Terça-feira, 16 de setembro de 2008
Cidades
A cidade
“Esse lixão foi feito há 20 anos em uma área de nascentes e mata nativa. Hoje, tem urubus e catadores, é deprimente”, diz o secretário de Meio Ambiente de Cajuru, Renato de Oliveira.
lixo no lixo
Metade dos aterros é reprovada Só um terço dos lixões da região de Ribeirão são considerados adequados, segundo estudo que leva em conta dados de 2007 j.f.pimenta
simei morais
D
os 27 municípios da região de cobertura do A Cidade, 13 deles (48%) têm aterros operando de forma inadequada, mostra o inventário anual sobre resíduos sólidos no Estado, organizado pela Cetesb, com IQR (Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos) de 2007. O índice apura as condições de instalação e operação dos aterros. De zero a 6, os locais são considerados inadequados. “As notas mais baixas são lixões. Alguns até nasceram como aterro, mas acabaram virando lixões”, comenta o especialista Bernardo Teixeira, da UFSCar. A pior nota é de Caju-
ru, 1,8. O secretário de Meio Ambiente do município, Renato de Oliveira, diz que esse índice há anos é ruim. “Esse lixão foi feito há 20 anos em uma área de nascentes e mata nativa, inadequada a essa atividade. Hoje, tem urubus e catadores, é deprimente”, declara. Ele afirma que o município já tem projeto de um aterro sanitário, com tecnologia de menor impacto ambiental, e busca verbas para implantá-lo. “Vamos precisar de R$ 350 mil, dos quais, R$ 100 mil só para desapropriar área”, estima. Ribeirão O de Ribeirão Preto tem nota 6,2, e está enquadrado entre os controlados (de
6,1 a 8). No entanto, em junho, após as obras de encerramento no local, o índice subiu para 9, diz a Cetesb. Mais três municípios estão nessa faixa (14,8%). Entre os que recebem notas maiores, as consideradas adequadas (acima de 8,1), há dez cidades (37%). A disparidade entre as notas mostra que a gestão de resíduos sólidos ainda não é um tema tão importante para os municípios como o saneamento, compara Teixeira, da UFSCar. Ele adverte que aterro não é a única solução para o lixo, mas parte de um conjunto de mecanismos. “Tem que reduzir o lixo enviado ao aterro, com reciclagem e compostagem”.
transbordo
Acúmulo de lixo diminui em Ribeirão
em ribeirão Aterro teve nota regular em 2007, mas piorou este ano
P C M A
O CGR (Centro de Gerenciamento de Resíduos), aterro particular para onde o lixo de Ribeirão é levado, desde 26 de agosto, enviou mais caminhões para apanhar os resíduos, informou o Daerp,
autarquia que administra o setor. Na quinta-feira, A Cidade flagrou o acúmulo de 1.500 toneladas de resíduos à espera de transbordo, no aterro municipal. O volume equivale a
três dias de lixo produzido na cidade. “Teve caminhão trabalhando até no domingo, dia em que não é feita coleta”, diz Darvin Alves, superintendente do Daerp.
NOTA DOS ATERROS adequada
Morro Agudo Orlândia Jardinópolis Luis Antônio Bebedouro Sales Oliveira S. Rosa de Viterbo São Simão S.Joaquim da Barra Jaboticabal
10 10 10 9,7 9,3 9,3 9,2 8,9 8,8 8,4
controlada
Batatais Serrana Serra Azul Ribeirão Preto
7,1 6,2 6,2 6,2
inadequada
Brodowski Pitangueiras Taquaritinga Pradópolis Altinópolis Guatapará Dumont Pontal Sertãozinho Barrinha Cravinhos Monte Alto Cajuru
6,0 6,0 5,5 5,4 5,4 5,3 4,2 3,9 3,8 3,8 3,6 1,9 1,8 fonte: cetesb
A