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PRAXEDES DESCOBRE COMO É A MORTE

A morte ainda assombra muita gente. Tanto faz ser rico ou pobre, velho ou jovem, carola ou ateu. Ninguém quer deixar a vida sem mais uma rodada de chope com os amigos, sem comprar o carro novo, sem fazer outra fezinha na loteria. Para esticar a vida mais um pouco, qualquer cidadão fica feliz até em pagar conta no dia seguinte.

Há quem goste de matutar sobre a morte e os que se preparam para o dia de diversas maneiras: rezando, praticando o bem, curtindo adoidado, providenciando seguros de vida e organizando-se para não deixar pendências.

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Tampouco faltam os que se põem a imaginar como será a etapa pós-morte.

Praxedes não se enquadra nessas categorias. Raras vezes se preocupou em refletir sobre o assunto. No que lhe resta de catolicismo, acredita simplesmente na sobrevivência da alma quando o corpo parar de funcionar. Ademais, como sempre confiou em sua grande capacidade de organização e método, está seguro de que deixará tudo na mais perfeita ordem no momento em que chegue sua hora. Quer dizer, assim foi até que ele se sentiu mal dois dias atrás e precisou hospitalizar-se (outro evento felizmente raro ao longo de sua existência).

Desta feita, porém, seu caso é sério. Os médicos que o atendem avaliam, com louvável sinceridade, que ele não terá muito tempo de vida.

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