Lixo em Ribeirão Preto 22/08/2008

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Sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Cidades

A CIDADE

A5

‘Por precaução, já pedi licença para receber 3 mil toneladas de resíduo por dia’, diz Wagner Bonini, gerente do aterro da CGR, em Guatapará, que deverá receber o lixo de Ribeirão Preto.

WEBER SIAN 14/08/2008

TIPO EXPORTAÇÃO

Daerp avalia transporte do lixo Autarquia negocia em Guatapará como será feito o traslado das 500 t diárias de resíduos SIMEI MORAIS

A

P C M A

prefeitura negociou, ontem, a exportação do lixo de Ribeirão Preto para o aterro particular do CGR (Centro de Gerenciamento de Resíduos), em Guatapará (a 45 km de RP). A informação é de um membro do alto escalão do governo, que pediu para não ser identificado. O aterro municipal ribeirão-pretano teve a licença vencida há três meses, após seis meses de operações para encerramento. Nesse período, o Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), autarquia que administra o lixo, teria de apresentar nove tipos de dados à Cetesb, o que poderia apontar se a área pode receber mais material ou não. Um dos itens ficou incompleto, e a Cetesb manteve o prazo de fechamento do local. O CGR, em Guatapará, é o único particular, na região, com capacidade para as 500 toneladas diárias de resíduos produzidos em Ribeirão. A assessoria de imprensa do CGR, a mesma da Leão Ambiental, operadora do lixo em Ribeirão, nega que o Daerp fez contato oficial sobre mudanças no serviço do lixo. O superintendente do Daerp, Darvin Alves, não retornou às ligações da reportagem. Mas as informações são de que ele foi até Guatapará conversar com a direção do CGR. “Estão verificando como será o traslado do lixo até lá”, diz a fonte. Segundo esse integrante do governo, o que se discutia era que os caminhões do CGR viriam até Ribeirão para receber os resíduos dos veículos de coleta urbana. A área de transbordo seria no próprio aterro municipal, na rodovia Mário Donegá. De acordo com a gerência, o CGR possui 20 caminhões com capacidade para 37 toneladas. Os de coleta urbana carregam 10 toneladas. O valor do serviço, com transporte e depósito, sai, em média, R$ 70 por tonelada, para o trajeto Guatapará-Ribeirão, segundo a empresa. O preço seria de R$ 35 mil diários, três vezes maior que os R$ 11 mil gastos com apenas o depósito, no aterro municipal – o frete é pago à parte, no contrato de coleta com a Leão Ambiental. “Não existe problema financeiro para resolver essa questão. É por pouco tempo”, diz a fonte da prefeitura. “O nosso custo é menor porque a área é nossa. Não são os mesmos custos que os do particular, que comprou área maior e precisa ter lucro”, justifica o membro do governo. O argumento é semelhante ao usado pela direção do CGR, em entrevista na terçafeira. “Temos itens (de tecnologia) que não existem no aterro de Ribeirão. Esse preço do aterro municipal (R$ 11 mil diários) não cobre os custos daqui”, afirma Wagner Bonini, gerente do aterro. Segundo ele, o local, de 40 hectares, é impermeabilizado com uma manta de polietileno que impede absorção do chorume (líquido proveniente da decomposição) pelo subsolo. Na segunda-feira, o gerente do CGR afirmou que o local estaria pronto para re-

ceber os resíduos de Ribeirão “da noite para o dia”. “Como aconteceu com São Carlos”, comenta. O local tem autorização da Cetesb para receber 1.500

toneladas de resíduos por dia. “Por precaução, já pedi licença para 3 mil por dia”, diz Bonini. O aterro municipal recebeu descarga de caminhões

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de coleta, ainda ontem, apesar da proibição da Cetesb. A companhia e a prefeitura não confirmaram se já houve multa, pelo descumprimento da norma.

LIXÃO O aterro em Ribeirão recebeu ontem descarga de resíduos

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