crianças e jovens dos aspectos relacionados com a origem dos alimentos, do meio rural, da produção das culturas. A vermicompostagem permitirá a aplicação do seu principal produto – o vermicomposto, por exemplo, numa horta pedagógica, permitindo aos alunos o contacto com as práticas agrícolas orgânicas e isentas de aplicação de adubos e produtos fitossanitários. A Fig. 3 descreve os principais objectivos da vermicompostagem na escola.
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Fig. 3 – Principais objectivos da vermicompostagem na escola.
3. INCENTIVAR OS ALUNOS PARA A CORRECTA GESTÃO DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS Parte da responsabilidade ambiental e social para a correcta gestão dos resíduos orgânicos deverá ser programada e efectivada pelo professor. De facto, através da vermicompostagem, não só é valorizada a componente orgânica dos resíduos, como a componente não orgânica, como sejam as
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fileiras do plástico, vidro, metal ou borracha, que poderão deste modo ser encaminhadas para os ecopontos e posteriormente para os diversos operadores para reciclagem, dado que a recolha selectiva de resíduos estimulará a recolha seletiva de outras fileiras de resíduos orgânicos. A componente efectivamente orgânica diz respeito à fracção orgânica que efectivamente é utilizada num sistema de vermicompostagem A componente orgânica efectiva para tratamento será aquela reencaminhada para vermicompostagem. É possível indicar que a componente orgânica diz respeito aos resíduos com capacidade de se decomporem biologicamente, durante um tempo mais ou menos variado. Por forma a avaliar que resíduos orgânicos poderão ser tratados na escola, sugere-se a consulta da Fig. 4.
Resíduos orgânicos efectivamente para tratamento
Fig. 4 – Processo de avaliação dos resíduos orgânicos que poderão ser tratados por vermicompostagem na escola.
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A Fig. 5 indica as diferentes fases do processo de gestão de resíduos orgânicos. O processo inicia-se com a recolha selectiva de todas as fileiras de resíduos ou, em alternativa, da fileira que unicamente se quer tratar ou valorizar (1.ª fase). Posteriormente (2.ª fase), são recolhidos os resíduos orgânicos de difícil decomposição2. Os restantes materiais são finalmente tratados por vermicompostagem e transformados em vermicomposto, lixiviado de vermicomposto e minhocas (3.ª fase).
Recolha selectiva (1.ª fase) Vidro, plástico e metal Recolha selectiva (2.ª fase) Resíduos orgânicos de difícil decomposição Vermicompostagem (3.ª fase)
Fig. 5 – Fases do processo de gestão de resíduos orgânicos. 2
Ainda que todos os resíduos orgânicos sejam tratáveis por vermicompostagem, sugere-se que na escola sejam evitados resíduos de origem animal como carne e peixe ou alimentos contendo gorduras, dado que são necessárias condições bastante particulares para o seu tratamento. Desta forma, e de modo a facilitar o trabalho e educação ambiental, serão tratadas as restantes fileiras de resíduos.
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Os mais jovens são, regra geral, mais receptivos a novas informações e encontram-se numa fase onde as mudanças comportamentais são mais prováveis de ocorrer, sendo acima de tudo, já considerados cidadãos, tendo já o direito de participar na construção da sociedade. Os adultos têm tendência em afirmar que as crianças e os jovens são os cidadãos do futuro. Contudo, esta afirmação, ainda que parcialmente correcta, acabará por afastar o papel fundamental das crianças e dos jovens no presente, desresponsabiliza-os ao mesmo tempo na sociedade actual. Desta forma, é de todo obrigatório incutir-lhes responsabilidade e trazer alguns objectivos e valores para o seu quotidiano. A escola deve deste modo, ser pioneira na procura de soluções sustentáveis de tratamento de resíduos (e em particular os orgânicos), onde a vermicompostagem se assuma como referência alertando as crianças e os jovens para a sua problemática. Ainda que seja uma tecnologia de gestão e tratamento de resíduos, a vermicompostagem pressupõe ainda uma responsabilidade de educação e sensibilização ambiental para a comunidade escolar visto ser o único método de tratamento de resíduos orgânicos em que a parte preponderante dos seus intervenientes é macroscópica. A Fig. 6 descreve os pressupostos do projecto em vermicompostagem a implementar na escola.
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Fig. 6 – Pressupostos do projecto em vermicompostagem a implementar na escola.