Especial
DOMINGO, 18 DE MARÇO DE 2012
A CIDADE
E3
F.L PITON / A CIDADE
IMPACTO NO CAMPUS Instituição pode se manter à frente desses estudos por décadas
Bandeirante internacional da pesquisa do terceiro milênio Além de novas terapêuticas, pesquisas permitem conhecer a vida de tecidos e órgãos SIMEI MORAIS simei@jornalacidade.com.br
Júlio Voltarelli, 65 anos, é cientista de nível internacional. Quando se diz isso, depreende-se que a consequência são “portas abertas” para mais recursos de órgãos fomentadores, novas chances de parceria com grandes centros de pesquisa e a possibilidade de cooptar outros profissionais da instituição para mais projetos. E, como tem sido, todos pioneiros. Por isso Voltarelli é um dos pesquisadores mais respeitados da FMRP e do país. Já saiu em entrevistas de tudo quanto é veículo. Legado Nos corredores, dizem que ele garantiu à faculdade a permanência em pesquisas de ponta por várias décadas por vir. Os resultados carregam não só enorme potencial terapêutico, mas também importância biológica singular. Eles trazem luz sobre como tecidos e órgãos funcionam, se originam e se renovam. Voltarelli, no entanto, é comedido. “Não posso dizer que esses estudos sejam os ‘mais modernos’ no campus, porque há outros de grande importância, mas, certamente, situam-se entre os de maior destaque e potencial no sentido de produzir resultados de impacto científico”, afirma. Resultados Segundo o professor, seu grupo tem recebido suporte considerável do governo para esses estudos. Eles pretendem, ainda, realizar ensaios clínicos para tratamento de diabetes tipo 2, esclerose lateral amiotrófica, glaucoma e outras doenças oculares. “Teoricamente, todas as doenças poderiam ser tratadas com TCT, mas umas são mais difíceis do que outras”, diz. A diabetes tipo 1 pôde ser tratada porque é autoimune e o TCT pode corrigir a anormalidade. Mas cânceres de órgãos sólidos, como fígado, pâncreas e pulmões, por exemplo, são resistentes ao processo. A mesma dificuldade ocorre com doenças degenerativas, como as do sitema nervoso, que necessitam de regeneração de neurônios, o que ainda não foi conseguido a contento pelas pesquisas atuais. Impossibilitado de conceder entrevista pessoalmente, o professor Júlio Voltarelli respondeu às perguntas da reportagem em uma troca de e-mails. LEIA MAIS NAS PÁGINAS E4 E E5
REPLICANTES Vários setores da FMRP se interessaram por células-tronco, a partir dos procedimentos da equipe do professor Voltarelli