Governo precisa consolidar ajuste fiscal agora para economia voltar a ter um rumo

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08/10/2015

Governo precisa consolidar ajuste fiscal agora para economia voltar a ter um rumo — /AMCHAM­BRASIL/

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Governo precisa consolidar ajuste fiscal agora para economia voltar a ter um rumo publicado 08/10/2015 15h08, última modificação 08/10/2015 15h22 Das três frentes necessárias para conter e corrigir a crise econômica (ajuste fiscal, política monetária e 32 Tweetar 1 Share Recomendar ajuste das contas externas), o ajuste fiscal é a mais importante e precisa de um desfecho até o começo de novembro para que o mercado volte a ter perspectiva sobre os rumos da economia. Se os esforços desandarem, incluindo os vetos às pautas-bomba e a resolução do déficit orçamentário de 2016, ambos passando pelo Congresso, os indícios do porvir são incertos, adverte Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. “A política monetária (sobre inflação e taxa de câmbio) e as contas externas já estão dando sinais positivos, mas elas dependem do ajuste fiscal a médio e longo prazo”, diz Rabi, convidado do comitê estratégico de Finanças da Amcham – São Paulo, quinta-feira (08/10). “Temos um mês e meio para o governo aprovar tudo junto ao Congresso, antes do recesso parlamentar, ou seja, é algo mais político do que econômico. Estamos na marca do pênalti para saber como a economia vai operar no ano que vem”, afirma. Mais nove meses de recessão

“O ajuste fiscal tem data para se consolidar: até 15 de novembro. O principal componente (do processo) é político”, diz Luiz Rabi, da Serasa Experian

Há dois cenários possíveis. O primeiro projeta mais nove meses de recessão, até a metade de 2016. Com a parte fiscal equilibrada, a economia voltaria ao crescimento normal de 2% ao ano em 2018. “Nosso crescimento ‘normal’ é de 2% porque não temos mais condições de infraestrutura”, ressalta. Esse cenário considera as estimativas de recessão de 3% em 2015 e 1% em 2016, com queda concentrada no primeiro semestre e início da retomada no segundo. O desemprego deve subir para 9% no próximo ano, diminuindo a partir de 2017, e o dólar se manterá em torno de R$ 4, “não menos que R$ 3,50.” “O dólar alto é o novo normal”, cita. A inflação aos poucos convergiria com a meta e a Selic voltaria ao patamar de 10%. “Mas isso é se tudo der certo”, adverte Rabi.

Piores dias no radar Se o caldo político entornar, o governo perder no Congresso e o ajuste não sair, todas as previsões se deterioram. “O câmbio vai para outro patamar que não sei qual, o BC pode elevar a taxa de juros até para evitar fuga de dólar, haverá perda de rating e a recessão vai se agravar com desfechos imprevisíveis”, diz. O economista recorre às piores estimativas do boletim Focus do Banco Central para vislumbrar esse cenário adverso, com falta de ancoragem fiscal, necessária para a consolidação da política monetária e o ajuste das contas externas. Nesse desenho, a economia teria recessão de 3,6% em 2015 e 2,3% em 2016, ficando estagnada em 2017, com leve retomada de 0,9% em 2018. A inflação chegaria a 10,7% esse ano e 8% no próximo, ficando em 6,5% nos dois anos seguintes. O dólar subiria a R$ 5 e a Selic a 15,75% em 2016. “O ajuste fiscal tem data para se consolidar: até 15 de novembro. O principal componente (do processo) é político”, salienta. // ITENS RELACIONADOS - PIB deve começar a se recuperar lentamente a partir de 2017, avalia Juan Jensen - Projeção da LCA: PIB cresce entre 2,5% e 3% em 2017 - “Setor de saúde é mais resiliente à crise”, diz presidente do Grupo Fleury. Confira em vídeo - Com nova lei de capital estrangeiro, setor de saúde é visto como promissor pelo mercado

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