Especial
diabetes com célula-tronco
recursor
F.L PITON / A CIDADE
O esperado transplante para diabetes tipo 2 O tipo 2, que acomete 90% dos diabéticos, também está na mira dos pesquisadores da sexagenária FMRP. O grupo do professor Voltarelli já estuda em animais e aguarda liberação para começar os testes em seres humanos, o que pode ocorrer ainda esse ano, diz Couri. O procedimento, no entanto, será diferente do reset praticado sobre o tipo 1, que é doença autoimune e faz o pâncreas não produzir a insulina. No tipo 2, o órgão a produz, mas o organismo - exposto a muito açúcar - tem resistência insulínica. Nesse caso, a conduta será tratar o pâncreas falido por produzir tanta insulina, na tentativa de vencer a resistência do organismo. A intenção é injetar no paciente células-tronco mesenquimais, retiradas da medula óssea de parentes. Ela tem capacidade de se diferenciar em células beta, que sintetizam e excretam a insulina. “Também podem ser úteis porque têm propriedades antinflamatórias, e a resistência à insulina tem cunho inflamatório”, explica o endocrinologista. Tal pesquisa já foi feita, com diferenciações no processo, na Argentina, China e Índia. “Eles já têm resultados preliminares, mas positivos”, comenta. De qualquer forma, será o primeiro TCT para tratar diabetes 2 no Brasil e, mais uma vez, pela equipe do imunologista Júlio Voltarelli. “Já estamos famosos no exterior. Um professor antigo de Harvard, Gordon Weir, me reconheceu assim que dei meu cartão, ao lembrar de meu nome na pesquisa com o professor Voltarelli”, espanta-se.
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PIONEIRISMO A equipe de Júlio Voltarelli foi responsável pela implantação do 4º centro de transplante de medula óssea do país; fez o 1º transplante de célulastronco (TCT) do Brasil para tratar lúpus, esclerose múltipla e esclerose lateral amiotrófica; e o 1º do mundo a usar TCT contra diabetes tipo 1
DOMINGO, 18 DE MARÇO DE 2012
DESCARTANDO A INSULINA • O TCT em diabéticos tipo 1 é uma espécie de “reset”, igual ao dos computadores • Raciocínio: se a doença é autoimune e o sistema imunológico destrói o pâncreas, que fabrica a insulina, a equipe médica “apaga” o atual sistema imunológico e o reinicia • Primeiro, o paciente recebe um tipo de droga
que “descola” as célulastronco (CT) da medula óssea e as joga na rede sanguínea • Depois que o sangue com CT é retirado, o paciente recebe doses de quimioterápicos, para destruir seu sistema imunológico • Em seguida, ele recebe de volta as CT, que regeneram o sistema imunológico
A CIDADE
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DIABETES TIPO 2 • A equipe aguarda liberação para submeter a pesquisa em humanos ainda em 2012 • Como a doença não é autoimune, o processo será diferente, com infusão de CT’s que podem se transformar nas células que fabricam insulina, no pâncreas